ENTREVISTA EXCLUSIVA após um ano na TVI - Lux - Iol

“Já usava botas altas
e saias curtas na RTP!
[risos] Nada mudou„
Preocupada com a sua imagem mas
serena em relação ao passar dos anos,
Judite de Sousa diz: “Tenho os cuidados
que uma mulher da minha idade tem
de ter para poder fazer a sua profi ssão
e estar bem. Não faço nada de especial,
uso bons cremes, faço massagens”
no país. Preciso de trabalhar para me sentir
feliz e realizada. Acho que o País precisa
de muitas Anitas e de muitos Anitos.
Lux – O facto de querer fazer tantas coisas
é sinal de que não consegue delegar
tarefas?
J.S. – Não. Preciso de trabalhar para me
sentir viva. No dia em que deixar de fazer
aquilo que faço, signifi ca que terei deixado
de viver. As pessoas perguntam-me porque é
que trabalho tanto quando já não precisava.
Trabalho muito porque gosto e preciso.
Lux – Qual foi o maior desafi o que encontrou
na TVI?
J.S. – Foi conquistar novos públicos, alargar
os públicos que viam a informação da TVI.
O repto que nos foi colocado pela administração
foi o de reforçar a notoriedade e
a credibilidade da informação da estação.
Este desafi o foi conseguido ao fi m de 12 meses.
Lux – Entrou na TVI numa fase difícil a nível
fi nanceiro e, tal como noutras estações,
tem havido cortes. Esse facto interferiu nos
seus planos?
J.S. – Não... A nível pessoal, não. Sabemos
que a crise é profunda, que atinge todas as
áreas de negócio. Como estamos com uma
economia anémica, as receitas publicitárias
caíram dramaticamente e isso coloca uma
grande pressão sobre as empresas. Temos de
continuar a fazer o nosso trabalho o melhor
possível com orçamentos muito reduzidos.
Lux – Houve cortes nos salários da TVI.
O seu ordenado também sofreu cortes?
J.S. – Todos os quadros superiores da empresa
tiveram de fazer um esforço para ajustar
as suas condições contratuais à realidade
económica do País. E eu não fui exceção.
Lux – Alguma vez se arrependeu de ter
ido para a TVI?
J.S. – Não, não houve razões para que me
arrependesse.
Lux – Se fosse hoje, faria o mesmo?
J.S. – Sim. Sinto orgulho da decisão que
tomei. Mudar aos 50 anos creio que foi
um ato de coragem da minha parte que só
me enobrece, pois aconteceu numa fase
da minha vida em que já não precisava de o