Plano de Manejo - Instituto Ambiental do Paraná
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<strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Manejo</strong> – RPPN Luz <strong>do</strong> Sol Socieda<strong>de</strong> Chauá, 2012<br />
Espécies arbustivas, herbáceas e lianas<br />
Além das espécies arbóreas, as comunida<strong>de</strong>s vegetais da RPPN Luz <strong>do</strong> Sol também<br />
abrangem várias espécies arbustivas, herbáceas e lianas.<br />
Dentre as plantas <strong>de</strong> porte arbustivo mais relevantes na RPPN Luz <strong>do</strong> Sol estão espécies<br />
heliófilas ou <strong>de</strong> luz difusa que ocupam as muitas clareiras existentes. Neste quesito<br />
<strong>de</strong>stacam-se Merostachys multiramea taquara (Fig. 3.38) e Chusquea sp. criciúma, duas<br />
espécies <strong>de</strong> bambus que formam <strong>de</strong>nsos maciços e re<strong>de</strong>s nos trechos <strong>de</strong> maior<br />
luminosida<strong>de</strong>. A abundância <strong>de</strong>stas espécies é um reflexo das perturbações sofridas pelo<br />
remanescente florestal no passa<strong>do</strong>. Apesar <strong>de</strong> serem espécies nativas, sua ocupação<br />
<strong>de</strong>masiada, potencializada pelas perturbações na floresta, po<strong>de</strong> retardar a regeneração da<br />
comunida<strong>de</strong> florestal, por dificultar a germinação e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outras espécies.<br />
Nos ambientes mais sombrea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s trechos em melhor esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação são<br />
relativamente comuns arbustos <strong>de</strong> Justicia brasiliana, Miconia sp., Piper amalago (Fig. 3.37)<br />
e Piper gaudichaudianum, sen<strong>do</strong> que estes <strong>do</strong>is últimos chegam a formar agrupamentos<br />
<strong>de</strong>nsos.<br />
A composição <strong>do</strong> estrato herbáceo terrícola da floresta varia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as condições<br />
ambientais <strong>de</strong> cada trecho da RPPN Luz <strong>do</strong> Sol. No interior <strong>de</strong> florestas menos alteradas,<br />
com maior sombreamento e umida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>m ser encontradas Ruellia brevifolia,<br />
Asterostigma lividum, Dichorisandra hexandra, Dichorisandra thyrsiflora, Corymborkis flava e<br />
Oeceocla<strong>de</strong>s maculata (Fig. 3.38), em geral com indivíduos distribuí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma esparsa.<br />
Alguns trechos são caracteriza<strong>do</strong>s por agrupamentos abundantes <strong>de</strong> Ctenanthe lanceolata<br />
ou Parodiolyra micrantha (Fig. 3.39). Bordas e clareiras maiores apresentam ocupação<br />
<strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> Pennisetum purpureum, gramínea exótica invasora que possui comportamento<br />
bastante agressivo e impeditivo ao <strong>de</strong>senvolvimento das espécies nativas.<br />
Outro grupo relevante a ser menciona<strong>do</strong> é o das epífitas, plantas que se fixam sobre outras<br />
plantas, mas que ao contrário das parasitas, não causam mal ao indivíduo que lhes fornece<br />
o apoio. A riqueza em epífitas geralmente indica que a comunida<strong>de</strong> florestal se encontra em<br />
processo avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> sucessão e que não vem sofren<strong>do</strong> perturbações.<br />
De maneira geral, por ter sofri<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ráveis interferências humanas no passa<strong>do</strong>, a RPPN<br />
Luz <strong>do</strong> Sol apresenta reduzida abundância e riqueza <strong>de</strong> epífitas na maior parte <strong>de</strong> suas<br />
árvores. No entanto, em alguns indivíduos <strong>de</strong> maior porte o epifitismo se faz presente com<br />
razoável expressão.<br />
Dentre as espécies epífitas registradas po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar Philo<strong>de</strong>ndron bipinnatifidum (Fig.<br />
3.40), Aechmea bromeliifolia, Tillandsia mallemontii, Tillandsia tricholepis (Fig. 3.41),<br />
Epiphylum phylanthus e Microgramma squamulosa.<br />
Por fim, é muito relevante a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lianas lenhosas que formam, em alguns trechos,<br />
<strong>de</strong>nsas re<strong>de</strong>s sobre o <strong>do</strong>ssel florestal. Dentre estas se <strong>de</strong>stacam Bignonia binata (Fig. 3.42),<br />
Dolichandra unguis-cati, Pereskia aculeata (Fig. 3.43), Canavalia bonariensis, Paullinia<br />
meliifolia e Dalbergia frutescens .<br />
Frugivoria em espécies nativas<br />
As populações vegetais e animais possuem importantes relações entre si. São combinações<br />
entre plantas e seus poliniza<strong>do</strong>res e dispersores, os quais influenciam-se reciprocamente<br />
(MORELLATO e LEITÃO-FILHO, 1992). De acor<strong>do</strong> com Galetti et al. (2003), os frutos são<br />
importante fonte energética para a fauna por serem facilmente encontra<strong>do</strong>s e processa<strong>do</strong>s.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista da planta, sem a dispersão das sementes, a regeneração em novos locais<br />
torna-se impossível. Os dispersores atuam na regeneração <strong>de</strong> ambientes perturba<strong>do</strong>s,<br />
transportan<strong>do</strong> sementes para áreas perturbadas (GUEVARA e LABORDE, 1993). Diversas<br />
evidências sugerem que morcegos e aves <strong>de</strong> pequeno porte possuem também um papel<br />
vital na recomposição <strong>de</strong> ambientes através da dispersão <strong>de</strong> plantas pioneiras ou <strong>de</strong><br />
estágios mais avança<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sucessão (GALETTI et al., 2003).<br />
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