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01.05.2013 Views

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO REVENIMENTO DO AÇO SAE 4340 Adir Rodrigues de Oliveira 1 ,Ismael Caetano de Araújo Junior 1 , Gilbert Silva 2 Curso de Graduação em Engenharia de Materiais - Universidade do Vale do Paraíba, Faculdade de Engenharia Arquitetura e Urbanismo - Av. Shishima Hifumi, 2911 – Urbanova – São José dos Campos/SP adir.oliveira@yahoo.com.br; ismael@winnproject.com.br; gilbert@univap.br Resumo- Na indústria atual, a utilização do aço se faz presente de forma ostensiva, mesmo com o surgimento de materiais alternativos. Isto se deve ao fator custo, visto que estes materiais com características próximas ao aço geralmente possuem valor agregado mais elevado. O aço possui a grande vantagem de ter suas características alteradas mediante tratamentos térmicos adequados a um baixo custo. Assim sendo, este trabalho baseia-se em submeter amostras do aço SAE 4340 ao tratamento térmico de têmpera e posteriormente revenimento, com temperaturas que variaram entre 200ºC e 650ºC. Os resultados indicaram uma grande quantidade de fase martensítica para temperaturas inferiores no tratamento térmico de revenimento, e menores valores de dureza para temperaturas maiores do tratamento térmico de revenimento. Através dos valores encontrados podemos utilizar como ferramenta complementar na especificação de itens mecânicos. Palavras-chave: Tratamento térmico, Têmpera, Revenimento, Dureza. Introdução Na indústria atual, a utilização do aço se faz presente de forma ostensiva, mesmo com o surgimento de materiais alternativos. Isto se deve ao fator custo, visto que estes materiais com características próximas ao aço geralmente possuem valor agregado mais elevado. O aço possui a grande vantagem de ter suas características alteradas mediante tratamentos térmicos adequados a um baixo custo. O aço SAE 4340 é um aço de elevada temperabilidade e boa forjabilidade, porém sua usinagem é relativamente pobre. Dependendo do teor de carbono, a dureza na condição temperada varia de 54 a 59 HRC. Devido à sua alta temperabilidade, não é aconselhável a sua aplicação em soldagem por métodos convencionais, somente em processos sofisticados. Devido às suas características ele é aplicado para fabricação de virabrequins para aviões, tratores, eixos com elevada solicitação mecânica e veículos em geral. Na indústria aeronáutica é muito utilizado devido sua grande resistência e tenacidade que são fundamentais em projetos aeronáuticos para diversas aplicações, desde peças utilizadas na montagem da aeronave como também em ferramentais que são utilizados para construção e montagem das aeronaves (TORRES, 2002). Nesta segunda aplicação é muito utilizado na fabricação de buchas e pinos de fixação, as quais podem vir a romper por uma estrutura inadequada ou por fadiga. Testes de fadiga por flexão rotativa são realizados para definir a vida útil do material (SOUZA et. Al. 2002). Constantemente durante o processo de encalque das buchas e na utilização de pinos, ocorrem quebras desses componentes que pode estar relacionado com a microestrutura obtida através do tratamento térmico de têmpera e revenimento. Descartando-se a possibilidade de dimensional das peças produzidas, através da utilização da norma interna para ajustes de eixos e furos, onde o mesmo se mostrou dentro dessas especificações para um sistema de encalque pelo método de prensagem a frio na temperatura ambiente. A Figura 1 mostra a fratura de um pino de aço 4340 rompido durante o processo de encalque realizado por prensagem a frio. Figura 1– Micrografia da fratura de um pino de 4340. XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO REVENIMENTO DO AÇO SAE 4340<br />

Adir Rodrigues de Oliveira 1 ,Ismael Caeta<strong>no</strong> de Araújo Junior 1 , Gilbert Silva 2<br />

Curso de Graduação em Engenharia de Materiais - Universi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Paraíba, Facul<strong>da</strong>de de<br />

