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28 Diário <strong>Económico</strong> Sexta-feira 8 Janeiro 2010<br />
EMPRESAS<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
Telefónica multada na Argentina<br />
por abuso de posição dominante<br />
A espanhola Telefónica foi condenada uma multa de 19 milhões de euros<br />
por “abuso da posição dominante” na Argentina, avança a imprensa<br />
daquele país. As autoridades consideraram que a operadora não cumpriu<br />
uma notificação de participação na Telecom Italia porque, ao entrar no<br />
seu capital, aumentou a quota de mercado que é dividido entre Telefónica<br />
e Telecom Argentina, participada da Telecom Italia. Agora, as autoridades<br />
exigem que a Telefónica acelere o desinvestimento na Telecom Argentina.<br />
A primeira pedra da futura Escola<br />
Americana de Sintra é lançada hoje.<br />
CONSTRUÇÃO<br />
FDO investe oito milhões na construção<br />
da Escola Americana de Sintra<br />
Efacec, Brisa e construtoras<br />
atacam Mundial e olimpíadas<br />
avaliadas em 60 mil milhões<br />
Os grandes eventos desportivos no Brasil vão alavancar as oportunidades de<br />
investimento e as empresas portuguesas estão bem posicionadas, diz o BES.<br />
Cátia Simões<br />
catia.simoes@economico.pt<br />
O Campeonato do Mundo de<br />
Futebol de 2014 e os próximos<br />
Jogos Olímpicos, em 2016, que<br />
vão realizar-se no Brasil, são<br />
uma grande oportunidade de<br />
investimento para as empresas<br />
portuguesas naquele país.<br />
O investimento para os<br />
grandes eventos desportivos –<br />
estimado em 86 mil milhões de<br />
dólares (cerca de 60 mil milhões<br />
de euros) – “representa<br />
uma grande oportunidade de<br />
crescimento, não só para a economia<br />
brasileira mas também<br />
para a portuguesa”, conclui um<br />
documento do Espírito Santo<br />
Research.<br />
Contactado pelo Diário <strong>Económico</strong><br />
Artur Alves Pereira,<br />
um dos responsáveis pelo ‘research’,<br />
explica que “a copa e<br />
os jogos Olímpicos trazem<br />
grandes investimentos nas<br />
áreas de construção e infraestruturas<br />
e têm impacto no<br />
turismo”.<br />
Desta forma, o envolvimento<br />
de empresas portuguesas na<br />
preparação do país para os dois<br />
eventos “poderá representar<br />
um volume de negócios equivalentea0,2%doProdutoInterno<br />
Bruto (PIB)”, além da criação<br />
de “mais de cinco mil postos de<br />
trabalho entre 2010 e 2016”,<br />
acrescenta o mesmo estudo.<br />
A maior parte do investimento<br />
(35,4%) vai ser absorvido<br />
pelas estradas e ferrovias,<br />
devido à necessidade de construção<br />
de infra-estruturas, e<br />
construção ou modernização de<br />
instalações desportivas, que<br />
deverão receber cerca de 20,8%<br />
do investimento total.<br />
“As empresas de infra-estruturas,<br />
como a Efacec ou a<br />
Brisaeasempresasdeconstrução<br />
podem beneficiar com<br />
estes eventos” explica ao <strong>Económico</strong><br />
o economista António<br />
Nogueira Leite. Contudo, o especialista<br />
frisa que as vantagens<br />
para as empresas portuguesas<br />
deverão registar-se sobretudo<br />
“em função da presença<br />
que estas já têm no Brasil<br />
PALAVRA-CHAVE<br />
✽<br />
Lula da Silva,<br />
presidente<br />
brasileiro, frisou<br />
que a candidatura<br />
aos jogos<br />
Olímpicos deveria<br />
ser tratado como<br />
um “compromisso<br />
do estado<br />
brasileiro”.<br />
Infra-estruturas<br />
A realização destes dois eventos<br />
no Brasil vão gerar uma grande<br />
necessidade de infra-estruturas,<br />
que pode ser uma oportunidade<br />
para as empresas portuguesas.<br />
As estradas e caminhos de ferro<br />
vão absorver perto de 47% do<br />
totaldoinvestimentoprevisto:<br />
cercade33,4milmilhõesde<br />
dólares (23 mil milhões de euros).<br />
Ainda assim, é preciso reforçar<br />
