Plano de Manejo - Instituto Ambiental do Paraná
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<strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Manejo</strong> – RPPN Luz <strong>do</strong> Sol Socieda<strong>de</strong> Chauá, 2012<br />
(Synallaxis ruficapilla), o petrim (Synallaxis frontalis), a marianinha-amarela (Capsiempis<br />
flaveola), o ferreirinho-<strong>de</strong>-cara-canela (Poecilotriccus plumbeiceps), a gralha-picassa<br />
(Cyanocorax chrysops), o cabecinha-castanha (Pyrrhocoma ruficeps), o tié-preto<br />
(Tachyphonus coronatus) e o canário-<strong>do</strong>-mato (Basileuterus flaveolus).<br />
Os trechos <strong>de</strong> floresta mais estruturada são habita<strong>do</strong>s por aves que toleram menos<br />
perturbações no hábitat original, como, por exemplo, o inhambu-chintã (Crypturellus<br />
tataupa), o gavião-<strong>de</strong>-cauda-curta (Buteo brachyurus), a maitaca (Pionus maximiliani), o<br />
pica-pauzinho-ver<strong>de</strong>-carijó (Veniliornis spilogaster), o chorozinho-<strong>de</strong>-asa-vermelha<br />
(Herpsilochmus rufimarginatus), o arapaçu-<strong>de</strong>-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis), o<br />
barranqueiro-<strong>de</strong>-olho-branco (Automolus leucophthalmus), o cabeçu<strong>do</strong> (Leptopogon<br />
amaurocephalus), a sabiá-coleira (Turdus albicollis), o tiê-<strong>de</strong>-topete (Lanio melanops) e o<br />
tiê-<strong>do</strong>-mato-grosso (Habia rubica). Todas estas espécies citadas acima po<strong>de</strong>m ser<br />
consi<strong>de</strong>radas indica<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental (ou bioindica<strong>do</strong>ras). Cabe ressaltar que<br />
este fragmento florestal é muito importante para as espécies citadas acima, pois são aves<br />
que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da integrida<strong>de</strong> da floresta e não se <strong>de</strong>slocam por áreas <strong>de</strong> lavoura,<br />
permanecen<strong>do</strong> isoladas.<br />
Nos trechos mais próximos aos rios (a RPPN fica a distâncias <strong>de</strong> 250 a 500 m <strong>do</strong>s rios),<br />
po<strong>de</strong>m ocorrer esporadicamente espécies associadas à floresta ribeirinha. Este é o caso <strong>do</strong><br />
savacu (Nycticorax nycticorax), da saracura-<strong>do</strong>-mato (Arami<strong>de</strong>s saracura) e da an<strong>do</strong>rinhaserra<strong>do</strong>r<br />
(Stelgi<strong>do</strong>pteryx ruficollis), por exemplo.<br />
Fora da RPPN, no brejo forma<strong>do</strong> pela pequena barragem <strong>do</strong> córrego sem nome que<br />
atravessa a Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol existem ambientes bastante distintos daqueles observa<strong>do</strong>s<br />
no interior da RPPN. As aves que caracterizam este local são o japacanim (Donacobius<br />
atricapilla), o pia-cobra (Geothlypis aequinoctialis), o joão-teneném (Synallaxis spixi), o<br />
coleirinho (Sporophila caerulescens), a corruíra (Troglodytes musculus), o risadinha<br />
(Camptostoma obsoletum) e o birro (Melanerpes candidus), entre outros.<br />
Também fora da RPPN, um gama <strong>de</strong> espécies habita as áreas mais abertas. Nos locais<br />
transforma<strong>do</strong>s em lavoura, táxons oportunistas vêm expandin<strong>do</strong> sua área <strong>de</strong> distribuição no<br />
mesmo ritmo em que espécies florestais vêm sofren<strong>do</strong> com a perda <strong>de</strong> hábitat. Alguns<br />
exemplos <strong>de</strong> aves que estão aumentan<strong>do</strong> seus contingentes populacionais<br />
proporcionalmente ao aumento das áreas <strong>de</strong> lavoura são o carcará (Caracara plancus), a<br />
coruja-buraqueira (Athene cunicularia), o pica-pau-<strong>do</strong>-campo (Colaptes campestris), o joão<strong>de</strong>-barro<br />
(Furnarius rufus), o bentevi-<strong>do</strong>-ga<strong>do</strong> (Machetornis rixosa), o tesoura (Tyrannus<br />
savana), o caminheiro-zumbi<strong>do</strong>r (Anthus lutescens) e o vira-bosta (Molothrus bonariensis).<br />
Os arre<strong>do</strong>res da se<strong>de</strong> da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol são habita<strong>do</strong>s por aves que se aproveitam <strong>de</strong><br />
ambientes antrópicos, como o canário-da-terra-verda<strong>de</strong>iro (Sicalis flaveola), o príncipe<br />
(Pyrocephalus rubinus), o sabiá-<strong>do</strong>-campo (Mimus saturninus), o sabiá-barranco (Turdus<br />
leucomelas) e o fim-fim (Euphonia chlorotica), entre outras espécies.<br />
Analisan<strong>do</strong>-se a sensibilida<strong>de</strong> das espécies a distúrbios no hábitat, os valores encontra<strong>do</strong>s<br />
para as três categorias propostas evi<strong>de</strong>nciam que a maioria das espécies toleram ou até<br />
mesmo se beneficiam com alterações nos ambientes naturais. Este resulta<strong>do</strong> indica que o<br />
número <strong>de</strong> espécies que habita áreas abertas, lavouras, pomares ou brejos é maior que o<br />
número <strong>de</strong> espécies restritas ao ambiente florestal. E é este panorama que existe na região:<br />
muitas áreas abertas, sen<strong>do</strong> utilizadas economicamente, contrastan<strong>do</strong> com o reduzi<strong>do</strong><br />
número <strong>de</strong> áreas florestais. Dentre o total <strong>de</strong> espécies compiladas para a área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>,<br />
31% são parcialmente exigentes, ocorren<strong>do</strong> tanto na floresta como em suas bordas e em<br />
ambientes altera<strong>do</strong>s. Por fim, apenas 24% <strong>do</strong>s táxons são exigentes em relação ao habitat,<br />
ocupan<strong>do</strong> exclusivamente ou preferencialmente o interior da mata. A figura 3.72 ilustra a<br />
proporção entre as diferentes categorias.<br />
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