Engenharia Arquitetura e Urbanismo - Av. Shishima Hifumi, 2911 – Urba<strong>no</strong>va – São José <strong>do</strong>s Campos/SP<br />

adir.oliveira@yahoo.com.br; ismael@winnproject.com.br; gilbert@univap.br<br />

Resumo- Na indústria atual, a utilização <strong>do</strong> <strong>aço</strong> se faz presente de forma ostensiva, mesmo com o<br />

surgimento de materiais alternativos. Isto se deve ao fator custo, visto que estes materiais com<br />

características próximas ao <strong>aço</strong> geralmente possuem valor agrega<strong>do</strong> mais eleva<strong>do</strong>. O <strong>aço</strong> possui a grande<br />

vantagem de ter suas características altera<strong>da</strong>s mediante tratamentos térmicos adequa<strong>do</strong>s a um baixo custo.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, este trabalho baseia-se em submeter amostras <strong>do</strong> <strong>aço</strong> SAE 4340 ao tratamento térmico de<br />

têmpera e posteriormente <strong>revenimento</strong>, com <strong>temperatura</strong>s que variaram entre 200ºC e 650ºC. Os resulta<strong>do</strong>s<br />

indicaram uma grande quanti<strong>da</strong>de de fase martensítica para <strong>temperatura</strong>s inferiores <strong>no</strong> tratamento térmico<br />

de <strong>revenimento</strong>, e me<strong>no</strong>res valores de dureza para <strong>temperatura</strong>s maiores <strong>do</strong> tratamento térmico de<br />

<strong>revenimento</strong>. Através <strong>do</strong>s valores encontra<strong>do</strong>s podemos utilizar como ferramenta complementar na<br />

especificação de itens mecânicos.<br />

Palavras-chave: Tratamento térmico, Têmpera, Revenimento, Dureza.<br />

Introdução<br />

Na indústria atual, a utilização <strong>do</strong> <strong>aço</strong> se faz<br />

presente de forma ostensiva, mesmo com o<br />

surgimento de materiais alternativos. Isto se deve<br />

ao fator custo, visto que estes materiais com<br />

características próximas ao <strong>aço</strong> geralmente<br />

possuem valor agrega<strong>do</strong> mais eleva<strong>do</strong>. O <strong>aço</strong><br />

possui a grande vantagem de ter suas<br />

características altera<strong>da</strong>s mediante tratamentos<br />

térmicos adequa<strong>do</strong>s a um baixo custo.<br />

O <strong>aço</strong> SAE 4340 é um <strong>aço</strong> de eleva<strong>da</strong><br />

temperabili<strong>da</strong>de e boa forjabili<strong>da</strong>de, porém sua<br />

usinagem é relativamente pobre. Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

teor de carbo<strong>no</strong>, a dureza na condição tempera<strong>da</strong><br />

varia de 54 a 59 HRC. Devi<strong>do</strong> à sua alta<br />

temperabili<strong>da</strong>de, não é aconselhável a sua<br />

aplicação em sol<strong>da</strong>gem por méto<strong>do</strong>s<br />

convencionais, somente em processos<br />

sofistica<strong>do</strong>s.<br />

Devi<strong>do</strong> às suas características ele é aplica<strong>do</strong><br />

para fabricação de virabrequins para aviões,<br />

tratores, eixos com eleva<strong>da</strong> solicitação mecânica e<br />

veículos em geral.<br />

Na indústria aeronáutica é muito utiliza<strong>do</strong><br />

devi<strong>do</strong> sua grande resistência e tenaci<strong>da</strong>de que<br />

são fun<strong>da</strong>mentais em projetos aeronáuticos para<br />

diversas aplicações, desde peças utiliza<strong>da</strong>s na<br />

montagem <strong>da</strong> aeronave como também em<br />

ferramentais que são utiliza<strong>do</strong>s para construção e<br />

montagem <strong>da</strong>s aeronaves (TORRES, 2002). Nesta<br />

segun<strong>da</strong> aplicação é muito utiliza<strong>do</strong> na fabricação<br />

de buchas e pi<strong>no</strong>s de fixação, as quais podem vir<br />

a romper por uma estrutura inadequa<strong>da</strong> ou por<br />

fadiga. Testes de fadiga por flexão rotativa são<br />

realiza<strong>do</strong>s para definir a vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong> material<br />

(SOUZA et. Al. 2002).<br />

Constantemente durante o processo de<br />

encalque <strong>da</strong>s buchas e na utilização de pi<strong>no</strong>s,<br />

ocorrem quebras desses componentes que pode<br />

estar relaciona<strong>do</strong> com a microestrutura obti<strong>da</strong><br />

através <strong>do</strong> tratamento térmico de têmpera e<br />

<strong>revenimento</strong>. Descartan<strong>do</strong>-se a possibili<strong>da</strong>de de<br />

dimensional <strong>da</strong>s peças produzi<strong>da</strong>s, através <strong>da</strong><br />

utilização <strong>da</strong> <strong>no</strong>rma interna para ajustes de eixos e<br />

furos, onde o mesmo se mostrou dentro dessas<br />

especificações para um sistema de encalque pelo<br />

méto<strong>do</strong> de prensagem a frio na <strong>temperatura</strong><br />

ambiente. A Figura 1 mostra a fratura de um pi<strong>no</strong><br />

de <strong>aço</strong> 4340 rompi<strong>do</strong> durante o processo de<br />

encalque realiza<strong>do</strong> por prensagem a frio.<br />

Figura 1– Micrografia <strong>da</strong> fratura de um pi<strong>no</strong> de<br />

