abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História
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“Não dá para trabalhar s<strong>em</strong> o coração. T<strong>em</strong> que ter a afetividade sim. Há um lado<br />
que é o de dar um abraço, fazer um cafuné, dar uma bronca na hora que t<strong>em</strong> que<br />
dar. Mas há outro que t<strong>em</strong> que dar banho, ensinando como se faz a higienização,<br />
como se dobra uma roupa. O educador t<strong>em</strong> que se capacitar, frequentar cursos<br />
para saber lidar com o desenvolvimento infantil, com os probl<strong>em</strong>as psiquiátricos.<br />
Na questão da cozinha, saber como lidar com a alimentação – a aparência da comida.<br />
Mas não dá para ser robô – faz a comida, põe na mesa e manda comer. Não,<br />
t<strong>em</strong> que sentar-se à mesa todo mundo junto. T<strong>em</strong> que trabalhar o coração para a<br />
hora que a criança vai <strong>em</strong>bora. Não posso me apegar muito, mas também não posso<br />
me tornar uma pedra de gelo.” Maria Célia, coordenadora da Casa Raio de Sol<br />
Para a equipe, educar é favorecer condições para que a criança ou o adolescente seja<br />
protagonista de sua história. Todos são ouvidos, ficam a par das questões judiciais<br />
que os envolv<strong>em</strong>, acompanham como está o seu processo, mesmo que vá doer.<br />
“A gente conversa com cada um de acordo com o seu jeito – com um t<strong>em</strong>os que<br />
conversar abertamente, com outro ir com mais cautela, – mas todos têm que saber<br />
de sua vida. Nada de dizer: ‘Amanhã sua mãe virá’, se ela não v<strong>em</strong>. Diz<strong>em</strong>os claramente:<br />
‘Amanhã sua mãe não v<strong>em</strong>, porque não pode’. Isto não pode ter mentira. A<br />
realidade dela é essa, não pod<strong>em</strong>os enganar.” Equipe do abrigo<br />
As crianças e os adolescentes desenvolv<strong>em</strong> autonomia participando dos serviços<br />
da comunidade. Andam de metrô, de tr<strong>em</strong>, de ônibus, quando já t<strong>em</strong> idade e<br />
condições para isso. Conhec<strong>em</strong> os serviços que a comunidade oferece: centros de<br />
convivência, parques, serviços de assistência social às famílias. Participam de toda<br />
a rede de serviços prestada à comunidade – centros de recreação, atendimento<br />
psicológico e médico, educacional.<br />
A equipe da casa mantém um clima de bom humor e afetividade, uma abertura<br />
para diálogo entre si e com as crianças e os adolescentes, na<br />
busca de soluções para os conflitos que muitas vezes precisam ser<br />
administrados no cotidiano.<br />
A equipe sabe que tudo que puder<strong>em</strong> colher de informação é<br />
A equipe reúne-se<br />
precioso, seja na hora de dormir, na hora de bater um papo, na hora<br />
quinzenalmente para<br />
de fazer uma dinâmica. Os educadores descobr<strong>em</strong> muita coisa e,<br />
compartilhar as his-<br />
na reunião, diz<strong>em</strong> o que está acontecendo e escrev<strong>em</strong> no relatório.<br />
Também as histórias das famílias, que conhec<strong>em</strong> quando realizam<br />
tórias e pensar todos<br />
as visitas domiciliares, são compartilhadas nas reuniões.<br />
os casos. A concepção<br />
Atualmente, a Casa Raio de Sol t<strong>em</strong> 15 educadores. Pelo con-<br />
presente é a de que<br />
vênio que mantém com a Secretaria de Assistência Social, há nove<br />
todos são educadores.<br />
educadores diretamente vinculados às crianças e aos adolescentes<br />
e ainda uma cozinheira, uma auxiliar de cozinha e um auxiliar de<br />
serviços gerais. Na administração, há a coordenação e o assistente<br />
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