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R - Económico

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4 Diário <strong>Económico</strong> Sexta-feira 8 Janeiro 2010<br />

DESTAQUE<br />

DESTAQUE ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2010<br />

Jorge Lacão responde<br />

ao PSD: o programa<br />

do PS é que interessa<br />

Continua o debate sobre o acordo para Orçamento para 2010. Ao Diário<br />

<strong>Económico</strong>, Aguiar-Branco mostrou abertura nas obras públicas.<br />

Catarina Madeira<br />

e Márcia Galrão<br />

catarina.madeira@economico.pt<br />

O PSD viabiliza o Orçamento do<br />

Estado para 2010, mas quer que<br />

o PS reduza o défice. Os socialdemocratas<br />

aceitam também as<br />

obras públicas, desde que isso<br />

não afecte o endividamento. No<br />

dia em que o PSD disse por carta<br />

o que quer, o ministro dos assuntos<br />

parlamentares lembrou<br />

em entrevista ao Diário <strong>Económico</strong><br />

a publicar amanhã que<br />

não se pode fazer uma “inversão<br />

de papéis” e que o Executivo<br />

parte com o seu programa para a<br />

mesa negocial e não aceita “imposições<br />

dos programas que não<br />

passaram nas eleições”.<br />

Apesar da oposição às grandes<br />

obras ter sido sempre um<br />

ponto de diferenciação do PSD<br />

de Manuela Ferreira Leite, ao<br />

Diário <strong>Económico</strong>, José Pedro<br />

Aguiar-Branco mostra alguma<br />

abertura para permitir que estes<br />

investimentos sejam incluídos<br />

no OE/2010. “Mais do que estar<br />

a analisar esta ou aquela obra<br />

pública, há uma equação que se<br />

traduz nestes pontos [inverter o<br />

crescimento do endividamento<br />

externo, corrigir o desequilíbrio<br />

das contas públicas e conferir<br />

total transparência no que respeita<br />

às responsabilidades financeiras<br />

actuais e futuras assumidas<br />

pelo Estado]”, explicou ao<br />

Diário <strong>Económico</strong> José Pedro<br />

Aguiar Branco. Apontado o caminho<br />

de que o PSD não abdica,<br />

e que está na carta enviada ontem<br />

a Jorge Lacão (as cartas dos<br />

outros partidos também foram<br />

ontem enviadas), é ao Governo<br />

que compete governar, portanto<br />

“éoGovernoquedevedizerse<br />

nesta equação – a que se junta o<br />

combate ao desemprego com o<br />

apoio às PME – tem condições<br />

para aprovar um plano que, incluindo<br />

tudo isto, inclua também<br />

as obras públicas que constam<br />

do seu programa de Governo”,<br />

acrescenta. Caso contrário,<br />

“há aqui uma parcela da equação<br />

que falta”.<br />

Coincidência ou não, ontem o<br />

ministro da Obras Públicas entrou<br />

em cena para dizer que a<br />

prioridade do Governo é o aeroporto,<br />

que espera que as porta-<br />

gens nas SCUTS sejam uma realidade<br />

dentro de poucos meses e<br />

revelar que o orçamento do ministério<br />

deverá sofrer um corte<br />

de 10% a 12%. Este corte referse<br />

apenas ao “orçamento próprio<br />

do ministério, via<br />

PIDDAC”, esclareceu fonte oficial<br />

das Obras Públicas ao DE.<br />

De acordo com a mesma fonte,<br />

esta contenção de despesas revelada<br />

por António Mendonça<br />

não coloca em causa qualquer<br />

dos investimentos em obras pú-<br />

A CARTA DO PSD<br />

“Inverter a trajectória<br />

de crescimento<br />

galopante do<br />

endividamento<br />

externo”<br />

“Corrigir a trajectória<br />

de desequilíbrio<br />

insustentável nas<br />

contas públicas”<br />

“Conferir uma total<br />

transparência no que<br />

respeita às Contas<br />

Públicas”<br />

(prioridades que o Orçamento do<br />

Estado deve assumir, de acordo<br />

com o ofício enviado pelo líder<br />

parlamentar do PSD ao ministro<br />

dos Assuntos Parlamentares)<br />

blicas previstos por este Governo.<br />

“O programa de investimentos<br />

públicos mantém-se<br />

inalterado”, assegurou a mesma<br />

fonte das Obras Públicas.<br />

Ontem em Paris, o primeiroministro<br />

voltou a defender que o<br />

