Dicionário Etimológico da Mitologia Grega
Dicionário Etimológico da Mitologia Grega Dicionário Etimológico da Mitologia Grega
Dicionário Etimológico da Mitologia Grega - www.demgol.units.it Deriva da raiz ἀλκ-, "rechaçar um perigo, um inimigo"; a segunda parte do nome, segundo Room (Room's Classical Dictionary, p. 37), derivaria do verbo μαίομαι, "esforçar-se", e, daí, "poderoso esforço"; mas a forma ática é Ἀλκμέων (Björck, Alpha impurum, p. 111). Categoria: Heróis Ἄλκων ÁLCON Hábil arqueiro cretense, companheiro de Héracles (Apoll. Rhod. Argon. 1, 96 ss.). Trata-se de um derivado da raiz ἀλκ- e de ἀλκή, "força que permite defender-se", e significa, portanto, "o forte". Categoria: Heróis Ἀλέκτωρ ALÉCTOR Nome de diversas personagens, entre as quais cabe mencionar as seguintes: 1) o filho de Anaxágoras (Apollod. Bibl. 3, 6, 2); 2) o filho de Epeu (Diod. Sic. 4, 69); 3) o filho de Argeu, neto de Pélope: é o pai de Ifíloca ou Equemela (Schol. ad Hom. Od. 4, 10), que Menelau deu como esposa a Megapentes; 4) o pai do argonauta Leito (Apollod. Bibl. 1, 9, 16). Já atestado em micênico a-re-ko-to-re (KN Ce 152.1), trata-se de um nomen agentis em -τωρ do verbo ἀλέκω, "defender, rechaçar", e assim significa, pois, "o defensor". Categoria: Heróis Ἀλεκτρύων ALÉCTRION Nome do vigia encarregado por Ares de lhe indicar a chegada da luz do dia enquanto ele se dedicava a flertar com Afrodite (Eustath. ad Hom. 1598, 61); é evidente a alusão ao canto do galo. Está atestado em micênico através da forma A-re-ku-tu-ru-wo (PY An 654.8). Significa "galo" e foi construído sobre ἀλέκτωρ, "defensor", na medida em que se refere a um animal combativo (Chantraine, DELG, s. v. ἀλέξω); contudo, Ruijgh ("Minos" 9, 1968, p. 153) prefere interpretá-lo como um derivado de *ἄλεκτρον, "instrumento de defesa". Ἀλήτης ALETES Filho de Hípotes, descendente de Héracles, nascido durante o retorno dos Heráclidas (Pausan. 2, 4, 4; 5, 18, 8). Significa "errante, vagabundo" e é o nomen agentis do verbo ἀλάομαι, "errar" (Chantraine, DELG, s. v. ἀλάομαι). Categoria: Heróis Ἀλέξανδρος ALEXANDRE Nome do filho de Príamo, conhecido também como Páris (Hom. Il. passim). 14
Dicionário Etimológico da Mitologia Grega - www.demgol.units.it Foi interpretado como um composto de ἀλέξω, "defender", e de ἀνήρ, "homem", portanto, "aquele que defende seus homens". Mas não é certo que se trate de um antropônimo grego, transcrito no hitita Alaksandus; poder-se-ia tratar de um nome asiático, a que se teria dado uma forma grega. Chantraine (DELG, s. v. ἀνήρ afirma que os nomes em -ανδρος são frequentes no oriente e o desenvolvimento da onomástica grega com tal terminação poderia ser explicado mediante a existência de nomes indígenas em -and-. Kretschmer ("Glotta" 13, 1924, p. 205 ss.; 21, 1933, p. 247 ss.; 24, 1936, p. 242 ss.; 33, 1954, p. 2 ss.) e Hoffmann ("Glotta" 28, 1940, p. 21 ss.) defendem, entretanto, que se trata de um nome de origem grega: "aquele que defende amigavelmente os homens". Sommer ("Indog. Forsch". 55, 1937, p. 187 ss.; Nominalkomposita, p. 186 ss.) critica as interpretações gregas e defende que se trata de um nome procedente da Ásia Menor. É atestado também o feminino Alexandra (Alexandra, cf. Cassandra), já presente em micênico, na forma A-re-ka-sa-da-ra (MY V 659. 