4340.<br />

XIII Encontro Lati<strong>no</strong> America<strong>no</strong> de Iniciação Científica e<br />

IX Encontro Lati<strong>no</strong> America<strong>no</strong> de Pós-Graduação – Universi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Paraíba<br />

1


Pela micrografia podemos descartar a<br />

possibili<strong>da</strong>de deste material ter falha<strong>do</strong> pelo<br />

fenôme<strong>no</strong> de fadiga. Este tipo de fratura é<br />

característica de materiais que possuem diferentes<br />

estruturas, ten<strong>do</strong> regiões onde ocorreram maiores<br />

deformações plásticas que outras. Analisan<strong>do</strong>-se<br />

a <strong>no</strong>rma interna de especificação, <strong>no</strong>tou-se que a<br />

mesma não especificava o tratamento térmico<br />

mais adequa<strong>do</strong> para obtenção <strong>da</strong> microestrutura<br />

ideal para se obter a resistência deseja<strong>da</strong>. Assim<br />

sen<strong>do</strong>, este trabalho baseia-se em submeter<br />

amostras <strong>do</strong> <strong>aço</strong> SAE 4340 ao tratamento térmico<br />

de têmpera e posteriormente ao tratamento de<br />

<strong>revenimento</strong>, com <strong>temperatura</strong>s entre 200 e<br />

650ºC. A têmpera consiste <strong>no</strong> aquecimento <strong>do</strong> <strong>aço</strong><br />

visan<strong>do</strong> uma austenitização total (<strong>aço</strong>s<br />

hipoeutetoides) ou parcial (<strong>aço</strong>s hiper-eutetoides)<br />

segui<strong>do</strong> de um resfriamento, tal que se consiga<br />

evitar a transformação <strong>da</strong> austenita <strong>no</strong>s seus<br />

produtos de decomposição a <strong>temperatura</strong>s mais<br />

altas (ferrita ou cementita + perlita), <strong>da</strong>n<strong>do</strong> lugar<br />

preferencialmente à transformação em martensita<br />

(FERNADES, 2006). Um <strong>do</strong>s grandes problemas<br />

relaciona<strong>do</strong>s com o tratamento térmico de têmpera<br />

está liga<strong>do</strong> com a baixa ductili<strong>da</strong>de e a baixa<br />

tenaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> material após o tratamento. Embora<br />

tenhamos um significativo ganho na resistência<br />

mecânica e na dureza, fatores primordiais quan<strong>do</strong><br />

se quer reduzir o peso <strong>da</strong> peça ou evitar o<br />

desgaste superficial, a ductili<strong>da</strong>de cai quase à<br />

zero. A utilização de um <strong>aço</strong> nestas condições é<br />

impossível, devi<strong>do</strong> aos riscos de uma falha<br />

catastrófica, este problema tem que ser corrigi<strong>do</strong>,<br />

que é consegui<strong>do</strong> através <strong>do</strong> tratamento térmico<br />

de <strong>revenimento</strong>. O <strong>revenimento</strong> é um tratamento<br />

térmico em que se faz o reaquecimento <strong>da</strong> peça<br />

tempera<strong>da</strong> dentro de uma faixa de <strong>temperatura</strong>,<br />

geralmente entre 150°C e 600°C. As peças são<br />

aqueci<strong>da</strong>s e permanecem durante um intervalo de<br />

tempo suficiente para que ocorram as<br />

transformações necessárias à recuperação de<br />

parte <strong>da</strong> ductili<strong>da</strong>de e tenaci<strong>da</strong>de perdi<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong><br />

depois resfria<strong>da</strong>s até a <strong>temperatura</strong> ambiente.<br />

Com esse estu<strong>do</strong> de tempera e posteriormente<br />

<strong>revenimento</strong>, e os quais irão gerar <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre<br />

