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AERO - DECEA

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Os 50 anos de Inspeção em Vôo no Brasil<br />

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - <strong>DECEA</strong><br />

<strong>AERO</strong><br />

N O T Í C I A S - A n o 3 - n º 2 1<br />

ESPAÇ


Nesta Edição Edicão<br />

4<br />

6<br />

8<br />

11<br />

20<br />

Expediente<br />

Informativo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - <strong>DECEA</strong>, produzido pela Assessoria de Comunicação Social - ASCOM/<strong>DECEA</strong><br />

Diretor-Geral:<br />

Maj Brig Ar Paulo Hortênsio Albuquerque e Silva<br />

Assessor de Comunicação Social e Editor:<br />

Paullo Esteves - Cel Av R1<br />

Redação:<br />

Daisy Meireles (RJ 21523-JP)<br />

Telma Penteado (RJ 22794-JP)<br />

Radar Star 2000 de São Pedro da Aldeia é entregue pelo <strong>DECEA</strong> à Marinha do Brasil<br />

ICEA realiza pregão on-line<br />

Integração dos ACCs Maiquetia e Amazônico permite a coordenação<br />

automática de plano de vôo e compartilhamento de dados radar<br />

Os 50 anos de inspeção em vôo no Brasil<br />

Artigo: Nossos castelos estão seguros?<br />

Diagramação & Capa:<br />

Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ)<br />

Fotografia:<br />

Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)<br />

Ilustração:<br />

Messias Bassani - CB<br />

CCA-SJ entrega versão web do SISGPO<br />

II Seminário de Enlace de Dados Operacionais<br />

Novo Diretor-Geral assume interinamente o <strong>DECEA</strong><br />

CISCEA assina contrato para aquisição e instalação de quatro sistemas<br />

automáticos de inspeção em vôo para o GEIV<br />

Novo Sistema de Gerenciamento Eletrônico é implantado no <strong>DECEA</strong><br />

Nossa Capa Os 50 anos de Inspeção em Vôo no Brasil<br />

Nesta edição da Aeroespaço, nas páginas 11 a 18, estamos publicando uma reportagem especial sobre o cinqüentenário<br />

da inspeção em vôo no Brasil. A primeira, ocorrida em 19 de dezembro de 1956, e a missão do Grupo Especial de Inspeção<br />

em Vôo (GEIV) são destaque nas nossas páginas. O GEIV, desde 1972, portanto há 34 anos, faz a inspeção em vôo de<br />

todos os auxílios à navegação aérea e aproximação instalados no Brasil. Faz, também, a detecção, a identificação e a<br />

localização de interferências prejudiciais aos serviços aeronáuticos, através do Sistema de Radiomonitoragem. A história<br />

da inspeção em vôo no Brasil, a substituição dos Bandeirantes, a radiomonitoragem e os novos sistemas de inspeção em<br />

vôo do GEIV, a inspeção em vôo de procedimentos RNAV são assuntos de destaque nesta reportagem especial.<br />

Contatos:<br />

Home page: www.decea.gov.br - Intraer: www.decea.intraer<br />

E-mail: esteves@ciscea.gov.br ou aeroespaco@decea.gov.br<br />

Endereço: Av. General Justo, 160 - Centro - 20021-130<br />

Rio de Janeiro/RJ - Telefone: (21) 2123-6585 - Fax: (21) 2262-1691<br />

Editado em dezembro/2006<br />

Fotolitos & Impressão: Ingrafoto<br />

5<br />

7<br />

10<br />

19<br />

24


Editorial<br />

Temos vivido momentos de grande intensidade nos últimos três meses, a<br />

reboque do acidente ocorrido em 29 de setembro último. O Comando<br />

da Aeronáutica, a propósito, através do seu Centro de Comunicação<br />

Social (CECOMSAER), tem buscado atender à mídia em todos os seus<br />

questionamentos.<br />

De um momento para o outro, passamos a ser objeto da atenção nacional<br />

por conta das paralisações e atrasos ocorridos com o transporte aéreo no<br />

País. Da mesma forma, nosso Sistema passou a ser questionado de maneira<br />

insistente quanto à qualidade de nossa infra-estrutura, bem como a natureza de<br />

nosso relacionamento humano, dentro do estamento militar, que conduz nossas<br />

atividades, como se ambos os aspectos estivessem na raiz da problemática que<br />

ora enfrentamos.<br />

Na verdade e de fato, o que tivemos foi uma fragmentação extraordinária<br />

de nosso universo de atuação, onde - aleatoriamente - cada pequena porção<br />

de nossas atribuições foi posta sob observação “investigativa”, conduzindo a<br />

opinião pública a acreditar em uma fragilidade do Sistema de Controle do<br />

Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), capaz, portanto, de intranqüilizar o usuário<br />

do transporte aéreo, como se, de uma hora para outra, viajar de avião no Brasil<br />

fosse inseguro.<br />

Pois bem: conduzimos esta atividade há mais de 65 anos e há pelo menos 40<br />

anos com o sistema DACTA funcionando regularmente. A suposta “desordem”<br />

no Sistema, que ora aponta para equipamentos obsoletos, “buracos negros” e<br />

outros tais, ora para questões de ordem trabalhista, são alguns dos aspectos<br />

que vêm sendo explorados pelos meios de comunicação que trazem como<br />

resultado apenas a semeadura de intranqüilidade.<br />

Enquanto isto, seguimos trabalhando e acudindo, caso a caso, as dificuldades<br />

presentes. Estimamos que, em breve, passados estes instantes de atribulação,<br />

que acabam sendo artificialmente forjados por interesses os mais variados,<br />

voltaremos à normalidade de sempre, como sempre, pelas últimas seis<br />

décadas. Do ponto de vista da comunicação, após as ingentes tentativas de<br />

esclarecimento, entendemos que, a partir de agora, deva prevalecer apenas<br />

uma atitude de trabalho para demonstrar que o interesse do Sistema é resolver<br />

as dificuldades presentes. Como Diretor-Geral confio plenamente na qualidade<br />

moral e profissional dos valorosos integrantes do SISCEAB.<br />

Assim foi que entendi ser necessário fazer esses comentários, até como uma<br />

maneira de demonstrar meu respeito a você, leitor, que de maneira franca,<br />

aberta e visível, mostra-se e dá a sua opinião.<br />

Aí está, portanto, a Aeroespaço nº 21, que segue espelhando nossas<br />

realizações e se destina - prioritariamente - a informar a cada homem e mulher<br />

deste formidável SISCEAB como, quando e onde estamos trabalhando.<br />

Maj Brig Ar Paulo Hortênsio Albuquerque e Silva<br />

Diretor-Geral do <strong>DECEA</strong>


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

4<br />

Radar Star 2000 de São Pedro da<br />

Aldeia é entregue pelo <strong>DECEA</strong> à<br />

Marinha do Brasil<br />

O Departamento de Controle<br />

do Espaço Aéreo (<strong>DECEA</strong>), no<br />

dia 04 de outubro de 2006, em<br />

evento solene, realizou a entrega<br />

oficial de um Radar Star<br />

2000 à Marinha do Brasil e à<br />

Base Aeronaval de São Pedro<br />

da Aldeia.<br />

Este radar faz parte da nova<br />

geração de radares de área<br />

terminal que compõem o Sistema<br />

de Controle do Espaço<br />

Aéreo Brasileiro (SISCEAB).<br />

Com a entrada em operação<br />

do Quarto Centro Integrado de<br />

Defesa Aérea e Controle de Tráfego<br />

Aéreo (CINDACTA IV), após a<br />

conclusão do Projeto SIVAM (Sistema<br />

de Vigilância da Amazônia),<br />

o território brasileiro passou a ser<br />

completamente monitorado por radares<br />

de longo alcance, acima de<br />

20 mil pés.<br />

Entretanto, como os radares dependem<br />

de visada direta com os<br />

alvos, a distância de deteção diminui<br />

significativamente abaixo desta<br />

altitude. Isso acontece porque<br />

o horizonte impede que o pulso<br />

eletromagnético emitido pelo radar<br />

atinja o alvo e seja refletido pelo<br />

mesmo. Por esta razão são utilizados<br />

radares de médio alcance<br />

que suportam o controle de aproximação<br />

para pouso, nas áreas ao<br />

redor dos aeroportos e em níveis<br />

mais baixos das aerovias.<br />

O Radar de São Pedro da Aldeia<br />

- Star 2000 - é constituído por<br />

um radar primário e um secundário,<br />

o RSM-970S, fabricado pela<br />

empresa francesa Thales - e vai<br />

- justamente - cobrir esta lacuna<br />

de deteção a baixa altitude na região,<br />

propiciando, ainda, o suporte<br />

necessário ao controle das aeronaves<br />

modelo A-4, quando estas<br />

No descerramento da placa: Alte Esq Moura Neto (Comandante<br />

de Operações Navais) e o Ten Brig Vilarinho - à<br />

esquerda; Alte Esq Saraiva Ribeiro (Diretor-Geral do Material<br />

da Marinha) e o Ten Brig William (Comandante-Geral de<br />

Operações Aéreas) - à direita<br />

Foto: Maxwell Assis / CISCEA<br />

Radar STAR 2000 - o incremento na segurança<br />

da aviação civil e militar<br />

estiverem utilizando suas áreas<br />

de treinamento sobre o mar.<br />

Após a assinatura do Termo<br />

de Entrega pelo Comandante da<br />

Base Aérea Naval de São Pedro<br />

da Aldeia, Capitão de Mar e Guerra<br />

Hugo Marcelo Vieira de Melo<br />

Pimentel, o então Diretor-Geral<br />

do <strong>DECEA</strong>, Ten Brig Ar Paulo Roberto<br />

Cardoso Vilarinho, proferiu<br />

um discurso, enaltecendo a importância<br />

do evento.<br />

“Durante muitos anos”, iniciou<br />

Vilarinho, “aqui nesta<br />

Base Aeronaval de São Pedro<br />

da Aldeia, a Força Aérea teve<br />

a honra de compartilhar com<br />

a Marinha do Brasil, recursos<br />

humanos, materiais, infra-estrutura<br />

e equipamentos, em<br />

um profícuo relacionamento<br />

operacional que já faz parte da<br />

história de ambas as Forças”.<br />

“Mais do que uma simples<br />

ferramenta de controle do espaço<br />

aéreo”, prossegue o Ten<br />

Brig Ar Vilarinho, “este equipamento<br />

estará propiciando, a partir<br />

desta data, a integração do Espaço<br />

Aéreo de São Pedro da Aldeia<br />

ao restante da visualização radar<br />

de todo o Espaço Aéreo Brasileiro.<br />

Esta integração permitirá, em<br />

contrapartida, que parte da síntese-radar<br />

nacional seja recebida<br />

pelo Controle Radar de São Pedro<br />

da Aldeia, projetando uma dimensão<br />

de controle do fluxo do tráfego<br />

muito mais ágil e seguro”.<br />

Dando seqüência à cerimônia,<br />

o Comandante de Operações Navais,<br />

Almirante de Esquadra Julio<br />

Soares de Moura Neto, inaugurou<br />

o Sítio Radar que foi denominado<br />

Alberto Santos-Dumont, em homenagem<br />

aos cem anos do primeiro<br />

vôo do mais-pesado-que-o-ar realizado<br />

pelo “Pai da Aviação”.<br />

Segundo o Comandante de<br />

Operações, “a inauguração deste<br />

Sítio Radar na Base Aérea de<br />

São Pedro da Aldeia reverte-se<br />

de grande importância, na medida<br />

em que permitirá, em breve, a<br />

evolução do Aeródromo de Aldeia<br />

de Centro de Controle de Aproximação<br />

Radar (APP) Convencional<br />

para APP Radar, proporcionando<br />

o incremento na segurança da<br />

aviação civil e militar”.


De mãos na massa!<br />

Em busca de opções e soluções<br />

para atingir os requisitos de proficiência<br />

na língua Inglesa dos<br />

controladores de tráfego aéreo estabelecidos<br />

pela OACI, o Instituto de<br />

Controle do Espaço Aéreo (ICEA)<br />

criou e ministrou o Curso de Preparação<br />

de Instrutores de Inglês<br />

ATC (CTP 009).<br />

O objetivo é capacitar os controladores<br />

de tráfego aéreo para que<br />

possam ser instrutores de inglês<br />

ATC, com algum conhecimento<br />

sobre a metodologia ESP (English<br />

for Specific Purpose) e a abordagem<br />

comunicativa. O curso capacitou<br />

a primeira turma com excelentes<br />

resultados.<br />

Após uma avaliação inicial da suas competências<br />

lingüísticas, os instrutores-alunos<br />

tiveram o contato com algumas teorias<br />

que sustentam abordagens de ensino e<br />

aprendizagem de línguas estrangeiras, em<br />

especial o ESP e a abordagem comunicativa.<br />

O curso contou, ainda, com uma<br />

palestra proferida pela Profª Silvia Damião,<br />

do Departamento de Humanidades do<br />

Intituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA),<br />

doutora em Lingüística Aplicada pela Pontifícia<br />

Universidade Católica de São Paulo<br />

(PUC-SP).<br />

Ao término da primeira semana, todos<br />

estavam dando seus primeiros passos na<br />

elaboração de seu próprio material de<br />

aula: planejando, pesquisando, criando e<br />

trocando experiências. A confirmação de<br />

tamanha avidez nos foi dada pelos próprios<br />

controladores que, sem exceção, fizeram<br />

1ª turma do Curso CTP009, com os coordenadores, Profª Beatriz<br />

(ao centro, na 1ª fileira) e Cap Silvério (ao centro, na 2ª fileira)<br />

declarações do tipo: “sempre quis que o<br />

meu professor de Inglês me ensinasse desta<br />

maneira; isso facilitaria muito o meu trabalho.”<br />

À medida que os materiais foram sendo<br />

produzidos, aparecia o grande potencial<br />

dos controladores, bem como uma vontade<br />

muito grande de trabalhar acerca dos seus<br />

temas (syllabus, conteúdo). Mais uma vez<br />

o <strong>DECEA</strong> provou, com grata surpresa e<br />

satisfação, que há grandes potencialidades<br />

dentro dos seus quadros de pessoal.<br />

Sempre focados nas tarefas que desempenham<br />

no seu dia-a-dia como controladores<br />

de tráfego aéreo, os alunos do CTP-009<br />

adotaram a postura de aluno-professorcontrolador<br />

fazendo com que atingíssemos<br />

o trinônio perfeito: prática + conhecimentos<br />

sobre o ensino de línguas e da língua +<br />

subject matter expert.<br />

Ao trocarem suas experiências, os alunos<br />

trabalharam com a finalidade de melhor<br />

preparar os controladores para lidar<br />

com um sem-número de situações<br />

de comunicação que eles encontram<br />

no mundo real (fora da sala de<br />

aula). Esta troca de experiências não<br />

poderia ter sido diferente.<br />

Conseguiram plantar a primeira<br />

semente. Essa primeira turma de<br />

controladores-instrutores de inglês<br />

ATC está capacitada para identificar<br />

as opções mais adequadas para<br />

suprir as necessidades de uso da língua<br />

dos controladores, pois conhecem<br />

- exatamente - a importância<br />

da comunicação em radiotelefonia,<br />

assim como as condições em que<br />

ela se processa.<br />

Além dos objetivos do CTP-009, o<br />

ICEA está buscando a formação de uma<br />

massa crítica sobre a questão da proficiência<br />

para controladores brasileiros dentro<br />

do Sistema de Controle do Espaço Aéreo<br />

Brasileiro, com a possível uniformização<br />

de procedimentos para o ensino da língua<br />

inglesa, com o viés aeronáutico.<br />

A cada dia nos deparamos com novos<br />

desafios a serem superados. Por isso, a capacitação<br />

de pessoas comprometidas com<br />

suas responsabilidades e envolvidas na<br />

solução dos problemas, nos aponta para o<br />

caminho certo.<br />

Não pretendemos melhorar a proficiência<br />

na língua inglesa dos controladores de<br />

tráfego aéreo com uma visão romântica da<br />

problemática, mas sim, com investimento<br />

em nosso pessoal, para a busca de soluções<br />

sustentáveis, criativas e duradouras. Então,<br />

mãos à obra!<br />

CCA-SJ entrega versão WEB do SISGPO<br />

Entre os dias 22 e 23 de agosto, no Centro de Computação da<br />

Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ), ocorreu o treinamento da<br />

