GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...
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mais adiante. Subliminar ainda é a técnica consistente, no ensino ministrado a crianças, em ensinar-lhes as operações elementares de cálculo aritmético fazendo-os aparecer subceptivamente de tempo em tempo no canto da tela do televisor onde está sendo exibida, por exemplo, uma ópera tirada dos contos de Grimm que capta a atenção consciente das crianças. Mas o verdadeiro subliminar lozanoviano não está aí: ele está no "duplo plano" do professor e nas reações inconscientes que esse "duplo plano " suscita nos alunos. Muitos outros traços originais acabam por dar fisionomia própria à sugestopedia lozanoviana, e todos procedem mais ou menos diretamente do seu caráter subliminar. É o caso por exemplo da ênfase sobre a importância do que Lozanov chama de barreiras anti-sugestivas: barreiras da razão e do espírito crítico, barreiras intuitivo-afetivas, barreiras éticas, todas elas precisando ser levadas em consideração, e no mais alto grau, pelo sugestionador-professor, que deve procurar cuidadosamente, sob pena de fracasso, não entrar em conflito com elas, além de possuir a arte de agir sugestivamente sobre o inconsciente, evitando despertar os cães de guarda que são as barreiras anti--sugestivas, A subliminar lozanoviana está presente também, naquilo que Lozanov chama de dessugesfão-sugestão. Impossível, diz Lozanov, exercer sugestões positivas e duradouras se, previamente, não forem afastadas, dissolvidas, as sugestões negativas que entravam a livre manifestação das primeiras. Essas sugestões negativas são essencialmente, segundo Lozanov, de origem sócio-cultural. Exemplo: é muito difícil, muito demorado, aprender uma língua estrangeira, são necessárias aptidões especiais, "dons" que a maioria dos indivíduos não possui, etc. No caso, pensa o fundador do Instituto de Sofia, convém primeiro "dessugestionar" o estudante. Como? Não de forma direta, afirmando-lhe que os seus temores são vãos e que, pelo contrário, aprender uma língua viva é fácil. Não.' Ao pretender lutar assim diretamente contra a sugestão negativa, o que se fará é afirmar inconscientemente — sugestivamente — sua realidade e reforçar sua influência. Convém, ao contrário, operar "subliminarmente", propondo aos alunos (exemplo extremo mas a experiência foi efetivamente tentada no Instituto de Sofia e coroada de êxito) um programa de memorização de l 200 palavras estrangeiras novas num só dia, o que é uma maneira indireta de enfrentar a sugestão negativa, negando de fato e sem que isso seja dito expressamente, todas as normas habitualmente admitidas em matéria de memorização. A sugestopedia, afirma significativamente Lozanov, é primeiro um caso de sugestão." Dois outros aspectos do subliminar lozanoviano são o que Lozanov chama de infantilização (que se deve cuidadosamente. distinguir de infantilismo) e de mudança de identidade. Os alunos devem ser encorajados a se separar
de sua personalidade de adultos, a "tornar-se como crianças", a reencontrar a espontaneidade, a confiança instintiva e também a criatividade e a intuição da infância. Só com isso, numerosas sugestões negativas da personalidade adulta irão, se não desaparecer, ao menos perder uma boa parte da sua influência e, também aqui, em virtude da ação exercida não diretamente, mas sugestivamente, subliminarmente, ao lado da própria organização dos cursos, nos quais os jogos, as canções, os sketches, as atividades de grupo e o recurso constante à fantasia, à imaginação e à afetividade favorecem a "infantilização" no sentido positivo da palavra. A mudança de identidade nos cursos sugestopédicos — no começo do curso de línguas cada aluno recebe uma identidade de empréstimo, que conservará até o fim de cada aula — concorre também para a dessugestão de forma subliminar, negando implicitamente as limitações inerentes à personalidade habitual e nela insertas de forma sugestionante1 no correr dos anos. Antes de dar alguns esclarecimentos sobre o modo por que se desenvolvem os cursos sugestopédicos propriamente ditos, queremos inicialmente sublinhar o que a sugestão lozanoviana não é: não é nem uma hipnopedia (ou hipnosopedia), nem uma relaxo-pedia, ao contrário do que sustentam já há uns dez anos os partidários da "sugestopedia à americana" (Schuster, Bancroft, Ostrander e Schroeder, etc.), que nela pretenderam ver uma "técnica" behaviorista inspirada na ioga e no treinamento autó-geno de