abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História
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e as famílias, para que haja uma ponte de confiança entre ambos, necessária para se<br />
realizar o trabalho. A importância da família no que diz respeito à educação de seus<br />
filhos precisa ser reconhecida, e os <strong>abrigos</strong> precisam facilitar a aproximação com os familiares.<br />
À medida que a família é excluída da rotina diária com os filhos, que as visitas<br />
são realizadas <strong>em</strong> horários difíceis e restritos, cria-se uma grande dificuldade para essa<br />
vinculação. A relação dos familiares com as crianças e os adolescentes vai se tornando<br />
cada vez mais frágil e o retorno para a família cada vez mais distante.<br />
Os profissionais de abrigo estão se apropriando dessa realidade e procurando<br />
atender o que está proposto no Estatuto da Criança e do Adolescente nas diretrizes<br />
do Sist<strong>em</strong>a Único de Assistência Social (SUAS) e no Plano Nacional de Promoção<br />
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar<br />
Comunitária, pensando <strong>em</strong> projetos para trabalhar com as famílias. E foi o que<br />
ocorreu com os <strong>abrigos</strong> da São Januário.<br />
nasce o projeto<br />
Os coordenadores dos dois <strong>abrigos</strong> da São Januário foram percebendo a necessidade<br />
de trabalhar a família considerando a complexidade desse trabalho e o fato<br />
de que as equipes dos <strong>abrigos</strong> não conseguiriam atender à d<strong>em</strong>anda das crianças e<br />
dos adolescentes mas a dos familiares.<br />
Em 2003, ao participar<strong>em</strong> do processo de formação do Programa Abrigar,<br />
viram a oportunidade de elaborar um projeto focado no trabalho com as famílias.<br />
Chamaram-no “Reconstruindo Vínculos”. Foi um projeto pioneiro para a instituição,<br />
pois até então os projetos se restringiam a doações realizadas por voluntários<br />
ligados à entidade mantenedora.<br />
O projeto teve início <strong>em</strong> 2004, estando ligado aos dois <strong>abrigos</strong>, numa postura<br />
de parceria e compl<strong>em</strong>entaridade, sendo que cada um elaborou seu próprio<br />
cronograma e suas atividades. Uma equipe específica, constituída por um advogado,<br />
uma assistente social e uma psicóloga, foi contratada especialmente para<br />
desenvolver esse trabalho. Todas as famílias (de ambos os <strong>abrigos</strong>) passaram a ser<br />
atendidas pelo projeto. O trabalho foi constituído pelas seguintes ações:<br />
1. visitas domiciliares;<br />
2. encontros com famílias no abrigo;<br />
3. entrevistas com familiares;<br />
4. registro das informações e elaboração de relatórios;<br />
5. reuniões sist<strong>em</strong>áticas para discussão de casos com os coordenadores dos<br />
<strong>abrigos</strong>;<br />
6. acompanhamento após a saída do abrigo;<br />
7. espaço para formação.<br />
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