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abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História

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O desabrigamento ocorreu <strong>em</strong> junho de 2004, com o suporte de vaga <strong>em</strong> escola,<br />

<strong>em</strong> Núcleo Socioeducativo, b<strong>em</strong> como a continuidade dos tratamentos. Providenciou-se<br />

ainda o encaminhamento para entrada de benefício junto ao INSS e<br />

também à SPTrans.<br />

Após o desabrigamento, várias visitas domiciliares foram realizadas. No início,<br />

Carla estava b<strong>em</strong>, mesmo não frequentando o Núcleo Socioeducativo. No terceiro<br />

mês, iniciaram-se os probl<strong>em</strong>as. Carla saía a toda hora, não se concentrava mais<br />

nas aulas e isso gerou diversos atritos na comunidade e na escola.<br />

Foi encontrada na rua diversas vezes, vagando. Conhecida pela comunidade,<br />

<strong>em</strong> uma dessas ocasiões, estava <strong>em</strong> frente a uma igreja local entrando, saindo e<br />

brigando com as pessoas. Dizia, porém, que queria a “tia Célia”. Como as pessoas<br />

conheciam tanto Carla quanto a Casa Raio de Sol, entraram <strong>em</strong> contato e um dos<br />

educadores levou-a de volta para a casa da mãe.<br />

Sua conduta, porém, passou a ter um padrão de repetição. Carla continua saindo<br />

de casa, quando vê um portão aberto, e se perdendo. Nessas ocasiões, é encaminhada<br />

para Casas de Passag<strong>em</strong>, até para outros <strong>abrigos</strong>, mas foge constant<strong>em</strong>ente.<br />

Do ponto de vista do objetivo do projeto, a história de Carla deu bastante<br />

certo, já que foi reintegrada à família e à comunidade. Há, entretanto, um limiar<br />

entre o âmbito de ação da Casa Raio de Sol e as condições, a “realidade” de cada<br />

uma dessas famílias; há a interdependência dos vínculos entre ambos.<br />

O acompanhamento pós-desabrigamento revelou que, após três meses, Laura<br />

deixara de dar os medicamentos que Carla necessitava. A descontinuidade dos r<strong>em</strong>édios<br />

gerou alterações comportamentais, como desconcentração, agressividade e<br />

impulsividade. Aliado a isto, não havia qu<strong>em</strong> pudesse dar a atenção praticamente<br />

integral que ela requer – conversar, dar limites, ser continente às suas limitações<br />

– como acontecia na Casa Raio de Sol. i<br />

investimento na equipe faz a diferença<br />

A atenção e o tratamento que tanto Carla quanto sua família receberam da Casa<br />

Raio de Sol teve como respaldo as condições proporcionadas pelo Programa Abrigar.<br />

A capacitação dos educadores sobre transtornos psiquiátricos, medicação e<br />

seus efeitos, foi realizada com a verba do projeto, assim como vários outros cursos,<br />

tais como: reintegração familiar, trabalho <strong>em</strong> abrigo, visitas domiciliares, visitas da<br />

família ao abrigo, entre outros.<br />

“O Programa Abrigar t<strong>em</strong> ajudado muito. É mais uma ação que vai somando<br />

para mudar a realidade. O que a gente mais precisa? Que haja perspectiva na<br />

vida desses jovens. Que saiam da Casa Abrigo com projeto de vida, com uma<br />

perspectiva melhor. A reconstrução familiar também é muito importante.<br />

Uma das primeiras meninas que foi para a Casa abrigo, a Carla, parecia um<br />

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