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abrigos em movimento: - Instituto Fazendo História

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mentação. Os motivos da instabilidade são, <strong>em</strong> geral, a ausência de profissionalização,<br />

salários baixos, gestão ineficiente, seleção inadequada e centralização de<br />

poder. Estas rupturas imped<strong>em</strong> a evolução e provocam retrocessos.<br />

Os profissionais necessitam de espaços de formação, de capacitação contínua,<br />

supervisões, reflexões <strong>em</strong> conjunto sobre a prática e seus objetivos. Nesse<br />

processo de formação, é importante haver t<strong>em</strong>po e espaço na programação para<br />

se lidar com dil<strong>em</strong>as, conflitos, angústias. É o enfrentamento das contradições que<br />

leva ao crescimento. Ignorar conflitos e contradições dificulta as relações, solapa<br />

as mudanças e aumenta a angústia.<br />

As capacitações promov<strong>em</strong> novas linguagens e ações que são de todos. Isto<br />

não é dado e não é imposto. É construído com o investimento do grupo. É uma<br />

experiência d<strong>em</strong>ocrática da qual participam também as crianças, os adolescentes<br />

e suas famílias.<br />

Acreditar no potencial e na capacidade da criança e da família t<strong>em</strong> se mostrado<br />

pr<strong>em</strong>issa fundamental nos projetos. Estas passam a ser mais ouvidas, melhor<br />

vistas, compreendidas, pensadas. A individualização das crianças e famílias permite<br />

que elas sejam vistas e compreendidas na sua singularidade e que se reconstrua<br />

com elas sua história de vida, seu projeto de futuro. A profundidade e a vinculação<br />

nas relações são fundamentais.<br />

Ainda <strong>em</strong> relação às famílias, um olhar especial está sendo dado a elas. Não<br />

é possível pensar a criança s<strong>em</strong> considerar o seu grupo de orig<strong>em</strong>. Este é um trabalho<br />

muito novo no abrigo. Muitos tipos de projetos com famílias estão sendo<br />

criados. Em geral, t<strong>em</strong> sido necessária uma equipe especializada acoplada à equipe<br />

do abrigo. Metodologias diversas estão sendo construídas passo a passo.<br />

Há o trabalho com a família no abrigo e o trabalho com a família na sua própria<br />

rede familiar e comunitária. São dois âmbitos diferentes que se entrecruzam.<br />

Ambos necessitam uma metodologia cuidadosa para ser eficiente.<br />

Os projetos do trabalho do abrigo têm ultrapassado suas paredes. A relação<br />

com os conselhos, o judiciário e os d<strong>em</strong>ais serviços da comunidade t<strong>em</strong> se mostrado<br />

fundamental nas propostas de mudança. Como resultado, além das concretas<br />

intervenções que traz<strong>em</strong> novas possibilidades de futuro, mudam as concepções<br />

da comunidade <strong>em</strong> relação a qu<strong>em</strong> são essas crianças, qu<strong>em</strong> são essas famílias e<br />

qual é o papel dessa instituição. A constituição da identidade de todos estes atores<br />

(família, criança, abrigo) é uma construção <strong>em</strong> rede.<br />

O atendimento às crianças também ultrapassa os limites da instituição. Elas<br />

frequentam a rede comunitária fora do abrigo – escola, saúde, esporte - ampliando<br />

seu universo, enriquecendo sua experiência. Assim, o papel da família e de cada<br />

um dos serviços parceiros do abrigo (conselhos, escola, judiciário etc.) adquir<strong>em</strong><br />

um novo significado.<br />

As mudanças no abrigo estão dialeticamente respondendo às mudanças<br />

ocorridas na sociedade e às d<strong>em</strong>andas do momento histórico. As propostas do<br />

SUAS (Sist<strong>em</strong>a Único de Assistência Social) e do PNCFC (Plano Nacional de Con-<br />

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