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40 Diário Económico Sexta-feira 8 Janeiro 2010 ÚLTIMA HORA www.economico.pt Propriedade S.T. & S. F., Sociedade de Publicações Lda, Registo Comercial de Lisboa n.º 02958911033. Registo Diário Económico nº 112 371 Administração Rua Vítor Cordon, n.º 19, 1º, 1200 - 482 Lisboa Telefones 213 236 700 Fax: 213 236 701 Redacção e Produção Rua Vieira da Silva, n.º 45, 1350 - 342 Lisboa Telefones 213 236 800. Fax: 213 236 801 Publicidade Rua Vítor Cordon, n.º 19, 1º, 1200 - 482 Lisboa Telefones 213 236 700 Delegação no Porto Edifício Scala Rua do Vilar, 235, 4.º 4050–626 Porto Telefones: 226 098 580 Fax: 226 099 068 Grafismo e Produção S.T. & S. F. Lda Impressão Sogapal, Estrada de São Marcos, 27B São Marcos 2735-521 Agualva - Cacém Distribuição Logista Portugal, Distribuição de Publicações, S.A. Edifício Logista Expansão da Área Industrial do Passil Lote 1 – A Palhavã 2894 002 Alcochete Bancos ameaçam cortar crédito às concessões chumbadas pelo Tribunal Dia 26 termina o crédito às concessões chumbadas pelo Tribunal de Contas. Os bancos ligados às concessões rodoviárias, a que o Tribunal de Contas (TC) recusou o visto prévio ameaçam cortar o crédito. “No final de 2009, as concessionárias receberam dos bancosoavisoformaldequeestãodispostos a cancelar o financiamento caso não se resolva a questão com o TC”, disse à Lusa uma fonte de mercado. A partir de 26 de Janeiro os bancos vão comunicar aos consórcios a suspensão na atribuição do crédito, o que obrigará a que os envolvidos na negociação (Governo, Estradas de Portugal e concessionárias) se sintam pressionados a um acordo que satisfaça o Tribunal de Contas. Contactada, fonte do TC não quis comentar datas. As instituições bancárias envolvidas também não quiseram comentar. As concessionárias que viram o Professores com Bom não serão limitados por vagas Perspectivas das negociações eram ontem negativas. Professores com Bom deixam de estar limitados por vagas para progredir para o 3º escalão da carreira docente, revelaram dirigentes sindicais à saída das primeiras reuniões da última ronda negocial entre o Governo e os sindicatos que teve lugar ontem no MinistériodaEducação. Mas à hora de fecho desta edição, as indicações dos representantes dos professores era de que as DESTAQUE Sócrates no Parlamento para discutir o casamento ‘gay’ Os deputados reúnem-se hoje na Assembleia da República para discutirem as propostas do Governo e da oposição sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, assunto que divide os partidos de esquerda das bancadas da direita. O primeiroministro José Sócrates também estará presente na discussão. Siga o debate no ‘site’. Acompanhe ao minuto em www.economico.pt visto prévio recusado garantem que as obras prosseguem ao ritmo normal, apesar dos bancos já terem ameaçado cortar o crédito aos projectos. “No nosso caso não houve corte. Continuamos com toda a normalidade a receber dinheiro em ambas concessões”, afirmou fonte do consórcio liderado pela Edifer, que ganhou o concurso para a construção das con- medidas apresentadas pela ministra Isabel Alçada não seriam suficientes para chegar a um acordo. Outra das cedências anunciadas pelo ministério era os professores com Muito Bom e Excelente deixarem de ocupar lugares nas vagas. Ainda assim, as perspectivas eram negativas perto do fim das negociações. E o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, disse que, a manterem-se as medidas propostas, não assinaria. ■ P.Q. Acompanhe no ‘site’ a evolução das bolsas e do petróleo. MAIS LIDAS ONTEM Almerindo Marques, presidente da Estradas de Portugal, viu já o Tribunal de Contas chumbar cinco concessões rodoviárias por ter encontrado ‘irregularidades’ no processo. ● Remax vende casas de luxo a preços de saldo ● Sócrates responde a Ulrich: “Foram os bancos a causar a crise” ● Oquedevecomprar no supermercado dos fundos ● Maior feira tecnológica do mundo arranca hoje em Las Vegas ● BPI vai emitir mil milhões em obrigações Leia versão completa em www.economico.pt cessões rodoviárias do Baixo Alentejo e do Algarve Litoral. Fonte do consórcio Auto-Estrada XXI, liderado pela construtora Soares da Costa, disse que “as obras estão a decorrer dentro da normalidade e os pagamentos estão também a ser feitos dentro da normalidade”. O TC decidiu chumbar as concessões rodoviárias que já tinham sido atribuídas pela Estradas de Portugal (EP), por as considerar “irregulares”. A entidade liderada