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C rítica à E conom ia V erde - Fundação Heinrich Böll

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E<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>, a nova promessa?<br />

v<strong>erde</strong>. Ou então a um “esv<strong>erde</strong>amento da e<strong>conom</strong><strong>ia</strong>”. O “green New Deal” que o<br />

PNUMA introduziu no debate em 2008, no âmbito da crise econômica mund<strong>ia</strong>l,<br />

a fim de estimular pacotes mais v<strong>erde</strong>s de combate <strong>à</strong> recessão, pode ter perdido<br />

força, mas continua em discussão, principalmente entre os partidos v<strong>erde</strong>s da<br />

Alemanha e da Europa. Além disso, há grande esperança que a bioe<strong>conom</strong><strong>ia</strong><br />

aponte o caminho de transformação de uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> baseada em petróleo<br />

para uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> baseada em biolog<strong>ia</strong>. Tanto o governo alemão quanto a<br />

administração Obama incentivam estratég<strong>ia</strong>s bioeconômicas. Aqui e acolá, elas<br />

se mesclam aos preceitos de uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>, mas podem ser diferenc<strong>ia</strong>das<br />

conceitualmente. As propostas do PNUMA e da OCDE se veem explicitamente<br />

como contribuições para a Rio+20. A ide<strong>ia</strong> é que a conferênc<strong>ia</strong> adote um “mapa<br />

do caminho v<strong>erde</strong> (green e<strong>conom</strong>y roadmap) para estimular a ação concreta.<br />

Assim, o “desenvolvimento sustentável”, palavra-chave da Rio 92, poder<strong>ia</strong> ser<br />

substituído por “e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>”.<br />

Por trás de todos esses conceitos se escondem estimativas diferenc<strong>ia</strong>das sobre<br />

o grau da capacidade de o planeta crescer mais e usar a natureza, e o quanto ele<br />

precisa para reduzir a pobreza. Há diferentes cenários sobre a quem a e<strong>conom</strong><strong>ia</strong><br />

v<strong>erde</strong> deve servir. À crescente classe méd<strong>ia</strong> global? O Instituto Global McKinsey<br />

fala em mais 3 bilhões de consumidores de classe méd<strong>ia</strong> nos próximos anos. Nesse<br />

tipo de análise, em primeiro plano está o temor de que importantes recursos<br />

minerais e naturais possam se esgotar, já que a resposta a esse panorama não<br />

é a mudança dos padrões de consumo e estilos de vida nem a redução do uso<br />

de recursos. A solução ser<strong>ia</strong> o aumento da produtividade e da eficiênc<strong>ia</strong> através<br />

de inovações tecnológicas, além da melhor<strong>ia</strong> da disponibilidade dos recursos.<br />

Tentar superar a pobreza de mais de 2 bilhões de pessoas é mais um objetivo do<br />

Green E<strong>conom</strong>y Init<strong>ia</strong>tive do PNUMA. A quem a e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> deve benefic<strong>ia</strong>r?<br />

Todas as pessoas? E como podemos ficar com ela nos limites ecológicos? Assim,<br />

questionamos o “como”. Quais os caminhos? Com que instrumentos e medidas?<br />

E<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> segundo o PNUMA<br />

O PNUMA surgiu como líder na formulação do conceito da e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>.<br />

O relatório Rumo a uma E<strong>conom</strong><strong>ia</strong> V<strong>erde</strong> (Towards a Green E<strong>conom</strong>y) tem<br />

cerca de 600 páginas. O PNUMA define a e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> como uma forma de<br />

e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> que leva a um maior bem-estar da humanidade e a mais justiça soc<strong>ia</strong>l,<br />

ao mesmo tempo em que contribui para a redução dos riscos ambientais e da<br />

escassez ambiental, ajudando a administrá-los de forma sustentável. O relatório<br />

constata que todos os problemas globais têm em comum um ponto de partida: a<br />

alocação equivocada de capital. Sustenta que, durante as últimas duas décadas,<br />

a maior<strong>ia</strong> do capital foi dirigida para a propriedade privada, para energ<strong>ia</strong>s fósseis<br />

e produtos do mercado financeiro, inclusive derivativos. Comparativamente,<br />

houve pouco investimento em energ<strong>ia</strong>s renováveis, transportes públicos,<br />

agricultura sustentável e proteção ao ecossistema, <strong>à</strong> biodiversidade e <strong>à</strong> água.<br />

Por isso, em seu relatório ricamente ilustrado com fatos e modelos, o PNUMA<br />

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