Plano de Manejo - Instituto Ambiental do Paraná

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Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 2.3 Histórico de Criação da RPPN Luz do Sol A Fazenda Luz do Sol foi parte integrante de uma propriedade maior pertecente à família do Sr. Paulo Monteiro, ex-marido da atual proprietária. Está na família desde a década de 1960, tendo sido adquirida de um inglês que trabalhava na Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), subsidiária da empresa Parana Plantation Ltda. A casa onde hoje reside a proprietária da Fazenda Luz do Sol foi construída por esse inglês na década de 40, e por muito tempo ficou abandonada, sendo utilizada como depósito de café. No final da década de 60, já casada, a proprietária restaurou a casa e passou a utilizála passando algumas temporadas no local. Em 1989 a propriedade foi dividida entre o ex-casal, sendo que a Sra. Lúcia Helena Segantin passou a ser proprietária da Fazenda Luz do Sol, onde se localiza a residência e o fragmento florestal transformado na RPPN Luz do Sol. Anos mais tarde, por afinidade com as temáticas de conservação da natureza, a proprietária cultivou a ideia de criar uma reserva particular. Assim, no dia 09 de setembro de 2008, 44,64 ha de floresta nativa da Fazenda Luz do Sol foram oficializados como Reserva Particular do Patrimônio Natural Estadual (RPPN) pela Portaria Nº 157. Dessa forma, a proprietária destina essa floresta para intuitos de conservação ecológica e educação ambiental, colaborando para a proteção e manutenção de ecossistemas nativos. O fragmento que constitui a RPPN Luz do Sol sofreu exploração madeireira seletiva realizada há mais de 50 anos. Posteriormente, segundo informações de funcionários que trabalharam na fazenda na década de 80, além da extração de lenha e palanques para cerca, a área também era utilizada pelo gado, que era criado de maneira extensiva. Somente em 2000 a área foi isolada do gado e deixada para regenerar-se naturalmente. Importante salientar que a Fazenda Luz do Sol possui algumas construções de uma antiga vila de funcionários, conhecida por “Colônia” (fora dos limites da RPPN). Embora sejam construções modernas convencionais e algumas delas estejam em ruínas, fazem parte da história da propriedade e da colonização da região, podendo vir a se constituir, caso sejam restauradas e adaptadas, em mais um atrativo da fazenda para ser mostrado a visitantes. 3. DIAGNÓSTICO O diagnóstico em questão aborda três níveis geográficos e de aprofundamento distintos, que são: Área de entorno – se refere a uma breve descrição do entorno imediato e uma caracterização geral do município onde se insere a propriedade; Área total da propriedade – considerando que a RPPN é parte de um imóvel maior, para o qual foi feita uma caracterização sobre o uso da terra e atividades conflitantes; Área da RPPN – se refere a uma caracterização ambiental aprofundada dos 44,64 ha que constituem a RPPN Luz do Sol. 3.1 Caracterização da Área de Entorno 3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais do Município A cidade de Rolândia foi fundada pela “Companhia de Terras Norte do Paraná”, subsidiária da “Parana Plantation Ltda”, cujos donos eram ingleses. No dia 29 de junho de 1934, iniciouse a construção da primeira edificação no perímetro urbano, o Hotel Rolândia. Daí para frente as construções se sucederam e uma próspera vila emergiu em meio à mata (PREFEITURA MUNICIPAL DE ROLÂNDIA, 2011). A fama da fértil “Terra Roxa” se espalhou pelo País e o Norte do Paraná ficou sendo 4

