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18 Diário <strong>Económico</strong> Sexta-feira 8 Janeiro 2010<br />
MUNDO<br />
RADAR MUNDO<br />
1<br />
Alemanha<br />
Divergências fragilizam<br />
coligação de Berlim<br />
Cristina Krippahl, na Alemanha<br />
Cristina.Krippahl@economico.pt<br />
A coabitação entre os conservadores<br />
da CDU e os liberais<br />
do FDP está a ser mais díficl do<br />
que o esperado. Primeiro foi o<br />
despedimento prematuro de<br />
um ministro, em Setembro,<br />
salpicado com uma operação<br />
que correu mal no Afeganistão.<br />
Depois a polémica instalada<br />
entre os parceiros da coligaçãodeCDU,CSUeFDPem<br />
redor de um corte da carga<br />
fiscal dos contribuintes. Agora<br />
é o chamado caso ‘Steinbach’<br />
queameaçaapazinternade<br />
um governo que – na opinião<br />
dos observadores – teve um<br />
começo muito acidentado.<br />
A deputada democratacristã,<br />
Erika Steinbach, é a<br />
presidente da Federação dos<br />
3<br />
Deportados, uma associação<br />
que representa os 15 milhões<br />
de alemães - e seus descendentes<br />
- forçados a abandonar<br />
os territórios no Leste da Europa<br />
que o país perdeu após a<br />
Segunda Guerra Mundial. Na<br />
sua maioria, os membros desta<br />
liga são já os filhos e netos<br />
dos injustiçados, mas o grupo<br />
continua a ter expressão política<br />
forte na Baviera. Por isso<br />
está em posição de reivindicar<br />
ser representado por<br />
Steinbach na direcção de uma<br />
nova fundação germano-polaca,<br />
dedicada a construir um<br />
museu-memorial às vítimas<br />
das deportações.<br />
Trata-se de um cenário rejeitado<br />
pela Polónia, já que a<br />
deputada é famosa pelas suas<br />
constantes exigências de indemnização<br />
para os deportados<br />
alemães – que a lei alemã,<br />
de resto, exclui - e por se<br />
ter recusado a reconhecer<br />
a fronteira<br />
germano-polaca há<br />
vinte anos, na vota-<br />
6<br />
5<br />
1<br />
7<br />
2<br />
Tobias Schwarz / Reuters<br />
çãoparaoefeitonoParlamento<br />
Federal.Onovoministrodos<br />
Negócios Estrangeiros, Guido<br />
Westerwelle (FDP), apostado<br />
na normalização das relações<br />
sempre complicadas com o vizinho<br />
no Leste, pronunciou-se<br />
categoricamente contra a presença<br />
de Steinbach, de modo<br />
que as negociações para o arranque<br />
dos trabalhos se entraram<br />
num longo impasse.<br />
Esta semana, Erika Steinbach<br />
mostrou-se pela primeira vez<br />
disposta a renunciar pessoalmente<br />
à direcção desde que sejam<br />
cumpridas duas condições.<br />
Por um lado, se a sua federação<br />
obtiver um maior peso<br />
na fundação, e se o governo<br />
alemão prescinda do seu direito<br />
de veto nas nomeações para este<br />
grémio. Caso contrário, a liga<br />
insistirá em nomear Steinbach.<br />
A proposta suscitou ontem<br />
enorme indignação na<br />
imprensa polaca, que<br />
acusa a deputada de<br />
‘chantagear’ Varsóvia<br />
e Berlim. ■<br />
4<br />
4 China<br />
Acordo de comércio livre com a ASEAN<br />
O impulso para a unificação<br />
económica dos continentes<br />
continua vivo. A China e os<br />
países da Associação de Nações<br />
do Sudoeste Asiático<br />
(ASEAN) estabeleceram ontem<br />
uma zona de comércio livre,<br />
representando um volume de<br />
negócios na ordem dos 3,13<br />
biliões de euros.<br />
Na cerimónia de assinatura<br />
do acordo, o vice-secretáriogeral<br />
da ASEAN, Pushpanathan<br />
Sundram, notou que o acordo<br />
representa “um marco histórico<br />
nacooperaçãoentreaChinaeas<br />
nações” da Associação.<br />
A partir de agora, as tarifas<br />
médias aplicadas pela China aos<br />
produtos dos países da ASEAN é<br />
reduzida de 9,8 para 0,1%, enquanto<br />
que estes países baixam<br />
2 Iemen<br />
Terrorista enfrenta prisão perpétua<br />
Os EUA não tencionam ser caridosos<br />
para com Umar Farouk<br />
Abdulmutallab, o nigeriano que<br />
tentou fazer explodir no Dia de<br />
Natal um avião que fazia a ligaçãoentreaHolandaeosEUA<br />
com um explosivo escondido na<br />
roupa interior. O júri federal<br />
norte-americano acusou-o oficialmente<br />
de seis crimes, incluindo<br />
o de tentativa premeditada<br />
de homicídio.<br />
3 Espanha<br />
Líder histórico<br />
da ETA condenado<br />
a cinco anos<br />
O carismático dirigente da<br />
organização separatista basca<br />
ETA e antigo deputado regional<br />
José Antonio Urrutikoetxea,<br />
conhecido como “Josu<br />
Ternera”, foi ontem condenado<br />
àreveliaacincoanosdeprisão<br />
pelo Tribunal de Paris. O seu<br />
filho, Egotiz, recebeu a pena<br />
de quatro anos de cadeia,<br />
por “associação com<br />
objectivos terroristas”.<br />
A condenação surgiu apesar<br />
do paradeiro de ambos ser<br />
desconhecido desde 2002.<br />
Em Abril de 2008 vários meios<br />
de comunicação noticiaram<br />
que o etarra, que cumprirá<br />
este ano os 60 anos de idade,<br />
teria voltado a assumir a<br />
liderança da organização<br />
terrorista.<br />
as suas tarifas sobre os produtos<br />
chineses de 12,8 para 0,6%. E<br />
até 2015 as tarifas do Cambodja,<br />
Laos, Myanmar e Vietname sobre<br />
os bens importados da China<br />
desçam para zero.■<br />
CONSUMIDORES<br />
1,9 mil milhões<br />
É o número total de habitantes<br />
abrangidos pela nova zona de<br />
comércio livre, a maior do mundo<br />
entre países em vias de<br />
desenvolvimento. Do total, 1,4 mil<br />
milhões residem na China.<br />
“As acusações que Umar<br />
Abdulmutallab enfrenta poderão<br />
fazê-lo ficar na prisão<br />
durante toda a vida”, disse o<br />
Procurador-Geral dos Estados<br />
Unidos, Eric Holder.Para além<br />
de homicídio, o terrorista falhado<br />
também é acusado de<br />
tentar usar uma arma de destruição<br />
massiva, tentativa<br />
propositada de destruir um<br />
avião, colocação de um dispositivo<br />
destrutivo, e ainda posseeusodeumaarmadefogo<br />
paralevaracaboumcrime<br />
violento.<br />
Entretanto, o vice-primeiro-ministro<br />
do Iémen para a<br />
Defesa e Segurança, Rashad al-<br />
Alimi, revelou que a informação<br />
mais recente “indica que<br />
Umar Farouk se juntou à al-<br />
Qaeda na capital britânica de<br />
Londres”, só se tendo deslocado<br />
ao Iémen depois de se ter<br />
tornado terrorista.■