por Almerindo Marques recorreu entretanto da decisão do tribunal. Desdeque,emNovembro,oTCrecusouovistoprévioaoscontratosde cinco concessões rodoviárias - Auto- Estrada Transmontana, Douro Interior, Baixo Alentejo e Algarve Litoral e Litoral Oeste. ■ C.S. com Lusa Estoril Sol vai despedir 113 trabalhadores O despedimento colectivo vai custar seis milhões. A Estoril Sol vai avançar com o despedimento colectivo de 113 trabalhadores. A notícia foi avançada pela administração da Estoril Sol SGPS em comunicado emitido ontem à CMVM. Segundo o mesmo documento, a empresa do magnata Stanley Ho estima “um custo associado a este processo que rondará os seis milhões de euros”. A Estoril Sol detém em VOTAÇÕES Inquérito em curso Concorda com a utilização de ’scanners’ corporais nos aeroportos? Não 21 Portugal o Casino de Lisboa, o Casino Estoril e o Casino da Póvoa. O comunicado não justifica a razão da decisão, mas nas contas do primeiro semestre de 2009, a empresa admitiu que “todos os casinos portugueses registaram significativas quebras nas respectivas receitas comparativamente às alcançadas em igual período de 2008”. Neste período, a Estoril Sol registou receitas de 114,9 milhões de euros, menos 11,3 milhões de euros doqueem2008. ■ M.C. TOTAL DE VOTOS: 577 Vote em www.economico.pt Sim 79 OPINIÃO Orçamento virtuoso O país político está suspenso à volta de uma nova novela: a reencarnação do Bloco Central numa versão limitada e concentrada nas contas públicas. O argumentista é o Presidente da República. Cavaco Silva já ganhou o prémio da personagem política mais marcante da primeira semana do ano. O seu discurso de Ano Novo recentrou, e bem, o debate político. O Governo foi o primeiro a reagir e de uma forma estrategicamente inteligente colocou-se na posição de actor principal, o que lhe deverá garantir dividendos políticos. Colou-se à vontade de Cavaco Silva e mostrou uma posição humilde. No entanto, é de notar a surpreendente vitalidade da resposta do PSD. Comandado por Aguiar-Branco, os social-democratas assumiram a liderança da oposição, o seu lugar natural, mas onde até agora foram ultrapassados por Paulo Portas ou o Bloco de Esquerda, consoante as matérias em causa. O PSD foi claro nas suas posições e nas suas exigências, facilitando a discussão política e a possibilidade de um acordo. E os problemas em causa exigem, como salientou o Presidente da República, um entendimento alargado, fenómeno pouco visto por cá em que a classe política é mais especializada em guerrilha. O endividamento excessivo é um problema estrutural que atravessa toda a economia e que vai demorar anos a resolver e o Estado é um dos protagonistas deste problema. O défice tem de ser corrigido e a dívida reduzida mas isto só será conseguido em vários anos. É muito difícil descer um défice de mais de 8% para 3% num único ano. E vai sempre exigir medidas com elevados custos políticos, como o aumento de impostos ou da carga fiscal, o corte real nas despesas que vão afectar os funcionários e provavelmente a generosidade das prestações sociais e um plano de saneamento das empresas públicas, que poderá obrigar ao encerramento de algumas. É preciso não ter ilusões. Qualquer pacto que não inclua estes pontos será um exercício inútil de retórica política, pois não atacará as causa estruturais do endividamento público. Além disto, falta fazer um outro pacto de regime, tão importante como este: o da competitividade e crescimento económico, que obriga igualmente a medidas corajosas como flexibilizar a legislação laboral e atacar de frente os bloqueios da justiça. Portanto, sauda-se a abertura de todos para discutir mas o sucesso final está longe de estar garantido. PS e PSD querem assumir a factura de um verdadeiro saneamento das contas públicas? A pergunta é especialmente relevante para o PSD que está na oposição e que quer regressar ao poder. E se ficar agarrado a este pacto, terá a sua capacidade de fazer oposição limitada por vários anos, questão que não é negligenciável quando está em cima da mesa uma possível mudança na liderança dos social-democratas. Assim, os próximos capítulos desta novela vão passar pelos encontros e desencontros negociais e a certeza é que o Orçamento do Estado para 2010 que entrar no Parlamento vai passar na votação na generalidade. Ninguém sabe é que Orçamento vai sair do debate na especialidade. Vamos ver se será virtuoso. ■ PUB BRUNO PROENÇA Director Executivo bruno.proenca@economico.pt 5 601073 000864 04792