as infra-estruturas básicas, como<br />
as redes energéticas.<br />
e dos seus parceiros locais.<br />
Sendo o Brasil uma economia<br />
muito desenvolvida e com<br />
‘players’ muito fortes nas áreas<br />
relacionadas com os eventos,<br />
como a construção ou as infra-<br />
-estruturas não serão precisas<br />
novas empresas.” Nogueira<br />
Leite defende que “as empresas<br />
portuguesas poderão ganhar<br />
através de parceiros locais<br />
credíveis e fortes”.<br />
Esta visão é partilhada nos<br />
Artur Alves Pereira. “Entrar no<br />
Brasil em parceria é a forma<br />
mais simples de realizar projectos<br />
desta envergadura”, diz.<br />
Mesmo as empresas que não<br />
queiram fazer o investimento<br />
directo nos eventos mas que já<br />
estejam neste país podem beneficiar.<br />
Nogueira Leite exemplificacomaPT–jáqueotráfegoda<br />
Vivo deverá aumentar – e a EDP,<br />
devido às grandes necessidades<br />
energéticas dos projectos.<br />
Luís Filipe Pereira, presidente<br />
da Efacec, que está presente<br />
no Brasil na área de infra-estruturas,<br />
garante que “existem<br />
grandes oportunidades para as<br />
empresas portuguesas e a Efacec<br />
pensa aproveitar as oportunidades<br />
e consolidá-las nas<br />
áreas de infra-estruturas”.<br />
Só na Copa do Mundo, a realizar-se<br />
em 12 cidades brasileiras,<br />
o investimento vai atingir<br />
cerca 48 mil milhões de euros,<br />
sobretudo em estradas e caminhos<br />
de ferro.“A experiência no<br />
Euro2004 constitui uma grande<br />
vantagem para as empresas<br />
portuguesas”, conclui Artur<br />
Alves Pereira.<br />
Uma visão partilhada por<br />
António Cunha Vaz. O presidente<br />
da Cunha Vaz & Associados,<br />
responsável pela comunicação<br />
institucional do Euro<br />
2004, diz que “a experiência<br />
pode resultar em parcerias<br />
com empresas brasileiras,<br />
criando-se oportunidades de<br />
negócio.” Além do investimento<br />
previsto para a Copa, a<br />
realização dos Jogos Olímpicos<br />
no Rio de Janeiro, em 2016,<br />
“implicará investimentos adicionais”,<br />
na ordem dos dez mil<br />
milhões de euros. ■<br />
A Fundação Escola Americana de Lisboa acabou de adjudicar à FDO<br />
Construções a construção das instalações da futura Escola Americana<br />
localizada em Sintra, numa intervenção orçada em oito milhões de euros.<br />
A empresa do Grupo FDO realizará a construção de todo o projecto<br />
educativo, estando previsto, entre outras estruturas, um pavilhão<br />
polidesportivo, um refeitório e um teatro, bem como a realização de<br />
arranjos exteriores. A primeira pedra do novo edifício é hoje lançada.<br />
Sacyr quer construir<br />
estádios no Brasil<br />
A espanhola Sacyr, que controla a<br />
portuguesa Somague, formou um<br />
consórcio com as empresas<br />
brasileiras Queiroz Galvão e<br />
Carioca Chistiani-Nielsen para<br />
apresentar uma proposta para a<br />
construção do estádio Arena das<br />
Dunas, em Natal. A proposta terá<br />
que ser apresentada até ao<br />
próximo dia 22 de Fevereiro.<br />
Também o grupo espanhol OHL<br />
deve entrar na corrida. Está<br />
também a decorrer o concurso<br />
para o estádio no Pernambuco e<br />
as propostas têm que ser<br />
apresentadas até ao dia 5 de<br />
Fevereiro. As obras vão arrancar<br />
durante o mês de Março. Para o<br />
Mundial de Futebol de 2014 o<br />
Brasil deverá construir cinco<br />
novos estádios – entre eles o de<br />
Natal – e realizar obras em alguns<br />
dosjáexistentes.C.S.<br />
A selecção brasileira de futebol<br />
vai jogar em casa no Campeonato<br />
do Mundo de 2014.<br />
EMPRESAS PORTUGUESAS QUE<br />
Efacec<br />
A empresa liderada por Luís<br />
Filipe Pereira (na foto) está<br />
presente na área de infras-<br />
-estruturas e vai beneficiar com a<br />
construção de estádios, ferrovias<br />
e estradas. A Efacec também<br />
admite ir a concursos de energia.