30.04.2013 Views

Dicionário Etimológico da Mitologia Grega

Dicionário Etimológico da Mitologia Grega

Dicionário Etimológico da Mitologia Grega

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Dicionário</strong> <strong>Etimológico</strong> <strong>da</strong> <strong>Mitologia</strong> <strong>Grega</strong> - www.demgol.units.it<br />

Poderia tratar-se de um composto de φήμη , "presságio", e de νόος, νοῦς, "mente", e significar portanto "aquela cujo<br />

espírito está repleto de presságios".<br />

Φοῖνιξ<br />

FÊNIX<br />

Nome de um dos filhos de Agenor, epônimo dos fenícios (Apollod. Bibl. 3, 1, 1); outro personagem com esse nome é<br />

um companheiro de Aquiles, filho de Amintor, rei de Éleon na Beócia (Apollod. Bibl. 3, 13, 8); expulso por seu pai,<br />

refugiou-se com Peleu, cf. Hom. Il. 9, 447-456.<br />

O nome significa "vermelho púrpura"; trata-se de um derivado en -ικ - do adjetivo φοινός, "vermelho"; os fenícios teriam<br />

sido assim chamados pelos gregos por serem grandes exportadores de púrpura; entretanto, segundo Chantraine (DELG),<br />

o uso metonímico do nome do produto para designar o produtor não existia em grego antigo: este nome indicaria então<br />

"os homens de pele vermelha, moreno-avermelha<strong>da</strong>".<br />

Φοῖνιξ<br />

FÊNIX (árabe)<br />

Ave fabulosa cita<strong>da</strong> já em um fragmento do corpus hesiódico, Fr. M.-W. (= Plutarch. De Def. Orac. 415 C), em<br />

que se atribui à Fênix uma vi<strong>da</strong> longuíssima calcula<strong>da</strong> por "gerações" (γενεάς) em um crescendo que vai incluindo<br />

respectivamente a gralha, o cervo, o corvo, a Fênix e finalmente as Náiades, as mais longevas de todos (ain<strong>da</strong><br />

precisa Plutarco que uma "geração" deveria corresponder a um ano, ἔστι γὰρ ἐνιαυτός). A passagem será retoma<strong>da</strong><br />

e parafrasea<strong>da</strong> por Plínio (Nat. Hist. 7, 49 153). Depois dos hipopótamos e antes <strong>da</strong>s serpentes ala<strong>da</strong>s, Heródoto (2,<br />

73) descreve com um certo ceticismo esta "ave sagra<strong>da</strong>" (òrnis iròs) que só viu pinta<strong>da</strong>, dota<strong>da</strong> de plumas de ouro e<br />

vermelhas, com a forma e a grandeza <strong>da</strong> águia. A Fênix aparece, segundo contam seus informantes heliopolitanos, de<br />

quinhentos em quinhentos anos, quando lhe morre o pai: então o leva <strong>da</strong> Arábia ao templo de Hélio no Egito, depois<br />

de ter colocado no interior um ovo feito de mirra. Também para Eliano (Aelian. Nat. anim. 6, 58) a Fênix é uma "ave<br />

divina, sagra<strong>da</strong>" (thèios òrnis) que vive cinco séculos, mas entre os egípcios somente uns poucos sacerdotes sabem<br />

quando se cumpre esse período. Mais tarde, Filóstrato (Vita Apollon. Tyan. 3, 49) introduziu uma breve digressão sobre<br />

a Fênix em seu relato <strong>da</strong> viagem de Apolônio entre os indianos, precisando que só existe um exemplar (enquanto Eliano<br />

usa o plural). Acrescenta, ain<strong>da</strong>, que segundo os indianos a ave, "enquanto está se extinguindo no ninho, canta hinos<br />

fúnebres em sua própria honra", pondo em relação tal canto com o do cisne. A ave púrpura que renasce de suas cinzas<br />

e realiza curas milagrosas com suas lágrimas (tema que não parece antigo) é retomado na ficção de J. K. Rowling,<br />

H. Potter e a câmara secreta (2002). A len<strong>da</strong> <strong>da</strong> Fênix parece começar, portanto, na época arcaica (com Hesíodo) e<br />

clássica, e pelo menos a partir de Heródoto está relaciona<strong>da</strong> com a Fenícia, Arábia e sobretudo o Egito. Daí a previsível<br />

recorrência a uma etimologia egípcia, a partir de bjn "probably pronounced "bo-in", que indicaria a palmeira φοῖνιξ ou<br />

esta ave (D'Arcy Thompson, A Glossary of gr. Birds p. 306). Outra etimologia egípcia a partir de be-nu, bnu, o bwn que<br />

indicaria uma espécie de garça, cf. também o φοινικόπτερος ou fenicóptero (Chantraine s. v. φοῖνιξ).<br />

O sema dominante de todos os numerosos significados de φοῖνιξ (1. tela tingi<strong>da</strong> de vermelho vivo; 2. região e povo<br />

<strong>da</strong> Palestina; 3. palmeira de tâmaras; 4. instrumento musical), parece que devido à cor, "vermelho púrpura", já está<br />

presente no micênico po-ni-ke, PY Ta 714, em que parece referir-se a ornamentos com forma de palmeira (não de<br />

grifo, como precisa Palmer, Interpretation, p. 446), ou a uma espécie chama<strong>da</strong> po-ni-ki-jo, KN Ga 418; ou ain<strong>da</strong> à cor<br />

116

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!