2), o que iria contra a hipótese de uma origem oriental do nome. Categoria: Heróis Ἀλωεύς ALOEU Filho de Posídon e Cánace, filha de Éolo, casa-se com sua sobrinha Ifimédia, filha de seu irmão Triopas, com quem gera os gigantes Oto e Efialta (Hom. Il. 5, 386). Esses se denominam Alóadas mesmo quando são considerados filhos de Ifimédia e Posídon (Od. 11, 305 ss.; Apollod. Bibl. 1, 7, 4). Ofereceram-se duas propostas de interpretação para este nome: tratar-se-ia de um étnico epônimo de Ἀλώιον, cidade da Tessália fundada pelos Alóadas depois de terem derrotado os trácios (Steph. Byz. 79, 20 - 80, 2; Bossardt, Die nomina auf ευς 111 § 342); ou ainda de um apelativo ἀλοεύς que deriva do substantivo ἀλωή, "eira, jardim, vergel" (de etimologia, contudo, desconhecida), usado como nome de pessoa (Frisk, Gr. Et. Wört. I 82 s. v. ἀλωή; Chantraine DELG s. v. ead.). Neste segundo caso, o nome significaria "que trabalha na eira, cultor". Carnoy (DEMGR s. v.) uniu as duas interpretações, defendendo que o nome é epônimo da localidade tessália de Aleu, cujo apelativo ter-se-ia de remontar ao já citado ἀλωή, "campo cultivado". Ἀλθαία ALTEIA Filha de Téstio, esposa de Eneu e mãe de Dejanira e Meleagro (Apollod. Bibl. 1, 8, 2 ss.). Trata-se do nome da "althea officinalis (Dioscoridis)" ou "malvavisco", pertencente à família das malváceas. Deriva do verbo ἀλθαίνω, "curar"; significa "aquela que cura" (von Kamptz, Homerische Personennamen, p. 265). Ἀλθαιμένης ALTÊMENES Filho de Catreu, rei de Creta, irmão de Aérope, Clímene e Apemósine (Diod. Sic. 5, 59, 1-4; Apollod. Bibl. 3, 2, 2). Para fugir da resposta de um oráculo, segundo o qual seria o assassino de seu pai, decidiu afastar-se de Creta; depois de uma viagem por mar, desceu na ilha de Rodes, onde erigiu um santuário em honra a Zeus Atabírio. Catreu, em busca de Altêmenes, desembarcou em Rodes, onde, trocado por um pirata, encontrou a morte nas mãos do filho. Como consequência disso, Altêmenes, indignado, decidiu isolar-se de todos até a morte. Os habitantes da cidade atribuíram ao herói honras divinas. Estrabão (14, 2, 6), porém, faz proceder Altêmenes de Argos, atribuindo-lhe o papel de colonizador-chefe de algumas colônias dóricas em Creta. 15
- Page 1: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 4 and 5: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 6: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 9 and 10: Ἀγακλής AGACLES Dicionário
- Page 11 and 12: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 14 and 15: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 18 and 19: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 20 and 21: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 22 and 23: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 24 and 25: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 26 and 27: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 28 and 29: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 30 and 31: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 32 and 33: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 34 and 35: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 36 and 37: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 38 and 39: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 40 and 41: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 42 and 43: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 44 and 45: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 46 and 47: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 48 and 49: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 50 and 51: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 52 and 53: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 54 and 55: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 56 and 57: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 58 and 59: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 60 and 61: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 62 and 63: Dicionário Etimológico da Mitolog
- Page 64 and 65: Dicionário Etimológico da Mitolog
<strong>Dicionário</strong> <strong>Etimológico</strong> <strong>da</strong> <strong>Mitologia</strong> <strong>Grega</strong> - www.demgol.units.it<br />
