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abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História

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Os motivos que levam ao abrigamento são diversos e estão ligados à situações-limite,<br />

como alcoolismo, drogadição, falecimento de um dos pais. São vivências<br />

que exig<strong>em</strong> muito esforço para a construção de alternativas de enfrentamento.<br />

Todos os casos revelam a ausência de serviços das políticas sociais para as famílias<br />

mais vulneráveis dos bairros populares. Os profissionais enfrentaram essa realidade<br />

cotidianamente buscando ações que favoreçam a mudança esperada.<br />

“Todos nós ganhamos: as crianças, as famílias e os profissionais.”<br />

desencontros e dificuldades<br />

O processo de saída da criança e do adolescente do abrigo não envolve só conquistas,<br />

mas também dificuldades.<br />

Critérios diferenciados para o abrigamento. Certos abrigamentos são realizados<br />

tendo como base um único aspecto da realidade (idade do responsável ou<br />

probl<strong>em</strong>a de saúde do familiar), s<strong>em</strong> que haja uma análise de todo o contexto da<br />

família. Esta visão parcial ocasiona abrigamentos desnecessários e, nesses casos,<br />

torna-se mais difícil encontrar uma linha de trabalho para o retorno à família.<br />

O profissional do abrigo e do projeto t<strong>em</strong> entrado <strong>em</strong> contato com os responsáveis<br />

por esses abrigamentos, para discutir essas visões diferentes e encontrar<br />

uma solução conjunta.<br />

Idealização da família. A extr<strong>em</strong>a idealização da situação familiar dificulta o<br />

trabalho. “Idealizamos tanto a família, as condições ideais da moradia dos pais, que<br />

acabamos impedindo o retorno da criança à vida familiar.” Os coordenadores dos<br />

<strong>abrigos</strong>, tentando proteger crianças e adolescentes, muitas vezes pod<strong>em</strong> dificultar<br />

sua reinserção familiar.<br />

Visões diferentes sobre o trabalho desenvolvido. Algumas vezes surg<strong>em</strong> desencontros<br />

decorrentes de visões diferentes sobre o trabalho, uns se voltando para<br />

a área técnica, outros mais para a área administrativa. Neste caso, estão se programando<br />

encontros entre essas áreas para se conciliar as necessidades técnicas do<br />

projeto com as questões administrativo-financeiras.<br />

Falta de políticas públicas de apoio à família. A falta de políticas públicas<br />

voltadas para o atendimento da população <strong>em</strong> áreas como saúde, educação, trabalho<br />

e moradia frequent<strong>em</strong>ente interfere no processo de fortalecimento das famílias<br />

e impede a volta das crianças para o convívio familiar.<br />

Vivenciar todo esse processo com as famílas, percebendo todas as conquistas<br />

e dificuldades, contribuiu para os profissionais desenvolver<strong>em</strong> um novo olhar.<br />

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