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54 • Catálogo de Filmes: 81 anos de cinema no ... - ABD Capixaba

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<strong>54</strong> <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


<strong>a<strong>no</strong>s</strong><br />

60<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 55


56 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo<br />

Milson Henriques<br />

Geração 60 e o movimento do <strong>cinema</strong> amador<br />

vida estava tão ou mais perturbada que a vida política do<br />

Brasil. Estava com 26 <strong>a<strong>no</strong>s</strong>, havia fugido da casa paterna aos 14,<br />

1964Minha<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma infância sem televisão, e isso significa que tinha a<br />

vivência <strong>de</strong> um atual meni<strong>no</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>ve <strong>a<strong>no</strong>s</strong>. Apesar da pouca ida<strong>de</strong>, já era<br />

ateu (uma das causas da fuga) e perturbado. Vivi péssima e lindamente a<br />

juventu<strong>de</strong> em Copacabana, quando o Rio era uma cida<strong>de</strong> maravilhosa. Aos<br />

22 <strong>a<strong>no</strong>s</strong>, <strong>de</strong>i uma <strong>de</strong> filho pródigo para os pais que nem sabiam se eu ainda<br />

existia. Não agüentei o “lar”. Fui para Salvador, <strong>de</strong>pois para Belo Horizonte,<br />

Brasília, Salvador <strong>no</strong>vamente. Pintou a revolução militar... vou fugir para o<br />

Uruguai, vou <strong>de</strong>scendo <strong>de</strong> ônibus até o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, mas a grana só<br />

<strong>de</strong>u para chegar até Vitória. O jeito é trabalhar um pouco para conseguir o<br />

dinheiro da passagem e prosseguir. E estou aqui até hoje.<br />

Todo esse intróito – ainda se usa essa palavra? – sobre a minha vida é para<br />

mostrar o caminho percorrido, sempre pela esquerda, como ia a minha<br />

cabeça e minha vivência ao chegar a essa Ilha, na época muito mais provinciana.<br />

Já era uma puta velha vivida em gran<strong>de</strong>s metrópoles, sofrida, fodida,<br />

mal paga, em busca do que não sei até hoje. Triste, mas feliz.<br />

Logicamente atraído por tudo que é gauche, me enturmei logo com a esquerda:<br />

universitários, jornalistas, artistas, intelectuais, bebuns, viciados em<br />

tudo, principalmente em cultura. Fui muito bem recebido e me senti em<br />

casa, mais feliz que um pintinho ciscando num monte <strong>de</strong> lixo – <strong>no</strong> bom<br />

sentido. O primeiro que conheci foi Osvaldo Oleari, que me apresentou a<br />

Xerxes Gusmão Neto, que me apresentou a Darly Santos (hoje rodovia),<br />

que me apresentou a Antonio Carlos Neves, que me apresentou a Cláudio<br />

Lachini, que me apresentou a Zélia Stein. E, assim, fui conhecendo aqueles<br />

jovens maravilhosos que bebiam a vida com sofreguidão, que eram respeitados<br />

intelectualmente pela cida<strong>de</strong>, mas rejeitados pelas “mães <strong>de</strong> família”.<br />

Aquela velha história – “são pessoas muito inteligentes, “et pour cause” são<br />

perigosas, “não quero meu filho andando com eles”. Logicamente passei<br />

orgulhosamente a fazer parte da “corja comunista <strong>de</strong> maconheiros, ateus,


hippies, cabeludos, pe<strong>de</strong>rastas e etcéteras”, como éramos conhecidos pelos<br />

hilários censores da Polícia Fe<strong>de</strong>ral...<br />

Toninho Neves, este meu peque<strong>no</strong> gran<strong>de</strong> herói, estava com dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> encontrar atores para montar uma peça que havia escrito. Teatro, naquela<br />

época, era coisa <strong>de</strong> viado. Lógico que me ofereci e fui aprovado por<br />

um Toninho meio <strong>de</strong>sconfiado já que, ao mesmo tempo, eu era baríto<strong>no</strong><br />

do coral da catedral <strong>de</strong> Vitória (??? sic). Começaram os ensaios, a peça foi<br />

proibida. Outra tentativa, outra proibição... Escolha <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo texto. Proibido<br />

outra vez... Enquanto não se resolvia o impasse teatral, Toninho tentava<br />

também filmar alguns curtas.<br />

Ele e os colegas da época que me <strong>de</strong>sculpem, mas nunca imaginei um<br />

dia escrever sobre aqueles acontecimentos. Por isso, na memória <strong>de</strong>ste<br />

ancião que vos escreve, aparecem flashes confusos, imprecisos, sem data<br />

certa, principalmente por conta da “marvada pinga”, da “cannabis”, além da<br />

embriagues da própria arte. Lembro que o primeiro filme que tentamos,<br />

Toninho dirigindo e eu como ator, a primeira cena seria um close <strong>no</strong> meu<br />

rosto, <strong>de</strong>itado na cama dando uma tragada e jogando fumaça direto na<br />

câmera que lentamente se afastava. Só que nunca soube fumar cigarro<br />

<strong>no</strong>rmal, essa droga lícita e, toda vez que tentava, era um tremendo acesso<br />

