ENTREVISTA EXCLUSIVA após um ano na TVI - Lux - Iol

Asma al-Assad
já é apelidada por
muitos de “Maria
Antonieta árabe”
diplomata, Asma Fawaz al-Akhras nasceu
em Londres em 1975. Oriunda de uma
família sunita, foi educada em Inglaterra
e estudou num colégio anglicano, até
seguir para a universidade, onde estudou
Ciências da Computação e Literatura Francesa.
Trabalhou no setor bancário até que, em 2000,
abandonou o Reino Unido para se casar com
Bashar, que tinha assumido a Presidência
da Síria menos de cinco meses antes. Com
este casamento cresceu uma nova esperança
no país. Na Síria acreditava-se que o casamento
de Bashar, um alauíta, com uma sunita,
educada numa sociedade liberal poderia
ser a esperança num país dominado por
um ditador, e Asma logo foi vista como a
relações públicas perfeita de um dos países
mais fechados do mundo. No entanto,
a “Rosa do Deserto”, como chegou a
ser apelidada pela Vogue, num artigo
agora retirado do site da revista, rapidamente
se revelou uma vilã. Ao longo
do último ano, quando a contestação
a Bashar al-Assad já estava nas ruas,
Asma ocupava o seu tempo com compras
luxuosas, feitas online através dos
seus iPhone e iPad. Ao lado do marido
e dos três fi lhos, Hafez, Zein e Karim,
a primeira-dama, de 36 anos, vivia alheada
da realidade das ruas do seu país. Se, em
junho de 2011, as preocupações de Asma
estavam viradas para um vaso à venda nos
armazéns Harrods no valor de €3170, em
julho fez uma encomenda de 12 mil euros
a um designer francês, que incluía castiçais,
mesas e um lustre. Em novembro – altura
em que o confl ito se tornava armado nas ruas
da Síria –, Asma fazia outra encomenda
com artigos de luxo entre seis mil e
42 mil euros. Sapatos Christian Louboutin,
joias de um designer francês, móveis de
Chelsea, peças de decoração do Harrods,
lustres, cortinas, quadros e um kit de fondue
estiveram entre as preferências da primeira-
-dama. Neste momento, Asma al-Assad
tem todos os seus bens congelados e está
proibida de entrar na União Europeia. ■
texto Helena Pestana (hpestana@lux.iol.pt) fotos AFP e Arquivo Lux
Nos e-mails trocados entre Asma
e o marido, é visível a indiferença
do casal em relação às atrocidades
vividas na Síria. As mensagens
são de amor e incluem versos
de uma música country