Plano de Manejo - Instituto Ambiental do Paraná
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Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 Análise das informações obtidas As espécies de mamíferos registradas na RPPN Luz do Sol são na grande maioria de alta plasticidade ecológica, o que significa que conseguem se adaptar com facilidade aos distúrbios do meio (Fig. 3.91). Grande parte delas apresenta tempo de desenvolvimento curto, com esforço reprodutivo e mortalidade elevados. São generalistas em relação ao habitat e à alimentação. Este fato se deve principalmente à amostragem estar voltada a espécies de médio e grande porte, que possuem maior capacidade de deslocamento que aquelas de pequeno porte. Essas espécies são ainda mais facilmente observadas e por isso mais conhecidas, sendo mais comumente citadas em entrevistas. Espécies de baixa plasticidade, que são mais exigentes em relação às características ecológicas das áreas onde vivem, representam 5,5% do total registrado (n=1). Pertence a este grupo apenas a paca (Cuniculus paca), que requer áreas com menor grau de alteração. Fig. 3.91: Plasticidade ecológica das espécies de mamíferos registradas na RPPN Luz do Sol. Com relação à pressão de caça, 38,9% (n=7) das espécies apresentam alto interesse cinegético. Estão nesta categoria principalmente a paca e os tatus, além dos felinos que são bastante perseguidos em decorrência do eventual consumo de aves domésticas. Este é o principal fator de impacto à sobrevivência das populações. Fig. 3.92: Interesse cinegético das espécies de mamíferos registradas na RPPN Luz do Sol. 42
Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 Com relação à alimentação, os invertebrados são o alimento procurado pelo maior número de mamíferos registrados (Fig. 3.93). Várias espécies registradas são onívoras, ou seja, consomem uma variedade de itens alimentares. A onivoría é um processo comum em sistemas naturais e pode muitas vezes estabilizar a dinâmica de cadeias alimentares. Espécies onívoras possuem uma vantagem adaptativa uma vez que não dependem de recursos específicos, o que favorece o seu estabelecimento e manutenção em áreas alteradas. A habilidade de uma espécie onívora de substituir um recurso alimentar por outro conforme a sua disponibilidade pode manter a sua população em altas densidades, e levar à extinção espécies-presa que se encontrem em baixa densidade no ambiente (ATTAYDE et al., 2006). Fig. 3.93: Interesse cinegético das espécies de mamíferos registradas na RPPN Luz do Sol. Acredita-se que nem todas as espécies citadas nas entrevistas e constantes na lista de espécies registradas ainda ocupem regularmente o remanescente florestal da RPPN Luz do Sol. Este fato se deve ao seu reduzido tamanho e ao seu isolamento, já que a região é dominada por áreas de cultivo. A fauna exerce um papel importante em áreas naturais. O sucesso reprodutivo de diversas espécies de plantas está diretamente ligado a funções ecológicas exercidas por animais. A perda de grandes mamíferos pela caça ou fragmentação acarreta sérios efeitos tróficos, especialmente nas relações de herbivoría e predação de sementes. Na RPPN Luz do Sol foi observada grande disponibilidade de frutos e sementes de Syagrus romanzoffiana espalhados pelo chão, sem qualquer sinal de consumo pela fauna. Em áreas isoladas e com pouca diversidade de recursos alimentares, esta fonte de alimento bastante apreciada geralmente é bastante utilizada. Além de nutritivas, as palmeiras frutificam durante longo período, em geral quando há escassez de outros frutos, o que faz delas um recurso chave nas florestas. O grande volume de sementes e frutos desperdiçados pode ser um indicativo da ausência de consumidores. Alguns pesquisadores interpretam o acúmulo de frutos maduros no chão da mata como uma evidência da “síndrome da floresta vazia” (REDFORD, 1992), sinal de que, embora aparentemente bem, a floresta não mais hospeda animais que realizam papéis ecológicos importantes (PIRES e GALETTI, 2008). 3.4.7.7 Considerações Finais sobre a Fauna Atualmente, a avifauna presente na RPPN Luz do Sol apresenta elementos florestais, típicos de matas, no entanto, é limitada devido ao grau de isolamento do fragmento florestal. Ações voltadas à recuperação de áreas vizinhas e à formação de corredores de biodiversidade certamente trarão benefícios para a comunidade de aves local. 43
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<strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Manejo</strong> – RPPN Luz <strong>do</strong> Sol Socieda<strong>de</strong> Chauá, 2012<br />
Análise das informações obtidas<br />
As espécies <strong>de</strong> mamíferos registradas na RPPN Luz <strong>do</strong> Sol são na gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> alta<br />
plasticida<strong>de</strong> ecológica, o que significa que conseguem se adaptar com facilida<strong>de</strong> aos<br />
distúrbios <strong>do</strong> meio (Fig. 3.91). Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>las apresenta tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
curto, com esforço reprodutivo e mortalida<strong>de</strong> eleva<strong>do</strong>s. São generalistas em relação ao<br />
habitat e à alimentação. Este fato se <strong>de</strong>ve principalmente à amostragem estar voltada a<br />
espécies <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte, que possuem maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento que<br />
aquelas <strong>de</strong> pequeno porte. Essas espécies são ainda mais facilmente observadas e por isso<br />
mais conhecidas, sen<strong>do</strong> mais comumente citadas em entrevistas.<br />
Espécies <strong>de</strong> baixa plasticida<strong>de</strong>, que são mais exigentes em relação às características<br />
ecológicas das áreas on<strong>de</strong> vivem, representam 5,5% <strong>do</strong> total registra<strong>do</strong> (n=1). Pertence a<br />
este grupo apenas a paca (Cuniculus paca), que requer áreas com menor grau <strong>de</strong> alteração.<br />
Fig. 3.91: Plasticida<strong>de</strong> ecológica das espécies <strong>de</strong> mamíferos registradas na RPPN Luz <strong>do</strong> Sol.<br />
Com relação à pressão <strong>de</strong> caça, 38,9% (n=7) das espécies apresentam alto interesse<br />
cinegético. Estão nesta categoria principalmente a paca e os tatus, além <strong>do</strong>s felinos que são<br />
bastante persegui<strong>do</strong>s em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> eventual consumo <strong>de</strong> aves <strong>do</strong>mésticas. Este é o<br />
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