<strong>de</strong> tosse. A tentativa <strong>de</strong> filmagem foi num casarão lindo, ao lado da Igreja<br />

do Rosário. Não lembro mais nada. Nem o <strong>no</strong>me do filme. Só sei que<br />

nunca foi terminado. Outro flashe: fomos filmar Boa sorte, palhaço! Tinha<br />

uma cena em que eu <strong>de</strong>scia a Rua Sete (na época, a mais badalada e chic da<br />

cida<strong>de</strong>), andando com um pé <strong>no</strong> meio fio e outro na rua, e me encontrava<br />

com a linda Zélia Stein para um abraço e beijo. Assim que começamos a<br />

montar os equipamentos, começou a juntar gente. Na hora do ensaio já<br />

existia umas 100 pessoas <strong>de</strong> olhos pregados naqueles seres estranhos, com<br />

roupas estranhas obe<strong>de</strong>cendo a or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> um garoto que gritava: “Repete!<br />

Chega mais perto <strong>de</strong>la! Volta! Devagar! Alguém retoca a maquiagem <strong>no</strong><br />

rosto da Zélia que está brilhando! No Milson também. Ele está suando...<br />

Limpa! Vamos! Ação! Espere, uma nuvem cobriu o sol! Milson, na hora<br />

do beijo você fica com os dois pés na rua, a Zélia na calçada! Repete! Vira<br />

me<strong>no</strong>s a cabeça! Agora! Espere, passou um carro! Silêncio, vamos gravar!<br />

Olha a brinca<strong>de</strong>ira, alguém jogou um pedaço <strong>de</strong> papel! Peraí, assim não dá.<br />

Vamos colaborar gente!”. Mas não adiantou. Começaram a gritar piadinhas,<br />

os meni<strong>no</strong>s <strong>de</strong> rua a rir e a fazer bagunça, agitação... Jogaram um pedaço<br />

<strong>de</strong> papelão na minha cabeça, até que Toninho se estressou: “Não dá para<br />

continuar assim. Vamos parar e esperar o pessoal sair”. Mas quem disse<br />

que o povo arredou o pé? Não lembro se foi também por causa da censu-<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 57


a, ou outro imprevisto, mas o palhaço não teve boa sorte. Mas o Toninho<br />

nunca <strong>de</strong>sistia. Outra tentativa... Se não me enga<strong>no</strong>, o <strong>no</strong>me profético do<br />

filme era No meio do caminho.<br />

Fomos filmar <strong>no</strong> meio da escadaria da igreja <strong>de</strong> Campinho <strong>de</strong> Santa Isabel,<br />

aquela cida<strong>de</strong>zinha pacata antes <strong>de</strong> Domingos Martins. Eu fazia um jagunço<br />

que, <strong>de</strong> rifle em punho, dava um tiro <strong>no</strong> padre, papel representado por<br />

Cláudio Lachini que, ferido, caía e rolava pela escadaria. Uma tomada difícil,<br />

porque teria <strong>de</strong> cair <strong>de</strong> maneira que não machucasse, e <strong>de</strong> forma estética.<br />

Mais uma vez, cercado <strong>de</strong> curiosos, os habitantes da cida<strong>de</strong> – quase todos<br />

ali vendo aquela loucura – sem enten<strong>de</strong>r direito, embora Toninho tenha<br />

tentado explicar. Vamos ao primeiro ensaio: Lachini caiu, <strong>de</strong> maneira ridícula,<br />

com medo. Além disso, a batina veio parar nas coxas. Vamos repetir...<br />

Outra queda, Lachini machucou o joelho e gritou. Pausa. Repetindo... Na<br />

queda seguinte, com medo, ele amparou o corpo com as duas mãos. Repete.<br />

Já com as mãos e joelhos ralados, caiu legal, mas um sapato saiu do<br />

pé, ficou cômico. Começamos a rir. Lachini já puto da vida, caiu outra vez,<br />

a batina veio parar literalmente na cabeça. A risada redobrou, me<strong>no</strong>s a <strong>de</strong><br />

Toninho que estava nervoso, quase explodindo, principalmente porque o<br />

rolo do filme, que era caríssimo, estava acabando. Mais uma: Lachini cai e<br />

diz um palavrão. Mais risos... Toninho uma pilha: “Agora, vamos, saia como<br />

sair! Agora vai dar certo!” Foi quando apareceu uma senhora, beatíssima<br />

gritando histericamente: “Chega <strong>de</strong> zombar <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa igreja! Isso é uma<br />

blasfêmia! Um bando <strong>de</strong> moleques. Vieram <strong>de</strong> Vitória para fazer bagunça<br />

aqui, para rir da gente! Chega <strong>de</strong>ssa palhaçada! Para <strong>de</strong>spertar meu Jesus<br />

