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abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História

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isto signifique desproteção. O educador a acompanha, media estas relações com o<br />

exterior, desperta seu olhar para este mundo e favorece a elaboração de seus medos<br />

e de suas dificuldades.<br />

“Hoje eu fico preocupado de chegar na casa e conversar com o menino que foi<br />

para uma entrevista, de saber como ele foi.”<br />

Os relatos dos educadores sobre seus fazeres, suas preocupações, colocam <strong>em</strong> evidência<br />

que preparar para o enfrentamento da vida é fortalecer a identidade do<br />

jov<strong>em</strong>, suas competências e potencialidades, sua autoestima, ampliar o repertório<br />

de experiências com o outro, com o mundo fora e consigo mesmo.<br />

desafio presente<br />

Os educadores entend<strong>em</strong> que há s<strong>em</strong>pre o que melhorar, mudar e transformar no<br />

dia a dia dos <strong>abrigos</strong>, e que a transformação que mais exige deles neste momento<br />

é a relação entre os pares. Reconhec<strong>em</strong> que a relação deles com as crianças e com<br />

os coordenadores melhorou muito, mas entre os próprios educadores o estabelecimento<br />

de relações mais abertas é difícil de conseguir, provavelmente porque têm<br />

medo do julgamento do outro.<br />

reconstruindo papéis<br />

Entre as atividades mais importantes do Projeto Extensão e Desenvolvimento de<br />

Habilidades para Profissionais de Abrigo estavam as supervisões s<strong>em</strong>anais dirigidas<br />

à equipe técnica. O espaço de supervisão ofereceu condições para que pudess<strong>em</strong><br />

reelaborar o papel des<strong>em</strong>penhado por elas e as novas funções que deveriam des<strong>em</strong>penhar,<br />

além de resgatar a história de seus fazeres e atribuições.<br />

Em 1997, a equipe técnica era formada por cinco profissionais, sendo duas<br />

psicólogas e três assistentes sociais. As duas psicólogas que integravam a equipe<br />

trabalhavam diretamente com as crianças <strong>em</strong> atendimento clínico, enquanto as<br />

assistentes sociais acompanhavam as casas e orientavam os laristas.<br />

No processo de supervisão, puderam rediscutir suas funções no abrigo.<br />

Naquela época, eram três assistentes sociais para acompanhar oito casas com<br />

36 crianças <strong>em</strong> cada casa. Não era possível fazer estudos de caso e visitas domiciliares<br />

com a frequência necessária, e também não se sentiam fortalecidas para discutir<br />

um caso no Fórum para, por ex<strong>em</strong>plo, se contrapor a uma decisão judicial.<br />

Com a redefinição do papel das psicólogas, que deixaram de fazer o atendimento<br />

clínico das crianças, a equipe passou a constituir duplas de assistentes<br />

sociais e psicólogas para acompanhar as casas. A partir de 2004, cada técnica ficou<br />

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