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abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História

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“Em uma visita que<br />

realizei com a criança,<br />

ela foi mostrando o<br />

campo onde jogava<br />

futebol. Senti não ter<br />

uma máquina fotográfica,<br />

porque era a<br />

história da vida dela.”<br />

Aos poucos, vão descobrindo os recursos locais, a relação da família<br />

com outros familiares, com os vizinhos e com a comunidade. Aparec<strong>em</strong><br />

novas referências que pod<strong>em</strong> colaborar no apoio às crianças, aos<br />

adolescentes e aos próprios adultos.<br />

Durante as visitas, são estabelecidos “combinados” com os familiares,<br />

e os profissionais comparec<strong>em</strong> na data prevista para acompanhar<br />

o andamento desses “combinados”. Algumas vezes as crianças<br />

acompanham os profissionais nas visitas domiciliares aos seus familiares.<br />

Estes momentos são considerados de grande riqueza, pois pod<strong>em</strong><br />

aprender mais sobre a realidade da criança. “Numa dessas visitas<br />

as crianças nos mostraram um caminho para entrar na favela, muito<br />

mais fácil do que havíamos utilizado na primeira visita.” E para elas,<br />

são momentos de encontro e reconstrução da própria história.<br />

“Numa dessas visitas, as crianças nos mostraram um caminho para entrar na<br />

favela, muito mais fácil do que havíamos utilizado na primeira visita.”<br />

Outras vezes, as ações dos familiares surpreendiam os profissionais. Ao chegar<strong>em</strong><br />

à casa do pai de uma das crianças, depararam-se com a placa: “Vende-se o barraco”.<br />

Toda ação planejada considerava a propriedade do barraco, mas, ao realizar<br />

a visita domiciliar, o pai afirmou que não precisava de um barraco tão grande.<br />

Os profissionais tiveram de repensar a própria ação, os seus valores e mudaram a<br />

trajetória estipulada desenvolvendo novos caminhos.<br />

“Perceb<strong>em</strong>os que o que víamos como necessidade não era necessidade deles.<br />

Íamos com propostas que não correspondiam ao que pensavam ou desejavam.<br />

Precisávamos acolher, s<strong>em</strong> críticas: o caminho era deles, o ritmo era deles.”<br />

As frustrações resultaram <strong>em</strong> novas aprendizagens da equipe.<br />

“Muitas vezes voltávamos arrasados da visita domiciliar, mas essas frustrações<br />

contribuíram para o desenvolvimento de uma visão e uma sensibilidade para a<br />

realidade.”<br />

2. Descobrir o outro: reuniões com as famílias<br />

O acolhimento e a conquista das famílias também acontec<strong>em</strong> graças aos encontros<br />

promovidos dentro do abrigo. Criar um espaço para que pudess<strong>em</strong> discutir seus<br />

probl<strong>em</strong>as e compartilhar suas experiências com outros familiares foi outra estratégia<br />

definida no projeto. Ao favorecer a percepção de que não se está só, que não<br />

se é o único a apresentar dificuldades, o grupo contribui para que cada um se<br />

fortaleça e se desenvolva, aprendendo a se expressar e se relacionar. As reuniões<br />

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