versão WEB do Sistema Integrado de Supervisão e Gestão dos Parâmetros<br />

Operacionais da Força Aérea Brasileira (SISGPO), marcando o final de mais<br />

uma fase desse projeto, que entrou em operação no dia 28 de agosto.<br />

O SISGPO foi instituído pela Portaria nº 320/GC3, de 11 de abril de 2002, e<br />

tem por finalidade dotar a administração do Comando da Aeronáutica, em<br />

todos os seus níveis, de um instrumento capaz de integrar as atividades<br />

de planejamento, gestão e supervisão dos diversos fatores relacionados<br />

com a atividade aérea.<br />

No módulo WEB, especificamente, os grandes comandos que dispõem<br />

de meios aéreos poderão efetuar as solicitações de esforço aéreo<br />

necessário para o ano de 2007 diretamente pelo sistema, agilizando,<br />

desta maneira, a entrada de dados no módulo PAA/CAPOP, também<br />

desenvolvido pelo CCA-SJ, que simula diversas situações para se obter<br />

os custos da atividade aérea a partir de uma determinada capacitação<br />

operacional.<br />

O Sistema é composto dos seguintes módulos funcionais:<br />

PAA/CAPOP - Trata do planejamento da atividade aérea levando em consideração<br />

a capacitação operacional.<br />

Mobilização Operacional - Módulo destinado a gerenciar os recursos humanos<br />

da FAB, no que se refere ao seu aspecto operacional (a ser desenvolvido pelo<br />

CCA-BR).<br />

Eficiência de Emprego - Módulo destinado a medir a eficiência de emprego<br />

operacional das equipagens da FAB (previsto para 2008).<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

5


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

6<br />

ICEA realiza pregão on-line<br />

A fim de se adequar as novas tecnologias<br />

existentes no novo sistema de compras<br />

do Ministério Público, o Instituto de<br />

Controle do Espaço Aéreo (ICEA) realizou<br />

seu primeiro Pregão On-Line.<br />

A Divisão Técnica do Instituto adotou alguns<br />

procedimentos para garantir o perfeito<br />

funcionamento do sistema de pregões<br />

on-line.<br />

O primeiro procedimento foi a instalação<br />

junto ao sistema de firewall da organização<br />

do software CBQ (Class Based Queueing),<br />

software utilizado para Controle de Banda<br />

que permite controle não só sobre o tráfego<br />

de downstream (tráfego de entrada)<br />

e sobre o tráfego de upstream (tráfego de<br />

saída) de dados, além disso, possibilita<br />

agir de forma cirúrgica diretamente sobre<br />

o endereço IP de uma máquina da rede.<br />

Dessa forma, com as devidas configurações,<br />

foi realizada uma reserva de banda<br />

para o computador responsável pelo andamento<br />

do pregão on-line, garantindo a<br />

estabilidade e constância na velocidade de<br />

conexão.<br />

A estrutura de rede do ICEA propicia garantia<br />

de conexão na ausência de energia<br />

elétrica, devido a presença de um sistema<br />

Em busca de excelência, o Centro de<br />

Computação da Aeronáutica de São José<br />

dos Campos (CCA-SJ) e procurando melhor<br />

atender a determinação da Norma<br />

de Sistema do Comando da Aeronáutica<br />

(NSCA) 7-6 no que diz respeito à atribuição<br />

da OM de desenvolver, contratar o<br />

desenvolvimento, implantar e manter os<br />

sistemas de TI de interesse da Alta Administração<br />

do Comando da Aeronáutica, obteve<br />

a certificação do MPS BR no nível E.<br />

O MPS-BR define um modelo de melhoria<br />

e avaliação de processo de software,<br />

preferencialmente para as micro, pequenas<br />

e médias empresas, de forma a atender<br />

as suas necessidades de negócio e a<br />

ser reconhecido nacional e internacionalmente<br />

como um modelo aplicável à indústria<br />

de software. Este é o motivo pelo qual<br />

ele está aderente a modelos e normas<br />

internacionais, como o CMMI - Capability<br />

Maturity Model, NBR ISO 12207, ISO/IEC<br />

CD 15504.<br />

A avaliação para certificação no nível E<br />

do MPS- BR para a OM foi de extrema importância.<br />

Segundo o Chefe do CCA-RJ,<br />

Cel Ferreira Gomes, o fato marca, de forma<br />

indelével, a história da jovem organização<br />

militar. “Temos apenas 16 anos de<br />

existência e já alcançamos esta marca<br />

tão expressiva para o reconhecimento de<br />

de nobreak que contempla toda a estrutura<br />

de rede. Para tanto, o segundo procedimento<br />

foi instalar - junto ao computador<br />

responsável pelo andamento do pregão<br />

on-line - um nobreak que garantisse uma<br />

autonomia de cerca de 30 minutos.<br />

O sistema de nobreak existente para a<br />

rede de dados do ICEA, neste caso em<br />

particular, apresenta as seguintes características:<br />

● um nobreak no rack do prédio “A”,<br />

onde está localizado o computador utilizado<br />

no processo, o qual mantém a autonomia<br />

de funcionamento dos ativos da rede<br />

existentes neste prédio;<br />

● um nobreak no rack principal da rede<br />

da dados no prédio “E”, onde está localizado<br />

o centro da rede do ICEA;<br />

● um nobreak no sistema de firewall do<br />

ICEA, o qual garante a conexão à rede externa;<br />

e<br />

● um nobreak nos roteadores de acesso<br />

às redes externas.<br />

O terceiro procedimento foi a instalação<br />

de um segundo computador na sala onde<br />

estava sendo realizado o processo de pregão,<br />

de forma a oferecer pronta resposta<br />

no caso de algum imprevisto de hardwa-<br />

tudo que realizamos.Este<br />

momento é o coroamento<br />

de um processo iniciado<br />

há seis anos, com investimentos<br />

em capacitação,<br />

equipamentos e pessoal,<br />

e que agora se justifica”.<br />

A equipe de avaliação<br />

foi muito competente e<br />

exigiu do pessoal envolvido<br />

a demonstração do<br />

seu grau de conhecimento<br />

e de envolvimento no<br />

processo. “Aprendemos<br />

muito com o processo de<br />

avaliação, e mostramos<br />

aos avaliadores a nossa<br />

cultura organizacional-militar.<br />

Por fim, o resultado<br />

obtido nos gratifica muito,<br />

principalmente por sermos<br />

os primeiros” - comenta o<br />

Chefe da Organização.<br />

O CCA-SJ é o primeiro<br />

órgão da esfera governamental federal a<br />

atingir tal nível de certificação MPS-BR. É,<br />

também, a primeira e única organização<br />

militar desenvolvedora de software a receber<br />

o certificado até o presente momento.<br />

“O sucesso obtido remete-nos a novos<br />

desafios e mostra-nos que todo o nosso<br />

Novas tecnologias para o Pregão<br />

On-line<br />

re ou software com o computador principal.<br />

Esse outro computador apresenta as<br />

mesmas características do principal, permanecendo<br />

ligado e conectado à rede do<br />

Instituto durante a realização do processo<br />

licitatório.<br />

Com o intuito de permitir que o pregão<br />

fosse acompanhado pelo Diretor do Instituto<br />

e outros interessados no certame<br />

eletrônico, foi feito o quarto procedimento,<br />

a replicação das imagens presentes<br />

na tela do monitor do computador que<br />

realizava o pregão, para uma outra sala<br />

com projetor de multimídia. A replicação<br />

foi realizada de forma a não possibilitar<br />

interferências e garantir segurança do<br />

computador principal.<br />

CCA-SJ conquista a Certificação MPS BR – Nível E<br />

Da direita para a esquerda: Odisnei Galarraga – avaliador-líder;<br />

Cel Int Ferreira Gomes – Chefe do CCA SJ; Cap Frag. Alexandre<br />

Vasconcelos – avaliador-adjunto; Maj Av Marcus Vinicius – avaliador-representante<br />

do CCA-SJ; Cap-Ten Alexandre Murada e<br />

Marcio Pecegueiro do Amaral – observadores do avaliador<br />

esforço caminha em rumo certo. É o reconhecimento<br />

à qualidade dos produtos<br />

aqui desenvolvidos e ao esforço da nossa<br />

equipe das áreas técnica e administrativa<br />

que tanto trabalharam para este<br />

sucesso”- conclui Ferreira Gomes.


II SEMINÁRIO DE ENLACES DE DADOS<br />

OPERACIONAIS<br />

Evento coordenado pela CISCEA promove o intercâmbio de informações entre as Forças Armadas<br />

Os participantes tiveram uma visão global dos aspectos técnicos, logísticos e operacionais do emprego de enlaces de dados<br />