Cristinho só passando por cima do meu cadáver!” E começou a insuflar<br />

a população contra a <strong>no</strong>ssa equipe apavorada. Resumindo: reunimos rapidamente<br />

tudo na Kombi, entramos <strong>de</strong> qualquer maneira e saímos em<br />

<strong>de</strong>sabalada, já ouvindo o som <strong>de</strong> pedras batendo na lataria. E fomos em<br />

busca <strong>de</strong> outra cida<strong>de</strong>zinha com outra igreja, mas acabou ficando tudo <strong>no</strong><br />

meio do caminho mesmo.<br />

Dos filmes que fiz como ator com Toninho, finalmente conseguimos terminar<br />

Alto a la agression!. Eu fazia o papel <strong>de</strong> um estudante logicamente<br />

engajado na esquerda e tinha como namorada Silvia Renata Cohen. O<br />

Ca<strong>de</strong>r<strong>no</strong> B do Jornal do Brasil fazia anualmente um Festival Nacional <strong>de</strong> Curtas<br />

e, para <strong>no</strong>ssa alegria e recompensa <strong>de</strong> tantos esforços, fomos semifinalistas.<br />

O movimento dos curtas-metragens aumentava cada vez mais<br />

com muitos jovens “cabeças” envolvidos. Lembro <strong>de</strong> Luis Lages, Rubens<br />

Azeredo, Ewerton Guimarães, o mais que presente Ramón Alvarado e,<br />

58 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


principalmente, Paulo Eduardo Torre (Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira era muito jovem.<br />

Apareceu <strong>de</strong>pois). Na época do auge da Rádio Nacional existia uma “rivalida<strong>de</strong>”<br />

entre Marlene e Emilinha Borba. Entre <strong>no</strong>ssos cineastas, a rivalida<strong>de</strong><br />

era entre Toninho e Paulo. Mas uma rivalida<strong>de</strong> sadia em que um colaborava<br />

quando o outro precisasse. Tanto que a cena do filme em que eu era<br />

torturado <strong>no</strong> “pau <strong>de</strong> arara” e levava uma porrada na cara, filmado na casa<br />

<strong>de</strong> Toninho, a mão que me batia era a <strong>de</strong> Paulo. Assim como Toninho tinha<br />

Zélia Stein, musa loura que participava da maioria <strong>de</strong> seus filmes, o Paulo<br />

tinha uma namorada também loura e magra, a bela Marlene Simonetti.<br />

Para o jovem <strong>de</strong> hoje, parece um pouco estranho o teor dos filmes daquela<br />

época, em sua maioria <strong>de</strong> protesto e muito inspirados <strong>no</strong>s filmes <strong>no</strong>ir<br />

franceses, da <strong>no</strong>uvelle vague ou do neo-realismo italia<strong>no</strong>. Nunca! Nada<br />

que lembrasse o <strong>cinema</strong> america<strong>no</strong>. Era também uma forma <strong>de</strong> protesto,<br />

seja na música, <strong>no</strong> teatro, em qualquer manifestação artística. Vivíamos em<br />

plena ditadura militar e filme era coisa muito cara. O sujeito tinha que ser<br />

muito pirado, muito louco para se meter nessa que, além <strong>de</strong> ser perigosa,<br />

politicamente era uma empreitada sem futuro, sem recompensa financeira,<br />

apenas o prazer da realização que, afinal, é o que importa na vida. Se bem<br />

que, hoje reconheço, a ditadura tinha seu lado digamos “bom”, que era<br />

obrigar a juventu<strong>de</strong> a sair da alienação, pensar e reagir.<br />

Des<strong>de</strong> 1967 eu tinha uma página inteira dominical <strong>de</strong> humor <strong>no</strong> jornal A<br />

Tribuna. Era mais <strong>de</strong>boche e provocação ao pessoal da ditadura. Tanto que<br />

fui em cana 12 vezes por causa <strong>de</strong> <strong>no</strong>tas e alguns artigos. Antes <strong>de</strong> mais<br />

nada tinha a preocupação <strong>de</strong> apoiar qualquer manifestação <strong>de</strong> arte. Foi<br />

assim que, <strong>no</strong> dia 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1967, às 10 horas da manhã, competindo<br />

com o sol e a praia, consegui colocar <strong>no</strong> <strong>cinema</strong> Jandaia, cedido por<br />

Marcelo Abaurre, mais <strong>de</strong> 200 pessoas ao realizar o “I Festival <strong>de</strong> Cinema<br />

Amador <strong>Capixaba</strong>” (<strong>de</strong>pois, por meio da mesma página, que se chamava<br />

Jornaleco, realizei um Festival <strong>de</strong> Teatro Amador <strong>Capixaba</strong> e cinco festivais<br />

<strong>de</strong> música). Dos <strong>no</strong>ve filmes exibidos, sete tiveram a participação <strong>de</strong> Ramón<br />

Alvarado e outro era um documentário feito pelo pai <strong>de</strong>le, Luiz Gonzáles<br />

Batan, com imagens da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória <strong>de</strong> 1938. Outra curiosida<strong>de</strong><br />

foi um documentário científico, a cores, mostrando a primeira operação <strong>de</strong><br />

coração feita <strong>no</strong> Espírito Santo. O mais importante é que a moça operada<br />

estava presente e viu o filme pela primeira vez. No final, quando chamei<br />

Ramón ao palco para lhe entregar um troféu – que <strong>de</strong>sejei fosse o primeiro<br />

dos muitos que viriam – ele foi aplaudido <strong>de</strong> pé. Vejam a lista dos <strong>no</strong>ve<br />

filmes apresentados:<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 59


In<strong>de</strong>cisão: direção <strong>de</strong> Ramón Alvarado e fotografia <strong>de</strong> Rubens Freitas Rocha.<br />