40 Diário <strong>Económico</strong> Sexta-feira 8 Janeiro 2010<br />

ÚLTIMA HORA<br />

www.economico.pt<br />

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Fax: 213 236 701 Redacção e Produção Rua Vieira da Silva, n.º 45, 1350 - 342 Lisboa Telefones 213 236 800. Fax: 213 236 801<br />

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Sogapal, Estrada de São Marcos, 27B São Marcos 2735-521 Agualva - Cacém Distribuição Logista Portugal, Distribuição<br />

de Publicações, S.A. Edifício Logista Expansão da Área Industrial do Passil Lote 1 – A Palhavã 2894 002 Alcochete<br />

Bancos ameaçam cortar crédito às<br />

concessões chumbadas pelo Tribunal<br />

Dia 26 termina o crédito às concessões chumbadas pelo Tribunal de Contas.<br />

Os bancos ligados às concessões rodoviárias,<br />

a que o Tribunal de Contas<br />

(TC) recusou o visto prévio ameaçam<br />

cortar o crédito. “No final de 2009, as<br />

concessionárias receberam dos bancosoavisoformaldequeestãodispostos<br />

a cancelar o financiamento caso<br />

não se resolva a questão com o TC”,<br />

disse à Lusa uma fonte de mercado.<br />

A partir de 26 de Janeiro os bancos<br />

vão comunicar aos consórcios a suspensão<br />

na atribuição do crédito, o que<br />

obrigará a que os envolvidos na negociação<br />

(Governo, Estradas de Portugal<br />

e concessionárias) se sintam pressionados<br />

a um acordo que satisfaça o Tribunal<br />

de Contas. Contactada, fonte<br />

do TC não quis comentar datas. As<br />

instituições bancárias envolvidas<br />

também não quiseram comentar.<br />

As concessionárias que viram o<br />

Professores com Bom não<br />

serão limitados por vagas<br />

Perspectivas das negociações<br />

eram ontem negativas.<br />

Professores com Bom deixam<br />

de estar limitados por<br />

vagas para progredir para o<br />

3º escalão da carreira docente,<br />

revelaram dirigentes<br />

sindicais à saída das primeiras<br />

reuniões da última<br />

ronda negocial entre o Governo<br />

e os sindicatos que<br />

teve lugar ontem no MinistériodaEducação.<br />

Mas à hora de fecho<br />

desta edição, as indicações<br />

dos representantes dos<br />

professores era de que as<br />

DESTAQUE<br />

Sócrates no Parlamento para<br />

discutir o casamento ‘gay’<br />

Os deputados reúnem-se hoje na<br />

Assembleia da República para discutirem<br />

as propostas do Governo e da<br />

oposição sobre o casamento entre<br />

pessoas do mesmo sexo, assunto<br />

que divide os partidos de esquerda<br />

das bancadas da direita. O primeiroministro<br />

José Sócrates também estará<br />

presente na discussão. Siga o<br />

debate no ‘site’.<br />

Acompanhe ao minuto em<br />

www.economico.pt<br />

visto prévio recusado garantem que as<br />

obras prosseguem ao ritmo normal,<br />

apesar dos bancos já terem ameaçado<br />

cortar o crédito aos projectos.<br />

“No nosso caso não houve corte.<br />

Continuamos com toda a normalidade<br />

a receber dinheiro em ambas concessões”,<br />

afirmou fonte do consórcio<br />

liderado pela Edifer, que ganhou o<br />

concurso para a construção das con-<br />

medidas apresentadas pela<br />

ministra Isabel Alçada não<br />

seriam suficientes para<br />

chegar a um acordo.<br />

Outra das cedências<br />

anunciadas pelo ministério<br />

era os professores com<br />

Muito Bom e Excelente<br />

deixarem de ocupar lugares<br />

nas vagas. Ainda assim,<br />

as perspectivas eram<br />

negativas perto do fim das<br />

negociações. E o secretário-geral<br />

da Fenprof,<br />

Mário Nogueira, disse<br />

que, a manterem-se as<br />

medidas propostas, não<br />

assinaria. ■ P.Q.<br />

Acompanhe no ‘site’ a evolução das bolsas e do petróleo.<br />

MAIS LIDAS ONTEM<br />

Almerindo Marques,<br />

presidente da<br />

Estradas de Portugal,<br />

viu já o Tribunal de<br />

Contas chumbar<br />

cinco concessões<br />

rodoviárias por ter<br />

encontrado<br />

‘irregularidades’<br />

no processo.<br />

● Remax vende casas de luxo a<br />

preços de saldo<br />

● Sócrates responde a Ulrich:<br />

“Foram os bancos a causar a crise”<br />

● Oquedevecomprar no supermercado<br />

dos fundos<br />

● Maior feira tecnológica do mundo<br />

arranca hoje em Las Vegas<br />

● BPI vai emitir mil milhões em<br />

obrigações<br />

Leia versão completa em<br />

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cessões rodoviárias do Baixo Alentejo<br />

