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efeitos da inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona e do ...

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RESUMO<br />

A <strong>do</strong>ença de Chagas, causa<strong>da</strong> pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi),<br />

foi descoberta e descrita pelo médico brasileiro Carlos Chagas em 1909 (CHAGAS, 1909).<br />

Infelizmente, próximo de completar um século de sua descrição original, continua<br />

representan<strong>do</strong> terrível impacto sobre a humani<strong>da</strong>de. A fisiopatologia <strong>da</strong> cardiopatia<br />

chagásica e conseqüente insuficiência cardíaca não parecem diferir <strong>da</strong>s formas de<br />

miocardiopatia idiopática ou isquêmica. Com base nessas premissas, julga-se que os<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s grandes ensaios clínicos em insuficiência cardíaca podem ser extrapola<strong>do</strong>s<br />

àqueles porta<strong>do</strong>res de miocardiopatia chagásicoa. Não obstante, mesmo que se admita<br />

similari<strong>da</strong>de fisiopatológica entre a miocardiopatia chagásica com as outras várias formas<br />

de miocardiopatia, sabe-se que a forma cardíaca <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença de Chagas apresenta várias<br />

peculiari<strong>da</strong>des patogênicas. Este é um estu<strong>do</strong> prospectivo em que foi seleciona<strong>do</strong> um grupo<br />

de 42 pacientes com cardiopatia chagásica crônica (CCC). A seleção foi feita de forma<br />

consecutiva dentre pacientes atendi<strong>do</strong>s no Ambulatório de Referência em Doença de<br />

Chagas <strong>do</strong> Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> UFMG. Utilizou-se como critério de seleção a<br />

presença de diâmetro diastólico <strong>do</strong> ventrículo esquer<strong>do</strong> (VED) maior que 55mm ou<br />

2,7cm/m 2 e pelo menos um <strong>do</strong>s seguintes: fração de ejeção <strong>do</strong> ventriculo esquer<strong>do</strong> (FEVE)<br />

menor que 55% (Simpson modifica<strong>do</strong>) ou déficit de função <strong>do</strong> ventrículo esquer<strong>do</strong><br />

segmentar ou global. Foram excluí<strong>do</strong>s pacientes com quaisquer co-morbi<strong>da</strong>des que<br />

servissem de confusão à análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s. O objetivo primário foi melhora <strong>da</strong> fração de<br />

ejeção após <strong>inibição</strong> <strong>do</strong> SRAA e após adição <strong>do</strong> carvedilol. Como objetivos secundários<br />

analisaram-se o comportamento clínico, <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, radiológico, neuro-hormonal<br />

(BNP), inflamatório (RANTES, MCP1, MIP1α) e o comportamento <strong>do</strong>s anticorpos antireceptores<br />

adrenérgico β1 e muscarínico M2. O estu<strong>do</strong> foi dividi<strong>do</strong> em duas fases. Fase I,<br />

denomina<strong>da</strong> <strong>inibição</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>renina</strong>-angiotencina-al<strong>do</strong>sterona (iSRAA), e fase II,<br />

carvedilol/placebo. No início e ao término de ca<strong>da</strong> fase avaliou-se o comportamento desses<br />

pacientes sob os aspectos clínicos, <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, radiológicos, ecocardiográficos,<br />

neuro-hormonais e inflamatórios. Na fase I aplicou-se protocolo de otimização <strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong>sagens de maleato de enalapril até a <strong>do</strong>sagem de 20mg BID e espironolactona (25mg<br />

MID). Posteriormente, o grupo foi ran<strong>do</strong>micamente dividi<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is subgrupos<br />

denomina<strong>do</strong>s carvedilol e placebo. Ambos receberam carvedilol ou placebo em <strong>do</strong>ses<br />

progressivas até a <strong>do</strong>se máxima de 25mg BID. A utilização de outros medicamentos, como<br />

furosemi<strong>da</strong>, hidroclorotiazi<strong>da</strong>, digoxina e amio<strong>da</strong>rona, foi guia<strong>da</strong> conforme a necessi<strong>da</strong>de<br />

clínica, respeitan<strong>do</strong>-se suas indicações e contra-indicações. Observou-se, na fase I, que a<br />

otimização terapêutica foi segura e eficaz, sen<strong>do</strong> esta caracteriza<strong>da</strong> por melhora importante<br />

no exame clínico (escore de Framingham - p=0,0004), na quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, nos<br />

parâmetros radiológicos (redução no índice cardiotorácico - p = 0,002) e ecocardiográficos<br />

(melhora <strong>do</strong> índice de TEI – p = 0,013). Na análise <strong>da</strong>s diferenças <strong>da</strong> FEVE (p=0,249) e <strong>do</strong><br />

VED (p=0,335) pré e pos-iSRAA, não se observou significância estatística. No entanto,<br />

quan<strong>do</strong> os pacientes foram estratifica<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com o grau de disfunção sistólica<br />

(FE≤45%), verificou-se diferença significativa (p=0,017) entre as duas variáveis antes e<br />

após iSRAA. O BNP e RANTES declinaram-se significativamente e os anticorpos antiβ1<br />

aumentaram significativamente(p=0,032; p=0,001; p=0,020, respectivamente). Depois <strong>da</strong><br />

adição <strong>do</strong> carvedilol, houve tendência à melhora na FEVE no grupo carvedilol (p=0,066) e<br />

não no placebo (p=0,241). A diferença entre os grupos também demonstrou tendência<br />

significativa (p=0.09). Não houve melhora adicional nos parâmetros clínicos, de quali<strong>da</strong>de<br />

de vi<strong>da</strong>, neuro-hormonais e radiológicos após associação <strong>do</strong> carvedilol. Entretanto, não se<br />

registrou piora clínica ou hemodinamica. O RANTES se elevou (p=0,013), mas sem<br />

diferenças entre os grupos (p=0,351). Os anticorpos antiβ1 tenderam à adicional elevação

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