Intérpretes: Cláudio Lachini, Miriam Calmon, Luís Ma<strong>no</strong>el, Nalim, Zélia<br />

Stein (1966).<br />

O Cristo e o Cristo: documentário <strong>de</strong> Ramón Alvarado sobre a Festa da<br />

Penha (1966).<br />

Palladium: direção <strong>de</strong> Luiz Eduardo Lages e fotografia <strong>de</strong> Ramón Alvarado.<br />

Intérpretes: Elizabeth Galdi<strong>no</strong> e Luiz Eduardo Lages (1966).<br />

Automobilismo: documentário colorido <strong>de</strong> Rubens Freitas Rocha (1966).<br />

Kaput: direção <strong>de</strong> Paulo Eduardo Torre e fotografia <strong>de</strong> Ramón Alvarado.<br />

Intérpretes: Rubens Azevedo, Marlene Simonetti e Ewerton Guimarães<br />

(1967).<br />

Cirurgia do Coração <strong>no</strong> Espírito Santo: documentário científico colorido, <strong>de</strong><br />

Ramón Alvarado (1967).<br />

O pêndulo: direção e fotografia <strong>de</strong> Ramón Alvarado. Intérpretes: Zélia Stein<br />

e Carlos Chenier (1967).<br />

Alto a la agression!: direção <strong>de</strong> Antônio Carlos Neves e fotografia <strong>de</strong> Ramón<br />

Alvarado. Intérpretes: Sílvia Renata Cohen, Milson Henriques, Alberto<br />

Cristóvão e Raimundo Oliveira (1967).<br />

Vitória 1938: Documentário <strong>de</strong> Luiz Gonzáles Batan (pai <strong>de</strong> Ramón) mostrando<br />

aspectos da vitória <strong>no</strong> a<strong>no</strong> do título (1938).<br />

Além <strong>de</strong>sses <strong>no</strong>ve, ainda fazem parte do I Ciclo Cinematográfico <strong>Capixaba</strong><br />

(1965-69), a chamada “época <strong>de</strong> ouro” do <strong>no</strong>sso <strong>cinema</strong> amador, filmes <strong>de</strong><br />

16 mm, preto e branco, em celulose realizados <strong>de</strong> forma quase artesanal.<br />

São os seguintes:<br />

A queda: direção <strong>de</strong> Paulo Eduardo Torre e fotografia <strong>de</strong> Ramón Alvarado.<br />

Intérpretes: Marlene Simonetti (aqui estou em dúvida se foi com Ewerton<br />

Guimarães ou Rubens Azevedo). (1966)<br />

Boa sorte, palhaço!: direção <strong>de</strong> Antônio Carlos Neves e fotografia <strong>de</strong> Ramón<br />

Alvarado. Alguém me disse que o filme foi finalmente terminado, mas<br />

nunca perguntei a Toninho. Por isso, não sei os atores (1967)<br />

Veia partida: direção <strong>de</strong> Antônio Carlos Neves e fotografia <strong>de</strong> Ramón Alvarado<br />

(prêmio <strong>de</strong> melhor fotografia <strong>no</strong> festival <strong>de</strong> Cinema do Jornal do<br />

Brasil/Mesbla, <strong>de</strong> 1968). Intérprete: Rubens Azevedo.<br />

60 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


Primeira revolta: direção <strong>de</strong> Luiz Eduardo Lages. Não sei mais nada sobre<br />

esse filme. Quem me falou com entusiasmo sobre ele foi Paulo Eduardo<br />

Torre, mas nunca assisti nem sei o elenco.<br />

Ponto e vírgula: direção <strong>de</strong> Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira. Intérpretes: Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira<br />

e Milson Henriques (1969).<br />

Variações para um tema <strong>de</strong> Maiakovski: direção <strong>de</strong> Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira. Também<br />

não assisti e <strong>de</strong>sconheço a ficha técnica (1971).<br />

São 15 filmes, em sua maioria, realizados por jovens entusiastas, num tempo<br />

em que a censura era cruel, numa cida<strong>de</strong> que não tem o vício da cultura<br />

(até hoje), motivados pela famosa frase <strong>de</strong> Glauber Rocha: “Fazer <strong>cinema</strong> é<br />

uma câmera na mão e uma (boa) idéia na cabeça”, e procurando <strong>de</strong>smistificar<br />

o <strong>cinema</strong> como uma indústria <strong>de</strong> diversão alienante.<br />

No começo dos <strong>a<strong>no</strong>s</strong> 70 Toninho Neves foi complementar seus estudos<br />

sobre <strong>cinema</strong> na União Soviética (ele havia completado um curso <strong>de</strong> <strong>cinema</strong><br />

em Brasília), Paulo Torre Ramón e Rubens Azeredo (que nunca mais<br />

vi) foram para o Rio <strong>de</strong> Janeiro, e o ainda garoto Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira virou<br />

editor do segundo ca<strong>de</strong>r<strong>no</strong> <strong>de</strong> A Gazeta, embora fosse o provável sucessor<br />

dos que foram embora, porque começou a filmar e a fazer teatro. Só que<br />

fizemos juntos peça Mordaça e ganhamos como prêmio, oferecido pela<br />

Fundação Cultural do Espírito Santo, cursos <strong>de</strong> teatro <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Ta<strong>de</strong>u largou tudo e foi para o Rio, só voltando <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong>pois. Luiz Lages,<br />

não sei para on<strong>de</strong> foi. Da turma “antiga” só eu fiquei por aqui.<br />