Plano de Manejo – RPPN Luz do Sol Sociedade Chauá, 2012 conhecido como a Canaã Brasileira. Logo, mineiros, paulistas, baianos e filhos de imigrantes alemães radicados nos estados do Sul estavam povoando e construindo Rolândia. Imigrantes estrangeiros também foram direcionados a se estabelecerem na região (BONI e POPOLIN, 2009). Dos imigrantes estrangeiros que colaboraram no desenvolvimento de Rolândia, destacamse japoneses, alemães, italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, húngaros, suíços, poloneses, tchecos e austríacos. O nome de Rolândia é de origem germânica, nome dado em homenagem a Roland, legendário herói alemão, que na Idade Média guerreava ao lado de seu tio, Carlos Magno (PREFEITURA MUNICIPAL DE ROLÂNDIA, 2011). Após a 1ª Guerra Mundial, a Alemanha foi assolada por grande crise econômica, induzindo o desenvolvimento de companhias com objetivo de incentivar a imigração. Entre estas se destacou a “Companhia Para Estudos Econômicos Além-Mar”. Neste período muitas companhias colonizadoras inglesas ofereciam terras aos interessados em imigração, entre elas, a “Parana Plantation Ltda.” que possuía duas filiais no Brasil, a “Companhia de Terras Norte do Paraná” e a “Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná”. Ao assumir a presidência da Companhia para Estudos Econômicos Além-Mar, Erich Koch-Weser convidou Oswald Nixdorf para procurar junto à “Parana Plantation” um local apropriado para iniciar uma colonização alemã no Brasil. Escolhido o local, em 1932 iniciou-se a colonização, basicamente constituída de filhos de agricultores ou pessoas que queriam tentar a sorte em outro país. Contudo, a partir das perseguições políticas, religiosas e raciais, desencadeadas pelo nazismo, os imigrantes passaram a ser pessoas que temiam a política repressiva do nazismo. Políticos, religiosos e alemães-judeus (muitos deles com graduação universitária) engrossaram o número daqueles que procuraram vir para Rolândia (PREFEITURA MUNICIPAL DE ROLÂNDIA, 2011). No começo, os cafezais é que geravam a riqueza na região. Atualmente, a diversificação da agricultura se faz presente com destaque na soja, milho, trigo, cana de açúcar e laranja. Rolândia conta ainda com uma empresa frigorífica, uma cooperativa agropecuária, uma usina de álcool, um setor pecuarista e parque industrial fortes (BONI e POLONI, 2009). 3.1.2 Dados do Município Aspectos da População e Ensino Segundo o Censo Demográfico de 2010, a população estimada para o município de Rolândia é de 57.862 habitantes (IBGE, 2011), sendo 17.083 entre 0 e 19 anos de idade, 19.199 entre 20 e 39 anos, 14.432 entre 40 e 59 anos, e 7.148 com mais de 60 anos. O potencial de ensino e capacitação do município é indicado na tabela 3.1. Existem faculdades particulares em Rolândia e grandes centros de educação em cidades próximas como Londrina e Maringá. Tabela 3.1: Escolas, docentes e matrículas no ensino básico regular de Rolândia, em 2010: Parâmetros Pré-escolar Fundamental Médio Estabelecimentos de ensino 25 20 6 Docentes 109 399 161 Matrículas 1.005 8.160 2.529 Fonte: SEED (IPARDES, 2011) Serviços Sociais e Infraestrutura No que se refere aos serviços de saúde, em Rolândia estão implantados 20 estabelecimentos de saúde, sendo 10 municipais e 10 de iniciativa privada (IBGE, 2011). A segurança no município é sustentada pela Polícia Militar (R. das Hortênsias 100, fone 43- 3255-2566) e pela Polícia Civil (R. Arthur Thomaz 620, 43-3255-1883). Rolândia conta também com um corpo de bombeiros (Av. Pres. Getúlio Vargas 2308, 43-3255-1933). Com relação ao transporte coletivo intermunicipal, Rolândia é servida por linhas regulares da Viação Garcia. O transporte escolar é operado pela própria Prefeitura e iniciativa privada. 5

<strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Manejo</strong> – RPPN Luz <strong>do</strong> Sol Socieda<strong>de</strong> Chauá, 2012<br />

2.3 Histórico <strong>de</strong> Criação da RPPN Luz <strong>do</strong> Sol<br />

A Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol foi parte integrante <strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong> maior pertecente à família <strong>do</strong><br />

Sr. Paulo Monteiro, ex-mari<strong>do</strong> da atual proprietária. Está na família <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1960,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> adquirida <strong>de</strong> um inglês que trabalhava na Companhia <strong>de</strong> Terras Norte <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong><br />

