abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História
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Os diferentes profissionais envolvidos no projeto destacaram alguns pontos positivos do projeto: • ampliação e integração maior com as instituições parceiras na rede, sendo a escola a mais citada para o desenvolvimento de uma discussão acerca das especificidades do trabalho em abrigos. • aproximação maior dos familiares em relação ao cotidiano escolar. • troca maior de informações com profissionais de projetos parceiros, tais como médicos, psicólogos etc. • ampliação do reconhecimento e trabalho do abrigo na comunidade, aumentando, dessa forma, as possibilidades de reinserção das crianças nos locais próximos aos lugares de moradia dos familiares. • trabalho específico sobre sexualidade com os educadores. • encaminhamentos de psicoterapia individual para algumas crianças. Todas estas propostas tiveram suas sementes plantadas por um projeto que apontou para a importância do trabalho em rede e da aproximação intensa com as famílias, além de, para o caráter fundamental do diálogo entre a equipe, composta por profissionais diversos, corresponsáveis pelo atendimento às crianças. Uma das preocupações centrais da direção do Gotas de Flor com Amor é a manutenção financeira do projeto. 15 Neste momento, busca-se renovar parcerias para o andamento do trabalho. Aponta-se esta como uma questão fundamental para a sustentabilidade dos projetos técnicos desenvolvidos nos abrigos. Aprendizagens O percurso do projeto na instituição Gotas de Flor com Amor nos convoca a dimensionar alguns pontos fundamentais para o atendimento com as famílias nos abrigos. 1. Conhecimento acerca das histórias das crianças e construção de um projeto de atendimento para estas e suas respectivas famílias. Um dos passos iniciais do projeto foi reunir informações sobre o contexto de abrigamento e especificidades do processo de cada uma das famílias das crianças e dos adolescentes atendidos. Estas informações, unificadas pela equipe técnica do abrigo, a partir de solicitações aos órgãos de encaminhamento (conselhos tutelares e varas de infância e juventude), devem ser registradas e trabalhadas com todos que lidam com as crianças em seu cotidiano, construindo conjuntamente um diagnóstico sobre a criança, suas necessidades específicas e encaminhamentos durante o abrigamento (plano de atendimento individualizado), bem como uma linha de ação junto com as famílias que as comprometam e aproximem das crianças e dos adolescentes, facilitando, desde o momento inicial, o processo de desabrigamento. 69 15 O projeto, em 2004/2005, foi subsidiado e construído com a verba do Programa Abrigar e, em 2006, sua continuidade foi garantida pelo projeto Nossas Crianças, da Fundação Abrinq.
2. A postura de inclusão da família. Conhecimento de sua história, escuta técnica e planejamento de ação, articulação com o Poder Judiciário e instituições corresponsáveis no abrigamento, construção e discussão deste planejamento junto com os educadores. Isto poderá preparar o abrigo a receber e trabalhar de fato para reinserção familiar. 3. A interlocução com projetos e profissionais parceiros. Pode ser eficiente para a construção do trabalho no abrigo a participação de profissionais externos, desde que esteja articulada e seja construída em estreita colaboração com a equipe técnica, permitindo a troca de informações regular entre os membros parceiros. 4. O processo de avaliação e sistematização do trabalho. É fundamental para que o caráter de construção conjunta e pactuada como um processo de corresponsabilidade por resultados e produções fique estabelecido. O abrigo pode acolher todas as histórias: as das crianças e dos adolescentes que, em um momento específico de sua vida, necessitaram de proteção, as das famílias que puderam contar com o abrigo como parceiro responsável ao longo de um tempo crítico em seu percurso, as dos trabalhadores dos abrigos, que têm de sustentar diariamente conflitos difíceis, questionando-se e construindo seu papel e identidade profissional como educadores e, finalmente, as histórias futuras, sonhos e projetos que essas crianças e esses adolescentes ainda construirão pela vida, tendo a lembrança de um abrigamento respeitoso e consistente que os projetou para o futuro. i “O trabalho do técnico não é dar colo, mas saber o que acontece com cada um dentro do abrigo e ser referência.” Adriana Soares Schanoski, coordenadora do abrigo 70 sobre a sistematização O caminho trilhado pelo processo de sistematização também merece reflexão, pois se constituiu em um ponto de cruzamento e conhecimento por parte dos técnicos, que não trabalhavam no abrigo na época da execução do projeto, sobre os pontos de aprofundamento do trabalho com as famílias e sua repercussão institucional. A possibilidade de reunir alguns dos profissionais que estavam presentes e de retomar aspectos da realidade institucional
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2. A postura de inclusão da família.<br />
Conhecimento de sua história, escuta técnica e planejamento de ação, articulação<br />
com o Poder Judiciário e instituições corresponsáveis no abrigamento,<br />
construção e discussão deste planejamento junto com os educadores. Isto poderá<br />
preparar o abrigo a receber e trabalhar de fato para reinserção familiar.<br />
3. A interlocução com projetos e profissionais parceiros.<br />
Pode ser eficiente para a construção do trabalho no abrigo a participação de<br />
profissionais externos, desde que esteja articulada e seja construída <strong>em</strong> estreita<br />
colaboração com a equipe técnica, permitindo a troca de informações<br />
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4. O processo de avaliação e sist<strong>em</strong>atização do trabalho.<br />
É fundamental para que o caráter de construção conjunta e pactuada como<br />
um processo de corresponsabilidade por resultados e produções fique estabelecido.<br />
O abrigo pode acolher todas as histórias: as das crianças e dos adolescentes que,<br />
<strong>em</strong> um momento específico de sua vida, necessitaram de proteção, as das famílias<br />
que puderam contar com o abrigo como parceiro responsável ao longo de<br />
um t<strong>em</strong>po crítico <strong>em</strong> seu percurso, as dos trabalhadores dos <strong>abrigos</strong>, que têm de<br />
sustentar diariamente conflitos difíceis, questionando-se e construindo seu papel<br />
e identidade profissional como educadores e, finalmente, as histórias futuras, sonhos<br />
e projetos que essas crianças e esses adolescentes ainda construirão pela vida,<br />
tendo a l<strong>em</strong>brança de um abrigamento respeitoso e consistente que os projetou<br />
para o futuro. i<br />
“O trabalho do técnico não<br />
é dar colo, mas saber o que<br />
acontece com cada um dentro<br />
do abrigo e ser referência.”<br />
Adriana Soares Schanoski,<br />
coordenadora do abrigo<br />
70<br />
sobre a sist<strong>em</strong>atização<br />
O caminho trilhado pelo processo de<br />
sist<strong>em</strong>atização também merece reflexão, pois<br />
se constituiu <strong>em</strong> um ponto de cruzamento<br />
e conhecimento por parte dos técnicos,<br />
que não trabalhavam no abrigo na época<br />
da execução do projeto, sobre os pontos de<br />
aprofundamento do trabalho com as famílias e<br />
sua repercussão institucional.<br />
A possibilidade de reunir alguns dos<br />
profissionais que estavam presentes e de<br />
retomar aspectos da realidade institucional