A Comissão de Implantação do<br />

Sistema de Controle do Espaço<br />

Aéreo (CISCEA) promoveu, de 17<br />

a 20 de outubro, em São José dos<br />

Campos - SP, o II Seminário de<br />

Enlaces de Dados Operacionais (II<br />

SEDOP).<br />

O objetivo central do Seminário<br />

foi prover uma visão do emprego<br />

de enlace de dados pelas Forças<br />

Armadas Brasileiras, sob o aspecto<br />

operacional.<br />

Adicionalmente, visou-se que<br />

cada Órgão participante adquirisse<br />

uma visão global dos aspectos<br />

técnicos, logísticos e operacionais<br />

do emprego de enlaces de dados<br />

e tivesse, ainda, a oportunidade de<br />

identificar e expor as suas dificuldades<br />

e necessidades, propor sugestões<br />

com o intuito de encontrar<br />

uma forma de emprego eficaz de<br />

Enlace de Dados, que permita o intercâmbio<br />

de informações entre as<br />

Forças Armadas.<br />

Algumas autoridades prestigiaram<br />

o Seminário, como o Comandante-Geral<br />

de Tecnologia Aeroespacial,<br />

Ten Brig Ar Carlos Alberto<br />

Pires Rolla; o Diretor de Ciência<br />

e Tecnologia do Comando-Geral<br />

de Tecnologia Aeroespacial (CTA),<br />

Maj Brig Ar Ronaldo Salamone Nunes;<br />

o Subchefe de Comando e<br />

Controle do Ministério da Defesa,<br />

Contra-Almirante José Henrique<br />

Salvi Elkfury; o Chefe da Terceira<br />

Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica,<br />

Brig Ar Paulo Roberto<br />

Pertusi; e o Vice-Presidente Executivo<br />

para o Mercado de Defesa e<br />

Governo (representante da Embraer),<br />

Luiz Carlos Siqueira Aguiar.<br />

Após o discurso de abertura do<br />

Ten Brig Rolla, o Brig Pertusi fez<br />

sua apresentação, dando início ao<br />

Seminário, do qual participaram 45<br />

pessoas de diversas Organizações<br />

Militares e Civis, como Ministério<br />

da Defesa; Comando-Geral do<br />

Ar (COMGAR); CISCEA; Embraer;<br />

Estado-Maior da Aeronáutica<br />

(EMAER); Quarto Centro Integrado<br />

de Defesa Aérea e Controle<br />

de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV);<br />

Centro Integrado de Guerra Eletrônica<br />

– Exército; Fundação Atech,<br />

entre outras.<br />

De acordo com o coordenador<br />

do II SEDOP, Maj Av Davi Affonso<br />

da Silva, os objetivos do evento<br />

foram plenamente atingidos. Dos<br />

quatro dias de seminário, dois foram<br />

inteiramente de apresentações,<br />

que permitiram a ampliação<br />

de conhecimentos sobre os enlaces<br />

de dados utilizados por cada<br />

Força Armada e a divulgação de<br />

informações sobre o estágio de<br />

desenvolvimento do Sistema Tático<br />

de Enlace de Dados (SISTED)<br />

e do Sistema Militar de Comando e<br />

Controle (SISMC 2 ), que estão sendo<br />

concebidos no âmbito do Ministério<br />

da Defesa. Além disso, as<br />

palestras das empresas nacionais<br />

apresentaram propostas para a<br />

viabilização da interoperabilidade<br />

de enlaces de dados e simulações<br />

nesse sentido.<br />

Os dois últimos dias do evento<br />

foram dedicados aos trabalhos<br />

de grupo, onde, basicamente, os<br />

representantes das três Forças<br />

Armadas presentes no evento se<br />

dedicaram a responder perguntas<br />

relacionadas à possibilidade de interoperabilidade<br />

dos data-links já<br />

existentes, além de fazerem propostas<br />

para o trabalho que está<br />

sendo desenvolvido pelo Ministério<br />

da Defesa com relação SISTED.<br />

A primeira edição do Seminário<br />

aconteceu em julho de 2005, no<br />

Rio de Janeiro, e teve como meta<br />

o nivelamento de conhecimentos<br />

dos enlaces de dados das aeronaves<br />

R-99A e B, A-29 e F-5BR, além<br />

dos enlaces já utilizados pela Marinha<br />

e pelo Exército.<br />

Há, desde já, por parte do Estado-Maior<br />

da Aeronáutica, o interesse<br />

em promover o III SEDOP em<br />

julho do próximo ano. Este evento,<br />

provavelmente, realizar-se-á nas<br />

dependências do CTA.<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

7


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

8<br />

Integração dos ACCs Maiquetia e A<br />

automática de plano de vôo e o co<br />

O período de 02 de agosto a 15 de setembro de 2006<br />

marcou um avanço tecnológico de suma importância para<br />

o País perante o cenário do controle de tráfego aéreo<br />

internacional. Foi justamente nestes dias que se realizou o<br />

Ensaio de Integração dos Centros de Controle de Área (ACC)<br />

de Maiquetia (Venezuela) e Amazônico, a partir do Quarto<br />

Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego<br />

Aéreo (CINDACTA IV) em Manaus.<br />

O Ensaio de Interconexão de Dados Radar e de Planos de<br />

Vôo entre Brasil e Venezuela faz parte das atividades previstas<br />

no Plano de Transição CNS/ATM (Communication, Navigation<br />

Surveillance/Air Traffic Management – Comunicação,<br />

Navegação, Vigilância/Gerenciamento de Tráfego Aéreo),<br />

gerenciado pela Secretaria Executiva da Comissão CNS/<br />

ATM, previstas no planejamento da integração de sistemas<br />

operacionais da região CAR/SAM (Caribe/América do Sul).<br />

Esta é a primeira integração entre um Centro de Controle de<br />

Área brasileiro com um dos centros adjacentes dos países que<br />

fazem fronteira com o Brasil, no caso, a Venezuela.<br />

A missão ocorreu a partir dos trabalhos realizados pelo<br />

Grupo de Trabalho (GT) brasileiro de automação, criado em 11<br />

de agosto, coordenado pelo pelo Brig Ar Alvaro Luiz Pinheiro<br />

da Costa, chefe do Subdepartamento Técnico (SDTE) do<br />

Departamento de Controle do Espaço Aéreo (<strong>DECEA</strong>), e<br />

formado pelo Ten Cel Eng Antonio Marcos Costa Fonseca<br />

e Ten Cel CTA R1 Ademir Freitas (ambos pela Comissão<br />

de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo -<br />

CISCEA); Ten Cel Eng R1 Luiz Antonio Guimarães de Oliveira<br />

(Comissão CNS/ATM), e Cap QOECOM Athayde Licério Vieira<br />

Frauche e Eng Fernando Franklin Correia (ambos do <strong>DECEA</strong>).<br />

A Fundação Atech (empresa nacional de desenvolvimento<br />

softwares) participou ativamente dos trabalhos e o<br />

conhecimento técnico do seu pessoal foi essencial para o<br />

sucesso da missão.<br />

Com relação à equipe de trabalho venezuelana, o Ensaio<br />

foi coordenado administrativamente por meio da Organização<br />

de Aviação Civil Internacional (OACI), definindo um ponto de<br />

contato para a troca de correspondências.<br />

Coube à Fundação Atech coordenar tecnicamente as<br />

reconfigurações de software necessárias em ambos os países<br />

envolvidos.<br />

Segundo o Brigadeiro Pinheiro, “há algum tempo o Brasil<br />

vem discutindo com os países vizinhos a possibilidade de<br />

intercâmbio de informações na faixa de fronteira, já tendo,<br />

inclusive, sido assinado um Memorando de Entendimento com<br />

o Peru a esse respeito. No caso da Venezuela, a iniciativa<br />

partiu da OACI, considerando a recente aquisição por aquele<br />

país de um software de controle de tráfego aéreo similar ao<br />

nosso, junto à Atech”.<br />

Os trabalhos, orientados por um Termo de Referência de<br />

Ensaio, englobaram a integração de dados de plano de vôo, com<br />

o objetivo de realizar a transferência automatizada de planos<br />

entre os dois centros de controle de área; o compartilhamento<br />

de dados radar para a coordenação de tráfego aéreo com


mazônico permite a coordenação<br />

mpartilhamento de dados radar<br />

visualização entre os ACCs vizinhos; e utilização da Rede<br />

Digital de Dados (REDDIG) para a veiculação de mensagens<br />

operacionais e de dados radar.<br />

A integração do ACC Maiquetia com o ACC Amazônico<br />

faz parte do planejamento da OACI para a Automação e<br />

Integração da Região CAR/SAM e consiste de um conjunto<br />

de equipamentos, software, sistemas e todas as ferramentas<br />

de controle de tráfego aéreo que, ao interagirem, formarão um<br />

sistema integrado de controle do tráfego aéreo da região.<br />

Tal integração permitiu a coordenação automática de plano<br />

de vôo e o compartilhamento de dados radar, o que facilitará o<br />

gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo na região, incluindo a<br />

adoção de medidas cooperativas entre os centros envolvidos.<br />

No momento aguardando a efetivação de um Acordo<br />

Operacional bilateral do <strong>DECEA</strong> com a Autoridade Aeronáutica<br />

da Venezuela, uma vez implementada, a integração possibilitará<br />

um ganho significativo na coordenação operacional intercentros,<br />

que, certamente, refletirá em fluidez, economicidade<br />

e segurança para o Controle de Tráfego Aéreo da região.<br />

Numa visão prospectiva, a realização destes ensaios entre<br />

outros países da região permitirá a evolução dos requisitos<br />

dos sistemas e procedimentos futuros de integração de ACC<br />

adjacentes da Região CAR/SAM.<br />

O Brasil, participando da coordenação técnica do assunto,<br />

assume uma posição de importância na América do Sul.<br />

Estrategicamente, o intercâmbio de informações de radar e<br />

de planos de vôo com os países vizinhos permite ainda que<br />

o trabalho de identificação e classificação de aeronaves<br />

transfronteiriças ocorra com mais eficácia e confiabilidade.<br />

A próxima oportunidade de discutir o assunto será na<br />

quinta reunião do subgrupo ATM/CNS da ICAO, em Lima,<br />

Peru, onde será apresentado uma Nota de Informação<br />

sobre o Ensaio realizado.<br />

Visualização Radar<br />

Integrada (VRI)<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

9


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

10<br />

Maj Brig Hortênsio<br />

O Major Brigadeiro do Ar Paulo<br />

Hortênsio Albuquerque e Silva<br />

assumiu interinamente a Direção-<br />

Geral do Departamento de Controle<br />

do Espaço Aéreo (<strong>DECEA</strong>)<br />

no dia 04 de dezembro, em cerimônia<br />

presidida pelo Comandante-Geral<br />

de Operações Aéreas, Ten<br />

Brig Ar William de Oliveira Barros<br />

(COMGAR), e realizada no pátio<br />

do Grupo Especial de Inspeção em<br />

Vôo (GEIV), na presença de diversas<br />

autoridades civis e militares,<br />

entre elas a do Ten Brig Ar Flávio<br />

de Oliveira Lencastre, Ministro do<br />

Supremo Tribunal Militar (STM).<br />

O novo Diretor-Geral interino<br />

do <strong>DECEA</strong> é cearense, tem 59<br />

anos e é Praça de 1965. Seu último<br />

cargo foi o de Comandante do<br />

Terceiro Comando Aéreo Regional<br />

(COMAR III).<br />

Antes da Cerimônia de Passagem<br />

de Direção, foi realizada uma solenidade<br />

militar na sala do DGCEA,<br />

para inaugurar o quadro do novo<br />

Diretor-Geral do Departamento.<br />

Em ambas as solenidades, o Ten<br />

Brig Ar Paulo Roberto Cardoso<br />

Vilarinho esteve acompanhado de<br />

sua filha Vanusa.<br />

Na leitura da Ordem do Dia, Vilarinho<br />

despediu-se emocionado:<br />

“Não posso negar que saio com<br />

um forte sentimento de desilusão<br />

e com a alma entristecida devido<br />

aos últimos acontecimentos. Mas<br />

saio, também, com a absoluta convicção<br />

de que cumpri meu dever<br />

com competência e lealdade”.<br />

Agradeceu, ainda, a todos os que<br />

com ele labutaram nos seus 30<br />

anos de serviço. Exortou a todos<br />

os integrantes do Sistema de Controle<br />

do Espaço Aéreo (SISCEAB),<br />

para que continuassem trabalhando<br />

com afinco e dedicação e que<br />

cerrassem fileiras com o novo<br />

DGCEA para reafirmar e consolidar<br />

o prestígio nacional e internacional<br />

que o Sistema conquistou<br />

através da labuta incessante.<br />

O Ten Brig Vilarinho assumiu, no<br />

último dia 29 de novembro, a Direção-Geral<br />

do Departamento<br />

de Ensino<br />

da Aeronáutica<br />

(DEPENS).<br />

Impossibilitado<br />

de comparecer<br />

à cerimônia, o<br />

Comandante da<br />

Aeronáutica, Ten<br />

Brig Ar Luiz Carlos<br />

da Silva Bueno,<br />

enviou uma<br />

mensagem agradecendo<br />

ao Ten Brig<br />

Vilarinho: “Cabenos<br />

agradecer-lhe<br />

Novo Diretor-Geral<br />

assume<br />

interinamente<br />

O <strong>DECEA</strong><br />

por todo o esforço dispendido no<br />

período em que esteve à frente<br />

de mais esta relevante função, ao<br />

longo do qual se valeu de todas as<br />

qualidades que lhe são peculiares,<br />

as mesmas em que o conduziram<br />

ao mais alto posto de generalato”.<br />

Ao Maj Brig Hortênsio, o Comandante<br />

da Aeronáutica desejou<br />

muito sucesso na nova etapa<br />

profissional: “Se a Força Aérea<br />

lhe está requisitando para mais<br />

esta empreitada é porque tem<br />

plena confiança nas suas qualificações”.<br />

Ao final da cerimônia, os diretores<br />

substituto e substituído<br />

receberam cumprimentos dos<br />

convidados.<br />

Ten Brig William cumprimenta o novo DGCEA


Os 50 anos de<br />

Inspeção em Vôo no Brasil<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

11


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

12<br />

MEIO SÉCULO DE INSPEÇÃO<br />

EM VÔO NO BRASIL<br />

Por Ten Cel Av GUSTAVO<br />

Adolfo Camargo de Oliveira<br />

- Comandante do GEIV<br />

A atividade de inspeção<br />

em vôo no Brasil completou<br />

50 anos. De lá para cá<br />

evoluímos muitíssimo, não<br />

só em termos de avanço<br />

tecnológico dos mecanismos<br />

de inspeção em vôo, mas também na montagem e manutenção<br />

de uma estrutura nacional para fazer face à demanda de auxílios<br />

à navegação, aproximação e pouso, consolidada no nosso GEIV<br />

– Grupo Especial de Inspeção em Vôo.<br />

Nos orgulhamos de possuir esta estrutura, principalmente, por<br />

termos conquistado ao longo do tempo uma reputação impecável<br />

de critério e competência no cenário brasileiro da aviação – bem<br />

como junto às comunidades internacionais – e adquirimos o<br />

“status” de exportáveis; tanto é assim, que cumprimos inspeções<br />

em países vizinhos.<br />

Somos muito mais do que um conjunto de meios físicos, infraestrutura,<br />

equipamentos, aviões e recursos humanos. O GEIV é<br />

uma Unidade Aérea singular porque incorpora técnica e vontade,<br />

entusiasmo e espírito de corpo, profissionalismo e superação<br />

de dificuldades e, primordialmente, um permanente estado de<br />

mobilização que nos identifica e empresta “alma” a única Unidade<br />

Aérea do Departamento de Controle do Espaço Aéreo.<br />

Todas essas virtudes foram herdadas de gerações de<br />

Pilotos-Inspetores, operadores de sistema de inspeção em vôo,<br />

operadores de teodolito, mecânicos e muito outros, especialistas<br />

de diversas áreas do Comando da Aeronáutica, sempre<br />

inspirados pelo exemplo de nossas lideranças.<br />

Esta é mais uma página da nossa história que buscamos<br />

resgatar nesta publicação. Seguiremos, como sempre, mantendo<br />

um elevado padrão de profissionalismo nesta atividade, que é<br />

imprescindível ao nosso Sistema e responsável, na parte que<br />

lhe toca, em garantir a segurança e a defesa do nosso céu<br />

soberano.<br />

Parabéns a todos.<br />

SUBSTITUIÇÃO DOS BANDEIRANTES<br />

Por Maj Av MANOEL<br />

Araújo da Costa Júnior -<br />

Chefe da Seção de Material<br />

do GEIV<br />

Desde 1976, a aeronave<br />

Embraer 110, que<br />

chamamos de “Deco”,<br />

como quem apelida carinhosamente<br />

um amigo<br />

de longa data, vem<br />

prestando inestimável serviço ao Grupo Especial de Inspeção<br />

em Vôo (GEIV), conduzindo, em suas asas, a responsabilidade<br />

de garantir a segurança do controle do espaço aéreo brasileiro.<br />

Muitos bons momentos já nos foram proporcionados a bordo<br />

dessa aeronave, que até hoje transporta em seu corpo homens e<br />

Phenom 300<br />

mulheres verdadeiramente preocupados com os reais interesses<br />

desta Nação.<br />

Operando com sistema de inspeção em vôo convencional,<br />

muitas vezes a tripulação viu-se obrigada a realizar pousos em<br />

pistas pequenas e não preparadas. Para tal, seria necessária<br />

uma aeronave com capacidade de decolagem e pouso em curta<br />

distância e robustez mecânica para suportar o esforço estrutural.<br />

Ora, o bom e velho Bandeirante preenchia perfeitamente estes<br />

quesitos e sem ele, a missão do GEIV estaria incompleta.<br />

Com a chegada do sistema automático de inspeção em vôo,<br />

a necessidade de pousar para realizar uma inspeção foi quase<br />

que extinta. Com isso, nosso “amigo” se viu diminuído em suas<br />

qualidades, embora continuasse a cumprir suas obrigações com<br />

o mesmo vigor de sempre.<br />

Então veio o crescimento econômico do País, que trouxe em seu<br />

rastro o aumento do fluxo de tráfego aéreo e, conseqüentemente,<br />

o maior número de auxílios à navegação aérea. A quantidade de<br />

radares praticamente dobrou nos últimos anos e o Departamento<br />

de Controle do Espaço Aéreo não vem poupando esforços para<br />

garantir o correto funcionamento de tais equipamentos.<br />

Infelizmente, aeronaves como o EC-95 2177, que em 1976<br />

cumpria seu dever com a imponência de um maestro que rege<br />

sua orquestra, hoje sentem o cansaço provocado pelos anos<br />

de trabalho assíduo. Com a quantidade de inspeções em vôo<br />

crescendo exponencialmente, a necessidade de pousar para<br />

montagem de equipamento no solo tornou-se uma perda de<br />

preciosas horas chegando a inexeqüibilidade em alguns casos.<br />

É... Apesar de relutantes, talvez esteja na hora de pensarmos<br />

na substituição do “Deco”.<br />

A necessidade de uma aeronave de alta performance e com<br />

autonomia para cobrir todo o território nacional torna-se, a cada<br />

dia, mais evidente. É verdade que possuímos quatro Hawker 800<br />

XP que cumprem muito bem o seu dever, mas ainda é pouco.<br />

A Força Aérea Brasileira vem sofrendo com a falta de recursos<br />

e com o GEIV não seria diferente. A falta de suprimento de<br />

material aeronáutico vem diminuindo a disponibilidade de nossas<br />

aeronaves e a idade de projetos como o Bandeirante torna ainda<br />

mais difícil a aquisição de novas peças.<br />

Então vem a pergunta: por qual aeronave substituiríamos o<br />

EC-95? Talvez outros Hawker 800 XP, ou então o Phenom 300<br />

da Embraer. O importante seria que a escolha se baseasse na<br />

performance, no atendimento às necessidades para instalação<br />

de um painel de inspeção e, principalmente, no suporte logístico<br />

para a manutenção da boa disponibilidade.<br />

Não podemos sofrer com a carência de suprimento para<br />

nossas aeronaves quando temos a segurança da navegação<br />

aérea do País em nossas mãos.<br />

É claro que tudo isto demandaria um estudo técnico-operacional<br />

complexo e talvez surgissem até várias opções, mas uma coisa é<br />

certa: está na hora de pensarmos no “descanso do guerreiro”.


