GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...
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de 1976 a maio de 1977, a respeito do significado de "sugestão" e "sugerir"<br />
e seus derivados, na conversação corrente, mostrou que ns palavras em<br />
questão são empregadas no primeiro dos dois sentidos — respeitador da<br />
liberdade de decisão do interlocutor<br />
na proporção de 70%; e de 30% no segundo sentido, o sentido<br />
compulsório. A pesquisa mostrou, durante as semanas que precederam as<br />
eleições municipais de março de 1977 na França, um súbito aumento do<br />
uso dos termos "sugerir" e "sugestão" no vocabulário dos candidatos de<br />
todos os partidos, e num sentido que se afirmava com .ostentação desusada<br />
— e também passavel-mente suspeito — o mais respeitador do mundo da<br />
liberdade de escolha do eleitor. Certos candidatos chegaram a refinamentos<br />
inauditos quanto à delicadeza de sentimento...<br />
A propósito dos dois significados, dicionários e autores têm a tendência a<br />
simplificar e generalizar, respondendo: um ou outro, enquanto o senso<br />
comum responde: um e outro. O senso comum tem, sobre as definições<br />
dadas precedentemente, pelos menos a vantagem de mostrar claramente<br />
que a terminologia não está fixada e que os dois sentidos da palavra<br />
"sugestão", radicalmente opostos, coexistem na realidade atual da língua.<br />
O senso comum, assim, coloca de forma bastante nítida o problema<br />
fundamental da sugestão: sujeiçío ou respeito ao outro? Compulsão ou<br />
liberdade?