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Dissertação Mestrado Final Vanessa Santos.pdf

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Elaborado por:<br />

<strong>Vanessa</strong> Alexandra Machado dos <strong>Santos</strong><br />

PLANO DE SEGURANÇA<br />

MEDIDAS DE AUTOPROTECÇÃO<br />

A reconstrução da baixa, iniciada em 1756, foi executada segundo um plano ortogonal totalmente<br />

inovador, levado a cabo pela escola urbanística portuguesa. O plano, desenvolvido sob o regime<br />

autocrático iluminado do Marquês de Pombal, foi proposto por Manuel da Maia (General e<br />

Engenheiro-Mor do Reino) e concretizado sob a direcção dos engenheiros militares Eugénio dos<br />

<strong>Santos</strong> e Carlos Mardel.<br />

A Baixa Pombalina constitui um elemento emblemático da cultura portuguesa e a imagem da sua<br />

projecção internacional, e desde a sua criação, esta foi palco de uma importantíssima movimentação<br />

e intercâmbio dos diversos movimentos ideológicos, políticos e literários. Como exemplos<br />

importantes, podem citar-se a discussão de ideias de liberalismo na transição entre os séculos XVIII e<br />

XIX e a celebração do regime liberal com a inauguração da estátua de D. Pedro IV, primeiro<br />

Imperador do Brasil, a que o empedrado de Mar Largo alude.<br />

No que se refere ao Chiado, a sua estrutura urbana e cultural foi feita em torno do Teatro da Ópera de<br />

S. Carlos e das residências dos aristocratas e burgueses opulentos. Nessa zona foram instalados,<br />

durante o século XIX e até ao período modernista do Estado Novo, os teatros, hotéis, clubes,<br />

grémios, livrarias e cafés literários e de tertúlia, onde as ideias e as novas modas circularam e se<br />

discutiram. Em simultâneo, a Baixa integra conceitos de salvaguarda do património que hoje são<br />

universalmente aceites, mas que nesse período histórico nunca tinham sido tomados em conta a uma<br />

tão grande escala.<br />

O plano pombalino teve a sensibilidade de procurar integrar a memória, as presenças e as ocupações<br />

que coexistiam nesta zona da cidade, antes do terramoto. Constitui uma iniciativa de grande erudição<br />

e visão histórica, num período em que estas preocupações tinham sido apenas afloradas na primeira<br />

lei de salvaguarda do património promulgada na Europa por D. João V, mas que estavam muito longe<br />

de ser consideradas num plano de reconstrução de uma cidade.<br />

Para reforçar o valor da Baixa como exemplo eminente de conjunto arquitectónico, é importante<br />

referir a excepcionalidade da normalização da métrica e dos sistemas construtivos e de composição.<br />

Desde as cantarias, às portas e caixilharias, passando pelas telhas e os azulejos tudo associado a<br />

um originalíssimo processo de pré-fabricação.<br />

Esta coordenação dimensional traduziu-se num processo de industrialização dos materiais de<br />

construção nacionais que foi único na História. Um processo que se caracterizou pela fabricação em<br />

série de todos os elementos construtivos necessários a uma operação urbanística de tão importantes<br />

Revisão:<br />

1.0<br />

81

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