<strong>temperatura</strong> de <strong>revenimento</strong> versus dureza, de<br />

maneira que podemos utilizar estes <strong>da</strong><strong>do</strong>s como<br />

ferramenta complementar na especificação de<br />

projeto.<br />

Procedimento experimental<br />

O procedimento experimental origi<strong>no</strong>u-se <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong>de de se estabelecer parâmetros para<br />

especificar em projeto a dureza adequa<strong>da</strong>, em<br />

função <strong>da</strong> utilização de tratamentos térmicos de<br />

têmpera e <strong>revenimento</strong>.<br />

Para a análise de fratura <strong>da</strong> Figura 1, foi<br />

utiliza<strong>do</strong> um microscópio eletrônico de varredura<br />

<strong>da</strong> marca Zeeis modelo EVO MA10. O <strong>aço</strong> SAE<br />

4340 possui a seguinte composição química,<br />

conforme lista<strong>do</strong> na Tabela 1.<br />

Tabela 1 - Composição química <strong>aço</strong> SAE 4340<br />

ABNT –<br />

SAE 4340<br />

C 0,38-0,43%<br />

Mn 0,60-0,80%<br />

Fósforo 0,030%<br />

Enxofre 0,040%<br />

Si 0,15-0,35%<br />

Ni 1,65-2,00%<br />

Cr 0,70-090<br />

Mo 0,20-0,30<br />

Caracterização <strong>do</strong> corpo de prova<br />

Foram utiliza<strong>da</strong>s onze amostras de <strong>aço</strong> SAE<br />

4340, onde foram secciona<strong>da</strong>s através de<br />

usinagem convencional com as dimensões de<br />

(∅10mmx10mm). As amostras foram identifica<strong>da</strong>s<br />

com números de (1 à 11), e separa<strong>da</strong>s para<br />

ensaio de dureza, que a<strong>do</strong>tou-se HRC. Foi<br />

utiliza<strong>do</strong> um durômetro digital modelo FR-3- Tech<br />

Corp.<br />

A amostra (1) não sofreu tratamento térmico,<br />

pois a finali<strong>da</strong>de era obter o valor <strong>da</strong> dureza <strong>do</strong><br />

material adquiri<strong>do</strong>, conforme lista<strong>do</strong> na Tabela 2.<br />

Tabela 2 - Leitura <strong>da</strong>s durezas <strong>do</strong> material<br />

adquiri<strong>do</strong>.<br />

Leitura HRC Média<br />

1º 2º 3º 4º 5º<br />

14,1 13,7 13,7 12,8 14,0 13,66<br />

As amostras (2 à 11), foram submeti<strong>da</strong>s ao<br />

tratamento térmico de têmpera utilizan<strong>do</strong> for<strong>no</strong><br />

modelo EDG 1200 com elemento resistivo e<br />

resfria<strong>do</strong> até a <strong>temperatura</strong> ambiente em óleo SAE<br />

W40, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s são lista<strong>do</strong>s conforme<br />

Tabela 3.<br />

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IX Encontro Lati<strong>no</strong> America<strong>no</strong> de Pós-Graduação – Universi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Paraíba<br />

Tabela 3 - Leitura <strong>da</strong>s durezas <strong>do</strong> material após<br />

a têmpera.<br />

Leitura HRC <strong>da</strong>s amostras após a<br />

têmpera<br />

2 – 3 4 – 5 6 - 7 8 - 9 10-11<br />

51,9 52,1 52,4 52,8 52,1<br />

52,9 52,9 51,1 52,4 52,0<br />

Média<br />

HRC<br />

52,09<br />

2


A fase seguinte ao tratamento térmico de<br />

têmpera, realizou-se o tratamento térmico de<br />

<strong>revenimento</strong>.As <strong>temperatura</strong>s de <strong>revenimento</strong><br />

estão lista<strong>da</strong>s conforme Tabela 4.<br />

Tabela 4 - Temperaturas para o <strong>revenimento</strong>.<br />

Amostras Temperatura de<br />

<strong>revenimento</strong><br />

2 200°C<br />

3 250°C<br />

4 300°C<br />

5 350°C<br />

6 400°C<br />

7 450°C<br />

8 500°C<br />

9 550°C<br />

10 600°C<br />

11 650°C<br />

Após o tratamento térmico de <strong>revenimento</strong> foi<br />

realiza<strong>da</strong> a metalografia <strong>da</strong>s amostras. Para este<br />

