Tese Michele Fagundes.pdf - Caunesp
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De acordo com Pereira (2001), muitas espécies eclodem com olhos sem<br />
pigmentação, sendo considerados não funcionais, tanto histologicamente como<br />
comportamentalmente. Porém, no início da alimentação exógena (captura de alimentos<br />
externos), todas as espécies apresentam olhos funcionais, permitindo que a larva<br />
comece a capturar alimento. Embora no início da vida a visão seja reduzida, ela melhora<br />
com o crescimento do animal. Segundo o mesmo autor, juntamente com a cor, a<br />
luminosidade interfere diretamente na captura de alimentos, na sobrevivência e no<br />
crescimento de larvas. Algumas espécies, no meio ambiente, apresentam picos de<br />
alimentação em horários como no raiar do sol, indicando a necessidade de uma<br />
moderada intensidade luminosa.<br />
O fotoperíodo é um dos fatores que apresenta maior influência sobre o biorrítmo<br />
dos animais, afetando o ganho de peso, a ingestão de alimentos, o gasto de energia, a<br />
atividade de locomoção, dentre outros parâmetros fisiológicos (Biswas e Takeuchi,<br />
2002).<br />
Feiden et al. (2006) relataram que o controle de fatores como luminosidade,<br />
fotoperíodo, turbidez e temperatura da água, e utilização de refúgios podem contribuir<br />
para a redução do canibalismo em larvas e juvenis. Já ambientes iluminados favorecem<br />
a predação (Duray et al., 1996). Larvas de surubim do Iguaçu (Steindachneridion sp.)<br />
apresentaram melhor desenvolvimento, maior sobrevivência e menor taxa de predação<br />
em ambientes escuros e sem refúgio (Freiden et al., 2006).<br />
Salmões “chinook” submetidos à simulação de transporte e protegidos da luz<br />
apresentaram uma redução de 25% na resposta hormonal de estresse, quando<br />
comparados aos não protegidos (Wedemeyer, 1985). Larvas de bacalhau do Atlântico<br />
(Gadus morhua) tiveram melhor crescimento e sobrevivência em ambientes com<br />
elevada intensidade luminosa e em fotoperíodos de 24L:0E (Puvamendran e Brown,<br />
2002), do mesmo modo, larvas de Paralichthys lethostigma (Moustakas et al., 2004) e<br />
juvenis de Melanogrammus aeglefinus (Trippel e Neil, 2002) tiveram melhor<br />
desempenho produtivo quando exposto a 24 horas de luz.<br />
Campagnolo e Nuñer (2008) submeteram larvas de pintado a diferentes<br />
fotoperíodos (Luz:Escuro – 0:24, 10:14, 14:10 e 24:0) e observaram que após cinco dias<br />
de experimento as respostas de crescimento e sobrevivência dos animais apresentavam<br />
relação inversa ao aumento do fotoperíodo. Já entre o 5º e 10º dia, houve uma tendência<br />
a maior sobrevivência nos fotoperíodos intermediários, mas foram registrados<br />
sobrevivências semelhantes no intervalo entre 0:24 e 14:10 no 10º dia. O maior ganho<br />
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