A INSPEÇÃO EM VÔO NO BRASIL<br />

Por 1ºTen Av Ricardo<br />

Barbosa ARRAIS de<br />

Oliveira - Chefe da Seção<br />

de Comando do GEIV<br />

A atividade de<br />

inspeção em vôo<br />

no Brasil teve seus<br />

primeiros passos após<br />

a assinatura do projeto<br />

CONTRAF (Controle<br />

do Tráfego Aéreo),<br />

assinado entre a então<br />

Diretoria de Rotas Aéreas e a Federal Aviation Administration<br />

(FAA), denominada à época de C.A.A. (Civil Aviation Agency),<br />

no ano de 1956.<br />

Mediante empréstimo, conforme previa este Contrato, uma<br />

aeronave-laboratório, o “beechcraft” de matrícula N-74, prestaria<br />

serviços ao Brasil, com a finalidade específica de realizar<br />

as inspeções em vôo dos primeiros auxílios à navegação e à<br />

aproximação, VOR (VHF Omni Range) e ILS (Instrument Landing<br />

System), a serem instalados.<br />

A primeira inspeção em vôo no Brasil ocorreu em 19 de<br />

dezembro de 1956, quando executou a avaliação de local do<br />

VOR de Caxias. Foi também o VOR de Caxias o primeiro auxílio<br />

a ser homologado no Brasil<br />

No ano de 1958, a FAB, conscientizada da importância dessa<br />

atividade e a consequente necessidade de pessoal especializado<br />

para executar tais missões, enviou 02 (dois) oficiais brasileiros<br />

para realizarem o Curso de Piloto-Inspetor na academia da<br />

Tripulação do C-47<br />

C.A.A., em Oklahoma, Estados Unidos, constituindo a primeira<br />

tripulação operacional de inspeção em vôo no Brasil.<br />

Ainda nesse ano, foi adquirido pela Força Aérea Brasileira o<br />

primeiro avião-laboratório, realizando, a partir daí, as missões<br />

em aeronave de matrícula nacional.<br />

No ano de 1959, como parte do Projeto CONTRAF e com a<br />

finalidade de formar uma tripulação completa, para a execução<br />

desta nova missão dentro da Força Aérea iniciou-se a instrução<br />

de Operação de Console de Inspeção em Vôo, facilitada com<br />

a vinda para o Brasil de mais um técnico da CAA, que também<br />

tinha como tarefa, assessorar nosso técnicos em eletrônica na<br />

montagem de um laboratório de aferição e calibragem.<br />

O número de Inspeções em Vôo aumentaram gradativamente<br />

e cada vez mais se fazia necessário um setor que planejasse<br />

e interpretasse a análise dos resultados obtidos durante as<br />

missões executadas.<br />

No ano de 1960, foi criada a então Seção de Registro e<br />

Controle de Vôo, dentro da Estrutura da Diretoria de Rotas<br />

Aéreas, embora a atividade Inspeção em Vôo se constituísse em<br />

uma de suas Subseções.<br />

Na década de 60, devido à implantação de novos auxílios, o<br />

volume das missões crescia em progressão geométrica, exigindo<br />

uma quantidade maior de pessoal especializado e um melhor<br />

planejamento das missões, de modo a racionalizar o emprego<br />

dos meios aéreos disponíveis.<br />

Em 1971, a inspeção em Vôo teve sua estrutura modificada<br />

quando, a 1º de abril, foi extinta a Diretoria da Rotas Aéreas,<br />

em decorrência da ativação de uma nova reestruturação do<br />

Ministério da Aeronáutica.<br />

Obedecendo a este novo modelo foram reagrupadas as<br />

atividades que eram afetas à Diretoria de Rotas Aéreas, tais<br />

como: Tráfego Aéreo e Navegação, Meteorologia, Eletrônica e<br />

Comunicações e outras sob a organização de serviços e com<br />

subordinação direta ao Comando de Apoio Militar (COMAM).<br />

Em maio de 1972, foram reestruturadas as atividades de<br />

Proteção ao Vôo, ao ser criada a Diretoria de Eletrônica e<br />

Proteção ao Vôo (DEPV), cujo regulamento foi aprovado pelo<br />

Decreto nº 71261, de 17 de outubro de 1972. Neste regulamento<br />

surgiu a atividade de Inspeção em Vôo juntamente com a criação<br />

do núcleo do Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV).<br />

A RADIOMONITORAGEM NO GEIV<br />

Cap Eng Alessander<br />

de Andrade SANTORO<br />

- Chefe da Subseção de<br />

Radiomonitoragem da<br />

Seção de Aferição de<br />

Equipamentos Especiais do<br />

GEIV<br />

O dia 23 de outubro<br />

de 1998 marca a data<br />

da primeira missão<br />

de radiomonitoragem realizada por uma aeronave do GEIV<br />

capacitada para monitorar, identificar e localizar fontes<br />

interferentes nas freqüências aeronáuticas.<br />

Desde então, o GEIV vem realizando diversas missões<br />

pelo Brasil buscando eliminar estas fontes que degradam<br />

ou interrompem os sinais de auxílios à navegação aérea, à<br />

aproximação, bem como as comunicações aeronáuticas.<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

13


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

14<br />

Radiomonitoragem<br />

Tudo começou quando a portaria interministerial nº 73 de 1985<br />

entre os Ministérios das Telecomunicações e da Aeronáutica<br />

atribuiu à já extinta Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo<br />

– DEPV (atual <strong>DECEA</strong>) a gerência sobre o espectro aeronáutico.<br />

Para gerenciar esse espectro era necessário conhecer as<br />

transmissões que ocorriam nele e a DEPV possuía na D-ECO<br />

(Divisão de Engenharia de Telecomunicações) um grupo que,<br />

com analisadores de espectro e medidores de campo, efetuava<br />

o trabalho de gerência de espectro e eliminação de interferência<br />

que, àquela época, não ocorriam em número elevado.<br />

Com o desenvolvimento da tecnologia, o barateamento dos<br />

equipamentos e a tendência wireless (sem fio) que se seguiu,<br />

aumentou de forma exponencial o número de equipamentos<br />

transmissores e, portanto, o conflito entre serviços de<br />

telecomunicações.<br />

Dentre os afetados por este crescimento estavam os serviços<br />

de telecomunicações aeronáuticas, que passaram a necessitar<br />

de uma maior estrutura para combater as interferências e garantir<br />

a prestação de um serviço seguro.<br />

Surgiu, assim, a necessidade de um Sistema de<br />

Radiomonitoragem capaz de, rapidamente, identificar e localizar<br />

fontes interferentes no espectro aeronáutico e permitir sua<br />

eliminação.<br />

Ao GEIV coube a função de realizar as missões de pesquisa de<br />

interferência. Para tal, foram instaladas Estações de Monitoração<br />

de Sinais na área metropolitana de São Paulo, englobando os<br />

aeroportos de Congonhas e Guarulhos e na área metropolitana<br />

do Rio de Janeiro, englobando os aeroportos do Galeão e<br />

Santos-Dumont.<br />

Estas estações permitem a monitoração do espectro<br />

aeronáutico 24h por dia, mas têm a limitação de não terem<br />

mobilidade e, em um grande número de casos, a interferência<br />

só é percebida em vôo.<br />

Para pesquisar estas interferências só detectáveis em vôo, o<br />

GEIV possui duas aeronaves Bandeirantes EC-95B (2327 e 2328)<br />

capacitadas para receber um sistema embarcado de pesquisa. A<br />

Estação embarcada permite um rápido deslocamento até o local<br />

da ocorrência da interferência e a reprodução das condições em<br />

que as aeronaves sofreram a mesma.<br />

De forma a também ganhar mobilidade no solo, o GEIV possui<br />

uma van equipada com o Sistema de Radiomonitoragem, além<br />

de possuir dois sistemas portáteis que permitem que uma pessoa<br />

opere e se desloque a pé.<br />

Com esses sistemas, já foram pesquisadas interferências<br />

de sinais em auxílios como VOR, Localizer, Glide Slope, Radar<br />

Secundário e até interferências em sinais de satélites.<br />

O GEIV já efetuou centenas de missões de pesquisas de<br />

interferência de diversos tipos, tendo participado de missões<br />

em conjunto com a Polícia Federal, ANATEL e INFR<strong>AERO</strong>.<br />

Vários transmissores clandestinos foram desligados e fontes<br />

interferentes eliminadas graças à ação do GEIV, garantindo a<br />

segurança de vôo no espaço aéreo brasileiro.<br />

OS NOVOS SISTEMAS<br />

DE INSPEÇÃO EM VÔO DO GEIV<br />

Cap Eng Alessander de Andrade SANTORO<br />

O Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), com o<br />

compromisso de garantir a qualidade e confiabilidade dos sinais<br />

dos auxílios à navegação aérea e à aproximação, bem como<br />

de manter-se atualizado nos novos conceitos CNS/ATM, vem<br />

substituindo seus antigos Sistemas de Inspeção em Vôo (SIV)<br />

Convencionais (analógicos) por modernos sistemas digitais que<br />

incorporam novas capacidades colocando o Grupo na ponta da<br />

tecnologia da Inspeção em Vôo.<br />

Na década de 80, o GEIV adquiriu os Sistemas de Inspeção<br />

em Vôo (SIV) Convencionais totalmente analógicos. Esses<br />

sistemas equiparam as aeronaves HS-400 2119, 2121 e 2125<br />

(todas já desativadas), as aeronaves EC-95 2176, 2177, 2178,<br />

2190 e 2191 (não mais pertencentes ao GEIV) e hoje equipam<br />

as aeronaves EC95B 2307, 2327 e 2328 e as EC95C 2331, 2334<br />

e 2338. Na sua operação, o Operador de Sistema de Inspeção<br />

em Vôo (OSIV) observa os níveis de sinais em mostradores<br />

analógicos e faz, manualmente, todos os cálculos para verificar<br />

o funcionamento de auxílios como VOR e ILS.<br />

No início da década de 90, foram adquiridos 02 (dois)<br />

Sistemas Semi-Automatizados de Inspeção em Vôo (SAFIS)<br />

da empresa SIERRA, o que representou o primeiro passo em<br />

direção à automatização da inspeção em vôo. Esse sistema<br />

trazia a vantagem de apresentar todos os sinais em uma tela<br />

de computador e fazia todos os cálculos automaticamente,<br />

diminuindo a carga de trabalho do OSIV.<br />

Através do Projeto SIVAM, o GEIV recebeu, entre 1999/2000,<br />

04 (quatro) aeronaves H-800XP equipadas com o Sistema<br />

Automático de Inspeção em Vôo (AFIS) da empresa SIERRA.<br />

Esse sistema representou um salto muito grande em relação<br />

aos seus antecessores tendo em vista que, além de fornecer<br />

todos os resultados automaticamente, possibilitou a realização<br />

de inspeção em vôo em condições de visibilidade não muito<br />

favoráveis, pois utilizava o sistema D-GPS ou LASER+câmera<br />

primariamente como sistema de referência, ao invés do teodolito<br />

Operador de Sistema de Inspeção em Vôo


utilizado pelos sistemas Convencional e SAFIS.<br />

Em 2005 foram desativados os SAFIS tendo em vista a<br />

inexistência no mercado de peças reposição.<br />

Desta forma, as aeronaves H-800XP ficaram equipadas<br />

com os AFIS (totalmente digitais) e os EC-95B e C com os SIV<br />

Convencionais, que é a configuração atual das aeronaves do<br />

Grupo.<br />

Totalmente analógicos, os SIV Convencionais não permitem<br />

sua capacitação para realização de inspeção em vôo dos<br />

novos procedimentos baseados em sinais do Global Navigation<br />

Sattellite System (GNSS). Além disso, não mais se encontram<br />

peças sobressalentes no mercado, tornando sua manutenção<br />

cara e difícil.<br />

Com este quadro formado, a partir de 2004 iniciou-se um estudo<br />

de delineamento das necessidades sobre um novo Sistema<br />

de Inspeção em Vôo para equipar as aeronaves Bandeirantes<br />

e formou-se um grupo de trabalho do qual participaram GEIV,<br />

<strong>DECEA</strong> e CISCEA.<br />

Foi elaborada uma especificação técnica que contemplava<br />

a aquisição de 04 (quatro) novos AFIS e a preparação de 03<br />

(três) aeronaves EC-95C e 02 (duas) aeronaves EC-95B para<br />

operarem estes novos sistemas.<br />

A partir da especificação técnica, foi lançado o edital de<br />

licitação em 2005 ao qual atenderam três empresas do setor:<br />

Norwegian Special Mission (com sede em Oslo – Noruega), NXT<br />

Inc. (com sede em Nova Iorque – EUA) e <strong>AERO</strong>DATA (com sede<br />

em Braunschweig – Alemanha).<br />

Um grupo de técnicos do GEIV, CISCEA, PAMERJ e IFI foi<br />

enviado à sede das três empresas para verificar a capacidade<br />

técnica das mesmas e avaliar o produto de cada uma delas.<br />

A conclusão do grupo foi que as três empresas possuíam um<br />

produto capaz de atender às necessidades do GEIV.<br />

O novo AFIS tem como conceito a utilização de dois<br />

computadores separados para trabalho: um para coleta e<br />

tratamento de dados com um sistema operacional específico<br />

para trabalhar em tempo-real e outro computador para permitir<br />

a interface com usuário de forma amigável, com ambiente<br />

WINDOWS.<br />

O sistema contará, para maior precisão de informações, com<br />

um sistema híbrido de posicionamento da aeronave, integrando<br />

sinais de Inercial, GPS, D-GPS e DRTT de forma que será mais<br />

imune a falhas.<br />

O processo de licitação ainda está em curso, mas o primeiro<br />

Sistema de Inspeção em Vôo deverá estar operacional até o<br />

final de 2007 devendo a frota de Bandeirantes estar plenamente<br />

equipada até o final de 2008.<br />

INSPEÇÃO EM VÔO DE<br />

PROCEDIMENTOS RNAV<br />

Cap Av Alexander<br />

SANTOPIETRO de Sousa -<br />

Chefe da Subseção de Auxílios<br />

à Navegação Aérea - Seção<br />

de Inspeção em Vôo<br />

• O que são<br />

Procedimentos RNAV<br />

(Navegação de Área) são<br />

procedimentos apoiados<br />

por informações de<br />

posição advindas de um ou mais auxílios à navegação. Esses<br />

auxílios podem ser da própria aeronave como o INS (navegação<br />

inercial) ou externos como VOR, DME ou GNSS (Sistema Global<br />

de Navegação por Satélites). O próprio sistema, através de um<br />

avançado banco de dados a bordo da aeronave, seleciona o auxílio<br />

mais adequado que servirá como base em determinado trecho<br />

do procedimento o que, por si só, já deixa clara a necessidade<br />

de a aeronave estar devidamente equipada e certificada para tal<br />

tipo de vôo, assim como sua tripulação.<br />

• A inspeção<br />

A inspeção em vôo de procedimentos RNAV avalia a cobertura<br />

e a acuracidade provida pelos auxílios a navegação utilizados<br />

durante a realização de todo procedimento por instrumentos.<br />

Também é realizado, em especial durante os vôos de<br />

homologação, o “flyability check”, onde são verificados pela<br />

tripulação os seguintes tópicos:<br />

- manobras a serem realizadas pelas aeronaves, levando-se<br />

em consideração sempre a de perfil mais crítico a operar no<br />

aeródromo em questão, visando a segurança em vôo;<br />

- carga de trabalho na cabine, verificando se o procedimento<br />

é de fácil compreensão (sem ambigüidades) e se sua execução<br />

demanda uma carga de trabalho aceitável na nacele;<br />

- aspecto geral da carta e correção de todos os dados<br />

necessários para a execução do procedimento, como<br />

coordenadas, proas e distâncias que devem ser mostradas de<br />

forma clara e precisa.<br />

Por motivos óbvios, quando da realização de um vôo de<br />

homologação de algum procedimento RNAV, juntamente com o<br />

Piloto Inspetor, um Oficial Especialista em Controle de Tráfego<br />

Aéreo (CTA) do órgão responsável pela área onde será implantado<br />

o novo procedimento é escalado para participar da inspeção.<br />

É preciso lembrar também que, por ser um procedimento não<br />

homologado, o mesmo ainda não constará do banco de dados<br />

da aeronave, sendo necessário que o piloto faça a inserção dos<br />

dados e a configuração do equipamento de bordo. Desse vôo é<br />

produzido um relatório desaprovando, aprovando ou aprovando<br />

com correções o novo procedimento.<br />

Tais procedimentos, quando isolados, são inspecionados de<br />

doze em doze meses.<br />

• O futuro<br />

Cada vez mais, amplia-se de forma vertiginosa, o número de<br />

procedimentos RNAV em utilização ao redor do mundo. Só nos<br />

EUA já são mais de setecentos em vigor.<br />

Além dos procedimentos de não-precisão, estão sendo<br />

homologados, em diversos países, procedimentos RNAV de<br />

aproximação com guia vertical, onde são utilizados principalmente<br />

o GNSS juntamente com equipamentos para aumentação de<br />

sinais dos satélites.<br />

Enfim, o futuro da aviação parece estar seriamente ligado<br />

à chamada Navegação de Área, em especial devido à sua<br />

confiabilidade, por utilizar diversos sistemas para orientação,<br />

ao número crescente de satélites disponíveis e à incansável<br />

modernização dos sistemas de navegação a bordo das<br />

aeronaves. E, sem dúvida alguma, essa será a área que exigirá,<br />

já daqui a alguns anos, a maior dedicação por parte da inspeção<br />

em vôo no que diz respeito ao acompanhamento de perto das<br />

evoluções para que possamos aprimorar procedimentos e<br />

critérios, visando disponibilizar aos usuários procedimentos cada<br />

vez mais precisos, seguros e econômicos.<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

