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C rítica à E conom ia V erde - Fundação Heinrich Böll

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opiniões no Brasil. Portanto, os velhos fantasmas ressuscitaram, mas mudaram<br />

de rosto. A discussão não é mais “e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong>” versus “e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> marrom”. A<br />

própr<strong>ia</strong> e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> virou campo de acaloradas discussões.<br />

O governo brasileiro gosta de se referir aos biocombustíveis e <strong>à</strong> energ<strong>ia</strong><br />

hidrelétrica como contribuição a uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> e de baixo carbono, o<br />

que é alvo de fortes c<strong>rítica</strong>s por parte de ambientalistas e movimentos soc<strong>ia</strong>is.<br />

O setor agrário não é mais representado pela velha guarda de latifundiários, mas<br />

evoluiu para um ramo econômico ultramoderno e produtivo. Assim, a cade<strong>ia</strong><br />

de frigoríficos JBS Friboi, segundo suas própr<strong>ia</strong>s palavras, tornou-se o maior<br />

produtor de proteínas animais do mundo. Este agrobusiness é politicamente<br />

influente e se tornou um importante apoio do governo, tendo aprendido a usar<br />

o discurso ambiental. Hoje em d<strong>ia</strong>, atores como o setor brasileiro de açúcar e<br />

etanol participam das conferênc<strong>ia</strong>s ambientais com bastante investimento e<br />

força lobística. E o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, atualmente<br />

um eloquente defensor do agrobusiness, talvez esteja entre as figuras públicas<br />

que mais propagam as chances da e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> no Brasil, afirmando que o<br />

país poderá liderar o projeto global da e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> – <strong>à</strong> base da ampl<strong>ia</strong>ção dos<br />

biocombustíveis e da hidreletricidade.<br />

Mas esses defensores de uma e<strong>conom</strong><strong>ia</strong> v<strong>erde</strong> reforçam os receios das ONGs<br />

e dos movimentos soc<strong>ia</strong>is. Entre o ceticismo da antiga esquerda e novos portavozes<br />

duvidosos, sobra pouco espaço para pelo menos considerar a e<strong>conom</strong><strong>ia</strong><br />

v<strong>erde</strong> como um ponto de partida. Aqui se manifesta uma diferença fundamental<br />

com a Rio 92. Enquanto, há 20 anos, o velho contraste entre meio ambiente e<br />

desenvolvimento foi resolvido pelo menos no discurso, agora as ide<strong>ia</strong>s “v<strong>erde</strong>s”<br />

p<strong>erde</strong>ram sua inocênc<strong>ia</strong> e se tornaram palco de conceitos antagônicos entre si. O<br />

mundo de hoje ficou ainda mais difícil de compreender. É o que demonstra, com<br />

toda a clareza, o exemplo brasileiro.<br />

14<br />

C<strong>rítica</strong> <strong>à</strong> E<strong>conom</strong><strong>ia</strong> V<strong>erde</strong> Impulsos para um Futuro Socioambiental Justo Justo

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