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ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

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I. A SUBDIVISÃO DO TEXTO<br />

ÍNDTCE<br />

I. 1. Os capítulos<br />

1.1.1. Espaçamento<br />

1.1.2. Inicio dos períodos após um ponto parágrafo<br />

I. 2, Os parágrafos<br />

1.2.1. Diversos tipos de títulos<br />

1.2.2. Eventual subdivisão em subparágrafos<br />

II. A KEUACÇÀO FINAI.<br />

II. 1. Trabalho dactilografado por um profissional ou pelo próprio<br />

11.2. Preço da máquina de escrever<br />

III. A RNCADHRNAÇÃO<br />

Este exemplo de subdivisão mostra-nos também que não é necessário<br />

que todos os capítulos estejam sujeitos ã mesma subdivisão<br />

analítica. Exigências do discurso podem requerer que um capítulo<br />

<strong>se</strong>ja dividido num certo número de subparágTafos. enquanto outro pode<br />

encerrar um discurso contínuo sob um título geral.<br />

Há le<strong>se</strong>s que não exigem tantas divisões c onde. pelo contrário,<br />

<strong>uma</strong> subdivisão demasiado minuciosa quebra o fio do discurso (pensamos,<br />

por exemplo, n<strong>uma</strong> reconstituição biográfica). Mas, de qualquer<br />

modo. deve ter-<strong>se</strong> pre<strong>se</strong>nte que a subdivisão minuciosa ajuda<br />

a dominar a matéria e a <strong>se</strong>guir o discurso. Se vir que <strong>uma</strong> ob<strong>se</strong>rvação<br />

está contida no subparágrafo 1.2.2.. saberei imediatamente<br />

que <strong>se</strong> trata de algo que <strong>se</strong> refere ã ramificação 2. do capítulo I.<br />

e que tem a mesma importância da ob<strong>se</strong>rvação 1.2.1.<br />

Uma última advertência: quando tiverdes um índice «de ferro",<br />

podeis r^rmitir-vos não começar pelo princípio. Geralmente, neste caso.<br />

começa-<strong>se</strong> por de<strong>se</strong>nvolver a parte em que nos <strong>se</strong>ntimos mais documentados<br />

e <strong>se</strong>guros. Mas isto só é possível <strong>se</strong> <strong>se</strong> tiver como ba<strong>se</strong> um<br />

esquema de orientação, ou <strong>se</strong>ja. o índice como hipóte<strong>se</strong> de trabalho.<br />

ÍV.2. Fichas e apontamentos<br />

1V.2.1. Vários tipos de ficha: para que <strong>se</strong>rvem<br />

À medida que a nossa bibliografia vai aumentando, começa-<strong>se</strong><br />

a ler o material. E puramente teórico pensar <strong>faz</strong>er <strong>uma</strong> bela biblio-<br />

132<br />

grafia completa e só depois começar a ler. De facto, após termos<br />

reunido <strong>uma</strong> primeira lista dc títulos, passaremos a debruçar-nos<br />

sobre os primeiros que encontrarmos. Outras vezes, pelo contrário,<br />

começa-sc a ler um <strong>livro</strong>, partindo daí para a formação da primeira<br />

bibliografia. De qualquer forma, à medida que <strong>se</strong> vão lendo <strong>livro</strong>s<br />

e artigos, as referências adensam-<strong>se</strong> c aumenta o ficheiro bibliográfico.<br />

A situação ideal para <strong>uma</strong> te<strong>se</strong> <strong>se</strong>ria ler em casa todos os <strong>livro</strong>s<br />

necessários, quer fos<strong>se</strong>m novos ou antigos (e ter <strong>uma</strong> boa biblioteca<br />

pessoal, bem como <strong>uma</strong> sala de trabalho cômoda e espaçosa, em<br />

que <strong>se</strong> pudes<strong>se</strong> dispor n<strong>uma</strong> série de mesas os <strong>livro</strong>s a que nos reportamos<br />

divididos cm várias pilhas). Mas estas condições ideais são<br />

bastante raras, mesmo para um estudioso de profissão.<br />

Ponhamos, todavia, a hipóte<strong>se</strong> de sc ter podido encontrar e comprar<br />

todos os <strong>livro</strong>s necessários. Em princípio, não são necessárias<br />

outras fichas para além das bibliográficas de que <strong>se</strong> falou em TTT.2.2.<br />

Preparado um plano (ou índice hipotético, of, 1V.1.) com os capítulos<br />

bem numerados, à medida que vão <strong>se</strong>ndo lidos os <strong>livro</strong>s ircis<br />

sublinhando c escrevendo à margem as siglas correspondentes aos<br />

capítulos do plano. Paralelamente, poreis junto aos capítulos do<br />

plano a sigla correspondente a um dado <strong>livro</strong> c o número da página,<br />

e assim sabereis aonde ir procurar, no momento da redacção. <strong>uma</strong><br />

dada idéia ou <strong>uma</strong> determinada citação. Imaginemos <strong>uma</strong> le<strong>se</strong> sobre<br />

A idéia dos mundos possíveis na ficção científica americana e que<br />

a subdivisão 4.5.6. do plano é «Dobras do tempo como passagem<br />

entre mundos possíveis». Ao lermos Scambio Mentale (Mindswapl<br />

de Robert Sheckley, vemos no capítulo XXI. página 137 da edição<br />

Omnibus Mondadori, que o lio de Marvin. Max, quando jogava<br />

golfe, tropeçou n<strong>uma</strong> dobra do tempo que <strong>se</strong> encontrava no campo do<br />

Fairhaven Club Country Club dc Stanhope e foi arremessado para<br />

o planeta Clesius. Assinalar-<strong>se</strong>-á à margem na página 137 do <strong>livro</strong>:<br />

. (4.5-6.) dobra temporal<br />

o que significará que a nota sc refere ã Te<strong>se</strong> (poderá utilizar-<strong>se</strong> o<br />

mesmo <strong>livro</strong> dez anos mais tarde ao lomar notas para um outro trabalho,<br />

e é bom saber a que trabalho <strong>se</strong> refere um determinado sublinhado)<br />

c àquela subdivisão em particular. De igual modo. no plano<br />

de trabalho assinalar-<strong>se</strong>-á junto ao parágrafo 4.5.ó.:<br />

cf. Sbccklcy. Mindswap. 137<br />

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