30.04.2013 Views

Tese Michele Fagundes.pdf - Caunesp

Tese Michele Fagundes.pdf - Caunesp

Tese Michele Fagundes.pdf - Caunesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

São considerados efeitos positivos do uso de anestésico a redução da atividade,<br />

do estímulo visual, do consumo de oxigênio e da excreção de amônia (Wurts, 1995). Já<br />

como pontos negativos observa-se a perda de muco, irritação das brânquias, danos na<br />

córnea (Inoue et al., 2003), a redução da proteção do peixe contra patógenos<br />

oportunistas e aumento da resposta de estresse (Carneiro e Urbinati, 2002).<br />

Alguns fatores biológicos e ambientais podem influenciar a anestesia nos peixes.<br />

Entre os fatores biológicos devem-se considerar as diferenças entre as espécies, como o<br />

formato do corpo e tamanho da área branquial, e as diferenças entre os peixes de uma<br />

mesma espécie, tais como tamanho, variação na taxa metabólica e quantidade de<br />

gordura corporal. Entre os fatores ambientais de maior importância na anestesia dos<br />

peixes de água doce, destacam-se a temperatura e o pH. A temperatura determina a taxa<br />

metabólica do peixe; quanto mais alta, maior a taxa metabólica e, consequentemente,<br />

mais rápida a indução. Já o pH da água está diretamente ligado à eficiência de certos<br />

anestésicos como quinaldina e com a reação estressante dos peixes a baixo pH quando<br />

expostos ao MS-222 e 2-fenoxietanol (Roubach e Gomes, 2001; Zuccarelli e<br />

Ingermann, 2005). Segundo Ross e Ross (1999), a anestesia pode também ser realizada<br />

por hipotermia representando um método de anestesia sem utilização de produtos<br />

químicos.<br />

Cada anestésico vai exigir uma concentração diferente de acordo com o estágio<br />

de sedação desejado e um tempo de exposição considerado adequado. Os estágios vão<br />

desde uma sedação leve até uma sobredose (Tabela 1), devendo estes serem<br />

identificados pelo operador. O estágio normalmente utilizado para biometria, manuseio<br />

dos peixes e reprodutores é a anestesia profunda e este estágio deve ser atingido entre<br />

um e três minutos. Para avaliações da sanidade e intervenções cirúrgicas o estágio é o de<br />

anestesia cirúrgica e este deve ser alcançado entre três e cinco minutos. A recuperação<br />

dos animais deve ser rápida, e tempo inferior a cinco minutos é considerado adequado<br />

(Roubach e Gomes, 2001). Sabe-se que a resistência e a tolerância aos anestésicos<br />

variam de indivíduo para indivíduo e que mesmo espécies afins podem diferir muito a<br />

esse respeito (Hikasa et al., 1986).<br />

No Brasil, o anestésico mais utilizado é a benzocaína (Gomes et al., 2001). A<br />

benzocaína, em mamíferos, é um anestésico de uso local, mas em peixes é usado como<br />

anestésico geral aplicado por imersão (Meinertz, 1999). Tem sido utilizada para<br />

tranquilização, analgesia e anestesia de peixes de várias espécies, tendo sido observada<br />

margem de segurança muito pequena entre a dose eficaz e a dose letal (Olfert et al.,<br />

1993). Sabe-se também que os parâmetros farmacocinéticos da benzocaína aumentam<br />

com a elevação da temperatura da água (Meinertz, 1999), mas sua eficácia não é afetada<br />

114

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!