(CTNP), subsidiária da empresa Parana Plantation Ltda.<br />

A casa on<strong>de</strong> hoje resi<strong>de</strong> a proprietária da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol foi construída por esse inglês<br />

na década <strong>de</strong> 40, e por muito tempo ficou aban<strong>do</strong>nada, sen<strong>do</strong> utilizada como <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong><br />

café. No final da década <strong>de</strong> 60, já casada, a proprietária restaurou a casa e passou a utilizála<br />

passan<strong>do</strong> algumas temporadas no local.<br />

Em 1989 a proprieda<strong>de</strong> foi dividida entre o ex-casal, sen<strong>do</strong> que a Sra. Lúcia Helena<br />

Segantin passou a ser proprietária da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol, on<strong>de</strong> se localiza a residência e o<br />

fragmento florestal transforma<strong>do</strong> na RPPN Luz <strong>do</strong> Sol.<br />

Anos mais tar<strong>de</strong>, por afinida<strong>de</strong> com as temáticas <strong>de</strong> conservação da natureza, a proprietária<br />

cultivou a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar uma reserva particular. Assim, no dia 09 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2008, 44,64<br />

ha <strong>de</strong> floresta nativa da Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol foram oficializa<strong>do</strong>s como Reserva Particular <strong>do</strong><br />

Patrimônio Natural Estadual (RPPN) pela Portaria Nº 157. Dessa forma, a proprietária<br />

<strong>de</strong>stina essa floresta para intuitos <strong>de</strong> conservação ecológica e educação ambiental,<br />

colaboran<strong>do</strong> para a proteção e manutenção <strong>de</strong> ecossistemas nativos.<br />

O fragmento que constitui a RPPN Luz <strong>do</strong> Sol sofreu exploração ma<strong>de</strong>ireira seletiva<br />

realizada há mais <strong>de</strong> 50 anos. Posteriormente, segun<strong>do</strong> informações <strong>de</strong> funcionários que<br />

trabalharam na fazenda na década <strong>de</strong> 80, além da extração <strong>de</strong> lenha e palanques para<br />

cerca, a área também era utilizada pelo ga<strong>do</strong>, que era cria<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira extensiva.<br />

Somente em 2000 a área foi isolada <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> e <strong>de</strong>ixada para regenerar-se naturalmente.<br />

Importante salientar que a Fazenda Luz <strong>do</strong> Sol possui algumas construções <strong>de</strong> uma antiga<br />

vila <strong>de</strong> funcionários, conhecida por “Colônia” (fora <strong>do</strong>s limites da RPPN). Embora sejam<br />

construções mo<strong>de</strong>rnas convencionais e algumas <strong>de</strong>las estejam em ruínas, fazem parte da<br />

história da proprieda<strong>de</strong> e da colonização da região, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> vir a se constituir, caso sejam<br />

restauradas e adaptadas, em mais um atrativo da fazenda para ser mostra<strong>do</strong> a visitantes.<br />

3. DIAGNÓSTICO<br />

O diagnóstico em questão aborda três níveis geográficos e <strong>de</strong> aprofundamento distintos,<br />

que são:<br />

Área <strong>de</strong> entorno – se refere a uma breve <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> entorno imediato e uma<br />

caracterização geral <strong>do</strong> município on<strong>de</strong> se insere a proprieda<strong>de</strong>;<br />

Área total da proprieda<strong>de</strong> – consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a RPPN é parte <strong>de</strong> um imóvel maior,<br />

para o qual foi feita uma caracterização sobre o uso da terra e ativida<strong>de</strong>s conflitantes;<br />

Área da RPPN – se refere a uma caracterização ambiental aprofundada <strong>do</strong>s 44,64 ha<br />

que constituem a RPPN Luz <strong>do</strong> Sol.<br />

3.1 Caracterização da Área <strong>de</strong> Entorno<br />

3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais <strong>do</strong> Município<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rolândia foi fundada pela “Companhia <strong>de</strong> Terras Norte <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>”, subsidiária<br />

da “Parana Plantation Ltda”, cujos <strong>do</strong>nos eram ingleses. No dia 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1934, iniciouse<br />

a construção da primeira edificação no perímetro urbano, o Hotel Rolândia. Daí para<br />

frente as construções se suce<strong>de</strong>ram e uma próspera vila emergiu em meio à mata<br />

(PREFEITURA MUNICIPAL DE ROLÂNDIA, 2011).<br />

A fama da fértil “Terra Roxa” se espalhou pelo País e o Norte <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong> ficou sen<strong>do</strong><br />

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