Aí, chegaram os <strong>a<strong>no</strong>s</strong> 70. Como dinheiro é coisa que nunca tive, nem faço<br />

questão, nunca ousei dirigir filmes. Preferi fazer shows, peças <strong>de</strong> teatro<br />

com universitários, me<strong>no</strong>s complicado e dispendioso. Continuei a cantar<br />

em coral, escrever e <strong>de</strong>senhar em jornal e visitar periodicamente – como<br />

convidado ou intimado – a Polícia Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Apesar <strong>de</strong>ssa última parte, que sauda<strong>de</strong> daquele tempo!...<br />

Milson Henriques é jornalista, <strong>de</strong>senhista, ator e poeta.<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 61


In<strong>de</strong>cisão <strong>•</strong>1966<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 12 minutos - Colorido e preto e<br />

branco<br />

Som: mudo<br />

Categoria: ficção<br />

gênero: drama<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1966)<br />

lançamento: Clube do Estudante Universitário, Vitória,<br />

ES (1966)<br />

Informações complementares: primeiro<br />

filme <strong>de</strong> ficção feito em Vitória.<br />

Si<strong>no</strong>pse: uma universitária <strong>de</strong> classe média dividida entre dois amores - um<br />

empresário burguês e um proletário. O filme versa sobre esse triângulo<br />

amoroso e as crises entre seus personagens e o mundo.<br />

Prêmios/carreira:<br />

ii Festival JB/mesBla, rio <strong>de</strong> Janeiro - rJ (1966)<br />

i Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

argumento e roteiro: Ramon Alvarado<br />

direção: Ramon Alvarado<br />

produção: Rubens Freitas Rocha<br />

direção <strong>de</strong> produção: Paulo Roberto da Costa<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Rubens Freitas Rocha<br />

montagem: Ramon Alvarado<br />

elenCo: Cláudio Antonio Lachini (operário); Míriam Calmon (universitária); Luiz<br />

Ma<strong>no</strong>el Nalim (empresário burguês); Zélia Stein (amiga da universitária) e<br />

Paulo Roberto da Costa (professor)<br />

Fontes: Jornaleco nº 24 (jornal A Tribuna, 03/12/1967) e entrevista com Ramon Alvarado.<br />

62 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


O Cristo e o Cristo <strong>•</strong>1966<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 5 minutos - Preto e branco<br />

Som: mudo<br />

Categoria: documentário<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vila Velha - ES (1966)<br />

lançamento: Cine Jandaia, I Festival <strong>de</strong> Cinema Amador <strong>Capixaba</strong>, Vitória - ES (1967)<br />

Si<strong>no</strong>pse: documentário que mostra aspectos e contrastes da tradicional<br />

Festa da Penha - em homenagem à padroeira do Espírito Santo, que acontece<br />

anualmente durante oito dias em Vila Velha.<br />

Prêmios/carreira:<br />

i Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

direção: Ramon Alvarado<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia e produção: Ramon Alvarado<br />

Fontes: Jornaleco n. 24 (jornal A Tribuna, 03/12/1967) e entrevista com Ramon Alvarado.<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 63


Primeira revolta <strong>•</strong>1966<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Inacabado - Preto e branco<br />

Som: mudo<br />

Categoria: ficção<br />

Gênero: drama<br />

Local <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1966)<br />

Si<strong>no</strong>pse: garoto encontra um velocípe<strong>de</strong> velho <strong>no</strong> lixo e, com ajuda <strong>de</strong><br />

amigos, reforma o brinquedo. Entretanto, sua mãe não permite que ele<br />

fique com o velocípe<strong>de</strong> por achar que foi roubado pelo meni<strong>no</strong>.<br />

Roteiro: Antonio Carlos Neves<br />

História: Baseada em conto homônimo <strong>de</strong> Antonio Carlos Neves<br />

Direção: Antonio Carlos Neves<br />

Direção <strong>de</strong> produção: Antonio Carlos Neves<br />

Direção <strong>de</strong> fotografia: Ramon Alvarado<br />

Direção <strong>de</strong> arte: Antonio Carlos Neves<br />

Elenco: Zélia Stein (mãe do meni<strong>no</strong>)<br />

Fonte: Antonio Carlos Neves<br />

64 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


No meio do caminho<br />

<strong>•</strong>1966<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Inacabado - Preto e branco<br />

Som: mudo<br />

Categoria: ficção<br />

gênero: drama<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Santa Isabel - ES (1966)<br />

Informações complementares: filme inacabado. Durante as filmagens em Santa<br />

Isabel, a equipe foi expulsa do local pela comunida<strong>de</strong>.<br />

Si<strong>no</strong>pse: triângulo amoroso entre um homem, uma mulher e um padre.<br />

roteiro e direção: Antonio Carlos Neves<br />

produção: Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna do Espírito Santo<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

