Plano de Manejo - Instituto Ambiental do Paraná

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Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 As famílias Cactaceae e Myrtaceae se destacam no remanescente da RPPN Luz do Sol como as mais ricas em espécies de interesse para a fauna, totalizando cada uma seis taxa. São também relevantes neste aspecto as famílias Salicaceae (cinco espécies) e Sapindaceae (quatro espécies). Para que se tenha um panorama geral do contexto de espécies de interesse para a fauna frugívora nos remanescentes da área protegida, é interessante ressaltar que, do total de 130 espécies nativas registradas, 70 (53,8%) produzem frutos aptos a serem consumidos pela fauna silvestre (Lista Preliminar da Flora da RPPN Luz do Sol, Anexo III). Algumas plantas importantes para a alimentação da fauna nas florestas da RPPN Luz do Sol são Annona cacans ariticum, Tabernaemontana catharinensis leiteira, Syagrus romanzoffiana jerivá, Cordia ecalyculata chá-de-bugre, Trema micrantha grandiúva, Jacaratia spinosa jaracatiá, Nectandra megapotamica canela-fedida, Ocotea puberula canela-guaicá, Ficus guaranitica figueira-brava, Maclura tinctoria amora-branca, Campomanesia spp. guavirobas, Eugenia spp. guamirins, Piper spp. falsos-jaborandis, Prunus brasiliensis pessegueiro-bravo, Psychotria myriantha pasto-de-anta, Zanthoxylum spp. mamicas, Casearia spp. guassatungas, Cupania vernalis cuvatã, Matayba elaeagnoides miguel-pintado, Chrysophyllum gonocarpum caxeteira e Solanum spp. cuvitingas, entre outras, fornecendo frutos em diferentes épocas e em distintos estratos. Espécies Vegetais Exóticas Espécies exóticas são aquelas que ocorrem numa área fora de seu limite natural historicamente conhecido, como resultado de introdução acidental ou intencional através de atividades humanas (INSTITUTO DE RECURSOS MUNDIAIS; UNIÃO MUNDIAL PARA A NATUREZA; PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE, 1992). À medida que uma espécie exótica introduzida consegue estabelecer populações autossustentáveis, passa a ser considerada espécie estabelecida. Algumas das espécies estabelecidas tornam-se aptas a avançar sobre ambientes naturais e alterados, transformando-se em espécies invasoras. Desta forma, uma exótica invasora é uma espécie introduzida que se propaga, sem o auxílio do homem, e passa a ameaçar ambientes fora do seu território de origem, causando impactos ambientais e socioeconômicos (ZALBA, 2006). As espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana (MMA, 2006). A problemática das espécies invasoras está relacionada ao fato de que estas não são consideradas daninhas pelas pessoas que as cultivam em suas propriedades. Foram detectadas seis espécies exóticas na RPPN Luz do Sol. As exóticas consideradas estabelecidas são Citrus deliciosa bergamota e Citrus limonia limão-cravo. Ambas foram representadas por indivíduos esparsos localizados próximo às bordas do remanescente florestal. Devido as suas características ecológicas, existe a possibilidade de que estas passem a se reproduzir e dispersar de forma mediana nas comunidades vegetais nativas, caso não sejam tomadas medidas de controle. As espécies exóticas invasoras existentes na RPPN Luz do Sol são a Eriobotrya japonica nêspera, Melia azedarach cinamomo, Ricinus communis mamona, e Pennisetum purpureum capim-elefante (Figs 3.44 a 3.47). A nêspera foi registrada próximo à borda sudeste da RPPN Luz do Sol, representada por alguns indivíduos jovens. O cinamomo ocorre também predominantemente nas bordas, mas já representado por indivíduos adultos. A mamona foi representada por um indivíduo jovem na borda nordeste. Por fim, o capim-elefante é a exótica com maior nível de invasão na área protegida, formando uma densa barreira com touceiras altas em toda a bordadura do remanescente, e ocorrendo também em alguns trechos no seu interior, em clareiras de maior extensão. As espécies E. japonica, R. communis e M. azedarach figuram na Lista Oficial de Espécies Exóticas Invasoras para o Estado do Paraná (IAP, 2007). 24

Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 Fig. 3.44: Eriobotrya japonica (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.45: Melia azedarach (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.46: Ricinus communis (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.47: Pennisetum purpureum (Foto: C.T.Blum) 3.4.6.4 Cobertura Vegetal A cobertura vegetal da RPPN Luz do Sol é caracterizada pela floresta secundária no estágio médio da sucessão. Esta fisionomia abrange na área protegida alguns trechos pontuais de vegetação no estágio inicial da sucessão (Fig. 3.53) que, no entanto, não podem ser distinguidos nas imagens de satélite, em função de suas pequenas dimensões. No Anexo IX é apresentado o Mapa de Cobertura e Uso da Terra da RPPN Luz do Sol. A seguir é descrita a cobertura vegetal presente na área protegida: A floresta da RPPN Luz do Sol apresenta fisionomia relativamente heterogênea, devido às perturbações antrópicas sofridas no passado. A escassez de árvores climácicas de grande porte denota ter sido realizada exploração madeireira seletiva há mais de 30 ou 40 anos. Adicionalmente, de acordo com relato da proprietária, houve considerável impacto pela circulação de gado bovino na floresta até o ano de 2000. Deste modo, a fisionomia geral do remanescente se caracteriza pela presença de árvores emergentes muito esparsas, com alturas entre 16 e 22 m, despontando sobre um dossel descontínuo que varia de 10 a 15 m (Figs. 3.48 e 3.49). Nas áreas mais impactadas o dossel pode ser ainda mais baixo, sendo que nestes casos a floresta é sempre ocupada por intrincadas redes de Merostachys multiramea taquara e Chusquea sp. criciúma. De um modo geral, o dossel da floresta é caracterizado por espécies pioneiras e secundárias, com destaque para Acacia polyphylla monjoleiro, Parapiptadenia rigida gurucaia, Lonchocarpus guilleminianus embira-de-sapo, Bastardiopsis densiflora lourobranco, Heliocarpus americanus jangada-brava e Cordia trichotoma louro-pardo. Também são comuns Nectandra megapotamica canela-fedida, Zanthoxylum spp. mamicas, Casearia obliqua guassatunga-preta e Peltophorum dubium canafístula. Nos trechos mais conservados, além das espécies já citadas, são observadas Balfourodendron riedelianum pau-marfim, Aspidosperma polyneuron peroba-rosa, Annona 25

<strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Manejo</strong> – RPPN Luz <strong>do</strong> Sol Socieda<strong>de</strong> Chauá, 2012<br />

Fig. 3.44: Eriobotrya japonica (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.45: Melia azedarach (Foto: C.T.Blum)<br />

Fig. 3.46: Ricinus communis (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.47: Pennisetum purpureum (Foto: C.T.Blum)<br />

3.4.6.4 Cobertura Vegetal<br />

A cobertura vegetal da RPPN Luz <strong>do</strong> Sol é caracterizada pela floresta secundária no estágio<br />

médio da sucessão. Esta fisionomia abrange na área protegida alguns trechos pontuais <strong>de</strong><br />

vegetação no estágio inicial da sucessão (Fig. 3.53) que, no entanto, não po<strong>de</strong>m ser<br />

distingui<strong>do</strong>s nas imagens <strong>de</strong> satélite, em função <strong>de</strong> suas pequenas dimensões.<br />

No Anexo IX é apresenta<strong>do</strong> o Mapa <strong>de</strong> Cobertura e Uso da Terra da RPPN Luz <strong>do</strong> Sol. A<br />

seguir é <strong>de</strong>scrita a cobertura vegetal presente na área protegida:<br />

A floresta da RPPN Luz <strong>do</strong> Sol apresenta fisionomia relativamente heterogênea, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às<br />

perturbações antrópicas sofridas no passa<strong>do</strong>. A escassez <strong>de</strong> árvores climácicas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

porte <strong>de</strong>nota ter si<strong>do</strong> realizada exploração ma<strong>de</strong>ireira seletiva há mais <strong>de</strong> 30 ou 40 anos.<br />

Adicionalmente, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com relato da proprietária, houve consi<strong>de</strong>rável impacto pela<br />

circulação <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> bovino na floresta até o ano <strong>de</strong> 2000.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, a fisionomia geral <strong>do</strong> remanescente se caracteriza pela presença <strong>de</strong> árvores<br />

emergentes muito esparsas, com alturas entre 16 e 22 m, <strong>de</strong>spontan<strong>do</strong> sobre um <strong>do</strong>ssel<br />

<strong>de</strong>scontínuo que varia <strong>de</strong> 10 a 15 m (Figs. 3.48 e 3.49). Nas áreas mais impactadas o<br />

<strong>do</strong>ssel po<strong>de</strong> ser ainda mais baixo, sen<strong>do</strong> que nestes casos a floresta é sempre ocupada por<br />

intrincadas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Merostachys multiramea taquara e Chusquea sp. criciúma.<br />

De um mo<strong>do</strong> geral, o <strong>do</strong>ssel da floresta é caracteriza<strong>do</strong> por espécies pioneiras e<br />

secundárias, com <strong>de</strong>staque para Acacia polyphylla monjoleiro, Parapipta<strong>de</strong>nia rigida<br />

gurucaia, Lonchocarpus guilleminianus embira-<strong>de</strong>-sapo, Bastardiopsis <strong>de</strong>nsiflora lourobranco,<br />

Heliocarpus americanus jangada-brava e Cordia trichotoma louro-par<strong>do</strong>.<br />

Também são comuns Nectandra megapotamica canela-fedida, Zanthoxylum spp. mamicas,<br />

Casearia obliqua guassatunga-preta e Peltophorum dubium canafístula.<br />

Nos trechos mais conserva<strong>do</strong>s, além das espécies já citadas, são observadas<br />

Balfouro<strong>de</strong>ndron rie<strong>de</strong>lianum pau-marfim, Aspi<strong>do</strong>sperma polyneuron peroba-rosa, Annona<br />

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