procedimento as amostras foram lixa<strong>da</strong>s na<br />

seqüência granas de 320, 400 e 600.<br />

O polimento foi realiza<strong>do</strong> com alumina, com<br />

granulação de 1,0 e 0,3 μm, e em segui<strong>da</strong> as<br />

amostras foram ataca<strong>da</strong>s quimicamentes com<br />

uma solução de Nital com a finali<strong>da</strong>de de revelar a<br />

martensita. Foram seleciona<strong>da</strong>s as amostras 2,6 e<br />

10 conforme Figura 2, Figura 3 e Figura 4.<br />

Figura 2- Metalografia após <strong>revenimento</strong> à 200°C.<br />

Figura 3- Metalografia após <strong>revenimento</strong> à 400°C.<br />

Figura 4- Metalografia após <strong>revenimento</strong> à 600°C.<br />

Na Figura 2, Figura 3 e Figura 4, pode-se <strong>no</strong>tar<br />

as fases clara e fases escuras, onde a fase clara é<br />

ferro α + cementita e a fase escura é a martensita,<br />

Quanto maior a <strong>temperatura</strong> de <strong>revenimento</strong> mais<br />

fases claras surgirão. Apos realiza<strong>do</strong> o ensaio de<br />

dureza <strong>da</strong>s amostras e obteve-se o gráfico de<br />

dureza x <strong>temperatura</strong> de <strong>revenimento</strong> como<br />

mostra a Figura 5, onde <strong>no</strong>tou-se que a amostra 6<br />

com <strong>temperatura</strong> de <strong>revenimento</strong> de 400°C<br />

apresentou uma me<strong>no</strong>r variabili<strong>da</strong>de, em<br />

comparação às demais.<br />

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IX Encontro Lati<strong>no</strong> America<strong>no</strong> de Pós-Graduação – Universi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Paraíba<br />

Dureza HRC<br />

60<br />

55<br />

50<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

2 4 6 8 10<br />

Origem <strong>da</strong> medição (mm)<br />

Figura 5– Gráfico de Dureza x Temperatura de<br />

Revenimento.<br />

200 ο<br />

C<br />

250 ο C<br />

300 ο C<br />

350 ο<br />

C<br />

400 ο C<br />

450 ο<br />

C<br />

500 ο C<br />

550 ο<br />

C<br />

600 ο C<br />

650 ο<br />

C<br />

Para análise <strong>do</strong> <strong>no</strong>sso estu<strong>do</strong> verificamos<br />

também a porcentagem de martensita em ca<strong>da</strong><br />

faixa de <strong>temperatura</strong> de <strong>revenimento</strong> conforme<br />

mostra a Figura 6. O resfriamento rápi<strong>do</strong> em <strong>aço</strong>s<br />

pode conduzir a formação de uma fase não<br />

prevista <strong>no</strong> diagrama de equilíbrio, a martensita.<br />

No <strong>aço</strong>, uma fase metaestável composta por ferro<br />

que está supersatura<strong>da</strong> com carbo<strong>no</strong> e que é<br />

produto de uma transformação sem difusão<br />

(atérmica) <strong>da</strong> austenita (WILLIAM D. CALISTER,<br />

JR.).<br />

3


Porcentagem de Martensita Reti<strong>da</strong><br />

80.0<br />

70.0<br />

60.0<br />

50.0<br />

40.0<br />

30.0<br />

20.0<br />

10.0<br />

0.0<br />

200 250 300 350 400 450 500 550 600 650<br />

Temperatura °C<br />

Figura 6- Gráfico de Temperatura x Porcentagem<br />

de Martensita.<br />

Discussão<br />

Como observa<strong>do</strong> nas Figuras 2, Figura 3 e<br />

Figura 4 pode-se <strong>no</strong>tar uma maior quanti<strong>da</strong>de de<br />

martensita em <strong>temperatura</strong>s inferiores de<br />

<strong>revenimento</strong> Os grãos passam a ter um formato de<br />

agulhas, fase <strong>da</strong> martensita, enquanto as demais<br />

regiões representam a austenita que não se<br />

transformou durante o processo de resfriamento<br />

rápi<strong>do</strong> <strong>da</strong> têmpera.<br />

Com o <strong>revenimento</strong> houve a formação <strong>da</strong><br />

martensita reveni<strong>da</strong> que pode ser tão dura e<br />

resistente quanto a martensita, porém com a<br />

dutili<strong>da</strong>de e a tenaci<strong>da</strong>de melhora<strong>da</strong>s.<br />