Som direto: João Alves Silva<br />

elenCo: Cláudio Lachini (homem apaixonado); Alci<strong>de</strong>s Vasconcellos Filho<br />

(padre); Zélia Stein e Milson Henriques (jagunço)<br />

Fontes: História do <strong>cinema</strong> capixaba (1988), livro <strong>de</strong> Fernando Tatagiba, e entrevistas com<br />

Antonio Carlos Neves e Milson Henriques<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 65


Palladium <strong>•</strong>1966<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 10 minutos - Preto e branco<br />

Som: mudo<br />

Categoria: ficção<br />

gênero: drama<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1966)<br />

lançamento: Cine Jandaia, I Festival <strong>de</strong> Cinema Amador <strong>Capixaba</strong>, Vitória- ES (1967)<br />

Si<strong>no</strong>pse: um romance entre um casal <strong>de</strong> jovens <strong>de</strong> diferentes classes<br />

sociais.<br />

Prêmios/carreira:<br />

i Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

direção: Luiz Eduardo Lages<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

montagem: Ramon Alvarado<br />

elenCo: Luiz Eduardo Lages e Elizabeth Galdi<strong>no</strong><br />

Fontes: Jornaleco n. 24 (jornal A Tribuna, 03/12/1967) e entrevista com Ramon Alvarado<br />

66 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


A queda <strong>•</strong>1966<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 15 minutos - Preto e branco<br />

Som: mudo<br />

Categoria: ficção<br />

gênero: drama<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1966)<br />

Si<strong>no</strong>pse: uma apologia da liberda<strong>de</strong> do<br />

ser, sentir e pensar e, ao mesmo tempo,<br />

uma recusa à socieda<strong>de</strong> capitalista<br />

e à mercantilização das pessoas.<br />

Segundo Paulo Torre, “o filme representa<br />

um esforço sincero para se<br />

lutar contra a mediocrida<strong>de</strong> reinante<br />

em <strong>no</strong>ssa cida<strong>de</strong> e expõe uma problemática<br />

peque<strong>no</strong>-burguesa: uma<br />

moça comum sente um conflito entre<br />

as aspirações mais puras e autênticas<br />

<strong>de</strong> sua personalida<strong>de</strong> e a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

convenções e preconceitos em que<br />

vive. Não é um filme pessimista, mas<br />

apenas um ensaio mostrando a falência<br />

do amor numa socieda<strong>de</strong> mercantil<br />

que esmaga, com a maior facilida<strong>de</strong>,<br />

as pessoas que se rebelam contra ela”.<br />

Prêmios/carreira: ii Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador JB/mesBla, rio <strong>de</strong> Janeiro - rJ (1966)<br />

roteiro e direção: Paulo Torre<br />

produção: Paulo Torre, Ramon Alvarado e Rubens Freitas Rocha<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

montagem: Paulo Torre e Ramon Alvarado<br />

elenCo: Luiz Eduardo Lages, Marlene Simonetti, Rubens Azeredo e Aracati Correia<br />

<strong>de</strong> Mendonça<br />

Fontes: entrevistas com Iamara Torre e Ramon Alvarado, Jornaleco nº 24 (jornal A Tribuna,<br />

03/12/1967), Jornal A Gazeta - 29/01/1967, Jornal do Brasil - 12/07/1967<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 67


Automobilismo <strong>•</strong>1966<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 15 minutos - Colorido<br />

Som: mudo<br />

Categoria: documentário<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1966)<br />

Si<strong>no</strong>pse: documentário em cores <strong>de</strong> Rubens Freitas Rocha. Mostra as performances<br />

<strong>de</strong> carros <strong>de</strong> corrida na estrada que liga dois bairros <strong>de</strong> Vitória:<br />

Praia do Suá a Jucutuquara.<br />

Prêmios/carreira:<br />

i Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

direção: Rubens Freitas Rocha<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Rubens Freitas Rocha<br />

Fontes: História do <strong>cinema</strong> capixaba (1988), livro <strong>de</strong> Fernando Tatagiba, Jornaleco n.24<br />

(jornal A Tribuna, 03/12/1967) e entrevista com Ramon Alvarado<br />

68 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


Cirurgia do coração <strong>no</strong> Espírito Santo<br />

<strong>•</strong>1967<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 5 minutos - Colorido<br />

Som: mudo<br />

Categoria: documentário<br />

gênero: científico<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1967)<br />

lançamento: Cine Jandaia, I Festival <strong>de</strong> Cinema Amador <strong>Capixaba</strong>, Vitória - ES (1967)<br />

Si<strong>no</strong>pse: documentário científico que registra a primeira cirurgia <strong>de</strong> coração<br />

realizada <strong>no</strong> Espírito Santo. “É um filme para médicos, feito a pedido do<br />

meu irmão Luís (médico cardiologista, hoje falecido). Nele, só se vê a cirurgia<br />

e, <strong>no</strong> final, os cirurgiões chefiados por Adib Jatene”, explica Alvarado.<br />

Prêmios/carreira:<br />

i Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

direção: Ramon Alvarado<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

Fontes: Jornaleco nº 24 (jornal A Tribuna, 03/12/1967) e entrevista com Ramon Alvarado<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 69


