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C rítica à E conom ia V erde - Fundação Heinrich Böll

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Os contornos de uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> moderada<br />

CAPÍTULO 4<br />

Os contornos de uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong><br />

moderada<br />

Podemos examinar e analisar <strong>à</strong> vontade: uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> ambiental precisa<br />

encontrar a resposta para o “excesso” que veio ao mundo junto com o modo<br />

industr<strong>ia</strong>l da e<strong>conom</strong><strong>ia</strong>. A e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> fóssil ficou grande demais em relação <strong>à</strong><br />

natureza, obrigando a biosfera a capitular. O que é válido para o tamanho físico<br />

também gera consequênc<strong>ia</strong>s para o tamanho soc<strong>ia</strong>l do sistema econômico. Por<br />

isso, é necessário um novo equilíbrio tanto entre e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> e mundo natural<br />

quanto entre e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> e mundo soc<strong>ia</strong>l. É difícil imaginar que limites máximos<br />

físicos possam ser respeitados no fluxo de recursos de uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> sem<br />

considerar os limites soc<strong>ia</strong>is para a expansão do sistema econômico. Não se pode<br />

sair do mundo fóssil sem mudar também o mundo mental. A tecnolog<strong>ia</strong> precisa<br />

encontrar o seu correspondente na cultural soc<strong>ia</strong>l e vice-versa. Em poucas<br />

palavras: uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> não pode existir sem uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> baseada na<br />

moderação.<br />

Na Rio 92 hav<strong>ia</strong> pelo menos a ide<strong>ia</strong> de uma reforma da sociedade ligada a<br />

menos pressão sobre a natureza. Sob o lema “padrões sustentáveis de produção<br />

e consumo”, a Agenda 21 reivindicava um estilo econômico que pudesse incluir<br />

todos os países, ricos e pobres, sem arruinar a biosfera. Agora, no entanto, a<br />

e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> chama a atenção para a introdução de padrões de produção<br />

sustentáveis que sejam eficientes e ambientalmente amigáveis, mas a mudança<br />

de hábitos de consumo das classes altas e méd<strong>ia</strong>s não acontece. Não se fala mais<br />

sobre o quanto esse estilo de vida predatório das elites do mundo atravanca o<br />

caminho da sustentabilidade. Quando a desigualdade soc<strong>ia</strong>l é mencionada nos<br />

conceitos de e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>, logo se pensa no combate <strong>à</strong> pobreza.<br />

Deixar as florestas, os peixes, os pastos e os campos para os pobres sem fazêlos<br />

sofrer com a mineração e a extração de petróleo é bom. Mas será possível<br />

separar a tarefa de minorar a pobreza da redução da riqueza?<br />

E<strong>conom</strong><strong>ia</strong> da “suficiênc<strong>ia</strong>”<br />

Além de toda a inovação tecnológica, a e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>, tal qual a<br />

compreendemos, precisa cultivar a arte de saber abrir mão. Bens em excesso,<br />

velocidade em excesso, distânc<strong>ia</strong>s excessivas, stress excessivo no trabalho e um<br />

excesso de setores – como escola ou cultura – em que dominam os princípios<br />

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