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C rítica à E conom ia V erde - Fundação Heinrich Böll

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E<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>, a nova promessa?<br />

fósseis tiveram nos últimos 200 anos. O controle das chamadas energ<strong>ia</strong>s v<strong>erde</strong>s<br />

e das principais culturas de alimentos sobre espécies de alto rendimento ou<br />

sementes modificadas geneticamente marcam as políticas de negócios de<br />

grandes conglomerados como Monsanto, Procter & Gamble, Chevron, BASF. “Big<br />

Energy, Big Pharma, Big Food, Big Chemical” formam al<strong>ia</strong>nças e plataformas de<br />

tecnolog<strong>ia</strong> sempre novas, alerta o ETC Group.<br />

O interesse em qualquer forma de vida e de biomassa cresceu dramaticamente<br />

nos últimos anos. Tudo que possa reduzir a dependênc<strong>ia</strong> do setor químico do<br />

petróleo, compensando-o completamente no final, e garantir o controle sobre<br />

a produção de alimentos interessa para os novos produtos industr<strong>ia</strong>is. Ganhar<br />

DNA sintético: eis a essênc<strong>ia</strong> da biolog<strong>ia</strong> sintética, o grande mercado do futuro.<br />

Nessas inovações tecnológicas, o controle estratégico das cade<strong>ia</strong>s de geração<br />

de valor – de informações genéticas e técnicas, de processos e fatores de<br />

produção como energ<strong>ia</strong>, biomassa, água e terrras – é o objetivo de alguns poucos<br />

empreendimentos transnacionais nos EUA, na Europa, no Japão, na China e<br />

em outras e<strong>conom</strong><strong>ia</strong>s asiáticas. Se não houver medidas políticas contra essa<br />

tendênc<strong>ia</strong>, isso pode levar a uma concentração alarmante de poder, como se<br />

pode observar no setor de alimentos.<br />

A maior parcela da produção e comerc<strong>ia</strong>lização de alimentos também é<br />

controlada por alguns poucos conglomerados agrários e pela indústr<strong>ia</strong> agrícola. A<br />

produção de fertilizantes, pesticidas e sementes geneticamente modificadas está<br />

na mão de poucos – os mesmos que controlam o mercado global de alimentos.<br />

Assegurar este poder de mercado é o objetivo do poderoso lobby do setor de<br />

sementes, fertilizantes e pesticidas. Eles têm cada vez maior influênc<strong>ia</strong> sobre<br />

decisões políticas no mundo todo. Por isso, o acesso dos chamados direitos de<br />

propriedade intelectual faz parte do repertório de negoc<strong>ia</strong>ções econômicas<br />

e de incontáveis acordos comerc<strong>ia</strong>is bilaterais entre países industr<strong>ia</strong>lizados e<br />

em desenvolvimento. Pequenos agricultores, bem como trabalhadores rurais,<br />

raramente podem se defender contra as ações dos conglomerados globais. Faltam<br />

organizações camponesas fortes que ajam no interesse dos pequenos agricultores,<br />

bem como sindicatos que representem os direitos dos trabalhadores rurais.<br />

Infelizmente, esta concentração de poder não está de forma alguma na ordem<br />

do d<strong>ia</strong> política. Não existe nem mesmo a consciênc<strong>ia</strong> desses problemas entre<br />

os políticos, muito menos na opinião pública. Não se aprendeu a lição do que<br />

ocorreu com a concentração de poder nas mãos dos grandes atores do mercado<br />

financeiro e nos chamados bancos sistêmicos, que conseguiram fazer chantagem<br />

política com isso (“grandes demais para quebrar”). Ao contrário: na corrida<br />

global, a ordem é se posicionar rapidamente e estrategicamente com inovações<br />

bioeconômicas e v<strong>erde</strong>s. Os governos ajudam os grandes conglomerados<br />

transnacionais e as empresas de médio porte com estímulos fiscais e programas<br />

de fomento <strong>à</strong> pesquisa, apo<strong>ia</strong>ndo essa corrida da e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> privada por todos<br />

os tipos de recursos e, até mesmo, pelo código da vida através da garant<strong>ia</strong> de<br />

direitos de propriedade (da terra <strong>à</strong>s patentes).<br />

No futuro, as inovações tecnológicas e a eficiênc<strong>ia</strong> nos ajudarão a apontar<br />

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