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Tese Michele Fagundes.pdf - Caunesp

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2.2.3. Uso de anestésico para redução de estresse em peixes<br />

Algumas técnicas são utilizadas para minimizar o estresse de peixes de criação,<br />

tais como uso de anestésicos (Mcavoy e Zaepfel, 1997; Ross e Ross, 1999; Griffiths,<br />

2000; Urbinati e Carneiro, 2001; Carneiro e Urbinati, 2001b; Small, 2003; Iversen et al.,<br />

2009), sal (Wurts, 1995; Carneiro e Urbinati, 2001a), sulfato de cálcio (Bendhack e<br />

Urbinati, 2009) e imunoestimulantes (Anderson, 1992; Sakai, 1999).<br />

A utilização de anestésicos na piscicultura pode reduzir o estresse e a<br />

mortalidade durante o manejo (Façanha e Gomes, 2005). Várias são as drogas usadas<br />

como anestésicos para peixes, sendo as mais comuns a tricaína metanosulfato (MS-<br />

222), a quinaldina, o 2-fenoxietanol (Mgbenka e Ejiofor, 1998; Ross e Ross, 1999;<br />

Hovda e Linley, 2000), a benzocaína (Gomes et al., 2001; Urbinati e Carneiro, 2001b) e<br />

o eugenol (Inoue e Moraes, 2007).<br />

A utilização de anestésicos em peixes exige alguns cuidados como a observação<br />

dos estágios de anestesia, que são classificados como: sedação leve, perda de reação a<br />

movimentos visuais e ao toque; anestesia leve, perda parcial do equilíbrio; anestesia<br />

profunda, perda total do equilíbrio; anestesia cirúrgica I, diminuição do movimento<br />

opercular; anestesia cirúrgica II, mínimo movimento opercular e o peixe fica estático;<br />

colapso medular, overdose e recuperação, recuperação do equilíbrio e natação normal<br />

(Roubach e Gomes, 2001). O estágio normalmente utilizado para biometria, manuseio<br />

de peixes e reprodutores é a anestesia profunda e, este estágio deve ser atingido entre<br />

um a três minutos. Para avaliação da sanidade e intervenção cirúrgica o estado desejado<br />

é o de anestesia cirúrgica e este estágio deve ser alcançado entre três a cinco minutos. A<br />

recuperação dos animais deve ser rápida, não ultrapassando cinco minutos (Roubach e<br />

Gomes, 2001).<br />

Fatores biológicos e ambientais podem influenciar a anestesia nos peixes. Entre<br />

os fatores biológicos devem-se considerar as diferenças entre as espécies, como o<br />

formato do corpo e tamanho da área branquial, e as diferenças entre os peixes de uma<br />

mesma espécie, tais como tamanho, variação na taxa metabólica e quantidade de<br />

gordura corporal. Entre os fatores ambientais de maiores importância na anestesia dos<br />

peixes de água doce, destacam-se a temperatura e o pH. A temperatura determina a taxa<br />

metabólica do peixe, quanto mais alta, maior a taxa metabólica e, consequentemente,<br />

mais rápida a indução. Já o pH da água está diretamente ligado à eficiência de certos<br />

anestésicos como quinaldina e com a reação estressante dos peixes a baixo pH quando<br />

expostos ao MS-222 e 2-fenoxietanol (Roubach e Gomes, 2001; Zuccarelli e<br />

Ingermann, 2005).<br />

A benzocaína é um anestésico muito utilizado no Brasil. Resultados encontrados<br />

por Gomes et al. (2001) em juvenis de tambaqui sugerem que a benzocaína atende a<br />

todos os critérios estabelecidos por Ross e Ross (1999) como um anestésico ideal para<br />

peixes. A exposição a este fármaco não implica em redução de crescimento e na<br />

atividade reprodutiva do peixe (Ross e Ross, 1999). De acordo com estes mesmos<br />

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