e do Algarve Litoral.<br />

Fonte do consórcio Auto-Estrada<br />

XXI, liderado pela construtora Soares<br />

da Costa, disse que “as obras estão a<br />

decorrer dentro da normalidade e os<br />

pagamentos estão também a ser feitos<br />

dentro da normalidade”.<br />

O TC decidiu chumbar as concessões<br />

rodoviárias que já tinham sido<br />

atribuídas pela Estradas de Portugal<br />

(EP), por as considerar “irregulares”.<br />

A entidade liderada por Almerindo<br />

Marques recorreu entretanto da decisão<br />

do tribunal.<br />

Desdeque,emNovembro,oTCrecusouovistoprévioaoscontratosde<br />

cinco concessões rodoviárias - Auto-<br />

Estrada Transmontana, Douro Interior,<br />

Baixo Alentejo e Algarve Litoral e<br />

Litoral Oeste. ■ C.S. com Lusa<br />

Estoril Sol vai despedir<br />

113 trabalhadores<br />

O despedimento colectivo<br />

vai custar seis milhões.<br />

A Estoril Sol vai avançar<br />

com o despedimento colectivo<br />

de 113 trabalhadores.<br />

A notícia foi avançada<br />

pela administração da<br />

Estoril Sol SGPS em comunicado<br />

emitido ontem<br />

à CMVM.<br />

Segundo o mesmo documento,<br />

a empresa do<br />

magnata Stanley Ho estima<br />

“um custo associado a<br />

este processo que rondará<br />

os seis milhões de euros”.<br />

A Estoril Sol detém em<br />

VOTAÇÕES<br />

Inquérito em curso<br />

Concorda com a utilização de ’scanners’<br />

corporais nos aeroportos?<br />

Não<br />

21<br />

Portugal o Casino de Lisboa,<br />

o Casino Estoril e o<br />

Casino da Póvoa.<br />

O comunicado não justifica<br />

a razão da decisão,<br />

mas nas contas do primeiro<br />

semestre de 2009, a empresa<br />

admitiu que “todos os<br />

casinos portugueses registaram<br />

significativas quebras<br />

nas respectivas receitas<br />

comparativamente às alcançadas<br />

em igual período<br />

de 2008”. Neste período, a<br />

Estoril Sol registou receitas<br />

de 114,9 milhões de euros,<br />

menos 11,3 milhões de euros<br />

doqueem2008. ■ M.C.<br />

TOTAL DE VOTOS: 577<br />

Vote em<br />

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OPINIÃO<br />

Orçamento virtuoso<br />

O país político está suspenso à volta de uma nova novela:<br />

a reencarnação do Bloco Central numa versão limitada e<br />

concentrada nas contas públicas. O argumentista é o Presidente<br />

da República. Cavaco Silva já ganhou o prémio da<br />

personagem política mais marcante da primeira semana<br />

do ano. O seu discurso de Ano Novo recentrou, e bem, o<br />

debate político. O Governo foi o primeiro a reagir e de<br />

uma forma estrategicamente inteligente colocou-se na<br />

posição de actor principal, o que lhe deverá garantir dividendos<br />

políticos. Colou-se à vontade de Cavaco Silva e<br />

mostrou uma posição humilde.<br />