Foi interpretado como um composto de ἀλέξω, "defender", e de ἀνήρ, "homem", portanto, "aquele que defende seus<br />
homens". Mas não é certo que se trate de um antropônimo grego, transcrito no hitita Alaksandus; poder-se-ia tratar<br />
de um nome asiático, a que se teria <strong>da</strong>do uma forma grega. Chantraine (DELG, s. v. ἀνήρ afirma que os nomes em<br />
-ανδρος são frequentes no oriente e o desenvolvimento <strong>da</strong> onomástica grega com tal terminação poderia ser explicado<br />
mediante a existência de nomes indígenas em -and-. Kretschmer ("Glotta" 13, 1924, p. 205 ss.; 21, 1933, p. 247 ss.; 24,<br />
1936, p. 242 ss.; 33, 1954, p. 2 ss.) e Hoffmann ("Glotta" 28, 1940, p. 21 ss.) defendem, entretanto, que se trata de<br />
um nome de origem grega: "aquele que defende amigavelmente os homens". Sommer ("Indog. Forsch". 55, 1937, p. 187<br />
ss.; Nominalkomposita, p. 186 ss.) critica as interpretações gregas e defende que se trata de um nome procedente <strong>da</strong><br />
Ásia Menor. É atestado também o feminino Alexandra (Alexandra, cf. Cassandra), já presente em micênico, na forma<br />
A-re-ka-sa-<strong>da</strong>-ra (MY V 659. 2), o que iria contra a hipótese de uma origem oriental do nome.<br />
Categoria: Heróis<br />
Ἀλωεύς<br />
ALOEU<br />
Filho de Posídon e Cánace, filha de Éolo, casa-se com sua sobrinha Ifimédia, filha de seu irmão Triopas, com quem<br />
gera os gigantes Oto e Efialta (Hom. Il. 5, 386). Esses se denominam Alóa<strong>da</strong>s mesmo quando são considerados filhos de<br />
Ifimédia e Posídon (Od. 11, 305 ss.; Apollod. Bibl. 1, 7, 4).<br />
Ofereceram-se duas propostas de interpretação para este nome: tratar-se-ia de um étnico epônimo de Ἀλώιον, ci<strong>da</strong>de<br />
<strong>da</strong> Tessália fun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelos Alóa<strong>da</strong>s depois de terem derrotado os trácios (Steph. Byz. 79, 20 - 80, 2; Bossardt, Die<br />
nomina auf ευς 111 § 342); ou ain<strong>da</strong> de um apelativo ἀλοεύς que deriva do substantivo ἀλωή, "eira, jardim, vergel" (de<br />
etimologia, contudo, desconheci<strong>da</strong>), usado como nome de pessoa (Frisk, Gr. Et. Wört. I 82 s. v. ἀλωή; Chantraine DELG<br />
s. v. ead.). Neste segundo caso, o nome significaria "que trabalha na eira, cultor". Carnoy (DEMGR s. v.) uniu as duas<br />
interpretações, defendendo que o nome é epônimo <strong>da</strong> locali<strong>da</strong>de tessália de Aleu, cujo apelativo ter-se-ia de remontar<br />
ao já citado ἀλωή, "campo cultivado".<br />
Ἀλθαία<br />
ALTEIA<br />
Filha de Téstio, esposa de Eneu e mãe de Dejanira e Meleagro (Apollod. Bibl. 1, 8, 2 ss.).<br />
Trata-se do nome <strong>da</strong> "althea officinalis (Dioscoridis)" ou "malvavisco", pertencente à família <strong>da</strong>s malváceas. Deriva do<br />
verbo ἀλθαίνω, "curar"; significa "aquela que cura" (von Kamptz, Homerische Personennamen, p. 265).<br />
Ἀλθαιμένης<br />
ALTÊMENES<br />
Filho de Catreu, rei de Creta, irmão de Aérope, Clímene e Apemósine (Diod. Sic. 5, 59, 1-4; Apollod. Bibl. 3, 2, 2).<br />
Para fugir <strong>da</strong> resposta de um oráculo, segundo o qual seria o assassino de seu pai, decidiu afastar-se de Creta; depois<br />
de uma viagem por mar, desceu na ilha de Rodes, onde erigiu um santuário em honra a Zeus Atabírio. Catreu, em<br />
busca de Altêmenes, desembarcou em Rodes, onde, trocado por um pirata, encontrou a morte nas mãos do filho.<br />
Como consequência disso, Altêmenes, indignado, decidiu isolar-se de todos até a morte. Os habitantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />
atribuíram ao herói honras divinas. Estrabão (14, 2, 6), porém, faz proceder Altêmenes de Argos, atribuindo-lhe o papel<br />
de colonizador-chefe de algumas colônias dóricas em Creta.<br />
15