abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História
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novo olhar da equipe<br />
A equipe também se transformou. Ao enfrentar a realidade das<br />
famílias, os técnicos, aos poucos, foram mudando sua visão sobre<br />
elas, construindo um novo olhar e modificando suas formas<br />
de atuação. Foi necessário começar a enxergá-las como realmente<br />
são, s<strong>em</strong> preconceitos ou prejulgamentos. Mas foi preciso todo<br />
um processo de aprendizag<strong>em</strong> até que se conseguisse chegar a<br />
esse novo olhar. E o projeto favoreceu essa aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Ao encontrar sujeira nos barracos, por ex<strong>em</strong>plo, logo pensavam como iriam dar<br />
um jeito naquilo. Mas, depois, as equipes perceberam que a sujeira incomodava a<br />
eles, não aos familiares.<br />
“Perceb<strong>em</strong>os que o que víamos como necessidade não era a necessidade deles.”<br />
No desenrolar das ações, os profissionais foram constatando que essas atitudes<br />
não eram decorrentes de um olhar para a família, e sim de seus próprios desejos,<br />
que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre correspondiam ao desejo daquelas pessoas. Perceberam também<br />
que vincular-se com a família para poder compreendê-la envolvia uma nova<br />
escuta: conseguir ouvir seus desejos, sonhos, probl<strong>em</strong>as e necessidades – que não<br />
são iguais para todos. A compreensão da realidade de cada família possibilitou que<br />
o trabalho se concretizasse.<br />
“Uma família não pode ser olhada igual a outra, precisa ser ouvida de modo<br />
especial.”<br />
“Perceb<strong>em</strong>os que não há uma família igual a outra. A necessidade de uma<br />
não é a da outra. Cada família é única. Adquirimos uma bagag<strong>em</strong> sobre essa<br />
diversidade.”<br />
“No começo, íamos com<br />
propostas como salvadoras<br />
da Pátria, ‘vamos<br />
salvar aquela família’,<br />
mas vimos que esse não<br />
era o caminho.”<br />
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