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TATIANE OLIVEIRA DA CUNHA - Programa de Pós-Graduação em ...

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também objetivava contribuir para “promover o progresso” conforme <strong>de</strong>termina as<br />

Constituições: “vivamos <strong>em</strong> consciente solidarieda<strong>de</strong> com os inumeráveis pobres <strong>de</strong> toda a<br />

terra, e, através <strong>de</strong> nosso trabalho apostólico, lev<strong>em</strong>os o povo, principalmente cristão, a obras<br />

<strong>de</strong> justiça e <strong>de</strong> carida<strong>de</strong> para promover o progresso dos povos”. 319<br />

Sendo assim, a atuação dos capuchinhos <strong>em</strong> Sergipe também auxiliaram as<br />

autorida<strong>de</strong>s que afirmaram não possuir recursos financeiros para realização das obras<br />

necessárias a “civilização” <strong>de</strong> muitas das localida<strong>de</strong>s sergipanas, inclusive a nova capital,<br />

Aracaju, que como vimos no segundo capítulo necessitava <strong>de</strong> muitas melhorias. Os<br />

capuchinhos italianos além <strong>de</strong> valorizar<strong>em</strong> o trabalho, traziam a experiência <strong>de</strong> um povo<br />

consi<strong>de</strong>rado superior, que havia alcançado maior nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Eles agiam <strong>de</strong><br />

acordo com a Regra, e assim, à medida que, induziam a população a realizar<strong>em</strong> importantes<br />

obras, também mostravam o valor positivo do trabalho.<br />

3.4. Os “olhares” dos M<strong>em</strong>orialistas sobre as Missões Itinerantes<br />

“Barbados” ou “barbadinhos” eram os codinomes dos capuchinhos nas várias<br />

localida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> que realizavam missões. 320 Frei João Evangelista ficou na m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> muitos<br />

sergipanos, conforme mostrou Gervásio <strong>de</strong> Carvalho Prata como um religioso <strong>de</strong><br />

“t<strong>em</strong>peramento azoinado e autoritário”, como <strong>de</strong>stacamos no primeiro capítulo. Esse<br />

t<strong>em</strong>peramento talvez tenha suas raízes na sua vivência na Itália, enquanto um soldado <strong>de</strong><br />

guerra, que teve <strong>de</strong> fugir não por medo, mas porque <strong>de</strong>sejava continuar seus estudos e<br />

or<strong>de</strong>nar-se, tanto que assim o fez. Não foi somente seu t<strong>em</strong>peramento que ficou na m<strong>em</strong>ória<br />

dos que presenciaram as missões itinerantes. Os m<strong>em</strong>orialistas ajudam-nos a compreen<strong>de</strong>r<br />

como a população via esses missionários e como se apropriava dos seus ensinamentos. Esses<br />

m<strong>em</strong>orialistas falam das missões por ter<strong>em</strong> presenciado, seja <strong>em</strong> fase adulta ou quando<br />

crianças ou, por ter ouvido dos pais, outros familiares e amigos.<br />

Os pesquisadores integrantes da própria Igreja Católica são também fontes<br />

importantes. Esses pesquisadores viam as missões como um instrumento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância pastoral, principalmente nas comunida<strong>de</strong>s mais distantes, on<strong>de</strong> os párocos tinham<br />

319<br />

Ibi<strong>de</strong>m, p. 58.<br />

320<br />

MARINO, Frei Gregório <strong>de</strong> S. Os Capuchinhos na Bahia. In: Anais do Primeiro Congresso <strong>de</strong> História da<br />

Bahia. Volume IV, Salvador: Tipografia Beneditina, 1950, p. 510.<br />

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