15


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

16<br />

UM POUSO DIFERENTE<br />

Paullo ESTEVES – Cel Av R1.<br />

Assessor de Comunicação Social do<br />

<strong>DECEA</strong> – Piloto Inspetor nº 23<br />

Cheguei no Grupo Especial de<br />

Inspeção de Vôo (GEIV) em abril<br />

de 1975, capitão, cheirando à tinta,<br />

vindo da Academia da Força Aérea<br />

(AFA), onde permanecera cinco<br />

anos como instrutor.<br />

Apresentei-me de 5ºA e, com<br />

as alterações debaixo do braço,<br />

resoluto e altamente enquadrado.<br />

Naquela época, o GEIV consistia<br />

basicamente em uma só sala, por<br />

sobre a Sala de Tráfego do Santos-<br />

Dumont, onde se alinhavam cinco<br />

mesas: a do Comandante, a do Operações, a do Material, a do<br />

Pessoal e uma mesa de reuniões.<br />

Chegando da Academia, onde havia espaço de sobra, estranhei<br />

muito aquele “arranjo” e, antes de adjetivá-lo de promíscuo, preferi<br />

alcunhá-lo de ecumênico. Na verdade, se perdíamos em espaço<br />

e privacidade, ganhávamos em interação e camaradagem. Todos<br />

partilhavam de tudo.<br />

Pois bem: mais ou menos familiarizados com a atividade de<br />

inspeção em vôo, restava-me, agora no início, tornar-me operacional<br />

nas aeronaves-laboratório que o Grupo dispunha – duas EC-47<br />

(Douglas) e duas EU-8 (Queen-Air), já que os HS–125 eram voados<br />

apenas pelos Pilotos-Inspetores - as “cobras criadas”<br />

O auxiliar do Operações perguntou:<br />

- Você lê bem inglês?<br />

- Não, bem, não – respondi.<br />

- Então toma esta apostila do “Queen-Air” em português, mas vou<br />

te avisando, a tradução é incompleta e você só vai tirar seis. Ok?.<br />

- E com seis eu passo?, perguntei.<br />

- É... com seis está bom.<br />

Assim foi. Estudei a apostila, fiz a prova e tirei a nota máxima: seis.<br />

Dois dias depois, fui ter a minha primeira missão de instrução com<br />

o então Capitão Chaves (o Marron) que aliás era o responsável por<br />

eu estar no GEIV ( foi ele quem me convidou). Decolamos do Rio<br />

de Janeiro, fizemos cinco toques e arremetidas em Jacarepaguá,<br />

executei um procedimento ILS no Galeão, arremeti no ar, engrenei<br />

um procedimento NDB em Quebec (hoje ILA) e pousei final no<br />

Santos-Dumont.<br />

“É isso aí, garoto! Você já é 1P (1º piloto)”. Simples assim.<br />

Restava, agora, encarar o lendário C-47. Estudei a apostila, fiz<br />

a prova, passei e saí para a instrução. Decolei do Santos-Dumont<br />

ziguezagueando pela pista e fomos para São Pedro da Aldeia. Fiz<br />

uns dez toques e arremetidas e pousamos para reabastecimento.<br />

Na volta, fiz um procedimento em ILA e pousei no final do Santos-<br />

Dumont.<br />

O instrutor, o inesquecível Leite (Tide, para os íntimos) me deu<br />

mais um tapinha nas costas e disse: “Você está pronto, Estevinho!<br />

Já é 1P de C-47!”.<br />

Dias depois sairia em minha primeira missão de C-47 laboratório<br />

para executar o “Circuito Nordeste”, começando por inspecionar o<br />

VOR de Caravelas. O Piloto-Inspetor era o então Major Hegedus,<br />

macaco velho na atividade e no avião. Fiquei tranqüilo. Fomos nos<br />

conhecer naquela tarde, debaixo da asa do avião. Jamais o tinha<br />

visto na vida, nem ele a mim. Partimos. Saí pilotando.<br />

No meio do caminho, caiu a noite e começou a chover. Chegamos<br />

em Caravelas debaixo de um temporal. Noite preta, relâmpagos<br />

e o “pau” comendo. Bloqueei o VOR e iniciei o procedimento.<br />

Sem conhecer bem a máquina e sem reflexos de como o avião<br />

se comportaria, engrossei no procedimento, aplicando o “efeito<br />

tosqueira” na pilotagem. Atingindo condições visuais, no ponto<br />

crítico, tive que aceitar as sugestões do Major quanto ao uso dos<br />

flaps e acabei pousando na pista encharcada.<br />

Naquela noite, ambos já deitados, Hegesus, naturalmente<br />

passando o videoteipe do dia, relembrou a chegada em Caravelas e,<br />

por desencargo de consciência, perguntou:<br />

- Esteves, quantas horas de C-47 você tem?<br />

Somei mentalmente o número de horas e respondi:<br />

- Mais ou menos umas cinco horas.<br />

- O quê? Você está brincando! Só isso?<br />

- É, considerando o tempo de vôo até aqui, é mais ou<br />

menos por aí.<br />

• Logo vi - respondeu. Você precisa tomar instrução – e muita!<br />

Concordei: - Eu também acho.<br />

Assim foi. A partir daí, ele passou a me dar instrução enquanto<br />

fazíamos as inspeções em Caravelas, Ilhéus e Salvador. Vôo<br />

monomotor, pouso com vento cruzado etc...<br />

No dia 13 de setembro de 1975, exatamente às 8h da manhã,<br />

decolamos de Salvador para completar a inspeção do VOR,<br />

interrompida no dia anterior. Era um sábado e o dia estava lindo<br />

– céu claro e sol de fora. Por volta das 11h30, faltavam duas radiais<br />

de aerovia para voar. A que chamávamos de “tubarão feliz”, que<br />

adentrava 40 milhas mar a dentro e uma outra que vinha de Ilhéus<br />

pela aerovia G-1.<br />

No bloqueio, o Major me<br />

perguntou:<br />

- Esteves, qual das duas<br />

você quer fazer primeiro?<br />

- A “tubarão feliz”, chefe -<br />

respondi por pura intuição.<br />

- Tá bom, então<br />

vamos lá.<br />

Fomos a 40 milhas,<br />

mandamos trocar o monitor<br />

e voltamos até o bloqueio<br />

do VOR – a “tubarão feliz”<br />

estava feita. Saí, então, no<br />

eixo da G-1 no rumo de<br />

Ilhéus, fazendo a última<br />

radial de aerovia. Nas<br />

40 milhas anotamos os<br />

sinais, revertemos a curva<br />

e estávamos voltando,<br />

quando - pela 30ª milha,<br />

o motor direito tossiu.<br />

Imediatamente mandei a<br />

mão na booster (bomba<br />

de reforço), ligando-a.<br />

O motor deu uma melhorada, tossiu de novo e apagou. Tocou o<br />

horror.<br />

Treinado, compensei a máquina, enquanto o Major tentava fazer<br />

o motor pegar novamente. Inútil. Ficamos voando monomotor e<br />

perdendo altura – quando o motor apagou, estávamos a 1500 pés<br />

de altura – uma brabeza. Viemos, então, nos “arrastando”. Ao nosso<br />

lado estava a Ilha de Itaparica e, à nossa frente, a Baía de Todos os<br />

Santos. A sensação de desconforto era grande e, então, propus:<br />

• Major, vamos trocar de cadeira?<br />

Diante da minha condição de “aluno”, ele concordou<br />

imediatamente:<br />

• Boa idéia! Passa pra cá.<br />

Trocamos de cadeira e assumi as comunicações. Chamei a Torre<br />

de Salvador, reportei a emergência e perguntei se em Itaparica havia<br />

pista de pouso, ao que Salvador respondeu:<br />

- FAB 2065, negativo. O campo de pouso mais próximo é o do<br />

Aeroclube, no litoral.<br />

Quando olhei para o litoral, parecia que este se encontrava na<br />

África – “longe pra burro”.<br />

Foi aí que aconteceu o pior: o motor esquerdo tossiu também.