70 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo<br />

Alto a la agression<br />

<strong>•</strong>1967<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 15 minutos - Preto e branco<br />

Som: mo<strong>no</strong><br />

Categoria: ficção<br />

gênero: drama<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1967)<br />

lançamento: Vitória - ES (1967)<br />

Si<strong>no</strong>pse: história <strong>de</strong> um estudante que é preso e torturado pela polícia durante<br />

a ditadura militar. ”O filme não conta a vida do rapaz ou da moça, fixa um<br />

instante, como um fotograma parado. Escolhemos aquele que fixava alguns<br />

pontos característicos dos personagens: ela preocupava-se com o que possa<br />

acontecer ao companheiro – é apenas uma mulher que ama e tem medo;<br />

ele um militante, sua consciência dos problemas <strong>de</strong> seu tempo, o orientam<br />

em um outro sentido pensa <strong>no</strong> Vietname, na Venezuela, <strong>no</strong>s movimentos<br />

estudantis, em seu país” (Jornal do Brasil, 6 <strong>de</strong> <strong>no</strong>vembro <strong>de</strong> 1967)<br />

Prêmios/carreira:<br />

rePresentante do esPírito santo <strong>no</strong> iii Festival nacional <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador JB/mesBla,<br />

rio <strong>de</strong> Janeiro - rJ (1967)<br />

i Festival do <strong>cinema</strong> amador caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

roteiro e direção: Antonio Carlos Neves<br />

produção: Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna do Espírito Santo<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

Som direto: João Alves Silva<br />

montagem: Antonio Carlos Neves<br />

elenCo: Milson Henriques; Alberto Cristóvão; Raimundo Oliveira; Justi<strong>no</strong> <strong>de</strong><br />

Abreu e Silvia Renata Cohen<br />

Fontes: História do <strong>cinema</strong> capixaba (1988), livro <strong>de</strong> Fernando Tatagiba, Jornaleco n. 24<br />

(jornal A Tribuna, 03/12/1967), Jornal do Brasil (06/11/1967) e entrevistas com Antonio<br />

Carlos Neves e Milson Henriques


Boa sorte, palhaço <strong>•</strong>1967<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Inacabado - Preto e banco<br />

Som: mudo<br />

Categoria: ficção<br />

gênero: comédia<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1967)<br />

Si<strong>no</strong>pSe: rapaz mantém amor não correspondido por uma moça, o que o<br />

leva a rever alguns conceitos <strong>de</strong> sua vida.<br />

roteiro e direção: Antonio Carlos Neves<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

elenCo: Milson Henriques e Zélia Stein<br />

Fontes: História do <strong>cinema</strong> capixaba (1988), livro <strong>de</strong> Fernando Tatagiba, e entrevista com<br />

Antonio Carlos Neves.<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 71


O pêndulo <strong>•</strong>1967<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 7 minutos - Preto e branco<br />

Som: mo<strong>no</strong><br />

Categoria: ficção<br />

gênero: drama<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1967)<br />

lançamento: Auditório da Aliança Francesa, Vitória - ES (1967)<br />

Si<strong>no</strong>pse: baseado em trechos <strong>de</strong> poesias <strong>de</strong> Carlos Chenier, o filme relata<br />

o cotidia<strong>no</strong> <strong>de</strong> um jovem poeta peque<strong>no</strong>-burguês que alterna momentos<br />

<strong>de</strong> euforia (quando se encontra com os intelectuais à <strong>no</strong>ite <strong>no</strong>s bares <strong>de</strong><br />

Vitória) com a <strong>de</strong>pressão do dia seguinte (quando, escrevendo um poema,<br />

vê todos os seus sonhos se <strong>de</strong>smancharem diante da dura realida<strong>de</strong> social<br />

do país).<br />

Prêmios/carreira:<br />

i Festival do <strong>cinema</strong> amador caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

argumento e roteiro: Ramon Alvarado<br />

HiStória: Baseada em poemas <strong>de</strong> Carlos Chenier<br />

direção e produção: Ramon Alvarado<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

montagem e edição <strong>de</strong> Som: Ramon Alvarado<br />

elenCo: Carlos Chenier (interpretando o poeta e narrando seus próprios poemas)<br />

e Zélia Stein<br />

Fontes: Jornaleco nº 24 (jornal A Tribuna, 03/12/1967) e entrevista com Ramon Alvarado<br />

72 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


Kaput <strong>•</strong>1967<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 12 minutos - Preto e branco<br />

Som: mo<strong>no</strong><br />

Categoria: ficção<br />

gênero: drama<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1967)<br />

lançamento: Cine Jandaia, I Festival <strong>de</strong> Cinema<br />

Amador <strong>Capixaba</strong>, Vitória - ES (1967)<br />

Informações complementares: em 1991, por iniciativa <strong>de</strong> Nenna e Marcos Valério,<br />

o filme foi recuperado, com cópia em ví<strong>de</strong>o.<br />

Si<strong>no</strong>pse: Kaput mostra a história <strong>de</strong> um jovem que, para fugir da realida<strong>de</strong><br />

que o oprime, fuma maconha. Entretanto, com a <strong>de</strong>scoberta do amor, percebe<br />

que a fuga não é a solução mas, sim, a luta. Segundo o diretor, o filme<br />

– antes <strong>de</strong> qualquer coisa – pretendia ser “o testemunho <strong>de</strong> uma época,<br />

verda<strong>de</strong>ira missão do artista, sua maior responsabilida<strong>de</strong>”.<br />