No entanto, é de notar a surpreendente vitalidade da<br />

resposta do PSD. Comandado por Aguiar-Branco, os social-democratas<br />

assumiram a liderança da oposição, o<br />

seu lugar natural, mas onde até agora foram ultrapassados<br />

por Paulo Portas ou o Bloco de Esquerda, consoante<br />

as matérias em causa. O PSD foi claro nas suas posições e<br />

nas suas exigências, facilitando a discussão política e a<br />

possibilidade de um acordo.<br />

E os problemas em causa exigem, como salientou o Presidente<br />

da República, um entendimento alargado, fenómeno<br />

pouco visto por cá em que a classe política é mais especializada<br />

em guerrilha. O endividamento excessivo é um<br />

problema estrutural que atravessa toda a economia e que<br />

vai demorar anos a resolver e o Estado é um dos protagonistas<br />

deste problema. O défice tem de ser corrigido e a dívida<br />

reduzida mas isto só será conseguido em vários anos. É<br />

muito difícil descer um défice de mais de 8% para 3% num<br />

único ano. E vai sempre exigir medidas com elevados custos<br />

políticos, como o aumento de impostos ou da carga fiscal,<br />

o corte real nas despesas que vão afectar os funcionários<br />

e provavelmente a generosidade das prestações sociais<br />

e um plano de saneamento das empresas públicas, que poderá<br />

obrigar ao encerramento de algumas. É preciso não ter<br />

ilusões. Qualquer pacto que não inclua estes pontos será<br />

um exercício inútil de retórica política, pois não atacará as<br />

causa estruturais do endividamento público.<br />

Além disto, falta fazer um outro pacto de regime, tão<br />

importante como este: o da competitividade e crescimento<br />

económico, que obriga igualmente a medidas corajosas<br />

como flexibilizar a legislação laboral e atacar de<br />

frente os bloqueios da justiça.<br />

Portanto, sauda-se a abertura de todos para discutir<br />

mas o sucesso final está longe de estar garantido. PS e<br />

PSD querem assumir a factura de um verdadeiro saneamento<br />

das contas públicas? A pergunta é especialmente<br />

relevante para o PSD que está na oposição e que quer regressar<br />

ao poder. E se ficar agarrado a este pacto, terá a<br />

sua capacidade de fazer oposição limitada por vários<br />

anos, questão que não é negligenciável quando está em<br />

cima da mesa uma possível mudança na liderança dos<br />

social-democratas.<br />

Assim, os próximos capítulos desta novela vão passar<br />

pelos encontros e desencontros negociais e a certeza é<br />

que o Orçamento do Estado para 2010 que entrar no Parlamento<br />

vai passar na votação na generalidade. Ninguém<br />

sabe é que Orçamento vai sair do debate na especialidade.<br />

Vamos ver se será virtuoso. ■<br />

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