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Tese Michele Fagundes.pdf - Caunesp

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Discussão<br />

A maioria dos peixes são predadores visuais e precisam de um mínimo de<br />

intensidade luminosa para crescer normalmente (Boeuf e Le Bail, 1989). Muitos fatores<br />

afetam a estratégia alimentar dos peixes, sendo a luz um dos mais importantes por<br />

influenciar a periodicidade dos ritmos biológicos (Biswas e Takeuchi, 2002), como<br />

acontece com o Salmão do Atlântico (Salmo salar), que apresenta maior consumo de<br />

alimento e crescimento quando exposto a dias longos (Stefansson et al., 1989). Existem,<br />

também, peixes com atividade noturna que se alimentam e crescem melhor em completa<br />

escuridão como o Salvelinus alpinus (Jorgensen e Jobling, 1989) e a maioria dos bagres<br />

(Burton, 1996). Por outro lado, a luz pode interferir em respostas de estresse<br />

(Wedemeyer, 1985) e no comportamento agressivo dos peixes (Almazán-Rueda et al.,<br />

2005) e na taxa de canibalismo, como observado para o bagre africano (Pienaar, 1990).<br />

No presente estudo, juvenis de pintado foram expostos por 24 horas à luz<br />

contínua e a escuridão total, mas não se observou alteração significativa nos níveis<br />

séricos de cortisol, embora os valores nos animais submetidos à luz contínua fossem<br />

numericamente mais altos em relação aos que permaneceram em total escuridão e<br />

ambos reduzidos em relação aos peixes que passaram pelo ciclo de claro e escuro. Em<br />

estudo anterior (<strong>Fagundes</strong> e Urbinati, 2008), juvenis da mesma espécie foram<br />

submetidos a esquema de iluminação semelhante e os resultados de cortisol tiveram<br />

perfis de secreção parecidos, embora, no presente estudo, a exposição foi feita usando<br />

uma fonte de 1200 lux e no estudo anterior 435 lux. Adicionalmente, a avaliação pós-<br />

exposição aos regimes de luz se prolongou por uma semana enquanto no outro estudo<br />

os peixes foram amostrados apenas ao final da exposição de 24 horas. Neste caso,<br />

observou-se que os níveis séricos do hormônio só voltaram a valores próximos ao<br />

controle, uma semana após retorno às condições normais de fotoperíodo. Em salmões,<br />

observou-se uma redução de 25% da resposta hormonal de estresse quando protegidos<br />

da luz, em comparação aos não protegidos durante uma simulação de transporte<br />

(Wedemeyer, 1985).<br />

No caso do pintado, os valores mais baixos de cortisol sérico foram observados<br />

após a exposição dos peixes ao ambiente sem luz, sugerindo que a ausência de luz tem<br />

um papel importante no comportamento e no bem estar desta espécie, como também<br />

observado em estudo feito com bagre africano (Clarias gariepinus) que mostrou que, à<br />

medida que as horas de luz aumentavam em um ciclo de 24 horas, os peixes se<br />

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