Martensita Martensita reveni<strong>da</strong><br />

(TCC, mo<strong>no</strong>fásica) => (fase α + Fe3C)<br />

Desta forma a dureza e a resistência são<br />

obti<strong>da</strong>s pela grande quanti<strong>da</strong>de de contor<strong>no</strong>s de<br />

que existem entre a ferrita e a cementita.<br />

Os valores aferi<strong>do</strong>s com ensaio de dureza nas<br />

faixas de <strong>temperatura</strong>s determina<strong>da</strong>s de<br />

<strong>revenimento</strong>, vali<strong>da</strong>m os resulta<strong>do</strong>s conseqüentes<br />

<strong>da</strong> alteração significativa <strong>do</strong>s grãos.<br />

Assim, observou-se que o <strong>aço</strong> SAE 4340 reagiu<br />

de forma positiva após a têmpera, com aumento<br />

<strong>da</strong> dureza, comprova<strong>do</strong> pelas análises<br />

metalográficas que mostraram o refinamento <strong>do</strong>s<br />

grãos.<br />

Conclusão<br />

A <strong>no</strong>rma interna de especificação de buchas e<br />

pi<strong>no</strong>s de fixação, relatava grande faixa de durezas<br />

que variavam entre 28 à 44 HRC. Durante a<br />

análise em campo desses pi<strong>no</strong>s e buchas, a<br />

dureza encontra<strong>da</strong> foi de aproxima<strong>da</strong>mente de 55<br />

HRC. Esta dureza apresenta uma porcentagem<br />

eleva<strong>da</strong> de martensita que ficou por volta de 72%.<br />

Com essa quanti<strong>da</strong>de de martensita, o material<br />

possue eleva<strong>da</strong> dureza, porém, muito frágil que<br />

acarreta em falhas catastróficas. Com isso foi<br />

sugeri<strong>da</strong> uma revisão <strong>da</strong> <strong>no</strong>rma interna com a<br />

finali<strong>da</strong>de de tornar o material tenaz. A revisão<br />

solicita<strong>da</strong>, seria para realizar o tratamento térmico<br />

de <strong>revenimento</strong> com a faixa de <strong>temperatura</strong> de<br />

400°C que vai fornecer uma dureza média de 44<br />

HRC, com 61% de martensita (fase escura), ferro<br />

α + cementita (fase clara) Figura 3, conforme<br />

realiza<strong>do</strong> <strong>no</strong> trabalho.<br />

Com este procedimento vamos obter peças<br />

com excelente resistência mecânica e também<br />

uma boa dutili<strong>da</strong>de, ideal para não ocorrer<br />

quebras <strong>no</strong> processamento desses ferramentais.<br />

Agradecimentos<br />

Agradecemos ao laboratório de Microscopia<br />

Eletronica de Varredura <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Vale<br />

<strong>do</strong> Paraiba UNIVAP – IP&D, pela realização <strong>da</strong><br />

microscopia <strong>da</strong>s amostras deste artigo.<br />

Referências<br />

- TORRES, M.A.S.; VOORWALD, H.J.C.; An<br />

evaluation of shot peening, residual stress and<br />

estress relaxation on the fatique life of AISI 4340<br />

steel. International Journal of Fatigue 2002; pag.<br />

877-886; vol 24.<br />

- Souza, C.R; NASCIMENTO, P.M.; VOORZALD,<br />

H.J.C.; PIGATIN, W.L. Análise de fadiga, corrosão<br />

e desgaste abrasivo <strong>do</strong> cromo duro<br />

eletrodeposita<strong>do</strong> e revestimento de carbeto de<br />

tungstênio por HVOF <strong>no</strong> <strong>aço</strong> ABNT 4340, 2002,<br />

Projeçoes, v.19/20, p.59-69, Jan./Dez. 2001/2002.<br />

- CALLISTER Jr, William D. Ciência e Engenharia<br />

de Matérias 5° Edição – Rio de Janeiro: LTC<br />

Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2002.<br />

- Fernandes, Prof.Braz – Ciências <strong>do</strong> Materiais-<br />

Material didático Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s Universi<strong>da</strong>des<br />

Portuguesas, disponível em<br />

http://bfsecmet.<strong>no</strong>.sapo.pt/new-www/ , Acesso em<br />

março de 2009.<br />

XIII Encontro Lati<strong>no</strong> America<strong>no</strong> de Iniciação Científica e<br />

IX Encontro Lati<strong>no</strong> America<strong>no</strong> de Pós-Graduação – Universi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Paraíba<br />

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