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GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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CAPITULO V<br />

O grande desvio da hipnose:<br />

do braidismo<br />

à escola de Salpêtrière<br />

1. HIPNOSE, SONO MAGNÉTICO E <strong>SUGESTÃO</strong><br />

O período 1775-1850 foi uma espécie de idade de ouro do magnetismo<br />

animal, ao qual os pioneiros de vários países conseguiram assegurar<br />

difusão quase mundial, no caminho inaugurado por Mesmer e continuado<br />

por Puységur. Em compensação, verifica-se que o período seguinte, 1850-<br />

1880, foi marcado, pelo menos na Europa, por um desinteresse quase geral.<br />

Esta queda, esta repentina falta de interesse, este descrédito mais ou menos<br />

total do magnetismo animal, subseqüente a um entusiasmo muitas vezes<br />

desordenado e excessivo, parecem essencialmente devidos ao triunfo<br />

generalizado do cientificismo, ligado ao rápido desenvolvimento do<br />

progresso técnico e das ciências, lá pelos meados dos século passado. O<br />

radonalismo sem nuances do cientificismo rejeitava com desprezo e<br />

pretendia ignorar fenômenos aparentemente tão pouco racionais e<br />

subjetivos como o magnetismo animal, com sua relação afetiva, sua teoria<br />

das crises, seu sono artificialmente provocado, seus fenômenos de<br />

clarividência e seus recursos aos procedimentos sugestivos.<br />

Pelo meio do século passado, entretanto, um inglês, o médico James Braíd,<br />

de Manchester, interessou-se pelo magnetismo animal, mas para logo lhe<br />

dar uma orientação que, se de fato lhe granjeou a audiência de certos meios<br />

médicos, não deixou de levá-lo através de caminhos que lhe eram<br />

fundamentalmente estranhos.<br />

Braid teve ocasião de assistir, em 1841, a uma demonstração pública feita<br />

pelo célebre magnetizador francês Lafontaine, a respeito de certos efeitos<br />

do sonambulismo artificial. Cético a princípio, Braid refez em casa as<br />

experiências a que tinha assistido. Convencido, teve a idéia de substituir a<br />

fixação do olhar, de que Lafontaine fazia uso como agente indutor do sono,<br />

pela fixação de um objeto brilhante. O resultado obtido — o sono do<br />

paciente — foi aparentemente o mesmo.<br />

Numa série de obras publicadas a partir de 1843, Braid desenvolveu sua<br />

própria teoria do sono provocado, que designou por um termo novo, por<br />

ele forjado, hipnotismo, (do grego hypnos, sono) a fim de substituir a<br />

expressão de "magnetismo animal".<br />

Mas, pode-se perguntar, afinal qual a diferença entre hipnose e o sono<br />

magnético provocado pelo magnetismo animal? A hipnose, obtida por<br />

Braid, pela fixação visual prolongada de um objeto luminoso, era<br />

provocada, segundo ele, pela fadiga dos músculos que levantam as<br />

pálpebras e pela hiperestimulação da retina, além de ela própria acarretar<br />

fadiga sobre o sistema nervoso. A este elemento físico da indução da<br />

hipnose, Braid acrescentava um elemento psicológico, o monoideísmo do

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