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abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História

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lidando com as faltas<br />

A relação da Casa Raio de Sol com o Conselho Tutelar foi inicialmente de bastante<br />

atrito.<br />

“No início, não recebíamos 20 crianças, porque não tínhamos uma casa adequada<br />

para isto, não tínhamos n<strong>em</strong> os móveis. Fiz<strong>em</strong>os um acordo que receberíamos<br />

15 e aos poucos, não de uma vez. Tiv<strong>em</strong>os dificuldade com o Conselho<br />

nesta parte. O Fórum aceitou que recebêss<strong>em</strong>os as crianças aos poucos, até<br />

completar os 15. A Secretaria Municipal de Assistência Social também. O Conselho<br />

não. Queria colocar três, quatro, de uma vez.” Maria Célia Barbosa dos<br />

Santos, coordenadora da Casa Raio de Sol<br />

A dificuldade vivida pela equipe está vinculada a um complexo quadro social cujos<br />

reflexos se manifestam no Conselho Tutelar; este também se vê diante de uma<br />

luta, qual seja, aquela relacionada à desproporção entre os serviços de proteção às<br />

crianças e aos adolescentes existentes na região e as necessidades da população.<br />

“O Conselho Tutelar não quer fazer depósitos de criança, mas a desproteção é<br />

muito grave na nossa região. É difícil se conseguir uma vaga para adolescente.<br />

Só o Raio de Sol recebe do Conselho Tutelar, do Fórum, do CRECA. São 600 mil<br />

habitantes para um só abrigo. É preciso que se abram outros <strong>abrigos</strong>. Aqui, muitas<br />

vezes, o adolescente acaba sendo assassinado por falta de serviço.” Madalena,<br />

conselheira tutelar do Jardim Ângela, sub-prefeitura do M´Boi Mirim<br />

Não é somente no Conselho Tutelar que é possível perceber esses efeitos. Das 20<br />

crianças que são acolhidas pela Casa Raio de Sol, 15 frequentam uma escola da<br />

região que é distante de onde estão localizados, <strong>em</strong> função da ausência de vagas<br />

<strong>em</strong> uma mais próxima.<br />

“Vêm todas as crianças para cá, porque lá por perto não consegu<strong>em</strong>. Têm que<br />

tomar uma condução, pois ali perto não é fácil conseguir vaga. A gente s<strong>em</strong>pre<br />

procura dar prioridade para os alunos de lá.” Márcia Mariko, diretora da<br />

Escola Estadual Professora Josefina Maria Barbosa<br />

Na Unidade Básica de Saúde da região, as faltas também estão presentes. As crianças<br />

e os adolescentes do Raio de Sol têm acesso a uma Unidade Básica de Saúde<br />

mista, que oferece atendimento geral e Programa de Saúde da Família – PSF Mônica,<br />

a enfermeira que t<strong>em</strong> vínculo estreito com a Casa Raio de Sol, está alocada<br />

no PSF e é responsável por atender uma área que comporta o abrigo, duas creches<br />

municipalizadas, o parque ecológico, outras organizações não governamentais e o<br />

hospital psiquiátrico da região.<br />

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