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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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dependência, em relação a uma pessoa estranha: não confundir sugestão e<br />

sujeição"3.<br />

A sugestão, assegura Baudouin, é essencialmente a realização de uma idéia<br />

(imagem ou conceito), mas esta realização é um fenômeno psicofisiológico<br />

complexo que se completa na própria pessoa, por um trabalho<br />

inconsciente, à sua revelia. Para Bau-douin, a causa está entendida: "A<br />

auto-sugestão é o protótipo de toda sugestão"4.<br />

Um dos grandes méritos de Baudouin, certamente, foi ter afirmado, ou<br />

reafirmado, com vigor que a sugestão não é o domínio de um espírito sobre<br />

outro, e de ter sublinhado o quanto a sugestão pode ser positiva e benéfica.<br />

Outro mérito do psicólogo franco-suíço é ter cindido em dois tempos o<br />

processo sugestivo: de um lado, a emissão-aceitação da idéia e, de outro, a<br />

realização inconsciente dessa idéia no paciente. Acentuando a extrema<br />

importância deste "segundo tempo", Baudouin, de certa forma, punha em<br />

relevo o caráter fundamentalmente inconsciente do processo sugestivo. E<br />

chegou à seguinte definição de sugestão, mais exata que as precedentes: "A<br />

sugestão é a utilização, por nós mesmos ou por outrem, do poder ídeoreflexo<br />

que está em cada um de nós"5.<br />

Subscrevemos plenamente esta definição, mas com a condição expressa de<br />

que seja claramente tomada por aquilo que é: uma definição limitada, que<br />

só leva em conta uma parte do fenômeno sugestivo. De fato, minimizar, se<br />

não mesmo ignorar, como o faz Baudouin, o "primeiro tempo" do<br />

fenômeno sugestivo parece--nos uma posição totalmente inaceitável.<br />

Na realidade, sempre há um sugestionador, tanto na auto--sugestão como<br />

na heterossugestão, e é de capital importância levar isso em consideração.<br />

O sugestionador será talvez, em muitos casos, a pessoa de um mestre, o<br />

prestígio de sua doutrina. Pode-se mencionar também, e mais largamente,<br />

o exemplo da sugestão artística. O sugestionador ou os sugestionadores, no<br />

caso o artista ou os artistas, os criadores, não estão efetivamente presentes<br />

no sentido entendido por Baudouin. Eles não existem como<br />

sugestionadores. Que se pense também na influencia difusa, mas muito<br />

sugestiva, da educação recebida na família, ou na influência do meio<br />

econômico, ou ainda na do meio ambiente cultural. Como negligenciar a<br />

importância de tais elementos na maior parte das formas de auto-sugestão?<br />

Negar toda importância ao elemento sugestionador e deixar de considerar<br />

seriamente os seus componentes, para apegar-se apenas ao que se passa no<br />

espírito de quem contempla um quadro ou escuta uma sinfonia,<br />

evidentemente, é negligenciar um elemento essencial do processo<br />

sugestivo. E se trata de uma posição tanto menos sustentável quanto se<br />

sabe que o "primeiro tempo" da sugestão — emissão e aceitação, ação do<br />

sugestionador e relação sugestiva entre este último e o sugestionado — é<br />

de fato, e guardadas todas as proporções, muito mais fácil de se observar

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