abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História
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um novo olhar, que os faz discriminar os desejos, os valores dos familiares dos seus próprios desejos e valores. Esta revisão é necessária, pois o profissional, muitas vezes, é formado para ser apenas um crítico da realidade; mas, com as famílias, o ponto principal não é criticar, e sim acolher essa família. Refletir sobre as ações não só tem propiciado a preparação dos novos profissionais, como também revelado e consolidado princípios norteadores para as ações desenvolvidas pelo projeto. Princípios para a ação junto à família O desenvolvimento do projeto Reconstruindo Vínculos tem revelado e consolidado princípios orientadores para esse trabalho com a família. • Sempre acolher a família. Para isso é imprescindível que seus desejos, necessidades e dificuldades sejam considerados. • Ampliar o olhar para a família. Significa não focar só no desabrigamento dos filhos, mas no desenvolvimento pessoal das famílias. “O fundamental no trabalho com as famílias é fortalecer a pessoa, a sua autoestima.” • Fortalecer a família. O trabalho visa ao desenvolvimento da autonomia das famílias, e não a suprir todas as carências. “A família tem segredos, precisávamos perceber o oculto, descobrir os segredos para depois verificar o que a família precisava, para poder intervir.” • Atentar para o afeto. É importante ver o vínculo afetivo dos familiares com as crianças e os adolescentes, as possibilidades de cuidados e proteção que esta família pode proporcionar ou mesmo os riscos que ela pode oferecer para crianças e adolescentes. • Apoio financeiro à família é sempre complementar.A reintegração à família não pode estar condicionada ao auxílio financeiro. Ele é complementar e importante, mas não o fundamental para a garantia da vida em família. Os recursos financeiros e o apoio à família podem dar condições básicas para o desenvolvimento pessoal, a melhoria do relacionamento familiar, a busca da autonomia, como também para dar segurança inicial para os adolescentes de 18 anos que não têm família. “O projeto é reconstruir vínculos. Se estiver ele atrelado apenas ao valor financeiro, perde o objetivo.” “Para os adolescentes que não têm família, esses recursos são necessários e são utilizados para eles montarem suas casas.” • Não é fácil promover o retorno da criança e do adolescente à vida familiar. Isto é um processo, com tempo e ritmos próprios. É um trabalho que exige paciência e qualidade. “Tem que ter ação, e não pressão.” “Esse trabalho exige uma sensibilidade e um respeito extremo. É preciso deixar seus valores de lado. É um processo de reeducação.” 79
ons frutos Os dados sobre o retorno à família a partir da implantação do projeto são o resultado concreto do trabalho realizado pela equipe, conforme o quadro abaixo. Ano 2003 2004 2005 2006 2007 total Abrigo Vila Prudente: crianças e adolescentes que retornaram às famílias Abrigo Aclimação: crianças e adolescentes que retornaram às famílias 80 início do projeto 0 1 3 7 3 14 0 2 3 4 2 11 i até julho
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um novo olhar, que os faz discriminar os desejos, os valores dos<br />
familiares dos seus próprios desejos e valores.<br />
Esta revisão é necessária, pois o profissional, muitas vezes, é<br />
formado para ser apenas um crítico da realidade; mas, com as famílias,<br />
o ponto principal não é criticar, e sim acolher essa família.<br />
Refletir sobre as ações não só t<strong>em</strong> propiciado a preparação dos novos<br />
profissionais, como também revelado e consolidado princípios norteadores<br />
para as ações desenvolvidas pelo projeto.<br />
Princípios para a ação junto à família<br />
O desenvolvimento do projeto Reconstruindo Vínculos t<strong>em</strong> revelado e consolidado<br />
princípios orientadores para esse trabalho com a família.<br />
• S<strong>em</strong>pre acolher a família. Para isso é imprescindível que seus desejos, necessidades<br />
e dificuldades sejam considerados.<br />
• Ampliar o olhar para a família. Significa não focar só no desabrigamento<br />
dos filhos, mas no desenvolvimento pessoal das famílias. “O fundamental no<br />
trabalho com as famílias é fortalecer a pessoa, a sua autoestima.”<br />
• Fortalecer a família. O trabalho visa ao desenvolvimento da autonomia das<br />
famílias, e não a suprir todas as carências. “A família t<strong>em</strong> segredos, precisávamos<br />
perceber o oculto, descobrir os segredos para depois verificar o que a<br />
família precisava, para poder intervir.”<br />
• Atentar para o afeto. É importante ver o vínculo afetivo dos familiares com as<br />
crianças e os adolescentes, as possibilidades de cuidados e proteção que esta<br />
família pode proporcionar ou mesmo os riscos que ela pode oferecer para<br />
crianças e adolescentes.<br />
• Apoio financeiro à família é s<strong>em</strong>pre compl<strong>em</strong>entar.A reintegração à família não<br />
pode estar condicionada ao auxílio financeiro. Ele é compl<strong>em</strong>entar e importante,<br />
mas não o fundamental para a garantia da vida <strong>em</strong> família. Os recursos<br />
financeiros e o apoio à família pod<strong>em</strong> dar condições básicas para o desenvolvimento<br />
pessoal, a melhoria do relacionamento familiar, a busca da autonomia,<br />
como também para dar segurança inicial para os adolescentes de 18 anos que<br />
não têm família. “O projeto é reconstruir vínculos. Se estiver ele atrelado apenas<br />
ao valor financeiro, perde o objetivo.” “Para os adolescentes que não têm família,<br />
esses recursos são necessários e são utilizados para eles montar<strong>em</strong> suas casas.”<br />
• Não é fácil promover o retorno da criança e do adolescente à vida familiar.<br />
Isto é um processo, com t<strong>em</strong>po e ritmos próprios. É um trabalho que exige<br />
paciência e qualidade. “T<strong>em</strong> que ter ação, e não pressão.”<br />
“Esse trabalho exige<br />
uma sensibilidade e um<br />
respeito extr<strong>em</strong>o. É preciso<br />
deixar seus valores<br />
de lado. É um processo<br />
de reeducação.”<br />
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