Liguei a booster esquerda, o motor deu um último gargarejo e apagou.<br />

O silêncio era de matar – que silêncio terrível! Agora havíamos nos<br />

transformado em um planador. Estávamos a 800 pés de altura com<br />

a Ilha de Itaparica bem ao nosso lado – estávamos caindo.<br />

Sugeri:<br />

- Major, por que o senhor não tenta um pouso na arrebentação?<br />

- Boa idéia. É pra lá mesmo que eu vou – disse ele.<br />

Matemos uma curva pra cima da linha da praia e logo percebemos<br />

que ali não poderíamos pousar – a praia estava cheia de gente. Uns<br />

aqui, outros mais adiante; seria uma temeridade pousar na praia.<br />

- Não vai dar! Não vai dar! Vou passar na água! - exclamou o<br />

Major.<br />

Com menos de 500 pés de altura fizemos outra curva pra dentro<br />

do mar, colocamos o avião paralelo à praia e fomos descendo pra<br />

dentro d’água. Foi aí que fiz uma pergunta idiota:<br />

- Major, como o senhor pretende pousar? Vai entrar com a cauda<br />

baixa?<br />

E ele, irritado, respondeu:<br />

- Sei lá, pô! Nunca pousei na água!.<br />

Calei a boca. E lá viemos nós. A água chegando. Aquele cheiro<br />

de mar invadindo nossas narinas. O Major arredondou a máquina<br />

rente à água e tratei de acionar o desembandeiramento (lembranças<br />

de apostila). Foi então que se deu a “avant-première” da morte. O<br />

C-47 laboratório 2065<br />

tinha no seu papo uma<br />

“ruma” de antenas e<br />

outros penduricalhos.<br />

Quando as antenas<br />

começavam a entrar na<br />

água e serem arrancadas,<br />

fez-se um barulho infernal<br />

e entramos em uma<br />

trepidação dos diabos.<br />

Parecia o fim do mundo.<br />

Era como se estivessem<br />

me segurando pelas<br />

orelhas e balançando<br />

a minha cabeça – não<br />

conseguia fixar os olhos<br />

no painel; tremia tudo!<br />

Quando as asas<br />

começaram a entrar na<br />

água e desacelerar o<br />

avião, os vidros laterais<br />

da cabine eram açoitados<br />

por lambadas da água<br />

que impediam totalmente<br />

a visão para fora.<br />

Nesta hora, o Major gritou:<br />

- Me ajuda a segurar o manche! O profundor, entrando na água,<br />

acionava os comandos e o manche fazia uma enorme pressão na<br />

direção das nossas caixas toráxicas. Agarrei o manche e ajudei o<br />

Major a pressioná-lo para a frente. Neste momento, o 2065 meteu<br />

o nariz dentro da água por alguns poucos segundos e, como um<br />

submarino, saiu à superfície. Tudo ficaria calmo. O pouso havia sido<br />

um sucesso. O 2065 agora flutuava tranqüilamente sobre o mar de<br />

Itaparica.<br />

Passado o sufoco, quase que automaticamente comecei a<br />

desligar alternadores, bateria etc. O Major me deu um tapa no ombro<br />

e disse:<br />

- Vamos embora, malandro.<br />

Caí na real. Desligar botões para quê? Desamarrei-me e fui<br />

caminhando para o fundo do avião. Tirando os dois operadores de<br />

Teodolito que estavam em solo, em Salvador, a tripulação se resumia<br />

a nós dois, os pilotos, o mecânico, um primeirão antigo vindo do<br />

COMTA – 1S Caetano, o operador de painel, o 1S Marden e um 3S<br />

novinho, assessor de eletrônica chamado Braz (era a sua primeira<br />

missão a bordo de uma aeronave).<br />

Quando cheguei lá atrás, não vi o Marden nem o Major. Por outro<br />

lado, o 3S Braz, que nadava feito um martelo, quando viu aquele<br />

mundão de água à sua volta, pensou que fosse morrer afogado e<br />

entrou em pânico.<br />

Quando me viu chegar, agarrou-me os braços e disse, visivelmente<br />

transtornado:<br />

- Capitão, eu não sei nadar!<br />

Percebendo seu estado, gritei com ele:<br />

- Fique calmo! Eu nado bem e te levo pra praia! Caetano, me dá<br />

duas almofadas destas!.<br />

Caetano pegou duas almofadas de espuma e entregou-as. Disse,<br />

então, ao Braz:<br />

- Enfia debaixo dos braços e fique comigo. Mal sabia o novinho<br />

que, se pulasse na água com as almofadas, iria para o fundo, porque<br />

elas eram de espuma pura. Enfim, aquela era uma maneira de<br />

quebrar seu estado de pânico.<br />

Então, perguntei ao Caetano:<br />

- Cadê o Major?.<br />

- Saíram, ele e o Marden, pela janela de emergência –<br />

respondeu.<br />

- Onde é que fica esta saída? - perguntei.<br />

- Aqui, ó! (isso é que é conhecer o avião) - mostrando-me a<br />

pequena janela.<br />

- Vou pra asa e você vem comigo, Braz! - disse. Pulei para a asa e<br />

tratei de puxar o novinho comigo.<br />

O Major estava só de cuecas, de mãos nos quadris, olhando<br />

para a praia. O Marden descalçou os sapatos, arregaçou as calças<br />

e também olhava para a praia. Estávamos a uns 1200 metros de<br />

distância da costa e podia ver um burburinho de gente na praia,<br />

olhando para nós.<br />

Em dado momento, percebemos que uma lancha vinha em nossa<br />

direção, levantando grossos bigodes de espuma. Voltei para dentro<br />

do avião para salvar o que pudesse. Caetano voltou comigo.<br />

Tirei, então, alguns equipamentos-rádio e, no final, acabei<br />

salvando apenas inutilidades, como extintor de incêndio, calços etc...<br />

besteiras...<br />

A lancha chegou e embarcamos. O 2065 já começava a se enfiar<br />

na água pelo nariz, forçado talvez pelo peso dos motores. Ficamos<br />

rodeando o avião e, neste momento, chegou uma baleeira a motor,<br />

com dois pescadores.<br />

Gritei para eles:<br />

- Vocês têm alguma bóia para sinalizar o local da queda?<br />

Eles responderam afirmativamente.<br />

- Então, amarrem uma linha de pesca nesta rodinha traseira e<br />

fixem a bóia, por favor.<br />

Assim o fizeram, amarrando a linha numa pequena bóia de isopor.<br />

Lamentavelmente, o 2065 foi afundando até sumir de todo, num<br />

torvelinho de espuma.<br />

A sensação é semelhante à perda de uma pessoa – muito curiosa.<br />

Quando o mar se espelhou novamente, tocamos para a praia. Falei,<br />

então, para o meu Comandante:<br />

- Major, acho melhor o senhor colocar a roupa.<br />

No sufoco de deixar a asa, o Major continuava de cuecas e sua<br />

calça, a camisa e os sapatos haviam sido atirados no fundo da<br />

lancha. Começamos a levantar caixas de ferramentas e outras<br />

tralhas à procura das roupas. Achamos a calça, os sapatos e uma<br />

camisa de malha. A canícula, nem pensar.<br />

No cais de Itaparica, havia um mundão de gente à nossa espera.<br />

Turistas, banhistas, pescadores e moradores locais. Abrimos<br />

caminho no meio daquela gente toda e chegamos ao Hotel Icaraí,<br />

onde tratamos de fazer contato com o então Comando Costeiro,<br />

avisando que estávamos vivos. O gerente do hotel convidou-nos<br />

para almoçar, mas recusamos – ninguém tinha fome, embora fosse<br />

quase uma da tarde.<br />

Quando me dei conta, na praça defronte ao hotel, o novinho, 3S<br />

Braz, estava cercado de menininhas, pagando o maior mistério de<br />

como ele havia pousado no mar. Virou herói, o danado!<br />

Quase aconteceu!<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

17


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

18


CISCEA assina contrato para aquisição e<br />

instalação de quatro sistemas automáticos<br />

de inspeção em vôo para o GEIV<br />

A CISCEA (Comissão de Implantação do<br />

Sistema de Controle do Espaço Aéreo) assinou<br />

contrato com a empresa norueguesa<br />

NSM (Norwegian Special Mission AS) no dia<br />

09 de outubro, que prevê o fornecimento e<br />

a instalação de quatro Sistemas Automáticos<br />

de Inspeção em Vôo (SIV) e preparação para<br />

instalação em cinco aeronaves do Grupo Especial<br />

de Inspeção em Vôo (GEIV), sendo três<br />

EC-95C e duas EC-95B e, ainda, a logística<br />

associada.<br />

O representante legal no Brasil, Eng Eduardo<br />

Moraes Rodrigues e seus diretores: Erik<br />

Togersen (Diretor de Marketing), Sugurd Bjelkaroy<br />

e Tom Sverstad estiveram presentes<br />

ao evento, acompanhados do Embaixador da<br />

Noruega do Brasil, Jan Gerhard Lassen.<br />

O documento foi assinado pelo presidente<br />

da CISCEA, Brig Ar José Roberto Machado e<br />

Silva, e pelo Diretor de Marketing da NSM,<br />

Erik Togersen.<br />

Presentes, também, o Comandante do<br />

GEIV, Ten Cel Gustavo Adolfo Camargo de<br />

Oliveira e o futuro Comandante do Grupo<br />

para a gestão 2007/2008, Ten Cel Av Walcyr<br />

Uma nova versão do Hércules, Sistema de<br />

Comando e Controle (C2) utilizado pelo<br />

COMGAR (Comando-Geral de Operações Aéreas)<br />

e demais Unidades Aéreas foi entregue<br />

pelo Centro de Computação da Aeronáutica de<br />

São José dos Campos (CCA-SJ), no dia 18 de<br />

setembro.<br />

O sistema Hércules é uma ferramenta que<br />

contribui para que o COMGAR e seus comandos<br />

operacionais subordinados, nos seus respectivos<br />

níveis de supervisão e em nível executivo,<br />

possam racionalizar, otimizar e integrar as<br />

atividades de comandar, planejar, coordenar<br />

e supervisionar as ações relativas à atividade<br />

de emprego aéreo e as que são determinantes<br />

para o planejamento dessa atividade.<br />

Na nova versão 1.10 do Hércules foram implementadas<br />

as seguintes funcionalidades e<br />

melhorias:<br />

• melhorias e correções no software de comunicação<br />

Col.MEA, utilizado para transmissão<br />

de dados entre os Sistemas Opera e Hércules;<br />

• envio de ordens do tipo AMIS (Acionamen-<br />

Josué de Castilho<br />

Araújo.<br />

De acordo com o<br />

Ten Cel Gustavo, os<br />

sistemas que o GEIV<br />

está operando hoje<br />

nos Bandeirantes estão<br />

com mais de 15<br />

anos de uso e estava<br />

ficando extremamente<br />

difícil mantê-los<br />

em funcionamento<br />

não só pela idade do<br />

sistema, como também<br />

pela obsolescência<br />

dos componentes<br />

que são cada vez mais<br />

difíceis de se encontrar no mercado.<br />

O Ten Cel Gustavo justificou a aquisição,<br />

afirmando que “o novo sistema tem algumas<br />

características automatizadas que<br />

tiram grande parte do trabalho humano e,<br />

conseqüentemente, das possibilidades de<br />

erro. Temos que atentar para o fato de que<br />

o funcionário que faz as análises durante a<br />

to de Missão) automaticamente para o banco<br />

de dados do Sistema Opera;<br />

• RELCC de OCOAM (Relatório de Comando<br />

e Controle do Órgão de Controle de Operações<br />

Aéreas Militares): foi modificado de forma<br />

a incluir a informação de turno no relatório<br />

guardando os dados de cada turno e não apenas<br />

o último de cada dia;<br />

• funcionalidade de exportação dos dados<br />

do Relatório de Consumo do Esforço Aéreo para<br />

o formato PDF;<br />

• funcionalidade de exportação dos dados<br />

do Relatório de Consumo do Esforço Aéreo para<br />

uma planilha eletrônica visando facilitar a formatação<br />

e a impressão do referido relatório;<br />

• exibição da página de avisos do COMGAR<br />

dentro da página de Login do sistema;<br />

• melhoria das funcionalidades relacionadas<br />

à Distribuição do Esforço Aéreo pelo<br />

COMGAR: a interface foi reimplementada de<br />

forma a atender as necessidades de: delegação<br />

da distribuição às FAEs e COMARes; foram<br />

implementados filtros nos campos; e foi imple-<br />

O Brig Ar José Roberto Machado e Silva (à direita) e o<br />

Diretor de Marketing da NSM, Erik Togersen assinam o<br />

contrato<br />

inspeção, o faz durante o vôo, com a aeronave<br />

balançando, com muito barulho, enfim,<br />

numa conjuntura que propicia pequenos erros<br />

de avaliação, o que enfatiza a eficiência<br />

e a segurança trazidas pelo uso do computador,<br />

que, por sua vez, trabalhará sem ser<br />

afetado por estes problemas ambientais de<br />

dentro do avião”.<br />

CCA-SJ disponibiliza nova<br />

versão do Hércules<br />

mentada a possibilidade de distribuição direta<br />

do COMGAR para as UAes;<br />

• melhoria das funcionalidades relacionadas<br />

à Distribuição do Esforço Aéreo pelas FAEs<br />

e COMARes: foram implementados filtros nos<br />

campos de distribuições criadas e recebidas;<br />

implementada a possibilidade de criar subprogramas<br />

e aplicações nas distribuições delegadas<br />

pelo COMGAR;<br />

• relatório de Unidade com Esforço Aéreo<br />

Negativo: funcionalidade criada para atender<br />

a necessidade do COMGAR de saber as UAes<br />

cujo consumo do esforço aéreo está maior do<br />

que o esforço aéreo alocado;<br />

• emprego da tecnologia Ajax (Asynchronous<br />

JavaScript and XML), que possibilita a criação<br />

de páginas mais leves que só atualizam as informações<br />

necessárias;<br />

• além das funcionalidades implementadas,<br />

esta nova versão conta com o que há de<br />

mais moderno em questões de usabilidade e<br />

acessibilidade de um sistema que tenha uma<br />

interface Web.<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

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<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

20<br />

Nossos<br />

castelos<br />

estão<br />

seguros? Por<br />

Na Idade Média, os castelos europeus<br />

serviam, não só de abrigo e controle<br />

de passagem para a população,<br />

como também fonte de segurança<br />

e guarda dos bens mais valiosos do<br />

reino. Nos castelos, as sentinelas empenhavam-se<br />

em detectar presenças<br />

hostis e acionar um alarme para que<br />

as tropas realizassem a defesa da fortaleza.<br />

Estes observadores permaneciam<br />

em pontos estratégicos do castelo. Geralmente,<br />

suas posições eram determinadas<br />

em locais com boa visibilidade<br />

e elevada altura, a fim de favorecer a<br />

percepção dos movimentos externos.<br />

Assim como eram resguardados<br />

os valiosos castelos medievais e suas<br />

torres, hoje somos protegidos pelas<br />

nossas valiosas Torres de Controle do<br />

SISCEAB (Sistema de Controle do<br />

Espaço Aéreo Brasileiro). Suas tarefas<br />

têm a premissa de manter a segurança<br />

TWR YS - Terminal Radar de Imagem Sintética (TARIS)<br />

instalado na Torre de Controle de Pirassununga<br />

nas operações com a certeza de zelar<br />

pelo bem mais valioso de nosso País<br />

– nosso povo.<br />

A fim de favorecer a árdua tarefa<br />

destes profissionais, o Instituto de<br />

Controle do Espaço Aéreo (ICEA),<br />

por meio de sua Divisão de Pesquisa<br />

e Desenvolvimento, desenvolveu produtos<br />

para auxiliar e treinar os controladores<br />

de tráfego aéreo para melhor<br />

desempenharem as suas funções.<br />

Um dos produtos desenvolvidos é o<br />

Terminal Radar de Imagem Sintética<br />

(TARIS) – também conhecido como<br />

Visualizador Radar de Baixo Custo<br />

– que possibilita ao operador a visualização<br />

dos tráfegos, por repetição<br />

da imagem radar, servindo de auxílio<br />

nas transferências dos tráfegos entre<br />

os setores de controle, nos alertas, na<br />

facilitação da busca visual dos tráfegos<br />

aéreos, enfim, no planejamento global<br />

de suas tarefas.<br />

O sinal recebido<br />

do radar necessita<br />

de um tratamento<br />

para tornar-se<br />

imagem. A placa<br />

CASSA (Conversor<br />

Assíncrono/Síncrono<br />

- Síncrono/<br />

Assíncrono) é microprocessada<br />

com<br />

uma porta de entrada<br />

e duas portas de<br />

saída. Ela é essencial<br />

para realizar a inte-<br />

gração entre o equipamento<br />

TARIS e<br />

sinais provenientes<br />

Ten Cel Av Ricardo Barion - Adjunto da Divisão de<br />

Pesquisa e Desenvolvimento (DP) do Instituto de<br />

Controle do Espaço Aéreo (ICEA)<br />

A instalação do<br />

TARIS demonstra<br />

a importância<br />

e o zelo que o<br />

SISCEAB deposita<br />

na segurança<br />

e na busca da<br />

facilitação do<br />

árduo e incessante<br />

trabalho dos<br />

controladores<br />

de tráfego aéreo<br />

de um radar. A placa CASSA permite<br />

também vincular um treinamento<br />

com o ambiente operacional. Esta<br />

placa, desenvolvida pelo ICEA, possibilita<br />

que o Simulador Radar de Área<br />

Terminal (SIRAT) consiga introduzir<br />

sinais gerados por simulação em um<br />

console radar do órgão operacional,<br />

desde que o fluxo de tráfego aéreo<br />

encontre-se reduzido com consoles<br />

disponíveis para treinamento.<br />

De acordo com a Circular de Tráfego<br />

Aéreo que estabelece as regras para<br />

o emprego do bright display e do<br />

TARIS nos órgãos ATS (CIRTRAF<br />

100-16), cabe lembrar que “a despeito<br />

da existência de visualização radar<br />

através de informações do TARIS ou<br />

do bright display no órgão ATC, o<br />

serviço de tráfego aéreo, a ser prestado<br />

para as aeronaves envolvidas, continuará<br />

sendo o serviço de controle de<br />

tráfego aéreo não radar”.