Prêmios/carreira:<br />

i Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador<br />

caPixaBa, vitória - es (1967)<br />

Roteiro, direção e produção:<br />

Paulo Torre<br />

Direção <strong>de</strong> fotografia: Ramon<br />

Alvarado<br />

Montagem: Ramon Alvarado e<br />

Paulo Torre<br />

Elenco: Rubens Azeredo,<br />

Marlene Simonetti e Ewerton<br />

Guimarães<br />

Fontes: o filme Kaput, Jornaleco nº 24 (jornal A Tribuna, 03/12/1967) e entrevista com<br />

Ramon Alvarado<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 73


Veia partida <strong>•</strong>1968<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 25 minutos - Preto e branco<br />

Som: mo<strong>no</strong><br />

Categoria: ficção<br />

Gênero: drama<br />

Local <strong>de</strong> produção: Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ (1968)<br />

Lançamento: Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ (1968)<br />

Si<strong>no</strong>pse: relacionamento amargo entre pai e filho, <strong>no</strong>s últimos momentos<br />

<strong>de</strong> vida do pai.<br />

Prêmios/carreira:<br />

Prêmio <strong>de</strong> FotograFia Para ramon alvarado <strong>no</strong> iv Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador JB/mesBla,<br />

rio <strong>de</strong> Janeiro - rJ (1968)<br />

exiBido na mostra do <strong>cinema</strong> Brasileiro em Kiev - rússia (1968)<br />

roteiro: Antonio Carlos Neves<br />

HiStória: Baseada em conto homônimo <strong>de</strong> Amylton <strong>de</strong> Almeida<br />

direção: Antonio Carlos Neves<br />

produção: Tuca Rio (Teatro da Universida<strong>de</strong> Católica do Rio <strong>de</strong> Janeiro)<br />

produção exeCutiva: Dema (Wal<strong>de</strong>mar)<br />

direção <strong>de</strong> produção: Antonio Carlos Neves<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Ramon Alvarado<br />

direção <strong>de</strong> arte: Antonio Carlos Neves<br />

trilHa So<strong>no</strong>ra: Carmina Burana (cantata <strong>de</strong> Carl Orff)<br />

elenCo: Dema (Wal<strong>de</strong>mar), representando o filho<br />

Fontes: História do <strong>cinema</strong> capixaba (1988), livro <strong>de</strong> Fernando Tatagiba e entrevista com<br />

Antonio Carlos Neves<br />

74 <strong>•</strong> <strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo


Ponto e vírgula<br />

<strong>•</strong>1969<strong>•</strong><br />

Captação: 16 mm<br />

Finalização: 16 mm<br />

Curta-metragem 1 min. e 30 seg.<br />

Preto e branco<br />

Som: estéreo<br />

Categoria: ficção<br />

gênero: experimental<br />

loCal <strong>de</strong> produção: Vitória - ES (1969)<br />

lançamento: Auditório da Aliança<br />

Francesa, Vitória - ES (1969)<br />

Informação complementar: em 1979 foi feita uma <strong>no</strong>va versão do filme, com 6<br />

minutos e 20 segundos, utilizando trechos <strong>de</strong> Variações para um tema <strong>de</strong> Maiakovski,<br />

filme <strong>de</strong> 1971 (inacabado), do mesmo autor. Em 1990, esta segunda versão<br />

do filme foi telecinada, so<strong>no</strong>rizada e finalizada em ví<strong>de</strong>o.<br />

Si<strong>no</strong>pse: <strong>de</strong>finido pelo diretor como um “clipe paranóico”, o filme passeia<br />

entre duas histórias paralelas: um homem tortura uma barata e um cidadão<br />

que tenta, em vão, transpor “portas que se fecham para ele”.<br />

Prêmios/carreira:<br />

v Festival <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> amador JB/mesBla, rio <strong>de</strong> Janeiro - rJ (1969)<br />

roteiro e direção: Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira<br />

produção: Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira, Júlio Cesar Monjardim e Souza Jr.<br />

direção <strong>de</strong> FotograFia: Paulo Torre e Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira<br />

montagem e edição <strong>de</strong> Som: Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira<br />

trilHa So<strong>no</strong>ra: músicas <strong>de</strong> Pierre Boulez, Phillip Glass e Karlheinz Stockhausen<br />

elenCo: Milson Henriques (homem que tenta transpor as portas) e Luiz Ta<strong>de</strong>u<br />

Teixeira (torturador das baratas)<br />

Fontes: História do <strong>cinema</strong> capixaba (1988), livro <strong>de</strong> Fernando Tatagiba e entrevista com<br />

Luiz Ta<strong>de</strong>u Teixeira<br />

<strong>Catálogo</strong> <strong>de</strong> <strong>Filmes</strong>: <strong>81</strong> <strong>a<strong>no</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>no</strong> Espírito Santo <strong>•</strong> 75

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