ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política
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atura crítica a que nos lemos referido pode oferecer bons exemplos<br />
de planos de trabalho, para o que basta utilizá-la crilicamenle comparando<br />
os vários autores c vendo quem responde melhor ãs exigências<br />
do problema formulado no título «<strong>se</strong>creto» da te<strong>se</strong>.<br />
O índice estabelece desde logo qual <strong>se</strong>rá a subdivisão lógica da<br />
te<strong>se</strong> em capítulos, parágrafos e subparágrafos. Sobre as modalidades<br />
desta subdivisão, veja-<strong>se</strong> VI. 1.3. e VÍ.4. Também aqui <strong>uma</strong> boa subdivisão<br />
de disjunção binaria nos permite <strong>faz</strong>er acrescemos <strong>se</strong>m alterar<br />
demasiado a ordem inicial. Por exemplo, <strong>se</strong> tivermos o <strong>se</strong>guinte índice:<br />
1. Problema central<br />
1.1. Subproblema principal<br />
1.2. Subproblema <strong>se</strong>cundário<br />
2. De<strong>se</strong>nvolvimento do problema centra!<br />
2.1. Primeira ramificação<br />
2.2. Segunda ramificação<br />
esta estrutura poderá <strong>se</strong>r repre<strong>se</strong>ntada por um diagrama em árvore<br />
onde os traços indicam sub-ramificações sucessivas que poderão<br />
introduzir-<strong>se</strong> <strong>se</strong>m perturbar a organização geral do trabalho:<br />
SUBPROBLEMA<br />
PRINCIPAL<br />
SP<br />
130<br />
PROBLEMA CENTRAL<br />
PC<br />
SUBPROBLEMA<br />
SECUNDÁRIO<br />
SS<br />
PRIMEIRA<br />
RAMIFICAÇÃO<br />
PR<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
DO PROBLEMA<br />
CENTRAL<br />
DPC<br />
SEGUNDA<br />
RAMIFICAÇÃO<br />
SR<br />
As siglas assinaladas sob cada subdivisão estabelecem a correlação<br />
entre índice e ficha de trabalho, e <strong>se</strong>rão explicadas em IV.2.I.<br />
Uma vez disposto o índice como hipóte<strong>se</strong> de trabalho, deverá<br />
referir-<strong>se</strong> <strong>se</strong>mpre os vários pontos do índice, as fichas e outros tipos<br />
de documentação. Rsias referências devem <strong>se</strong>r claras desde O início<br />
e expressas com nitidez através de siglas e/ou cores. Com eleito,<br />
elas <strong>se</strong>rvir-nos-ão para organizar as referências internas.<br />
O que á <strong>uma</strong> referência interna, vimo-lo também oeste <strong>livro</strong>.<br />
Muitas vezes, fala-<strong>se</strong> dc qualquer coisa que já foi tratada num capítulo<br />
anterior c remete-<strong>se</strong> o leitor, entre parênte<strong>se</strong>s, para os números<br />
do respectivo capítulo, parágrafo ou subparágrafo. As referências<br />
internas destinam-<strong>se</strong> a não repelir demasiadas vezes as mesmas coisas<br />
mas <strong>se</strong>rvem também para mostrar a coesão de toda a te<strong>se</strong>. Uma<br />
referência interna pode significar que um mesmo conceito 6 válido de<br />
dois pontos dc vista diversos, que um mesmo exemplo demonstra dois<br />
argumentos diferentes, que tudo o que <strong>se</strong> dis<strong>se</strong> com um <strong>se</strong>ntido geral<br />
<strong>se</strong> aplica também à análi<strong>se</strong> de um determinado ponto, em particular,<br />
e assim por diante.<br />
Uma te<strong>se</strong> bem organizada devia estar cheia de referências internas.<br />
Se estas não existem, isso significa que cada capítulo avança<br />
por conta própria, como <strong>se</strong> tudo aquilo que foi dito nos capítulos<br />
anteriores de nada <strong>se</strong>rvis<strong>se</strong>. Ora, é indubitável que há certos tipos<br />
de te<strong>se</strong>s (por exemplo, recolhas de documentos) que podem funcionar<br />
assim, mas. pelo menos na altura de tirar as conclusões, deveria <strong>se</strong>ntir-<strong>se</strong><br />
a necessidade das referências internas. Um índice-hipóte<strong>se</strong><br />
bem construído é a rede numerada que nos permite aplicar as referências<br />
internas <strong>se</strong>m andar <strong>se</strong>mpre a verificar entre folhas e folhinhas<br />
onde <strong>se</strong> falou de determinada coisa. <strong>Como</strong> pensais que fiz para<br />
escrever o <strong>livro</strong> que estais a ler?<br />
Para reílectir a estrutura lógica da te<strong>se</strong> (centro e periferia, tema<br />
central e suas ramificações, etc), o índice deve <strong>se</strong>r articulado<br />
em capítulos, parágrafos e subparágrafos. Para evitar longas explicações,<br />
poderá ver-<strong>se</strong> o índice desta obra. Ela é rica em parágrafos<br />
e subparágrafos (e. por vezes, em subdivisões ainda mais pequenas<br />
que o índice não refere: veja-<strong>se</strong>. por exemplo, em 111.2.3.).<br />
Uma .subdivisão muito analítica permite a compreensão lógica do<br />
discurso.<br />
A organização lógica deve reflectir-<strong>se</strong> no índice. Isto eqüivale