GNOSE ALEM DA RAZÃO O FENÔMENO DA SUGESTÃO JEAN ...

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2. TEORIA E PRÁTICA DA SUGESTOLOGIA LOZANOVIANA A teoria sugestológica de Lozanov é extremamente simples, para não dizer embrionária. O fundador do Instituto de Sofia é, antes de tudo, médico que exerce a profissão e um pesquisador. E sem dúvida ainda é muito cedo para que possa ser elaborada validamente uma teoria de conjunto desta ciência jovem que ainda é a sugestologia. 3. G. Lozanov. Suggesíology and Outlines of Suggestopedy, Gordon and Bresch, Londres-Nova York, 1978. 4. Mais esclarecimentos são encontrados no estudo e na crítica que dedi camos à sugestologia e à sugestopedia de Lozanov no livro Suggérer pour Apprende, Presses de 1'Université de Quebec, Quebec, 1980. Esta, como a concebe Lozanov, repousa sobre alguns elementos fundamentais que, no momento, são os seguintes: 1. O psicológico não pode dissociar-se do fisiológico. Um e outro estão presentes em todo fenômeno sugestivo, uno e indivi sível a este respeito. 2. A sugestão, igualmente, é una e indivisível, no sentido de que se trata de um processo relacionai global, do qual não se pode ignorar e nem mesmo simplesmente isolar um dos compo nentes sem destruir imediatamente o fenômeno sugestivo que se pretende estudar e compreender. A sugestão exige uma aproxi mação global, sintética. A sugestibilidade do paciente ou do estudante, a sugestividade do terapeuta ou do professor, são relacionados mais com a situação do que com a pessoa. Realidade movediça, relativa, temporária, evanescente, a sugestão só tem sentido "em situação". Aqui, Lozanov mostra-se resolutamente gestaltista, na linha de Wertheimer, de Kofflca e de Kohler. 3. Lozanov, entretanto, atribui mais importância ao sugestio- nador, terapeuta ou professor, do que ao paciente ou estudante objeto da sugestão. Quanto a isto, Lozanov é o anti-Baudouin. Para o fundador do Instituto de Sofia, a sugestão é, antes de tudo, trabalho do sugestionador. Na ótica lozanoviana, a sugestibiiidade de quem sofre a sugestão na verdade só desempenha papel secun dário, ou pelo menos passivo. Muito significativamente, Lozanov quase não se interessou, ao mesmo até hoje, pela auto-sugestão. 4. Teórico saído de um meio marxista, Lozanov atribui, em sua teoria da sugestão, extrema importância ao meio ambiente. É estudando sistematicamente as influências sugestivas que se exercem sobre as pessoas, pensa Lozanov, que se conseguem dis cernir certos traços essenciais do fenômeno sugestivo. O fundador do Instituto de Sofia dá o mais amplo sentido ao termo "meio

ambiente": trata-se no caso não somente do quadro material em que se desenvolve a nossa vida de todos os dias ou esta ou aquela das nossas atividades, mas também e principalmente do clima psicológico em que vivemos, clima moldado tanto pela sociedade que é a nossa, por seus valores sócio-culturais, pela educação que nos proporciona, pelos modos de pensar e pela sensibilidade da classe a que pertencemos, quanto pela ambiência psicológica, pela "atmosfera sugestiva", diz Lozanov, que formam a trama das nossas relações diárias com aqueles que nos cercam e em particular com aqueles com quem trabalhamos. Mas Lozanov acrescenta aqui um esclarecimento capital que dá à sugestologia lozanoviana seu caráter sem dúvida mais específico: "A sugestologia, escreve Lozanov, dedica sua atenção particularmente para tudo o que, nas inter-relaçoes entre o ser humano e o seu meio ambiente, permanece despercebido, insuficientemente consciente ou totalmente inconsciente"5. 5. O primado do inconsciente: este é o próprio fundamento da sugestologia lozanoviana. Mas o inconsciente dê que se trata aqui é ao mesmo tempo o reflexo do ambiente e o produto da infor mação acumulada e estocada no inconsciente onde ela forma aquilo que Ouznadé chamava de atitude. Ora, a "atitude" incons ciente é suscetível, segundo Lozanov, de ser formada e controlada de maneira consciente na medida em que se conseguem ordenar sugestivamente os elementos inconscientes que concorrem para a sua formação. Trata-se de programar conscientemente o incons ciente. O que significa: conceber racionalmente o programa e "fazê-lo passar", no inconsciente, por estímulos sugestivos mas não específicos, suscitando reações também não específicas. Seria impossível exagerar 'a importância deste aspecto da suges tologia lozanoviana. Nela, o ser humano não é concebido como um computador e sim como fonte.de criatividade que não poderia ser "programado" no sentido mecanicista da palavra. 6. Uma "atitude" sugestivamente formada e controlada? Tal atitude respousa essencialmente, segundo Lozanov, sobre a visão prospectiva do sugestionador daquilo que ele chama de. "ativação das reservas" do cérebro humano no sugestionado: a ativação — não específica — de pelo menos uma parte desses 96% dos catorze bilhões de células do cérebro do ser humano presentemente inativas, a crer-se no grande neurofisiologista soviético Banschikov. Juntando-se aqui aos pontos de vista dos americanos Rosenthal e Jacobson, sobre o papel capital das "expectativas" dos professores em relação aos alunos no "efeito Pigmalião", Lozanov estima que uma atitude orientada no sentido da ativação das reservas, atitude consciente, ao menos em parte,