Schultz, e isto apesar das múltiplas declarações de Lozanov que não hesitou, em muitas ocasiões, em falar quanto a 7. Isto é, coercitiva. Novo neologismo cuja adoção propomos por analogia com sugestionamento. isto em "não compreensão" do que é a sugestopedia, ao menos daquela que é praticada em Sofia. Esta sugestopedia atribui, sem dúvida, um lugar preponderante à relaxação. Mas esta relaxa-ção, que induz aos estados fásicos, é uma relaxação puramente mental, obtida não por meios físicos mas por meios puramente psicológicos e sugestivos. No que diz respeito mais particularmente ao ensino de línguas aos adultos, o "método Lozanov" define-se paradoxalmente como um método "antilingüístico", que dá prioridade absoluta à comunicação. Primeiro falar, comunicar e comunicar no seio de um ensino em grupo, e só depois preocupar-se com a correção da língua e da pronúncia. Não é assim, aliás, que as crianças aprendem naturalmente a usar a língua? Natural no ato de comunicar, alegria e ausência de esforço são as palavras-chave da sugestopedia lozanoviana. Um curso sugestopédico de língua no Instituto de Sofia compreende idealmente doze alunos, seis mulheres e seis homens, de todas as idades. O curso dura em princípio quatro semanas, com três horas de aula por dia, isto é, um total de sessenta horas (são cursos destinados a principiantes ou
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de sua personalidade de adultos, a "tornar-se como crianças", a reencontrar<br />
a espontaneidade, a confiança instintiva e também a criatividade e a<br />
intuição da infância. Só com isso, numerosas sugestões negativas da<br />
personalidade adulta irão, se não desaparecer, ao menos perder uma boa<br />
parte da sua influência e, também aqui, em virtude da ação exercida não<br />
diretamente, mas sugestivamente, subliminarmente, ao lado da própria<br />
organização dos cursos, nos quais os jogos, as canções, os sketches, as<br />
atividades de grupo e o recurso constante à fantasia, à imaginação e à<br />
afetividade favorecem a "infantilização" no sentido positivo da palavra.<br />
A mudança de identidade nos cursos sugestopédicos — no começo do<br />
curso de línguas cada aluno recebe uma identidade de empréstimo, que<br />
conservará até o fim de cada aula — concorre também para a dessugestão<br />
de forma subliminar, negando implicitamente as limitações inerentes à<br />
personalidade habitual e nela insertas de forma sugestionante1 no correr<br />
dos anos.<br />
Antes de dar alguns esclarecimentos sobre o modo por que se desenvolvem<br />
os cursos sugestopédicos propriamente ditos, queremos inicialmente<br />
sublinhar o que a sugestão lozanoviana não é: não é nem uma hipnopedia<br />
(ou hipnosopedia), nem uma relaxo-pedia, ao contrário do que sustentam já<br />
há uns dez anos os partidários da "sugestopedia à americana" (Schuster,<br />
Bancroft, Ostrander e Schroeder, etc.), que nela pretenderam ver uma<br />
"técnica" behaviorista inspirada na ioga e no treinamento autó-geno de<br />
Schultz, e isto apesar das múltiplas declarações de Lozanov que não<br />
hesitou, em muitas ocasiões, em falar quanto a<br />
7. Isto é, coercitiva. Novo neologismo cuja adoção propomos por analogia<br />
com sugestionamento.<br />
isto em "não compreensão" do que é a sugestopedia, ao menos daquela que<br />
é praticada em Sofia. Esta sugestopedia atribui, sem dúvida, um lugar<br />
preponderante à relaxação. Mas esta relaxa-ção, que induz aos estados<br />
fásicos, é uma relaxação puramente mental, obtida não por meios físicos<br />
mas por meios puramente psicológicos e sugestivos.<br />
No que diz respeito mais particularmente ao ensino de línguas aos adultos,<br />
o "método Lozanov" define-se paradoxalmente como um método<br />
"antilingüístico", que dá prioridade absoluta à comunicação. Primeiro falar,<br />
comunicar e comunicar no seio de um ensino em grupo, e só depois<br />
preocupar-se com a correção da língua e da pronúncia. Não é assim, aliás,<br />
que as crianças aprendem naturalmente a usar a língua? Natural no ato de<br />
comunicar, alegria e ausência de esforço são as palavras-chave da<br />
sugestopedia lozanoviana.<br />
Um curso sugestopédico de língua no Instituto de Sofia compreende<br />
idealmente doze alunos, seis mulheres e seis homens, de todas as idades. O<br />
curso dura em princípio quatro semanas, com três horas de aula por dia,<br />
isto é, um total de sessenta horas (são cursos destinados a principiantes ou