Governonãopodegovernarcom<br />

dois orçamentos: “Quem não<br />

quer negociar diz que o outro não<br />

quer negociar. Eu quero negociar<br />

mas coloco as coisas de uma forma<br />

muito simples”, acrescentando,<br />

porém, que a prioridade<br />

do Execitivo não é o défice. O<br />

primeiro-ministro repondeu<br />

ainda ao presidente do BPI - que<br />

apresentou um estudo sobre finanças<br />

públicas que identificava<br />

um aumento das responsabilidades<br />

do Estado - dizendo que a<br />

culpadacriseédabanca,que<br />

sustentou o endividamento.<br />

Depois de ter enviado a todos<br />

os grupos parlamentares uma<br />

carta a convidar os partidos para<br />

um diálogo prévio ao Orçamento,<br />

Jorge Lacão recebeu ontem todas<br />

as respostas. Pelo sentido das palavras<br />

dos vários grupos, ficou<br />

patente que as negociações poderão<br />

ter um desfecho mais positivoàdireitadoqueàesquerda.O<br />

PSDquerumentendimentoalém<br />

do Orçamento de 2010, a médio<br />

prazo, o que foi bem recebido<br />

pelo Governo. Pedro Silva Pererira<br />

recordou ontem que “no início<br />

desta legislatura o Governo convidou<br />

todos os partidos com assento<br />

parlamentar para o diálogo<br />

tendoemvistaagarantiadecondições<br />

de governabilidade para<br />

toda a legislatura” e por isso<br />

mostrou-se satisfeito com esta<br />

posição do PSD.<br />

Ontem, no plenário, e perante<br />

acusações de negociações secretas<br />

como partido do Governo,<br />

o PSD disse que este não será<br />

“mais um Orçamento limiano” e<br />

garantiu que não vai deixar cair<br />

nenhuma das propostas do plano<br />

anti-crise apresentado pelo<br />

partido. “Muito se tem falado de<br />

pactos e de acordos secretos”,<br />

começou Aguiar Branco, visivelmente<br />

incomodado, “o PSD<br />

toma sempre as suas decisões<br />

tendo em conta o interesse nacional,<br />

guia-nos o sentido de<br />

responsabilidade. O grupo parlamentar<br />

do PSD não se deixará<br />

condicionar”. ■Com NMS, ER<br />

Futuro presidente do<br />

PSD tem de dar aval<br />

Na oposição a Ferreira Leite,<br />

dentro do PSD, as opiniões são<br />

unânimes. A actual direcção tem<br />

legitimidade para negociar com o<br />

Governo compromissos<br />

económico futuros, desde que o<br />

objectivo seja o interesse nacional<br />

e não a viabilização deste<br />

Executivo. No entanto qualquer<br />

novo líder terá todo o poder para<br />

rectificar os acordos assumidos<br />

por Ferreira Leite, garantem os<br />

apoiantes de Passo Coelho, único<br />

candidato assumido à liderança.<br />

Ângelo Correia diz mesmo que, a<br />

definição de um plano plurianual<br />

terá de ser “ratificada pela futura<br />

direcção”. O histórico do PSD<br />

admitequeesteacordoentreos<br />

dois maiores partidos pode<br />

condicionar a próxima direcção,<br />

mas conclui lacónico: “A vida é<br />

feita de condicionamentos”.<br />

Também Miguel Relvas defende<br />

que as negociações entre PS e<br />

PSD não podem ser “um mero<br />

acordo partidário” e tal como<br />

Nogueira Leite diz que qualquer<br />

entendimento terá de ter como<br />

objectivo o interesse do país. O<br />

economista diz mesmo que seja<br />

qual for a próxima liderança não<br />

fugirá à prioridade agora<br />

assumida de controlar as contas<br />

públicas. C.M.<br />

Direita di<br />

CDS e PSD lutam para negociar<br />

Orçamento para 2010.<br />

Catarina Madeira e<br />

Márcia Galrão<br />

catarina.madeira@economico.pt<br />

Na oposição, PSD e CDS iniciaram<br />

ontem uma luta para ver<br />

quem vai liderar à direita a negociação<br />

com o Governo do Orçamento<br />

do Estado para 2010. Com<br />

a esquerda em segundo plano,<br />

depois de PCP e BE demonstrarem<br />

que não vão aceitar negociar<br />

se não houver alterações de políticas,<br />

os partidos da direita disputam<br />

a dianteira na hora de impor<br />

condições para dar os seus<br />

votos ao PS.

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