Computador com TARIS instalado<br />

Neste ano, já foi possível instalar<br />

TARIS nas duas Torres de Controle<br />

da Academia da Força Aérea (AFA).<br />

A primeira delas, no setor W, tem a<br />

responsabilidade de realizar a coordenação<br />

dos tráfegos de instrução dos T-<br />

27. Seus serviços são também utilizados<br />

pelo Esquadrão de Demonstração<br />

Aérea (EDA), que ali está sediado, e<br />

pelas demais aeronaves que necessitem<br />

pousar na AFA.<br />

Em complemento, no setor E da<br />

Academia, encontra-se a Torre de<br />

Controle que realiza a separação dos<br />

tráfegos de T-25, o berço dos nossos<br />

oficiais aviadores da Força Aérea Brasileira.<br />

A instalação do TARIS, nestes importantes<br />

elos de formação dos nossos<br />

aviadores, demonstra a importância<br />

e o zelo que o SISCEAB deposita na<br />

segurança e na busca da facilitação do<br />

árduo e incessante trabalho dos controladores<br />

de tráfego aéreo.<br />

Além destas instalações, foram também<br />

entregues aos Destacamentos de<br />

Controle do Espaço Aéreo de Cuiabá<br />

(DTCEA-CY) e de Pirassununga<br />

(DTCEA-YS) as novas versões do<br />

software do Simulador Radar de Baixo<br />

Custo (SRBC – versão 3.1), que foi<br />

desenvolvido e é amplamente utilizado,<br />

desde 1988, nos simuladores do<br />

ICEA.<br />

Um outro produto, incorporado ao<br />

SRBC, também foi instalado. Trata-se<br />

do Sistema Modular de Comunicação<br />

de 16 canais (SMCS 16), cuja função<br />

é permitir a comunicação VHF de<br />

maneira simulada, dentro dos padrões<br />

estabelecidos, tornando as atividades<br />

desenvolvidas no Simulador bastante<br />

fiéis ao ambiente operacional<br />

real. Com a utilização<br />

do SRBC é possível desenvolver<br />

treinamentos simulados<br />

em cenários de navegação<br />

em Área Terminal<br />

(APP) e em rotas (FIR).<br />

Com este novo ambiente,<br />

nossos profissionais<br />

poderão executar os<br />

treinamentos simulados,<br />

tanto para atender aos<br />

pré-requisitos dos cursos<br />

especializados de operação<br />

radar, quanto para treinar<br />

os procedimentos rotineiros<br />

previstos nas degradações radar<br />

nas suas áreas de competência.<br />

Em cada ambiente<br />

de simulação<br />

desenvolvido pelo<br />

ICEA, os operadores<br />

têm a possibilidade<br />

de elaborar,<br />

desenvolver ou<br />

reproduzir os<br />

exercícios que<br />

mais se moldam à<br />

realidade<br />

operacional<br />

Cabe ressaltar, neste momento, que<br />

algumas ferramentas de simulação,<br />

totalmente desenvolvidas e<br />

atualizadas pelo ICEA, foram<br />

entregues aos Destacamentos,<br />

sendo uma delas o Simulador<br />

de Recalada VHF-DF<br />

(SIREC 2.0). O procedimento<br />

de Recalada permite<br />

que o controlador de tráfego<br />

aéreo transmita informações<br />

para o direcionamento<br />

de uma aeronave que tenha<br />

perdido seus meios de navegação.<br />

O SIREC colabora,<br />

assim, na sedimentação<br />

e na manutenção dos conhecimentos<br />

por parte dos<br />

controladores de tráfego aéreo.<br />

Uma segunda ferramenta instalada<br />

foi o Simulador de Controle de Aeródromo<br />

(SICAD). Este software tem<br />

condições de reproduzir, mediante<br />

a inserção de dados, as condições<br />

operacionais dedicadas às Torres de<br />

Controle, visando o aprimoramento<br />

profissional dos controladores de tráfego<br />

aéreo que operam neste setor.<br />

Convém destacar que, em cada<br />

ambiente de simulação desenvolvido<br />

pelo ICEA, os operadores têm a possibilidade<br />

de elaborar, desenvolver ou<br />

reproduzir os exercícios que mais se<br />

moldam à realidade operacional.<br />

Para auxiliar a operação dos controladores<br />

de tráfego aéreo no SISCEAB, o<br />

ICEA desenvolveu o Sistema de Conversão<br />

de Mensagens Radar (SCMR).<br />

Este Sistema foi instalado na síntese<br />

multiradar do CINDACTA II (Segundo<br />

Centro Integrado de Defesa<br />

Aérea e Controle de Tráfego Aéreo).<br />

Sua finalidade é converter e integrar<br />

o formato das mensagens (protocolo)<br />

de diferentes tipos de radares de área<br />

terminal ao Sistema de Tratamento e<br />

Visualização de Dados daquele Centro<br />

(MITRA). Com esta ferramenta é<br />

possível ampliar a cobertura radar no<br />

Centro de Controle de Área (ACC),<br />

disponibilizando-se a visualização tanto<br />

de radares de rota (FIR) quanto dos<br />

radares de área terminal (APP).<br />

Desta forma, o SISCEAB, por meio<br />

da equipe de profissionais desenvolvedores<br />

de ferramentas e de softwares de<br />

simulação do ICEA, tem a certeza em<br />

afirmar que os nossos preciosos castelos<br />

estão realmente seguros.<br />

SRBC3.0 - computadores com os Simuladores<br />

instalados<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

21


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

22<br />

Conhecendo<br />

o DTCEA-Tabatinga – AM<br />

A HISTÓRIA E A MISSÃO<br />

O Destacamento de<br />

Controle do Espaço<br />

Aéreo de Tabatinga<br />

(DTCEA-TT) é subordinado<br />

ao Quarto<br />

Centro Integrado de<br />

Defesa Aérea e Controle<br />

de Tráfego Aéreo<br />

(CINDACTA IV) e tem<br />

a missão de assegurar Vista aérea do Destacamento<br />

a vigilância do tráfego<br />

aéreo na delicada tríplice<br />

fronteira Brasil, Colômbia e Peru, oeste da região amazônica,<br />

disponibilizando valiosíssimas informações oriundas<br />

dos radares de tráfego aéreo e meteorológico. Disponibiliza,<br />

também, informações aeronáuticas, serviços de informação de<br />

vôo (AFIS), códigos meteorológicos, radiossondagens meteorológicas<br />

e briefings meteorológicos.<br />

O DTCEA-TT passou a ter essa denominação conforme Portaria<br />

183/GC3 de 27 de fevereiro de 2003, e ativação segundo<br />

Portaria 1351/GM3 de 30 de outubro de 1997, regulamentada<br />

pela Portaria 401/GM3 de junho de 1998, pois antes disso sua<br />

denominação era Destacamento de Proteção ao Vôo, Detecção<br />

e Telecomunicações 74 ( DPVDT-74), criado pelo Decreto<br />

73.160 de 14 de novembro de 1973, regulamentado pela Portaria<br />

619/GM3 de 08 de julho de 1987. Portanto, seu aniversário<br />

é comemorado em 14 de novembro.<br />

O EFETIVO E SUAS ATIVIDADES<br />

Por ser Tabatinga uma cidade pequena, os militares são<br />

bastantes conhecidos e identificados como ícones queridos e<br />

valorosos. A Força Aérea Brasileira goza do carinho da cidade<br />

de uma forma invejável. A excelente qualidade dos relacionamentos<br />

da Aeronáutica com a população, a Marinha do Brasil,<br />

o Exército Brasileiro e demais órgãos públicos e privados revela<br />

a importância da FAB no município. As aeronaves que dão<br />

vida ao Correio Aéreo<br />

Nacional (CAN) são<br />

extremamente importantes<br />

nesse rincão<br />

brasileiro, onde cidadãos<br />

deste imenso<br />

Brasil são assistidos<br />

em inúmeras situações.<br />

Apesar das características<br />

geográficas, O efetivo do Destacamento<br />

cultural e social da<br />

cidade de Tabatinga, o DTCEA-TT segue a mesma linha dos<br />

demais Destacamentos do <strong>DECEA</strong>. Possui radar de tráfego aéreo<br />

(LP23), radar meteorológico (RMD), estações meteorológicas<br />

de superfície remota (SIPAM), estação meteorológica de<br />

altitude (DIGICORA II), estação de comunicação radioaerovia<br />

(ECMJ27) e NDB SAC 200.<br />

O DTCEA-TT tem sua estrutura descentralizada, pois desenvolve<br />

atividades no Aeroporto de Tabatinga, hotel de trânsito,<br />

vila militar e no sítio técnico/administrativo. No aeroporto funcionam<br />

os órgãos operacionais que têm suas jornadas de trabalho<br />

das 12Z às 24Z. A Estação de Comunicações (ECMJ27)<br />

possui um efetivo de cinco graduados Especialistas em Comunicações<br />

e desenvolve atividades de Serviço de Informação de<br />

Vôo (AFIS). O Centro Meteorológico de Aeródromo e a Estação<br />

Meteorológica de Superfície são operados por quatro graduados<br />

BMT, oferecendo a confecção de METAR, SPECI, SINOP e<br />

briefings meteorológicos aos aeronavegantes civis e militares.<br />

A Sala de Informações Aeronáuticas (AIS) é operada por dois<br />

graduados especialistas em Serviços Aeronáuticos, oferecendo<br />

atendimento aos aeronavegantes, recebimento de planos<br />

de vôos, solicitação de NOTAM, estatísticas etc. Está também<br />

localizada no aeroporto internacional a sala que foi carinhosamente<br />

alcunhada de Sala VIP, pois a mesma acolhe além dos<br />

diversos aeronavegantes, autoridades de todas as ordens.<br />

No sítio técnico/administrativo estão instalados os radares,<br />

as estações meteorológicas e o NDB. Para assegurar continuidade<br />

no fornecimento de energia elétrica para o DTCEA-TT,


grupos geradores oferecem condições bastantes satisfatórias,<br />

prontos a assumir qualquer interrupção de energia comercial.<br />

O prédio técnico tem cinco graduados em sua lotação, quatro<br />

BET e um SEL. No prédio administrativo funciona o Comando<br />

e a Seção Administrativa, que é lotada com um graduado SAD.<br />

Além dos suboficiais e sargentos, o Destacamento conta com<br />

os valorosos serviços de 27 soldados, que garantem a segurança<br />

em geral, bem como auxiliam os graduados nas diversas atividades<br />

cotidianas.<br />

O HOTEL DE TRÂNSITO E A VILA MILITAR<br />

O hotel de trânsito<br />

tem dez apartamentos,<br />

podendo acolher militares<br />

e seus dependentes,<br />

bem como civis que<br />

desenvolvem atividades<br />

afins ao COMAER. A<br />

vila militar foi entregue<br />

em março de 1999, e<br />

oferece moradia de ex- A Vila Militar de Tabatinga<br />

celente qualidade às 15<br />

famílias de militares do DTCEA-TT, haja vista a segurança, o<br />

conforto, a tranqüilidade e a boa localização.<br />

A CIDADE DE TABATINGA<br />

A presença da Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Federal,<br />

Polícia Militar e Polícia Civil garantem segurança necessária<br />

à pacífica convivência entre os diferentes povos, respeitando<br />

as culturas e a liberdade de todos.<br />

A cidade oferece recursos básicos bastantes satisfatórios,<br />

pois alimentação, telefonia, energia elétrica, internet, hospital<br />

e farmácia estão regularmente disponibilizados.<br />

O lazer está na facilidade para ir às cidades como Bogotá e<br />

Cartagena e outras cidades vizinhas estrangeiras. A vida noturna<br />

também está contemplada nas danceterias, pizzarias, cassinos<br />

e diversas sorveterias.<br />

Há uma faculdade estadual que oferece diversos cursos acadêmicos.<br />

Para o ensino fundamental, os militares contam com<br />

o Colégio Militar do Exército. A rede pública também oferece<br />

diversas escolas para o ensino fundamental e médio. Existe,<br />

ainda, a opção da escola particular.<br />

Na área da saúde, o Hospital de Guarnição do Exército Brasileiro<br />

atende aos militares e civis (quase todas as clínicas são<br />

contempladas nesse hospital). É também possível contar com<br />

recursos particulares de hospitais colombianos.<br />

Não existem postos de combustíveis em Tabatinga, todo<br />

abastecimento é feito em postos situados no lado colombiano.<br />

O preço do litro de gasolina é de, aproximadamente, R$ 2,00.<br />

Uma agência dos Correios cobre toda a cidade tabatinguense,<br />

de modo que esse serviço é oferecido regularmente. Atualmente,<br />

existem agências do Banco do Brasil, do Bradesco e da<br />

Caixa Econômica Federal na cidade, além de caixas eletrônicos<br />

em cinco pontos do município.<br />

Del Passeo é o nome do único shopping center que funciona<br />

no município, com diversas lojas e, principalmente, uma bada-<br />

lada praça de alimentação que reúne brasileiros, colombianos<br />

e peruanos.<br />

Infelizmente, Tabatinga não tem cinemas para atender às<br />

três fronteiras, porém, diversas locadoras amenizam essa deficiência.<br />

A tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru, o Festival folclórico<br />

dos três países, os índios Ticunas do Umariuaçu, o zoológico<br />

do Oitavo Batalhão de Infantaria do Exército (8º BIS),<br />

com destaque para a gigantesca sucuri (anaconda) e para a<br />

onça mais velha criada em cativeiro são as grandes atrações<br />

de Tabatinga.<br />

A principal dificuldade é a imensa distância até Manaus (linha<br />

reta, 1.105 km; via fluvial: 1.607 km) e às demais capitais.<br />

Há, também, problemas com os transportes aéreo e fluvial,<br />

únicas formas de saída da localidade. Atualmente duas empresas<br />

aéreas operam linhas regulares nesta cidade. As ruas têm<br />

boa manutenção, porém, toda a atenção deve ser depositada às<br />

centenas de motocicletas que transportam um altíssimo percentual<br />

dos cidadãos dos três países.<br />

O COMANDANTE<br />

O 1T QOEMET<br />

Gilber Martins Valadares<br />

é mineiro<br />

de Sete Lagoas. É o<br />

quarto oficial a comandar<br />

o Destacamento<br />

de Tabatinga.<br />

Tem 41 anos, é<br />

casado com Maria<br />

1º Ten Valadares<br />

Quitéria Valadares,<br />

com quem tem dois<br />

filhos: Gilber e Gregory. É formado em Engenharia Mecânica<br />

pela Universidade Tecnológica do Amazonas e especializado<br />

em Meteorologia Aeronáutica. É praça de 1984, foi soldado<br />

no PAMA-LS até 1986, aluno da EEAR até 1988, sargento até<br />

1997, servindo no extinto SRPV-MN (hoje CINDACTA IV) e<br />

DTCEA-CF, aluno do CFOE em 1998, e promovido ao atual<br />

posto em 25/12/2000. É instrutor dos cursos SIV516, SIV518<br />

e MET002. Foi Chefe da Seção de Comunicações e Seção Administrativa<br />

do DTCEA-EG e da Subdivisão de Meteorologia<br />

do CINDACTA IV. Atualmente é Previsor Meteorologista. Valadares<br />

se considera otimista e tem como bandeira a expressão<br />

que diz: “É preciso fazer da vida um sonho, e do sonho uma<br />

realidade”.<br />

O Comandante acredita que pessoas que se identificam com<br />

cidades calmas, livres da agitação e do estresse dos grandes<br />

centros certamente encontrarão perfeito abrigo em Tabatinga.<br />

Quem tem interesse em aprender efetivamente a falar espanhol<br />

a oportunidade é extremamente conveniente. O principal<br />

motivo para querer se mudar para a cidade, segundo<br />

Valadares, é que o DTCEA-TT é uma família calorosa, que<br />

recebe com carinho aqueles que querem somar para o engrandecimento<br />

do SISCEAB. “O militar que vier para Tabatinga<br />

será valorizado e terá a certeza de que seus ideais são<br />

verdadeiramente patrióticos e merecedores da admiração e<br />

respeito de toda a nação brasileira”.<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

