Xestion de residuos urbanos.pdf - Axencia de Ecoloxía Urbana do ...
Xestion de residuos urbanos.pdf - Axencia de Ecoloxía Urbana do ...
Xestion de residuos urbanos.pdf - Axencia de Ecoloxía Urbana do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
178<br />
Tabela 58: Acréscimo anual médio das tarifas cobradas pelas autarquias com o serviço <strong>de</strong> recolha,<br />
transporte e tratamento <strong>de</strong> resíduos <strong>urbanos</strong> e limpeza e varredura (2007) (IRAR, 2007b).<br />
região<br />
acréscimo médio das tarifas<br />
(€/habitante/ano)<br />
Continente 40,21<br />
Açores 23,83<br />
Ma<strong>de</strong>ira 51,80<br />
Portugal 39,60<br />
Esta situação ten<strong>de</strong> a comprometer a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sistemas nomeadamente nas zonas rurais<br />
<strong>do</strong> interior <strong>do</strong> país on<strong>de</strong> o rendimento per capita é baixo e on<strong>de</strong> as características geográficas e<br />
a organização territorial nomeadamente zonas montanhosas e <strong>de</strong> difícil acesso, baixas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s<br />
populacionais e povoações pequenas e dispersas ten<strong>de</strong>m a aumentam os custos <strong>de</strong> qualquer infraestrutura,<br />
nomeadamente as <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s <strong>urbanos</strong>.<br />
Saben<strong>do</strong> que a recolha e o transporte <strong>de</strong> resíduos, são as operações economicamente mais relevantes<br />
na gestão <strong>de</strong> resíduos pelas <strong>de</strong>spesas com o equipamento, com o combustível, com o pessoal e<br />
com a manutenção das viaturas, po<strong>de</strong> referir-se, a título <strong>de</strong> exemplo comparativo entre uma zona <strong>de</strong><br />
elevada <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional e <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional, o caso <strong>do</strong> Município <strong>do</strong> Porto e<br />
da região <strong>de</strong> Trás-os-Montes e Alto Douro (Tabela 59).<br />
Tabela 59: Comparação entre o Porto e Trás-os-Montes e Alto Douro.<br />
sistema <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> resíduos<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />
Populacional<br />
(hab/km2 )<br />
taxa <strong>de</strong><br />
reciclagem (%)<br />
distância percorrida por<br />
tonelada recolhida (km/ton)<br />
Plástico/<br />
Papel<br />
Vidro<br />
Metal<br />
Porto 6043 7.4 33 113 15<br />
Vale <strong>do</strong> Douro Norte 72 2.8<br />
Alto Tâmega 180 2.6 463 1171 407<br />
Nor<strong>de</strong>ste Transmontano 37 1.9<br />
Trás-os-<br />
Montes e<br />
Alto Douro<br />
Na Região <strong>do</strong> Porto para se recolher uma tonelada <strong>de</strong> papel percorre-se, em média, 33 km enquanto<br />
na região Transmontana para se recolher a mesma quantida<strong>de</strong> é necessário percorrer uma<br />
distância 13,5 vezes maior. O mesmo se passa com o Plástico/Metal e com o Vidro; na região <strong>de</strong><br />
Trás-os-Montes e Alto Douro é necessário percorrer distâncias 14,5 e 27 vezes superiores às <strong>do</strong><br />
Porto, respectivamente.<br />
Acresce ainda que, o impacte ambiental da recolha e <strong>do</strong> transporte a tão gran<strong>de</strong>s distâncias, em<br />
especial se houver recolha selectiva, po<strong>de</strong> ser bastante significativo. É pois, mais um <strong>de</strong>sfio para o<br />
futuro, o estu<strong>do</strong> e utilização <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los e tecnologias <strong>de</strong> gestão diferentes para as zonas <strong>de</strong> menores<br />
e <strong>de</strong> maiores <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais, <strong>de</strong> forma a que os sistemas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos<br />
em zonas mais <strong>de</strong>primidas, montanhosas, <strong>de</strong> difícil acesso, com baixas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais<br />
e com povoações pequenas e dispersas on<strong>de</strong> o nível cultural e sócio-económico é mais baixo, possam<br />
ser sustentáveis quer <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista económico quer <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista ambiental.<br />
Há que tomar em consi<strong>de</strong>ração que o aumento <strong>do</strong>s tarifários para valores que permitam viabilizar<br />
os serviços não po<strong>de</strong>m ser incompatíveis com o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>do</strong>s munícipes.<br />
Em síntese, a quebra da relação entre o crescimento económico e os impactes ambientais <strong>do</strong> consumo,<br />
da utilização <strong>de</strong> recursos e da produção <strong>de</strong> resíduos exige a alteração <strong>de</strong> comportamentos<br />
Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>senvolvemento sostible