ambiente": trata-se no caso não somente do quadro material em<br />

que se desenvolve a nossa vida de todos os dias ou esta ou aquela<br />

das nossas atividades, mas também e principalmente do clima<br />

psicológico em que vivemos, clima moldado tanto pela sociedade<br />

que é a nossa, por seus valores sócio-culturais, pela educação que nos<br />

proporciona, pelos modos de pensar e pela sensibilidade da classe a que<br />

pertencemos, quanto pela ambiência psicológica, pela "atmosfera<br />

sugestiva", diz Lozanov, que formam a trama das nossas relações diárias<br />

com aqueles que nos cercam e em particular com aqueles com quem<br />

trabalhamos.<br />

Mas Lozanov acrescenta aqui um esclarecimento capital que dá à<br />

sugestologia lozanoviana seu caráter sem dúvida mais específico: "A<br />

sugestologia, escreve Lozanov, dedica sua atenção particularmente para<br />

tudo o que, nas inter-relaçoes entre o ser humano e o seu meio ambiente,<br />

permanece despercebido, insuficientemente consciente ou totalmente<br />

inconsciente"5.<br />

5. O primado do inconsciente: este é o próprio fundamento da<br />

sugestologia lozanoviana. Mas o inconsciente dê que se trata aqui<br />

é ao mesmo tempo o reflexo do ambiente e o produto da infor<br />

mação acumulada e estocada no inconsciente onde ela forma<br />

aquilo que Ouznadé chamava de atitude. Ora, a "atitude" incons<br />

ciente é suscetível, segundo Lozanov, de ser formada e controlada<br />

de maneira consciente na medida em que se conseguem ordenar<br />

sugestivamente os elementos inconscientes que concorrem para a<br />

sua formação. Trata-se de programar conscientemente o incons<br />

ciente. O que significa: conceber racionalmente o programa e<br />

"fazê-lo passar", no inconsciente, por estímulos sugestivos mas<br />

não específicos, suscitando reações também não específicas.<br />

Seria impossível exagerar 'a importância deste aspecto da suges<br />

tologia lozanoviana. Nela, o ser humano não é concebido como<br />

um computador e sim como fonte.de criatividade que não poderia<br />

ser "programado" no sentido mecanicista da palavra.<br />

6. Uma "atitude" sugestivamente formada e controlada?<br />

Tal atitude respousa essencialmente, segundo Lozanov, sobre a<br />

visão prospectiva do sugestionador daquilo que ele chama de.<br />

"ativação das reservas" do cérebro humano no sugestionado: a ativação —<br />

não específica — de pelo menos uma parte desses 96% dos catorze bilhões<br />

de células do cérebro do ser humano presentemente inativas, a crer-se no<br />

grande neurofisiologista soviético Banschikov.<br />

Juntando-se aqui aos pontos de vista dos americanos Rosenthal e Jacobson,<br />

sobre o papel capital das "expectativas" dos professores em relação aos<br />

alunos no "efeito Pigmalião", Lozanov estima que uma atitude orientada<br />

no sentido da ativação das reservas, atitude consciente, ao menos em parte,

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