23


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

24<br />

Novo Sistema de<br />

Gerenciamento Eletrônico é<br />

implantado no <strong>DECEA</strong><br />

A apresentacão oficial<br />

No dia 12 de junho os funcionários<br />

do Departamento de Controle do Espaço<br />

Aéreo (<strong>DECEA</strong>), como parte integrante<br />

do Projeto de Gerenciamento<br />

Eletrônico de Documentos do Comando<br />

da Aeronáutica (COMAER),<br />

foram apresentados, em reunião oficial,<br />

ao software ECM Veros, contratado<br />

pelo Estado-Maior da Aeronáutica<br />

(EMAER). Estiveram presentes o<br />

então Vice-Diretor do <strong>DECEA</strong>, Maj<br />

Brig Ar Ailton dos Santos Pohlmann,<br />

todos os Chefes dos Subdepartamentos<br />

acompanhados de seus adjuntos e<br />

chefes de divisão.<br />

O Sistema, que teve o dia 7 de agosto<br />

como marco para o início de sua<br />

operação, tem como objetivo principal<br />

criar um ambiente de operação seguro,<br />

eficiente e simples para a tramitação<br />

eletrônica de documentos entre setores<br />

cadastrados no organograma da Organização<br />

Militar.<br />

O treinamento de<br />

operadores do GED<br />

Os usuários operadores do Sistema<br />

GED irão trabalhar na confecção de<br />

documentos que estejam disponíveis<br />

nos modelos cadastrados no sistema,<br />

na importação de documentos e,<br />

também, na visualização dos que chegarem<br />

em suas caixas de entrada (ou<br />

de rascunho) para, conseqüentemente,<br />

dar o trâmite adequado ao mesmo.<br />

Como funciona o SGED<br />

O SGED é inteiramente baseado em<br />

ambiente web, podendo ser acessado<br />

de qualquer ponto da INTRAER, bas-<br />

tando, para isso, digitar o endereço da<br />

página correspondente ao sistema.<br />

O fluxo de documentos obedece a<br />

um padrão bem definido, subdividido<br />

em três categorias:<br />

- documentos produzidos por Organizações<br />

Externas e enviados à Organização<br />

em si;<br />

- produzidos pela própria Organização<br />

e enviados às Organizações<br />

Externas; e<br />

- produzidos pela própria Organização<br />

e enviados à ela mesma (trâmite<br />

interno).<br />

Todos os documentos recebidos de<br />

unidades externas são recepcionados<br />

pela Seção de Protocolo e Arquivo,<br />

onde são classificados de acordo com<br />

o tipo do documento, indexados e<br />

digitalizados. Após este processo, de<br />

cadastramento do documento no sistema,<br />

têm-se início a tramitação entre<br />

os usuários da Organização.<br />

Todos os despachos do trâmite podem<br />

e devem ser realizados de forma<br />

inteiramente eletrônica, através do<br />

preenchimento de um campo específico<br />

ao encaminhar o documento.<br />

Para proceder a pesquisa de um<br />

determinado documento, que é classificada<br />

nas categorias de simples, fonética<br />

e avançada, deve-se atentar aos<br />

requisitos básicos que impedem a consulta<br />

indevida por usuários: credencial<br />

de sigilo – cada usuário está associado<br />

a um nível de segurança pré-estabelecido<br />

(ostensivo, reservado, confidencial,<br />

secreto e ultra-secreto); segurança<br />

por série de documento (checagem da<br />

permissão de acesso do usuário a um<br />

determinado documento de acordo<br />

com a sua série cadastrada na indexação);<br />

e segurança de trâmite (evita<br />

que usuários consultem documentos<br />

que não tenham tramitado pela área,<br />

mesmo que possuam as credenciais de<br />

sigilo necessárias).<br />

A equipe<br />

A implantação do SGED foi chefiada<br />

pelo Cel Av Wilson, Chefe do<br />

Gabinete do <strong>DECEA</strong>, sendo apoiada<br />

pelo Subdepartamento de Tecnologia<br />

da Informação (SDTI), que disponibilizou<br />

pessoal qualificado como Maj<br />

Gisela, Cv ANS Luiz Cláudio, Sgt<br />

Siqueira e Sgt Borges, para assessorar<br />

ao Gabinete (Maj Lyette e Sgt Daniel)<br />

que, como Elo de Serviço do STI, é o<br />

responsável pela administração e gerenciamento<br />

dos sistemas em operação<br />

no <strong>DECEA</strong>.<br />

A equipe de<br />

implantação está<br />

trabalhando na<br />

motivação do<br />

usuário


A segurança das informações<br />

Diante da preocupação do Gabinete<br />

com relação à segurança da informação,<br />

foram adotadas diversas medidas<br />

para garantir a recuperação das informações<br />

do Sistema em caso de dano<br />

ou perda. Este projeto é dinâmico e<br />

flexível, uma vez que se adapta às necessidades<br />

do <strong>DECEA</strong> e acompanha<br />

todas as mudanças tecnológicas da<br />

atualidade.<br />

Partindo deste princípio, já estuda-se<br />

a possibilidade da aquisição do<br />

SGED para as demais organizações<br />

militares subordinadas ao Departamento,<br />

visando a integração (troca de<br />

documentos eletronicamente entre as<br />

OM), padronização e a agilidade no<br />

trâmite dos documentos.<br />

De acordo com a Maj Gisela, até o<br />

presente momento, a equipe está trabalhando<br />

na motivação dos usuários,<br />

em treinamentos, na organização da<br />

Seção de Protocolo e Arquivo (SPA) e<br />

em exaustivos testes do sistema.<br />

“A nossa proposta de implantação<br />

sem paralelismo era ousada e inédita<br />

dentro das outras OM que já haviam<br />

implantado o GED. Em outras palavras,<br />

desde o dia 07 de agosto nenhum<br />

novo documento tramitou mais em<br />

papel dentro do <strong>DECEA</strong>” - conclui<br />

Gisela.<br />

Maj Mônica:<br />

“A partir do<br />

momento em que<br />

todas as OM do<br />

COMAER estiverem<br />

interligadas pelo<br />

GED, a rapidez,<br />

a eficiência e<br />

a segurança<br />

no trâmite de<br />

documentos será de<br />

tal ordem que ficará<br />

difícil imaginar<br />

como vivemos tanto<br />

tempo sem este<br />

instrumento”.<br />

A implantação<br />

do GED no ICA<br />

Paralelamente, o sistema foi implantado<br />

no Instituto de Cartografia da<br />

Aeronáutica (ICA), da mesma forma<br />

que no <strong>DECEA</strong>. Com treinamento e<br />

apoio, as seções de informática e protocolo<br />

do ICA já conseguem administrar<br />

muito bem todo o processo.<br />

Segundo a Maj QFO Ans Mônica<br />

Saraiva Sá Couto, chefe da Divisão<br />

de Administração do ICA, a implantação<br />

do GED no Instituto foi uma<br />

tarefa que exigiu de todos empenho<br />

e disposição. “O GED tirou todos da<br />

conhecida situação de conforto, provocando<br />

mudanças nas diversas rotinas<br />

de trabalho”. Apesar da resistência<br />

inicial dos usuários, hoje em dia todos<br />

têm um grau de satisfação grande<br />

com relação ao aplicativo, já que, por<br />

exemplo, não é preciso anotar as datas<br />

limites de respostas aos documentos.<br />

O sistema faz isso para o usuário.<br />

“Não precisamos nos preocupar com<br />

o padrão dos documentos previstos<br />

pelo ICAER, pois estão todos cadastrados<br />

no GED”- comenta Mônica.<br />

Outra vantagem é que, de qualquer<br />

OM da Aeronáutica, que tenha comunicação<br />

com a Intraer, tem-se acesso<br />

aos documentos que são enviados.<br />

Desta forma, o usuário consegue,<br />

mesmo afastado de sede, acompanhar<br />

os eventos ocorridos em seu trabalho<br />

e as decisões que estão sendo tomadas<br />

durante a sua ausência. Foi necessário,<br />

também, adquirir scanners mais<br />

capazes. Para isso, foi fundamental a<br />

colaboração do <strong>DECEA</strong>.<br />

Quanto à circulação de papel no<br />

âmbito do Instituto, como ainda não<br />

há comunicação, via GED, com nenhuma<br />

OM externa, faz-se necessário<br />

o encaminhamento final via meio físico.<br />

Contudo, a geração do documento<br />

e todo o fluxo do mesmo, no âmbito<br />

interno, é feito via sistema. Este procedimento<br />

acabou com a circulação do<br />

papel, evitando, assim, desgaste do documento,<br />

preservando-se os originais.<br />

Porém, Mônica adverte que, como<br />

todo o aplicativo, as mudanças são<br />

sempre necessárias e constantes e com<br />

o GED não é diferente. Existem alguns<br />

pequenos ajustes que estão sendo<br />

encaminhados progressivamente à<br />

empresa desenvolvedora do sistema.<br />

É preciso ressaltar que nenhum destes<br />

problemas ofusca os grandes benefícios<br />

advindos da implantação do<br />

GED.<br />

Finalizando, Maj Mônica diz que,<br />

atualmente, o GED está disponível<br />

para todo o efetivo do ICA, cerca de<br />

230 pessoas.<br />

Vendendo idéias<br />

A equipe de implantação tem apresentado<br />

o Sistema a outras OM do<br />

<strong>DECEA</strong>, como a CISCEA (Comissão<br />

de Implantação do Sistema de Controle<br />

do Espaço Aéreo), que utiliza um<br />

outro sistema de gerenciamento de<br />

documentos, o Keyfile, desde 1998. A<br />

idéia é expor as diferenças entre os sistemas<br />

e vender a idéia do GED.<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

25


<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

26<br />

CCA-BR disponibiliza tecnologia para garantir a<br />

segurança da informação no âmbito do COMAER<br />

O Centro de Computação da Aeronáutica<br />

de Brasília (CCA-BR) está prevendo<br />

para o final de 2006 o inicio dos<br />

testes da infra-estrutura da autoridade<br />

certificadora com validação final prevista<br />

para abril 2007.<br />

O projeto denominado “AC-AER”,<br />

quando em funcionamento, permitirá<br />

emissão, revogação e renovação de<br />

certificados digitais que poderão ser<br />

utilizados em diferentes tipos de aplicações,<br />

sempre buscando uma maior<br />

segurança no trâmite das informações.<br />

A segurança em tela é representada<br />

por alguns serviços que serão oferecidos,<br />

a saber:<br />

1 - Confidencialidade - é obtida a partir<br />

do processo de criptografia da infor-<br />

mação. Uma infra-estrutura de chave<br />

pública garante que apenas o destinatário<br />

pretendido possa descriptografar<br />

a informação, obtendo-a em formato<br />

legível.<br />

2 - Autenticação e Integridade – referem-se,<br />

respectivamente, à garantia da<br />

autoria do documento e da certeza de<br />

que o documento não foi alterado.<br />

3 - Não-Repúdio - é um dos serviços<br />

oferecidos que impede que o autor de<br />

uma transação negue a sua autoria.<br />

Considerando a responsabilidade pessoal<br />

da posse dos certificados, o emissor<br />

que tiver a sua assinatura utilizada<br />

de forma não autorizada, ainda sim,<br />

será o responsável pela emissão do<br />

documento em questão.<br />

Visando a disseminação do conhecimento<br />

desenvolvido por este<br />

Centro, numa próxima edição desta<br />

revista, será publicado uma nova reportagem,<br />

divulgando os resultados<br />

obtidos e um maior detalhamento da<br />

tecnologia utilizada.<br />

O CCA-BR, ao disponibilizar esta<br />

infra-estrutura, busca contribuir de<br />

forma decisiva para a melhoria da eficácia<br />

do processo de comunicação<br />

organizacional do Comando da Aeronáutica,<br />

na medida em que disponibiliza<br />

a tecnologia necessária para<br />

garantir a segurança deste ativo tão<br />

valioso, que é a informação.<br />

II SIPAT é realizada no CCA-RJ com alto<br />

índice de participação do efetivo<br />

O Centro de Computação da Aeronáutica<br />

do Rio de Janeiro (CCA-RJ)<br />

realizou, no período de 25 a 28 de<br />

setembro, sua segunda Semana<br />

Interna de Prevenção de Acidentes<br />

do Trabalho (SIPAT). O evento ocorreu<br />

em cumprimento à determinação<br />

constante da DCA 164-1 do <strong>DECEA</strong>,<br />

e teve coordenação e supervisão da<br />

atual Presidente da Comissão Interna<br />

de Prevenção de Acidentes do Trabalho<br />

(CIPA) no CCA-RJ, Maj Mônica.<br />

Além do efetivo do CCA-RJ, participaram<br />

das palestras o Primeiro Grupo<br />

de Comunicações e Controle (1º GCC),<br />

a Divisão de Faturamento e Cobrança<br />

de Tarifas (DFCT) do <strong>DECEA</strong>, além de<br />

convidados do Parque de Material de<br />

Eletrônica do Rio de Janeiro (PAME-<br />

RJ) e do Parque de Material Bélico<br />

da Aeronáutica do Rio de Janeiro<br />

(PAMB-RJ).<br />

Na abertura, foi apresentado o<br />

tema Ergonomia, com orientações<br />

voltadas para o posto de trabalho<br />

em informática. Após a palestra, o<br />

grupo de teatro Ergotrupe, coordenado<br />

por uma fisioterapeuta, trans-<br />

mitiu conceitos de ergonomia e<br />

conscientização postural.<br />

No segundo dia do evento,<br />

o tema exposto foi Orçamento<br />

Familiar, com abordagens sobre<br />

“O consumo na sociedade contemporânea”,<br />

“Orçamento Familiar<br />

– administração dos recursos<br />

financeiros da família”, “O endividamento<br />

e a negociação das dívidas”,<br />

“O processo de compras”<br />

e “Os princípios da educação e<br />

direito do consumidor”.<br />

O tema do 3° dia foi Dengue,<br />

com informações para prevenção<br />

da doença e sobre o ciclo evolutivo<br />

do mosquito Aedes Aegypti.<br />

Encerrando a semana, a ONG<br />

Grupo Pela Vidda apresentou<br />

informações sobre os deveres e direitos<br />

do soropositivo. Foram tratados<br />

assuntos relativos a previdência,<br />

como auxílio-doença, amparo assistencial,<br />

aposentadoria por invalidez e<br />

pensão por morte, bem como os direitos<br />

e deveres das pessoas que vivem<br />

com HIV/AIDS e, ainda, direito à privacidade,<br />

estabilidade no emprego<br />

O grupo de teatro Ergotroupe apresentou<br />

conceitos de ergonomia e conscientização<br />

postural<br />

e discriminação no ambiente de trabalho,<br />

levantamento de FGTS e PIS/<br />

PASEP, gratuidade em transportes<br />

coletivos, acesso a medicamentos e<br />

isenção de impostos.<br />

O saldo do evento foi extremamente<br />

positivo, com um alto índice de participação<br />

e uma grande satisfação do<br />

efetivo do CCA-RJ com o formato<br />

adotado para as palestras.


Literalmente Falando<br />

Simplesmente Você<br />

Alessandra Dantas Furtado - CV<br />

Economista - CNS/ATM<br />

Querer é a loucura do desejo insano?<br />

Insano por ser desejo<br />

Louco por ser querer<br />

Te quero com todas as forças<br />

Que forças que não conseguem te trazer?<br />

Esqueça as amarras do passado<br />

Elas te levam a um mundo que só tu habitas<br />

Pense e viva intensamente teu presente<br />

Com ele poderá construir teu futuro<br />

A sua paz pode preencher o universo<br />

E de azul, por conta do infinito<br />

Dizem que o mundo é a obra prima do Senhor<br />

Eu discordo! É o Amor.<br />

Nada é mais lindo e límpido<br />

Nada é mais compacto e transparente<br />

Somos um vivendo em dois<br />

Dois corpos, um desejo...<br />

Duas almas em anseio...<br />

Abro os olhos e não te vejo<br />

Fecho e te percebo<br />

Não quero sonhos<br />

Prefiro a realidade de te ter<br />

Nunca imaginei que o real pudesse<br />

ser melhor que sonhos...<br />

Liberdade<br />

Fabiana Borgia - Ten<br />

AJUR – <strong>DECEA</strong><br />

Liberdade é<br />

Verdade sobre a mesa<br />

Como prato principal<br />

Sinceridade<br />

De amigos<br />

Amor não de bicho<br />

Mas de homem<br />

Liberdade é o que não tem preço<br />

É apreço<br />

É o beijo de saudade<br />

De quem volta<br />

De quem vai<br />

Mas sempre fica<br />

Liberdade<br />

Não tem prazo<br />

De validade<br />

É gargalhada<br />

Sem censura<br />

Liberdade<br />

É escolher<br />

Estar preso.<br />

<strong>AERO</strong>ESPAÇO<br />

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