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VI FINANÇAS PESSOAIS | Diário <strong>Económico</strong> Sexta-feira 8 Janeiro 2010<br />
CONSULTÓRIO DO INVESTIDOR<br />
Ainflação<br />
earetirada<br />
dos programas<br />
de estimulo<br />
às economias são<br />
alguns dos riscos<br />
de investimento<br />
para este ano.<br />
Quais são os grandes riscos para 2010?<br />
O consultório do investidor explica-lhe quais são as principais ameaças<br />
para a evolução dos seus investimentos durante os próximos 12 meses<br />
ENVIE AS SUAS PERGUNTAS PARA CONSULTORIODOINVESTIDOR@ECONOMICO.PT<br />
económica a que<br />
estamos a assistir resulta da re-<br />
recuperação<br />
R:A<br />
cuperação da actividade indus-<br />
trial, na sequência de um abrandamento<br />
exagerado em 2008, derivado de uma<br />
também exagerada expectativa de quebra<br />
de procura para o início de 2009, e da continuada<br />
aplicação de medidas de política<br />
fiscal e monetária a todos os títulos extraordinárias.<br />
Estas últimas resultaram<br />
numa substituição do consumo privado<br />
por investimento e gastos públicos. Um<br />
dos grandes riscos para os mercados financeiros,<br />
e para a economia em geral, resulta<br />
da incerteza quanto ao comportamento<br />
do sector privado quando inevitavelmente<br />
o sector público lhe começar a<br />
devolver a responsabilidade de gerar o<br />
crescimento da procura agregada. Outro<br />
riscoéasubidadastaxas das obrigações à<br />
medida que terminem os programas de injecção<br />
de liquidez através da compra de títulos<br />
de dívida (”quantitative easing”).<br />
Outro risco é a resposta das autoridades, e<br />
dos mercados, ao inevitável ressurgimento<br />
da inflação, que se prevê que ultrapasse os<br />
3% na Europa e nos Estados Unidos no<br />
primeiro trimestre do ano, essencialmente<br />
devido à subida de preços das ‘commodities’.<br />
O cenário central da Schroders é, no<br />
entanto, de crescimento económico moderado,<br />
actuação cuidadosa das autoridades<br />
monetárias e fiscais, continuado cres-<br />
cimento dos resultados das empresas e um<br />
baixo custo de oportunidade para o investimento<br />
(baixas taxas de juro) ao longo do<br />
próximo ano, dando assim suporte aos<br />
mercados financeiros.<br />
NUM CENÁRIO DE RETOMA<br />
ECONÓMICA, QUAIS SÃO AS ACÇÕES<br />
QUE COSTUMAM TER MELHOR<br />
PERFORMANCE?<br />
são as acções de<br />
sectores de actividade mais cícli-<br />
R:Tipicamente<br />
cos, ou seja, as mais influenciadas<br />
pelo aumento de receitas que acompanha<br />
o aumento de actividade económica.<br />
No entanto, esta definição é insuficiente<br />
para definir uma estratégia de investimento,<br />
já que todos os investidores profissionais<br />
conhecem este fenómeno e fazem subir<br />
os preços destas acções antes dos resultados<br />
se começarem a materializar. É absolutamente<br />
necessário ser capaz de avaliar<br />
a capacidade de geração de lucro de<br />
uma empresa no futuro, quando comparada<br />
com o preço a que transaccionam hoje<br />
as acções representativas do seu capital.<br />
Ao fazê-lo podemos descobrir situações<br />
em que as acções de algumas das empresas<br />
que potencialmente beneficiarão mais<br />
desta recuperação poderão já ter subido<br />
demasiado, e que paradoxalmente se encontram<br />
excelentes oportunidades em<br />
sectores menos cíclicos cujas empresas<br />
valorizaram menos. É por estas razões que<br />
recomendamos vivamente aos investidores<br />
particulares que recorram aos serviços<br />
de gestores profissionais para a selecção<br />
dos títulos específicos que compõem as<br />
suas carteiras. Uma das formas mais eficaz<br />
de o fazer é através da subscrição de um<br />
fundo de investimento cuja equipa de gestão<br />
tenha já dado provas da sua capacidade<br />
para o fazer de forma consistente.<br />
TENHO CERCA DE CINCO MIL EUROS<br />
DISPONÍVEIS PARA INVESTIR. TENDO<br />
EM CONTA QUE É UM MONTANTE<br />
PEQUENO QUAL É A MELHOR FORMA<br />
DE O APLICAR?<br />
melhor forma é dividi-lo por<br />
várias aplicações diferentes por R:A<br />
forma a diversificar o risco do<br />
seu investimento. Seguramente que todos<br />
os investimentos que vai seleccionar têm<br />
uma rendibilidade esperada positiva, mas<br />
ela não será constante em todos os dias,<br />
semanasoumeses.Emcadaumdestespequenos<br />
períodos a rendibilidade efectivamente<br />
registada em cada investimento por<br />
vezes será mais alta que a rendibilidade esperada,<br />
outra mais baixas, e inclusivamente<br />
algumas vezes será negativa. Se<br />
aplicar todo o seu dinheiro num único investimento<br />
sentirá toda esta variância de<br />
rendibilidades em torno da média. No en-<br />
Raj Patidar /Reuters<br />
tanto, se dividir o seu investimento por<br />
classes de activos diferentes, as diferentes<br />
oscilações de cada uma tenderão a anularse<br />
em parte, reduzindo assim a amplitude<br />
das variações do valor de mercado dos<br />
seus activos ao longo do tempo em que<br />
mantiver os seus investimentos, mas mesmo<br />
assim produzindo a mesma rendibilidade<br />
médio a prazo. Ter menos risco e a<br />
mesma rendibilidade é um dos poucos - ou<br />
mesmo o único - “almoço grátis” que<br />
existe no mundo financeiro.<br />
QUAL É O HORIZONTE TEMPORAL<br />
ADEQUADO PARA UM INVESTIMENTO<br />
NUM FUNDO DE ACÇÕES E NUM<br />
FUNDO DE OBRIGAÇÕES?<br />
horizonte normalmente recomendado<br />
para um investi- R:O<br />
mento 100% em acções é de 10<br />
anos, e de cinco para um investimento<br />
numa carteira dita mista entre acções e<br />
obrigações. Estes são os períodos nos<br />
quais existe uma confiança estatística suficientemente<br />
alta de que a rendibilidade<br />
esperada desses investimentos se materialize<br />
independentemente do momento<br />
em que o investimento seja feito. ■<br />
O consultório é uma parceria entre<br />
o Diário <strong>Económico</strong> e a Schroders.