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22 Diário <strong>Económico</strong> Sexta-feira 8 Janeiro 2010<br />
REPORTAGEM O MERCADO FEMININO EMERGENTE<br />
Cartões<br />
de gasolina e<br />
de multibanco<br />
cor-de-rosa<br />
Bancos, petrolíferas e empresas de informática<br />
são algumas das que já se dirigem às mulheres.<br />
Mafalda de Avelar<br />
mafalda.avelar@economico.pt<br />
As empresas em Portugal não estão<br />
alheias ao mercado feminino,<br />
ou ao mercado que elas controlam.<br />
Da banca aos combustíveis<br />
as mulheres vão tendo produtos<br />
desenhados à sua medida. A Caixa<br />
Geral de Depósitos tem um<br />
cartão exclusivo para mulheres<br />
chamado “Caixa Woman”. É para<br />
as mulheres “activas, autónomas,<br />
independentes e urbanas,<br />
que exigem o máximo delas próprias,<br />
desempenhando em simultâneo<br />
uma série de papéis na<br />
sociedade difíceis de conciliar:<br />
serem mães, executivas, donas<br />
de casa e companheiras, com um<br />
grande envolvimento pessoal em<br />
todasassuasactividades”,como<br />
refere Maricéu Anjos, directoraadjunta<br />
da Direcção de Meios de<br />
Pagamento da Caixa.<br />
O Banif, outro banco, lançou o<br />
cartão Hello Kitty. Já no BES,<br />
“quem sabe, sabe e as mulheres<br />
clientes do BES é que sabem” é<br />
uma frase a que nos habituámos<br />
já “a ouvir no feminino”, como<br />
diz Rita Torres Batista, directora<br />
de marketing . Na indústria automóvel,<br />
a Volkswagen não nega<br />
que “cerca de 40% dos clientes<br />
Volkswagen são mulheres e esse<br />
O cartão da famosa personagem<br />
Hello Kitty foi a aposta do banco<br />
BANIF para conquistar o público<br />
feminino.<br />
peso tem vindo a aumentar” diz<br />
Ricardo Tomaz, Director de<br />
Marketing.<br />
Também num sector tradicionalmente<br />
masculino, na Galp,<br />
existe, desde 2002, um cartão –<br />
Fast Women- que “permitiu uma<br />
maior aproximação junto de um<br />
segmento cada vez mais relevante<br />
nos postos Galp”, diz uma fonte<br />
da petrolífera. À data, o segmento<br />
das mulheres com mais de<br />
25 anos representa cerca de 30%<br />
de uma base de dados de mais de<br />
1 milhão de cartões activos.<br />
Já no mundo das tecnologias a<br />
Microsoft detecta que “as mulheres<br />
procuram cada vez mais as<br />
novas tecnologias para as ajudaremnoseudiaadiamuitoexigente<br />
onde têm de desempenhar<br />
inúmeros papéis”, como refere<br />
Sofia Tenreiro, responsável pela<br />
divisão de Entretainment Devices.<br />
(Esta mulher, que trabalha<br />
numa empresa dirigida por outra<br />
mulher, Cláudia Goya, apesar de<br />
estar de licença da maternidade<br />
não deixou de responder às nossas<br />
questões).<br />
Segundo Sofia Tenreiro, a Microsoft<br />
tem-se “preocupando em<br />
lançar produtos que satisfaçam as<br />
necessidades cada vez mais exigentes<br />
das mulheres” porque reconhece<br />
também que as “Mulheresassumemumpapelcrucialno<br />
processo de decisão de aquisição<br />
de novos produtos para os restantes<br />
membros da família”.<br />
Para os autores do estudo “O<br />
que as mulheres querem”, essa<br />
preocupação em satisfazer o públicofemininoeoreconhecimento<br />
da importância das mulheres,<br />
enquanto decisoras de<br />
compra, é chave para o sucesso<br />
financeiro das empresas. Os dois<br />
consultores referem ao Diário<br />
Ecomómico que o progresso das<br />
mulheres e o aumento da sua influência<br />
económica é um fenómeno<br />
inevitável. A igualdade dos<br />
sexos está a aumentar à volta do<br />
mundo, conduzida pela educação<br />
e pelas oportunidades profissionais.<br />
Com o aumento da igualdade<br />
vem a maior participação<br />
no mercado de trabalho.<br />
As mulheres hoje em dia estão<br />
com mais à vontade económico e<br />
são clientes lucrativos. Estão dispostas<br />
a pagar mais na maioria<br />
dos bens e serviços. As empresas<br />
que conseguirem ir ao encontro<br />
das necessidades das mulheres<br />
podem esperar crescimento, fidelidade<br />
e ganhos. ■<br />
MARICÉU ANJOS TEM A SEU CARGO A GESTÃO DE UM CARTÃO FEMININO<br />
Maricéu Silveira é directora-adjunta de meios de pagamento na CGD. Diz que o<br />
cartão’Caixa Woman’ foi desenvolvido para as mulheres actuais: “Activas,<br />
autónomas, independentes e urbanas, que exigem o máximo delas próprias,<br />
desempenhando em simultâneo uma série de papéis na sociedade difíceis de<br />
conciliar, com um grande envolvimento pessoal em todas as suas actividades”<br />
Paula Nunes