Plano de Manejo - Instituto Ambiental do Paraná

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Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 Observa-se, assim, que há um grande potencial no município para pessoas que tenham interesse em investir em empreendimentos de turismo rural e ecoturismo. A participação desses locais em roteiros promovidos pela Prefeitura é uma oportunidade de alavancar negócios e assegurar, de certa forma, a presença constante de visitantes. Para isso, no entanto, é fundamental a participação nas iniciativas de organização dos empreendedores do setor de turismo de Rolândia, bem como o investimento em estrutura que possa atender os visitantes de maneira confortável e atrativa. 3.1.5 Entorno Imediato da Fazenda Luz do Sol O entorno imediato da Fazenda Luz do Sol é ocupado principalmente por grandes propriedades onde se exploram lavouras temporárias e pecuária. Estas áreas de aproveitamento agropecuário predominam na paisagem, sendo esparsamente intercalados por fragmentos florestais nativos de pequenas dimensões, que geralmente ocorrem representados por faixas estreitas ao longo dos cursos-d’água e alguns remanescentes florestais destinados como Reserva Legal (Fig. 3.5). Fig. 3.5: Aspecto do uso do solo no entorno da Fazenda Luz do Sol (Nota: os contornos da propriedade são apresentados de forma meramente ilustrativa). (Adaptado de GOOGLE EARTH, 2011). Comunidade de entorno A população que vive na área de entorno da Fazenda Luz do Sol é bastante reduzida. Compõe-se basicamente por dois grupos distintos: a) proprietários das áreas circunvizinhas, que utilizam suas terras prioritariamente para agricultura; b) caseiros e funcionários dos proprietários, que vivem no local com suas famílias em média de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças/adolescentes). Dos três proprietários mais próximos, apenas um, o Sr. Nikolaus Schauff, possui perfil mais conservacionista. Embora sua atividade principal seja o plantio de soja, aveia e milho, possui uma RPPN implantada em sua área e tem alguns procedimentos na fazenda que indicam preocupação com questões ambientais. A exigência que os funcionários separem o lixo em suas casas, e a sistematização de um sistema de transporte do material reciclável para a cidade é exemplo disso. A RPPN é mantida fechada e ninguém está autorizado a entrar nela, pois o objetivo do proprietário, ao criá-la, foi manter o remanescente protegido, visando fazer com que a vegetação possa se recuperar após explorações anteriores. Tratase de uma área com quase 130 hectares. 10

Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 Dos outros dois proprietários, um é ex-marido da proprietária da RPPN Luz do Sol, Sr. Paulo Monteiro, e a fazenda é administrada pelo seu filho. Não se antevê, assim, qualquer tipo de conflito mais sério envolvendo a RPPN Luz do Sol, embora a atividade agrícola desenvolvida (plantios de soja, cana-de-açúcar e laranja) seja conflitante em alguns aspectos com a conservação da biodiversidade. O último proprietário, que possui áreas confrontantes à Fazenda Luz do Sol, Sr. Pacheco, também é arrendatário de áreas da própria Fazenda Luz do Sol, principalmente para produção de soja. Trata-se de um agricultor convencional, com mentalidade focada na questão econômica, com pouca preocupação com a conservação de áreas naturais. A área de Reserva Legal da sua propriedade faz divisa imediata com a RPPN Luz do Sol, o que por um lado é bastante positivo, pois aumenta a área efetivamente conservada, com ganhos ambientais importantes para a Reserva. Pôde-se observar em entrevista que não há qualquer intenção de se transformar a Reserva Legal em RPPN, como fez sua vizinha. O relacionamento entre esse proprietário e a dona da RPPN é amistoso, porém existem discordâncias especificamente em função da forma como o trabalho agrícola é realizado na área contígua à RPPN, sem cuidado e respeito aos seus limites. Isso acontece em função da forma como o Sr. Pacheco percebe as áreas naturais. Para ele, conforme seu próprio depoimento, “o mato não me dá lucro nenhum, e eu preciso ter renda. Isso quem em traz é a agricultura”. Em relação ao grupo de funcionários dos fazendeiros que vivem próximos à RPPN, constitui-se de cerca de sete famílias. O Sr. Pacheco emprega três famílias em suas áreas, enquanto os outros dois proprietários trabalham com duas famílias cada um. Em geral são pessoas da própria região, que abdicaram de viver na cidade para ter uma vida mais tranquila nas fazendas, sem precisar pagar aluguel. Gostam do local onde vivem, e, além do trabalho nas plantações, cultivam horta, cuidam dos jardins e gostam de mexer na terra. Todas as famílias se conhecem e observou-se um certo “rodízio” entre elas nas diferentes propriedades da região. Algumas já trabalharam para outros proprietários, incluindo a própria proprietária da RPPN Luz do Sol. Todas as crianças e jovens das famílias de caseiros e funcionários dos proprietários frequentam a escola em São Martinho ou em Rolândia. A maior parte é de crianças que estão ainda na primeira fase do ensino fundamental (1º ao 5º ano), mas quatro já estão na segunda fase (6º ao 9º ano) e dois frequentam o ensino médio. Em todas as famílias entrevistadas percebeu-se certa preocupação em relação aos jovens, no que diz respeito tanto ao convívio social, uma vez que vivendo nas fazendas ficam relativamente isolados, como também em relação ao baixo nível de empregabilidade na região. Embora os pais, em geral, gostem de viver na área rural, os jovens preferem a cidade, em função principalmente das oportunidades de capacitação (cursos diversos) e empregos, além da ficarem mais próximos dos amigos. Outro fator importante a ser ressaltado é a falta de opções de lazer na região. Os homens em geral tem somente a pescaria como opção e a diversão das famílias é visitar parentes e amigos na cidade. Isso torna a vida tediosa, tanto para os jovens, como para as esposas, que normalmente ficam em casa enquanto os maridos trabalham na agricultura. A possibilidade aventada de colaborar com o trabalho de recebimento de visitantes na RPPN Luz do Sol foi recebida com entusiasmo tanto pelos jovens presentes às entrevistas, como principalmente pelas mulheres dos funcionários, que afirmaram gostar muito da ideia. Com relação aos problemas ambientais percebidos por essa população, a percepção dos moradores pode ser dividida em três diferentes categorias, dependendo do local de moradia, e do perfil de cada um, agregado à realidade vivida por cada família: a) os homens que costumam pescar em seus momentos de lazer apontaram a questão da poluição dos rios pelo Curtume Vanzella e pela empresa Big Frango. Segundo essas pessoas, desde que as empresas se instalaram no local, os rios da região tem ficado fétidos, com espuma e com peixes mortos em suas margens; 11

<strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Manejo</strong> – RPPN Luz <strong>do</strong> Sol Socieda<strong>de</strong> Chauá, 2012<br />

Observa-se, assim, que há um gran<strong>de</strong> potencial no município para pessoas que tenham<br />

interesse em investir em empreendimentos <strong>de</strong> turismo rural e ecoturismo. A participação<br />

<strong>de</strong>sses locais em roteiros promovi<strong>do</strong>s pela Prefeitura é uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alavancar<br />

negócios e assegurar, <strong>de</strong> certa forma, a presença constante <strong>de</strong> visitantes. Para isso, no<br />

entanto, é fundamental a participação nas iniciativas <strong>de</strong> organização <strong>do</strong>s empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> setor <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> Rolândia, bem como o investimento em estrutura que possa aten<strong>de</strong>r<br />

os visitantes <strong>de</strong> maneira confortável e atrativa.<br />

3.1.5 Entorno Imediato da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol<br />

O entorno imediato da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol é ocupa<strong>do</strong> principalmente por gran<strong>de</strong>s<br />

proprieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> se exploram lavouras temporárias e pecuária. Estas áreas <strong>de</strong><br />

aproveitamento agropecuário pre<strong>do</strong>minam na paisagem, sen<strong>do</strong> esparsamente intercala<strong>do</strong>s<br />

por fragmentos florestais nativos <strong>de</strong> pequenas dimensões, que geralmente ocorrem<br />

representa<strong>do</strong>s por faixas estreitas ao longo <strong>do</strong>s cursos-d’água e alguns remanescentes<br />

florestais <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s como Reserva Legal (Fig. 3.5).<br />

Fig. 3.5: Aspecto <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo no entorno da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol (Nota: os contornos da proprieda<strong>de</strong> são<br />

apresenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma meramente ilustrativa). (Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> GOOGLE EARTH, 2011).<br />

Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entorno<br />

A população que vive na área <strong>de</strong> entorno da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol é bastante reduzida.<br />

Compõe-se basicamente por <strong>do</strong>is grupos distintos:<br />

a) proprietários das áreas circunvizinhas, que utilizam suas terras prioritariamente<br />

para agricultura;<br />

b) caseiros e funcionários <strong>do</strong>s proprietários, que vivem no local com suas famílias em<br />

média <strong>de</strong> quatro pessoas (<strong>do</strong>is adultos e duas crianças/a<strong>do</strong>lescentes).<br />

Dos três proprietários mais próximos, apenas um, o Sr. Nikolaus Schauff, possui perfil mais<br />

conservacionista. Embora sua ativida<strong>de</strong> principal seja o plantio <strong>de</strong> soja, aveia e milho,<br />

possui uma RPPN implantada em sua área e tem alguns procedimentos na fazenda que<br />

indicam preocupação com questões ambientais. A exigência que os funcionários separem o<br />

lixo em suas casas, e a sistematização <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> transporte <strong>do</strong> material reciclável<br />

para a cida<strong>de</strong> é exemplo disso. A RPPN é mantida fechada e ninguém está autoriza<strong>do</strong> a<br />

entrar nela, pois o objetivo <strong>do</strong> proprietário, ao criá-la, foi manter o remanescente protegi<strong>do</strong>,<br />

visan<strong>do</strong> fazer com que a vegetação possa se recuperar após explorações anteriores. Tratase<br />

<strong>de</strong> uma área com quase 130 hectares.<br />

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