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OPINIÃO<br />
MANUEL ARROYO<br />
Director de Investimentos da JP Morgan AM para a Peninsula Ibérica<br />
Balanço de 2009 e perspectivas para este ano<br />
Sexta-feira 8 Janeiro 2010 Diário <strong>Económico</strong> | FINANÇAS PESSOAIS VII<br />
Este ano as rentabilidades esperadas deverão ser menores do que em 2009. Ainda assim, há muitas oportunidades para aproveitar.<br />
Após um início terrível, 2009 acabou por<br />
ser um bom ano para os mercados financeiros:<br />
praticamente todos os activos têm<br />
gerado uma rentabilidade positiva, desde<br />
os títulos da dívida pública de países desenvolvidos<br />
até às acções dos mercados<br />
emergentes.<br />
Na Europa, os títulos de dívida pública revalorizaram-se<br />
5%, ao passo que as obrigações<br />
empresariais registaram, provavelmente,<br />
o seu melhor ano de várias décadas<br />
(ou mesmo de toda a história) com<br />
subidas que variaram entre pouco mais de<br />
10% (as emissões de empresas de maior<br />
qualidade) até quase 70% dos títulos com<br />
pior classificação de crédito. Após os históricos<br />
desajustes ocorridos em 2008, o<br />
último ano serviu para que muitos destes<br />
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mercados regressassem à normalidade e<br />
as valorizações ajustaram-se para níveis<br />
mais de acordo com a situação económica.<br />
Dentro das acções, os intervalos são<br />
ainda mais amplos: o mercado desenvolvido<br />
com pior desempenho foi o japonês,<br />
com uma rentabilidade que não chega aos<br />
7%, o grosso dos mercados (Portugal, Espanha,<br />
França, Alemanha, Estados Unidos,<br />
etc.) têm recuperado entre 20% e<br />
mais de 40%, e os que realmente se têm<br />
destacado têm sido os mercados emergentes.<br />
Por exemplo, a Rússia eoBrasil<br />
fecharam 2009 com uma revalorização de<br />
130%, ( o primeiro com uma subida desde<br />
Março de quase 200%) - há que ter em<br />
conta que durante o primeiro trimestre do<br />
ano todos estes mercados caíram.<br />
O mercado deu a volta em Março por várias<br />
razões, mas principalmente por duas:<br />
começaram a surgir dados macroeconómicos<br />
melhores que os descontados pelos<br />
analistas, e as empresas publicaram resultados<br />
que também surpreenderam pela<br />
positiva. A tendência prolongou-se pelo<br />
resto do ano. O futuro é ainda incerto,<br />
mas, na nossa opinião, há vários factores<br />
que nos convidam a sermos optimistas: há<br />
uma maior clareza quanto ao cenário económico,<br />
as empresas não terão problemas<br />
em manter as despesas controladas, é<br />
pouco provável que soframos uma subida<br />
significativa da inflação no curto prazo<br />
(logoveremosnolongoprazo)eéprovável<br />
que os Bancos Centrais mantenham as taxas<br />
de juros baixas até o ano ir bem avan-<br />
CFDs. Seja rápido<br />
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Os CFD’s são produtos alavancados e representam um elevado nível de risco podendo-se incorrer em perdas superiores ao depósito inicial.<br />
çado. Todos estes factores são favoráveis a<br />
que a carteira assuma risco, além de que<br />
há que ter em conta que, apesar das revalorizações<br />
verificadas desde o início do<br />
ano, as valorizações ainda não estão ajustadas.<br />
Existem oportunidades no mercado<br />
de obrigações com as emissões de empresas<br />
de pior qualidade (’high yield’), em dívida<br />
de países emergentes, em obrigações<br />
convertíveis e também em acções, sobretudo<br />
em mercados emergentes da Ásia,<br />
cujas economias estão mais expostas à retoma<br />
da economia. 2010 será um ano mais<br />
complicado que 2009, no qual as rentabilidades<br />
esperadas são menores e iremos sofrer<br />
maior volatilidade e, até mesmo, alguma<br />
tomada de mais-valias, mas o balanço<br />
deveria ser positivo. ■